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Higiene Ocupacional

Engenheiro de Segurança do Trabalho Alexandros Leonidas Aravanis

...No mundo tereis aflições, tende bom ânimo, eu venci o mundo...


Conteúdo
1. Introdução aos agentes de risco ................................................................................................ 1
1.2 São caracterizadas as atividades de risco grave e iminente: ............................................... 4
2. Ruído .......................................................................................................................................... 4
2.1 Conceitos do Som................................................................................................................. 4
2.2 Efeitos do Ruído ................................................................................................................... 7
2.3 Anexo I – Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente .............................. 9
2.4 Dose diária de Ruído: ......................................................................................................... 10
3. NHO 01 – Procedimento técnico para avaliação de exposição ocupacional ao ruído contínuo
ou intermitente ............................................................................................................................ 12
3.1 Avaliação NHO 01- Ruído Contínuo ................................................................................... 13
3.2 Utilizando o medidor portado pelo avaliador (Decibelímetro) ......................................... 14
4. Anexo 2 – Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto para NR-15 .................................... 16
5. NHO 01 – Procedimento técnico para avaliação de exposição ocupacional ao ruído de
Impacto ........................................................................................................................................ 17
5.1 Procedimentos de Avaliação Segundo a NHO 01 para ruído de Impacto e contínuo ....... 18
6. Cálculo para o Ruído Contínuo segundo a NR-15 (insalubridade) ........................................... 19
6.1 Cálculo para o Ruído Contínuo segundo a NHO-01 para aposentadoria especial ............ 20
6.3 Utilizando medidor integrador portado pelo avaliador (deve-se calcular o nível médio de
cada ciclo)................................................................................................................................. 21
7. Protetor Auditivo Ideal para Proteção do Trabalhador ........................................................... 23
8. Anexo 3 – Limites de Tolerância para Exposição ao Calor ....................................................... 24
8.2 Medidas de conforto térmico poderá ser ventilação, chillers, ar condicionado e isolação
da fonte de calor. ..................................................................................................................... 31
8.3 Mais equipamentos de Medição ....................................................................................... 31
9. NHO – 06 Avaliação da exposição ocupacional ao calor ......................................................... 32
9.1 Cálculo do IBUTG ................................................................................................................ 33
9.2 Aclimatização ..................................................................................................................... 36
9.3 Vestimentas ....................................................................................................................... 37
9.4 Reconhecimento dos locais e das condições de trabalho ................................................. 37
9.5 Conduta do avaliador baseado na NHO-06 ....................................................................... 38
9.6 Procedimentos de Avaliação baseado na NHO-06 ............................................................ 38
9.7 Medidas Preventivas .......................................................................................................... 40
9.7 Aposentadoria Especial para o Risco Calor ........................................................................ 41
10. Anexo 4 Iluminação (Revogado) ............................................................................................ 41
11. NHO-11 Procedimento técnico para avaliação dos níveis de iluminamento nos locais de
trabalho ........................................................................................................................................ 42
11.1 Anexo 1 da NHO-11 Procedimento para determinação da iluminância média. ............. 44
11.2 Anexo 2 da NHO-11 Aspectos a serem verificados na análise preliminar ...................... 47
12. Anexo -5 Radiações Ionizantes .............................................................................................. 48
12.1 Norma CNEN NN 3.01 Resolução 164/14 DIRETRIZES BÁSICAS DE PROTEÇÃO
RADIOLÓGICA ........................................................................................................................... 48
12.2.1 Limitação de dose individual..................................................................................... 51
12.2.2 Planos de emergência ............................................................................................... 52
12.2.3 Medição da dose para monitoração individual do trabalhador ............................... 52
13. NHO-5 Avaliação da Exposição Ocupacional aos Raios X nos Serviços de Radiologia........... 54
13.1 Procedimentos de Avaliação ............................................................................................ 55
13.2 Medição da Radiação Primária ........................................................................................ 57
13.3 Medição da Radiação Secundária .................................................................................... 58
13.4 Medição da Radiação de Fuga ......................................................................................... 58
13.4 Leituras Realizadas em Modo Taxa de Exposição ............................................................ 59
13.5 Leituras Realizadas em Modo Integrador ........................................................................ 59
13.6 Calculo para radiações primárias e secundárias .............................................................. 60
13.7 Calculo para radiações de fuga ........................................................................................ 60
13.8 Limites de Tolerância ....................................................................................................... 61
13.9 Insalubridade para radiações Ionizantes ou Periculosidade?.......................................... 61
13.10 Aposentadoria Especial para Radiações Ionizantes ....................................................... 61
14. Anexo 6 –................................................................................................................................ 61
