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RELATO

DE C A S O

Dissecção espontânea do tronco celíaco:


relato de três casos e revisão de literatura
Spontaneous dissection o f the celiac trunk:
report o f three cases and review o f the literature

Ernesto Lima Araujo M elo1, Rainne André Siqueira1, Francisco Thiago Martins de Paula'

Resumo
A dissecção espontânea do tronco celíaco é uma condição médica incomum, com poucos relatos de casos publicados
na literatura médica. A dor abdominal súbita no epigástrio é o sintoma mais frequentemente manifestado pelos
pacientes; porém, devido à raridade dessa doença na prática clínica e à inespecificidade de seus sintomas, é necessário
um alto grau de suspeiçâo para o estabelecimento do seu diagnóstico. Nesse contexto, o aperfeiçoamento das técnicas
de exames de imagem vem possibilitando o diagnóstico desta entidade clínica com maior facilidade, aumentando a
sua taxa de detecção. O tratam ento ideal ainda não está completamente bem estabelecido na literatura, sendo que as
estratégias terapêuticas disponíveis são o tratamento médico conservador, a revascularização cirúrgica e a intervenção
endovascular. Neste artigo, nós relatamos três casos de dissecção espontânea do tronco celíaco e realizamos uma
revisão de liceratura sobre esta doença.
Palavras-chave: dissecção; dor aguda; artéria celíaca.

A bstract
Spontaneous dissection o f the celiac trunk is quite an uncomm on medical condition, w ith few case reports in the
medical literature. Sudden epigastric abdominal pain is the most com m on complaint reported by patients, but due
to the rarity o f this disease in clinical practice and the nonspecific nature o f its symptoms, a high degree o f clinical
suspicion is needed to establish diagnosis. However, improvements in imaging techniques are facilitating diagnosis o f
this clinical entity, increasing its detection rate. The ideal treatment has not yet been fully established in the literature
and the available therapeutic strategies are conservative medical treatment, surgical revascularization or endovascular
intervention. In this article we reporc on three cases o f spontaneous dissection o f the celiac trunk and conduct a
review o f the literature on this disease
Keywords: dissection; acute pain; celiac artery.

' Universidade Estadual do Ceará - UECE, Curso de Medicina, Fortaleza, CE, Brasil.
Fonte de financiamento: Nenhuma.
Conflito de interesse: Os autores declararam não haver conflitos de interesse que precisam ser informados.
Submetido em: 09.01.14. Aceito em: 06.02.14.

O estudo foi realizado no Centro Avançado de Diagnóstico por Imagem Boghos Dom Luis, Fortaleza, CE, Brasil.

150 J Vase Bras. 2014 Abr.-Jun.; 13(2):150-154 h ttp ://d x.d o i.org /10.1590/jvb.2014.062
Ernesto U m a A ra u jo M e lo , R ainne A n d ré Siqueira e t al.

■ IN T R O D U Ç Ã O
A dissecção espontânea das artérias viscerais é
um evento raro, que acomete a artéria mesentérica
superior, podendo também ocorrer no tronco celíaco,
na artéria esplénica e na artéria mesentérica inferior1.
Apesar de ser rara, a sua incidência pode ter sido
subestimada no passado e, historicamente, tem
sido associada a um pior prognóstico. Embora a
causa exata da dissecção espontânea de uma artéria
visceral ser desconhecida, a hipertensão arterial tem
sido considerada, classicamente, como um fator
predisponente2'5. A dor abdominal é o sintoma mais
comum em pacientes com dissecção espontânea F ig u ra 1. Im a g e m de a n g io to m o g ra fia no p la n o axial
do tronco celíaco, contudo os pacientes podem d e m o n s tr a n d o fa lh a d e e n c h im e n to lin e a r c o m p a tív e l c o m
f l a p d is s e c a tó rio (se ta ) n o tr o n c o celíaco, o q u a l se m o s tra
apresentar sintomas inespecíficos, como perda de
le v e m e n te ectasíado.
peso1,5. 0 aperfeiçoamento contínuo dos métodos de
imagem tem, cada vez mais, facilitado o diagnóstico
dessa lesão, que deve ser considerada no diagnóstico
diferencial de dor abdominal epigástrica1,4. Devido à
raridade dessa condição, o manejo terapêutico ideal
da dissecção do tronco celíaco ainda permanece
controverso1'5. As três possíveis opções de tratamento
disponíveis são o tratamento clínico conservador, a
revascularização cirúrgica e a terapia endovascular1.
O objetivo deste artigo é relatar três casos de
dissecção espontânea do tronco celíaco e realizar
uma revisão da literatura atual.

