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Críticas sociais na “Farsa de Inês Pereira”

A “Farsa de Inês Pereira” é uma importante obra do século XVI, escrita por Gil Vicente,
em que o autor recorre a personagens-tipo, que representam, individualmente,
características próprias.
Uma das primeiras personagens a entrar em cena é Lianor Vaz. Esta é uma personagem-
tipo que representa a parte da população que é interesseira e que promove os seus
serviços sempre a pensar no dinheiro, e, não nos interesses da outra pessoa. Podemos ver
este comportamento quando Lianor apresenta Pero Marques a Inês, ou, ainda mais notório,
quando soube que o escudeiro tinha morrido, dirigindo-se logo a Inês com o intuito de a
convencer a casar novamente, mas desta vez com Pero Marques.
À semelhança de Lianor temos Brás da Mata, que se demonstra também interesseiro,
visto que casou com Inês por dinheiro. Mas esta personagem tem outro objetivo no que diz
respeito a críticas sociais. Com este personagem, Gil Vicente, representa todos os homens
que se aproveitavam das mulheres e que as viam como sua posse e suas empregadas,
levando à desigualdade de género que ainda hoje, em certos sítios, é sentida. O escudeiro
demonstra estas características em diversas situações, por exemplo, quando não deixa Inês
falar com mais ninguém, e, não a deixa sair de casa.
Todas estas características, tais como outras de outras personagens da obra não foram
escolhidas por acaso. Gil Vicente escolheu-as com o propósito de demonstrar algumas
ações de alguns grupos, e por isso, podemos dizer que estamos perante diversas críticas
sociais.

Inês Pedroso 10ºD

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