14.1 Trabalho sob condições Hiperbáricas .............................................................................. 61
14.2 Trabalho sob condições hiperbáricas (trabalhos Submersos) ......................................... 66
14.3 Aposentadoria Especial para pressões hiperbáricas ....................................................... 67
15. Anexo 7- Radiações não ionizantes........................................................................................ 68
15.1 Ocorrência e Fontes de Radiação Ultravioleta ................................................................ 69
15.1.2 Insalubridade para fontes de radiação ultravioleta.................................................. 72
15.2 Laser ................................................................................................................................. 72
15.2.1 Insalubridade para fontes de laser ........................................................................... 74
15.3 Infravermelho .................................................................................................................. 74
15.4 Micro-ondas ..................................................................................................................... 74
15.4.1 Insalubridade para fontes de Micro-ondas............................................................... 75
15.5 Aposentadoria Especial para Radiações não Ionizantes .................................................. 75
16. Anexo 8- Vibração .................................................................................................................. 75
16.1 NHO-10 Avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços ................ 77
16.1.1Conceitos.................................................................................................................... 77
16.1.2 Abordagem dos locais e das condições de trabalho ................................................. 80
16.1.3 Análise preliminar da exposição ............................................................................... 80
16.1.4 Avaliação quantitativa da exposição......................................................................... 81
16.1.5 Obtenção de arepi , Ti , ni ......................................................................................... 83
16.1.6 Calibração dos equipamentos................................................................................... 85
16.1.7 Antes de iniciar a medição ........................................................................................ 85
16.1.8 Procedimentos Específicos em atividades que utilizam ferramentas percussivas ou
rotopercussivas .................................................................................................................... 86
16.1.9 Exemplo de aplicação da norma ............................................................................... 86
16.1.10 Medidas Preventivas ............................................................................................... 89
16.1.11 Medidas corretivas.................................................................................................. 89
16.2 Aposentadoria Especial para Vibrações de Mãos e Braços ............................................. 90
16.3 NHO-9 Avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro ...................... 90
16.4 Procedimentos de avaliação ............................................................................................ 93
16.5 Avaliação Preliminar ........................................................................................................ 93
16.6 Procedimento de Avaliação Quantitativo ........................................................................ 94
16.8 Medidores de Vibração .................................................................................................... 96
16.9 Exemplo de aplicação da norma ...................................................................................... 97
16.10 Medidas preventivas .................................................................................................... 105
16.11 Medidas Corretivas ...................................................................................................... 105
16.12 Alternativa para avaliação da vibração ........................................................................ 106
16.13 Aposentadoria Especial para Vibrações de Corpo Inteiro ........................................... 106
17. Anexo -9 Frio ........................................................................................................................ 106
17.1 Aposentadoria Especial .................................................................................................. 108
18. Anexo 10 - Umidade ............................................................................................................. 108
18.1 Aposentadoria especial .................................................................................................. 109
19. Anexo 11 - AGENTES QUÍMICOS CUJA INSALUBRIDADE É CARACTERIZADA NO LOCAL DE
TRABALHO .................................................................................................................................. 109
19.1 Avaliação ........................................................................................................................ 111
20. NHO-03 Análise Gravimétrica de Aerodispersóides Sólidos Coletados sobre Filtro de
Membrana.................................................................................................................................. 112
20.1 Materiais ........................................................................................................................ 113
20.2 Procedimentos de Laboratórios ..................................................................................... 114
20.3 Procedimentos de Avaliação .......................................................................................... 114
20.4 Pesagem dos filtros antes da coleta: ............................................................................. 115
20.5 Resultados ...................................................................................................................... 116
21. NHO-07 Calibração de Bombas de Amostragem Individual pelo Método de Bolha de Sabão
.................................................................................................................................................... 118
21.1 Materiais ........................................................................................................................ 120
21.2 Procedimentos de Calibração ........................................................................................ 122
21.3 Calibradores Eletrônicos ................................................................................................ 124
22. NHO 08 Coleta de Material Particulado Sólido Suspenso no Ar de Ambientes de Trabalho