■ RELATOS DE C A S O S

Caso 1
FGS, sexo masculino, 52 anos, portador de
hipertensão arterial sistémica crónica mal controlada,
apresentou dor epigástrica súbita e intensa com náuseas
iniciando-se havia 24h. Aultrassonografia abdominal
foi normal e o prosseguimento investigativo através F ig u ra 2. A n g io to m o g r a fia com re c o n s tru ç ã o m a x im u m
de angiotomografia demonstrou flap dissecatório no in te n s ity p ro je c tio n n o p la n o sagital d e m o n s tra n d o fa lh a de
e n c h im e n to a lo n g a d a n o in te rio r d o tr o n c o ce lía co ( p o n ta
tronco celíaco (Figura 1). Após o tratamento clínico
d e seta) c o rre s p o n d e n d o a o f l a p d is s e c a tó rio . H á p e q u e n a
do quadro, o paciente foi encaminhado sem sintomas
d ila ta ç ã o c o m p e n s a tó ria à ju s a n te (seta).
para acompanhamento ambulatorial.

C aso 2
SJSS, sexo feminino, 50 anos, era hígida até três
meses antes de apresentar episódio único de dor
C aso 3
súbita pós-prandial na região epigástrica, de forte
MTML, sexo feminino, 48 anos, previamente
intensidade. Após alívio da dor com uso de anti-
hígida, abriu quadro com dor epigástrica súbita e
inflamatório não esteróide e tramadol intravenosos,
foi realizada investigação adicional através de intensa havia 48h. A ultrassonografia abdominal
angiotomografia da aorta tóraco-abdominal, que realizada na emergência foi normal. Devido a
evidenciou compressão extrínseca do tronco celíaco antecedentes de atopia, optou-se por prosseguir a
pelo ligamento arqueado mediano do diafragma, investigação através de angiorressonância, sendo que
ocasionando dissecção traum ática (Figura 2) e esta última revelou a presença deflap dissecatório no
trombose da artéria hepática comum, de aspecto tronco celíaco (Figura 4). Após o tratamento clínico
crónico (Figura 3). A paciente foi encaminhada para dos sintomas iniciais, optou-se por instituir conduta
acompanhamento ambulatorial. conservadora.

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D is s e c ç ã o e s p o n c â n e a d o t r o n c o c e lía c o