.................................................................................................................................................... 125
22.1 Procedimentos ............................................................................................................... 126
22.2 Na análise de risco: ........................................................................................................ 127
22.4 Planejar a Coleta ............................................................................................................ 128
22.5 Tempo de Coleta ............................................................................................................ 129
22.6 Seleção do Filtro de Membrana ..................................................................................... 130
22.7 Separador de Particulas ................................................................................................. 131
22.8 Bomba de Amostragem: ................................................................................................ 132
22.9 Calculos .......................................................................................................................... 133
23. NHO-04 Método de Ensaio: Método de Coleta e a Análise de Fibras Em Locais de Trabalho
.................................................................................................................................................... 134
23.1 Interferências ................................................................................................................. 136
23.2 Cálculo do tempo recomendado para coleta de amostras, para o atendimento da faixa
desejável de densidade de fibras sobre o filtro ..................................................................... 136
23.3 Montagem dos Porta-filtros........................................................................................... 137
23.4 PROCEDIMENTO DE COLETA .......................................................................................... 138
23.5 Transporte das Amostras ............................................................................................... 139
23.6 Resultados ...................................................................................................................... 140
24. NHO-02 Análise qualitativa da fração volátil (Vapores Orgânicos) em colas, tintas e vernizes
por Cromatografia Gasosa/Detector de Ionização de Chama ................................................... 140
24.1 Coleta no Local de Trabalho ........................................................................................... 140
25. Valores de Referência para ACGIH....................................................................................... 142
25.1 Valor de Referência para Ambientes de Trabalho (VRAT) ............................................. 142
25.2 Misturas – efeito combinado ou aditivo Conforme orientação da ACGIH (2012)......... 143
25.3 Carcinogênicos ............................................................................................................... 143
26. Outros Instrumentos utilizados para medições e controle nos ambientes de trabalho. .... 145
26.1 Tubos Colorimétricos ..................................................................................................... 145
26.2 Tubo de Carvão Ativado ou sílica gel ............................................................................. 146
26.3 Monitores Passivos ........................................................................................................ 147
27. Aposentadoria Especial para os agentes Químicos do Anexo 11 e 13 ................................ 148
28. Anexo 12 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA POEIRAS MINERAIS (insalubridade de grau
máximo) ..................................................................................................................................... 149
28.1 Asbestos ......................................................................................................................... 149
28.1.1 Aposentadoria Especial ........................................................................................... 152
28.2 Manganês e seus Compostos ......................................................................................... 152
28.2.1 Aposentadoria Especial ........................................................................................... 153
28.3 Sílica Livre Cristalizada ................................................................................................... 153
28.3.1 Aposentadoria Especial ............................................................................................... 155
29. Anexo -13 Agentes Químicos ............................................................................................... 155
29.1 Arsênico.......................................................................................................................... 155
29.2 Carvão ............................................................................................................................ 156
29.3 Chumbo .......................................................................................................................... 156
29.4 Cromo ............................................................................................................................. 156
29.5 Fósforo ........................................................................................................................... 157
29.6 Hidrocarbonetos e outros compostos de carbono ........................................................ 157
29.7 Mercúrio ......................................................................................................................... 157
29.8 Silicatos .......................................................................................................................... 157
29.10 Substâncias Cancerígenas ............................................................................................ 158
29.11 Operações Diversas ...................................................................................................... 158
29.11 Aposentadoria Especial ................................................................................................ 159
30. Anexo 13 – A Benzeno (Grau Máximo) ................................................................................ 159
30.1 Responsabilidades .......................................................................................................... 160
30.2 Programa de Prevenção a Exposição Ocupacional ao Benzeno - PPEOB ...................... 160
30.3 Avaliação ........................................................................................................................ 162
30.4 Sinalização das Áreas ..................................................................................................... 164