A dissecção espontânea de artérias viscerais foi


inicialmente descrita por Baurersfeld em 1947 e é
uma condição extremamente incomum2. A dissecção
espontânea da artéria renal tem sido relatada na
literatura com maior frequência do que a dissecção
da artéria celíaca2. Apenas 55 casos de dissecções
espontâneas de artérias viscerais haviam sido
relatados até 20 073. Desses casos, apenas 11 casos
de dissecção espontânea do tronco celíaco haviam
sido reportados, desde 195 93.
A dissecção espontânea isolada do tronco celíaco
é uma entidade rara. A maioria desses casos foi vista
em pacientes jovens e foram manejados por meio de
cirurgia ou por tratamento conservador. A histologia
F ig u ra 3. A n g io to m o g ra fia c o m re c o n s tru ç ã o volume tem demostrado que a dissecção ocorre entre a
rendering d e m o n s tra n d o o tro n c o ce líaco (*), a a rté ria h e p á tic a camada elástica íntima e a externa, enquanto que,
c o m u m (se ta ) e a in te rru p ç ã o a b ru p ta d o seu flu x o (p o n ta d e na dissecção da aorta, o plano de clivagem é entre a
se ta ) c o m p a tív e l c o m o b s tru ç ã o p o r tro m b o s e pós-dissecção.
primeira e a segunda parte da camada íntima2.
As condições atribuídas como causas de dissecção
arterial são hipertensão arterial, aterosclerose,
trauma, iatrogenia, gravidez, sífilis, poliarterite
nodosa, displasia fibromuscular, degeneração cística
da média (Síndrome de Marfan) e outros distúrbios
congénitos da parede dos vasos (por exemplo, a
Síndrome de Ehlers-Danlos)5,7. Outros eventos
precipitantes podem ser o estiramento mecânico e o
microtrauma causado pelo esforço ou pelo aumento
brusco da pressão intra-abdom inal, como, por
exemplo, espirrar ou levantar. Contudo, na maioria
dos casos, a causa da dissecção espontânea isolada
do tronco celíaco ainda é desconhecida3.
Apesar de rara, a dissecção isolada de artérias
viscerais, historicam ente, tem conferido um
pior prognóstico. A história natural da doença,
F ig u ra 4. Im a g e m d e a n g io rre s s o n â n ic a na p o n d e ra ç ã o T1 até o momento, é imprevisível e o prognóstico
p ó s -c o n tra s te no p la n o c o ro n a l d e m o n s c ra n d o fa lh a de
depende do grau de comprometimento dos ramos
e n c h im e n to lin e a r c o m p a tív e l c o m fla p d is s e c a tó rio (se ta ) n o
subsegmentares. Sinais agudos de hemorragia
tr o n c o celíaco. A a rté ria m e s e n té ric a s u p e rio r ( p o n ta d e seta)
m a n té m -s e p é rv ia e sem sinais d e dissecção.
ou de isquemia hepática são indicativos de mau
prognóstico3.
A m a n ife sta ç ã o c lín ic a i ni ci al é, mais
■ DISCUSSÃO frequentemente, uma dor abdominal súbita na
Dissecção arterial é definida como uma separação região epigástrica3. O diagnóstico clínico é difícil,
da parede arterial por um hematoma intramural entre visto que os sintomas são relativamente inespecíficos
as duas camadas elásticas'-5-6. A dissecção arterial e superponíveis a outras condições; portanto, é
espontânea é mais comum em homens (na proporção necessário um elevado grau de suspeição clínica. A
de cinco homens para uma mulher), com a média tríade composta por dor epigástrica súbita, perda de
de idade dos pacientes sendo aproximadamente peso e sopro sistólico epigástrico tem sido apontada
de 55 anos3. A dissecção arterial é dita isolada por alguns autores como patognomônica dessa
quando ocorre sem dissecção aórtica associada e condição clínica4-6.
tem sido evidenciada, mais frequentemente, em Apesar da descrição de que a maioria dos pacientes
artérias renais e carótidas, porém muito raramente apresenta dor abdominal, existe frequentemente uma
em artérias viscerais4-5. As dissecções extra-aórticas discrepância entre os sintomas relatados e os sinais
mais comuns, em ordem decrescente de frequência, detectados no exame físico, sendo os primeiros mais
são: artéria renal, artéria coronária, artéria cerebral, intensos do que os últimos. A dissecção crónica da
artéria carótida, artéria vertebral e artérias viscerais5. artéria celíaca pode se manifestar com sintomas

1 52 J V a se Bras. 2 0 1 4 A b r.-J u n .; 1 3 (2 ):1 5 0 -1 5 4


Ernesto Lima A raujo Melo, Rainne A ndré Siqueira et al.

de dor abdominal pós-prandial e perda de peso2. A na angiotom ografia como falha de enchim ento
dissecção do tronco celíaco também pode manifestar- linear com patível com lâm ina de dissecção12. A
se em situações raras, como icterícia obstrutiva ou densificação dos planos adiposos em tomo do tronco
pancreatite1'3. celíaco também é outro achado tomográfico que pode
Devido à inespecificidade dos sintomas e sinais ser visto em casos de dissecção espontânea. Esse
clínicos, além da necessidade de confirmar a hipótese achado pode ser preditivo da predisposição para a
de d issecção , av aliar sua extensão ou m esm o extensão da dissecção para os vasos adjacentes3.
detectar outras situações patológicas, o diagnóstico O tratamento ideal da dissecção da artéria celíaca
geralmente é estabelecido por exames de imagem. ainda permanece controverso, devido à raridade dessa
Embora, tradicionalmente, a angiografia invasiva seja condição, além de depender do estado hemodinâmico
considerada o exame padrão-ouro para o diagnóstico, do paciente, dos vasos comprometidos, da resposta
recentemente a tomografia computadorizada (TC) ao tratamento conservador e do desenvolvimento
tem ganhado cada vez mais importância3'4’8'9. Com de complicações5. Várias complicações vasculares
os avanços dos aparelhos de TC e das técnicas de têm sido descritas, como a propagação da dissecção
obtenção das imagens, permitindo que reconstruções para os vasos adjacentes, causando infartos viscerais,
bi e tridimensionais de alta qualidade sejam criadas, além do desenvolvimento de aneurismas. O motivo
a TC, com administração de contraste através de da formação desses aneurismas ainda não está claro,
bomba injetora, ou angiotomografia, tem se tomado mas pode representar uma predisposição genética
um a das m o d alid ad es d iag n ó sticas m ais úteis individual para o enfraquecimento da parede arterial,
para avaliar dissecções de artérias viscerais e para a ruptura vascular e a isquemia mesentérica3.
fornecer detalhes sobre o curso da dissecção e a sua C aso o paciente esteja hem odinam icam ente
extensão para ramos do sistema arterial4’5'8. Além estável, a conduta conservadora tem sido empregada.
disso, os exam es de angiotom ografia perm item Os objetivos do tratam ento clínico conservador
realizar comparações de seguimento e mensurações
incluem não som ente prevenir a progressão da
da extensão da doença, com grande reprodutibilidade
dissecção através do controle da pressão arterial, mas
e acurácia5'8. Vários estudos sugeriram que o exame
também evitar as complicações tromboembólicas por
de an g io to m o g rafia é um a a lte rn a tiv a p recisa
meio do uso de anticoagulantes3,4,8. Portanto, a terapia
e m enos invasiva do que a angiografia p ara o
com agentes anticoagulantes ou antiplaquetários por 3
diagnóstico e acompanhamento seriado das imagens
a 6 meses com um índice Internacional Normalizado
de dissecção arterial5’8’10. Corroborando com isso,
(INR) alvo de 2.0-3.0, associada ao rigoroso controle
recentes pesquisas têm mostrado que o diagnóstico
da pressão arterial5,7, tem sido recomendada para
e o acom panham ento por angiotom ografia têm
a prevenção de complicações tromboembólicas. A
um a dim inuição significativa na m orbidade, em
administração imediata de um anticoagulante após
com paração com a an g io g rafia3’4’8’10. A ssim , a
o diagnóstico induz a cicatrização da dissecção
angiotomografia é considerada atualmente o principal
com a dissolução do hem atom a m ural e previne
exame de imagem para o diagnóstico de dissecção
com plicações trom boem bólicas5,8. A lém disso,
do tronco celíaco, em bora a angiorressonância,
a ultrassonografia com D oppler e a angiografia terapia antiplaquetária secundária é recomendada
convencional também possam ser usadas2,10. em pacientes com lesões estenóticas para prevenir
A d is s e c ç ã o do tro n c o c e lía c o p o d e ser trombose2. O tratamento conservador também pode
acom panhada p ela form ação de um aneurism a incluir drogas anti-hipertensivas, anti-inflamatórias
arterial3,5’9. Os achados diagnósticos de imagem na e corticosteroides, além dos anticoagulantes2,3.
angiotomografia, de acordo com Kim et al., incluem A intervenção cirúrgica ou endovascular deve
uma delaminação intimai, que é patognomônica, ou ser considerada nas seguintes situações: quando o
um trombo excêntrico mural no lúmen arterial, o que paciente está hemodinamicamente instável ou tem
deve aumentar a suspeita de dissecção2-11. Devido dor abdom inal persistente, quando o tratam ento
ao fato de que a delaminação intimai nem sempre médico conservador falha no controle da pressão
é visível, a visualização do trombo mural pode ser arterial e quando a dissecção está progredindo2,3’7.
a única pista para a presença de dissecção2’3’5,11. Isso pode ser avaliado pelo acompanhamento seriado
Nessas circunstâncias, um diagnóstico equivocado por métodos de imagem, porém, até o momento,
de dissecção como um a oclusão tromboembólica não há consenso estabelecido da frequência com
po d e le v a r a u m a tro m b ó lis e fa rm a c o ló g ic a a qual tais exam es devem ser realizados2. Se a
desnecessária2’3,5’11. Silvestre et al. demonstraram angiotomografia mostrar extravasamento ativo do
um caso com ocorrência simultânea de aneurisma e contraste no tronco celíaco, o tratamento de escolha
dissecção do tronco celíaco, esta última identificada é a laparotomia de urgência3’4,8. Infelizmente, mesmo

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Dissecção espontânea d o tro n co celíaco

com o manejo cirúrgico imediato, aqueles com 4. Ash urst J, M yers P, Evans E. Spontaneous Celiac A rte ry Dissection:
hemorragia ativa têm mortalidade estimada em 50%4. A Rare cause o f A b d o m in a l Pain. In: Foundation o f O ste opathic
Emergency M e dicine C o m p e titio n . Las Vegas, O ct, 2011.
O tratamento cirúrgico da dissecção do tronco
5. LiaoCY, Chen CB, HsiaCH, LivCK, Yang AD. Isolated Spontaneous
celíaco é realizado para prevenir complicações
Dissection o fth e Celiac A rte ry w ith A neurysm Form ation. J Radio
agudas, como a ruptura de aneurisma e a isquemia Sci. 2012;37:159-62.
mesentérica, ou para prevenir complicações crónicas, 6. C haillou P, M oussu P, Noel SF, et al. S pontaneous dissection o f
como a estenose. As opções de tratamento cirúrgico th e celiac artery. A n n Vase Chir. 1997;11:413-5. h ttp ://d x .d o i.
incluem a ressecção do segmento dissecado com org/10 .100 7/sl 00169900070

anastomose ou a criação de um bypass. Além disso, 7. F e n o g lio L, A llio n e A , S c a la b rin o E, e t al. S p o n ta n e o u s


d is s e c tio n o f th e c e lia c a r te ry : a p itfa ll in th e d ia g n o s is
a cirurgia permite realizar a biópsia da artéria
o f a c u te a b d o m in a l p a in . P re s e n ta tio n o f tw o cases. D ig
dissecada, que pode ser necessária para excluir D is Sci. 2 0 0 4 ;4 9 :1 2 2 3 -7 . P M id :1 5 3 8 7 3 5 0 . h t t p : / / d x . d o i .
vasculite como a causa da dissecção210. org/10.1023/B:DDAS.0000037816.57229.6f
O tratamento endovascular da dissecção do 8. P o y lin V, H ile C, C a m p b e ll D. M e d ic a l m a n a g e m e n t o f
tronco celíaco tem sido raramente relatado, porém a s p o n ta n e o u s ce liac a r te ry d is s e c tio n : A case re p o r t a n d a
review o f th e literature. Vase Endovascular Surg. 2008;42:62-4.
colocação de stent endovascular tem sido reportada
PM id:18238870. http://dx.doi.O rg/10.1177/1538574407305462
em casos de dissecção espontânea da artéria
9. M a tsuo R, O h ta Y, Ohya Y, et al. Isolated dissection o f th e celiac
mesentérica superior2. a rte ry -a case re p o rt. A ngiology. 2000;51:603-7. P M id:10917586.
Devido à escassez de relatos na literatura, não http://dx.doi.O rg/10.1177/000331970005100710
dispomos de dados consistentes até o momento, 10. C le h e n O, Feugier P, A le k s ic Y, D e la n n o y P, C h e v a lie r JM.
avaliando os resultados em longo prazo dos pacientes S pontaneous dissectio n o f th e celiac artery. A n n Vase Surg.
2001;15:687-92. P M id :1 1769152. h ttp ://d x .d o i.o rg /1 0 .1 0 0 7 /
tratados cirurgicamente em comparação com aqueles S10016-001-0012-0
submetidos ao tratamento médico conservador4.
11. K im JEH, Roh BS, Lee YH, C hoi SS, So BJ. Isolated spontaneous
d isse ctio n o f th e s u p e rio r m e se n te ric a rte ry : p e rc u ta n e o u s
■ CONCLUSÃO s ten t placem ent in tw o patients. Korean J Radiol. 2004;5:134-8.
P M id:15235239. http://dx.doi.O rg/10.3348/kjr.2004.5.2.134
A dissecção espontânea do tronco celíaco é
12. Silvestre JMS, Sardinha WE, Piazzalunga M , Fernandes B, M o tta
uma hipótese que, apesar de incomum, deve ser
F, Silvestre GS. Dissecção isolada d o tro n c o celíaco: re la to de
incluída no diagnóstico diferencial de pacientes caso. J Vasc Bras. 2010;9:152-5. h ttp ://d x .d o i.o rg /1 0 .1 5 9 0 /
com dor abdominal epigástrica aguda. Avanços S1677-54492010000300010

na aparelhagem e na técnica têm feito com que


a angiotomografia tenha se tornado o exame de
imagem de escolha para confirmar o diagnóstico Correspondência
de dissecção, realizar seu acompanhamento e Ernesto Lima A raújo M elo
Universidade Estadual d o Ceará - UECE
planejar intervenção. Uma falha de enchimento Centro de Ciências da Saúde
linear na luz do vaso avaliado pode traduzir um Curso de M edicina
sinal direto de dissecção, porém sinais indiretos Av. Paranjana, 1700 - Campus do Itaperi
CEP 60740-000 - Fortaleza (CE), Brasil
também devem ser pesquisados. O tratamento E-mail: ernesto.melo@uece.br
ideal ainda não está bem estabelecido, mas pode
Inform ações sobre os autores
incluir abordagem conservadora, a intervenção ELAM é professor ad ju nto da disciplina de Diagnóstico p o r Imagem
cirúrgica ou endovascular. A obtenção de dados d o Curso de M edicina da Universidade Estadual do Ceará (UECE),

pela angiotomografia pode contribuir com subsídios d o u to r em radiologia pela Universidade de São Paulo (USP), m édico
radiologista d o Centro de Imagens d o Hospital Geral César Cais
adicionais para que o cirurgião estabeleça a conduta (HGCC) e da Clínica Boghos Boyadjian.
terapêutica. RAS e FTMP são graduandos do Curso de M edicina da Universidade
Estadual d o Ceará (UECE).

■ REFERÊNCIAS C ontribuiçõ es dos autores


1. G ala stri FL, Nasser F, A ffo n s o BB, A m o rim JE, Travassos FB. Concepção e desenho do estudo: ELAM, RAS, FTMP

D issecção e s p o n tâ n e a d o tr o n c o ce lía co : Q u a l a m e lh o r Análise e interpretação dos dados: ELAM, RAS, FTMP


abordagem terapêutica? J Vase Bras. 2013;12:68-74. h ttp ://d x .d o i. Coleta de dados: ELAM
org/10.1590/S1677-544920130001 00014 Redação do artigo: ELAM, RAS, FTMP
Revisão crítica do texto: ELAM, RAS, FTMP
2. V a id y a S, D ig h e M . S p o n ta n e o u s c e lia c a rte ry d is s e c tio n
Aprovação final do artigo*: ELAM, RAS, FTMP
a n d its m a n a g e m e n t. J R a d io l Case Rep. 2 0 1 0 ;4 (4 ):3 0 -5 .
Análise estatística: N /A
PMCid:PMC3303389. h ttp://dx.doi.o rg/1 0.39 41 /jrcr.v4i4.408
Responsabilidade geral pelo estudo: ELAM
3. D A m b ro sio N, Friedman B, Siegel D, Katz D, Newatia A, Flines J. Informações sobre financiam ento: Não houve.
Spontaneous isolated dissection o f the celiac artery: CT findings in
ad ults.A JR Am J Roentgenol.2007;188:W 506-11. PMid:17515339. *Todos os autores leram e aprovaram a versão final
http://dx.doi.org/10.2214/AJR .06.0315 subm etida ao J Vasc Bras.

154 J Vasc Bras. 2014 Abr.-Jun.; 13(2):150-154


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