30.5 Procedimentos de Emergência ...................................................................................... 164
30.6 Aposentadoria Especial .................................................................................................. 164
31. Anexo 14 – Agentes Biológicos ............................................................................................ 165
31.1 Insalubridade de grau máximo Trabalho ou operações, em contato permanente com
agente biológico: .................................................................................................................... 165
31.2 Insalubridade de grau médio Trabalhos e operações em contato permanente com
pacientes, animais ou com material infecto-contagiante, em: ............................................. 165
32. Disposições Gerais ............................................................................................................... 166
32.1 Ementa: adicional de insalubridade. exposição intermitente. súmula 47 do TST ......... 166
33. Atividades que envolvem adicional de periculosidade no ambiente de trabalho .............. 166
33.1 Introdução ...................................................................................................................... 167
33.2 Anexos - 1 Atividades e Operações Perigosas com Explosivos ...................................... 168
33.2.1 Aposentadoria Especial para Explosivos ................................................................. 170
33.3 Anexos – 2 Atividades com Operações Perigosas com Inflamáveis .............................. 170
33.3.1 Aposentadoria Especial ........................................................................................... 173
33.4 Anexo 3 – Atividades e Operações Perigosas com Exposição a Roubos ou Outras
Espécies de Violência Física nas Atividades Profissionais de Segurança Pessoal ou Patrimonial
................................................................................................................................................ 173
33.4.1 Aposentadoria Especial ........................................................................................... 174
33.5 Anexo 4 – Atividades e Operações Perigosas com Energia Elétrica .............................. 174
33.5.1 Aposentadoria Especial ........................................................................................... 175
33.6 Anexo 5 – Atividades Perigosas em Motocicletas ......................................................... 176
33.6.1 Aposentadoria Especial ........................................................................................... 176
33.7 Anexo * – Radiações Ionizantes ..................................................................................... 176
33.7.1 Aposentadoria Especial ........................................................................................... 177
34. NR-6 Equipamentos de proteção individual para atividades de risco ................................. 178
34.1 Introdução ...................................................................................................................... 178
34.2 Dados do EPI .................................................................................................................. 179
34.3 Obrigações do Empregador ........................................................................................... 179
34.4 Obrigações do Empregado ............................................................................................. 180
34.5 Obrigações do fabricante e importador ........................................................................ 180
34.6 Obrigações do Órgão nacional ....................................................................................... 180
34.7 Obrigações do órgão Regional ....................................................................................... 181
34.8 CA Certificado de Aprovação ......................................................................................... 181
34.9 Anexo 1 .......................................................................................................................... 181
35. NR-25 Resíduo Industriais .................................................................................................... 194
36. Proteções Coletivas .............................................................................................................. 196
36.1 Ruído .............................................................................................................................. 196
36.2 Calor ............................................................................................................................... 197
36.3 Radiações Ionizantes ...................................................................................................... 199
36.4 Radiações não ionizantes ............................................................................................... 199
36.5 Vibração ......................................................................................................................... 200
36.7 Agentes Químicos .......................................................................................................... 200
37. Reconhecimento e Análise de Riscos ................................................................................... 201
37.1 Outras técnicas de Identificação de Riscos .................................................................... 204
37.1.1 Mapa de Riscos ....................................................................................................... 204
37.1.2 Diagrama de Pareto ................................................................................................ 205
37.1.3 Fluxogramas ............................................................................................................ 206
37.2 Técnicas para Análise de Risco....................................................................................... 207
37.2.1 Analise Preliminar de Riscos ................................................................................... 207
37.2.2 Análise de Modos de Falha e Efeito (AMFE) ........................................................... 208
37.2.3 Técnica de Incidentes Críticos (TIC) ........................................................................ 210
37.2.4 Analise de Arvore de Falhas (AAF) .......................................................................... 210
37.2.5 Estudo de Identificação de Perigos e Operacionalidade (HAZOP).......................... 212
37.2.6 Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa) ................................................................... 214
37.2.7 Diagrama de Árvore ................................................................................................ 216
37.2.8 Análise de Matriz das Interações ............................................................................ 217
38. Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho ....................................................... 218
38.1 LTCAT: Temporalidade ................................................................................................... 219
38.2 LTCAT coletivo ou individual .......................................................................................... 219
38.3 LTCAT documentos aceitos ............................................................................................ 220
38.4 LTCAT ruído .................................................................................................................... 220
38.5 LTCAT os agentes nocivos .............................................................................................. 220
38.6 LTCAT para agentes cancerígenos ................................................................................. 228
38.7 Recolhimento da FAE ..................................................................................................... 229
38.8 LTCAT modelo ................................................................................................................ 229
39. Perfil Profissional Previdenciário PPP .................................................................................. 232
39.1 Modelo de PPP ............................................................................................................... 233
40. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA .......................................................... 234
40.1 Nova NR-9 AGENTES AMBIENTAIS ................................................................................. 234
40.1.1 Objetivo ....................................................................................................................... 234
40.1.2 Campo de Aplicação .................................................................................................... 234
40.1.3 Identificação e Avaliação da Exposição aos Agentes Ambientais ............................... 234
40.1.4 Avaliação das Exposições aos Agentes Ambientais .................................................... 235
40.1.5 Medidas de Prevenção e Controle das Exposições..................................................... 236
40.2 NR-9 Antiga Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA ................................ 238
40.2.1 Abrangência ................................................................................................................ 238
40.2.2 Da estrutura do PPRA.................................................................................................. 239
40.2.3 Do desenvolvimento do PPRA. ................................................................................... 240
40.2.3.1 Antecipação ......................................................................................................... 241
40.2.3.2 Reconhecimento .................................................................................................. 241
40.2.3.3 Avaliação Quantitativa ......................................................................................... 241
40.2.3.4 Medidas de Controle............................................................................................ 242
40.2.3.5 Do monitoramento .............................................................................................. 244
40.2.3.6 Do registro de dados. ........................................................................................... 244
40.2.4 Das responsabilidades. ............................................................................................... 244
40.2.5 Anexo 1: Avaliação da Vibração .................................................................................. 245
40.2.6 Anexo 2 Exposição ocupacional ao benzeno em postos revendedores de combustíveis
................................................................................................................................................ 245
40.2.6.1 Responsabilidades................................................................................................ 245
40.2.6.2 Dos Direitos dos Trabalhadores ........................................................................... 246
40.2.6.3 Da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA .................................... 246
40.2.6.4 Da Capacitação dos Trabalhadores ...................................................................... 246
40.2.6.5 Do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO .................. 246
40.2.6.6 Da Avaliação Ambiental ....................................................................................... 247
40.2.6.7 Ambiente de Trabalho ......................................................................................... 247
41. PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL ............................................ 249
41.1 Objetivo .......................................................................................................................... 249
41.2 CAMPO DE APLICAÇÃO .................................................................................................. 249
41.3 Diretrizes ........................................................................................................................ 249
41.4 das Responsabilidades ................................................................................................... 250
41.4.1 Compete ao empregador: ....................................................................................... 250
41.4.2 Compete ao médico ................................................................................................ 251
41.4.3 Os exames ............................................................................................................... 251
41.5 Prontuário médico ......................................................................................................... 256
41.6 Planejamento e relatório analítico do PCMSO .............................................................. 257
42. Substâncias Ototóxicas ........................................................................................................ 261
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Higiene Ocupacional

AGENTES DE RISCO AMBIENTAIS


Agentes Químicos, físicos e biológicos e a NR-15

1. Introdução aos agentes de risco


Insalubridade: Palavra de origem latina (insalubris) que significa “o que faz mal a saúde”
diferente de periculosidade que expõe a vida ao risco, a insalubridade expõe a saúde ao risco.
A NR 15 identifica quais atividades são consideradas de risco com base na análise de
determinados agentes físicos, químicos e biológicos; essas análises podem ser quantitativas ou
qualitativas. Agentes Ergonômicos serão discutidos na NR-17 com base na análise de risco com foco
na ergonomia.
Análise qualitativa faz referência à identificação da existência do agente insalubre e como se
dará os níveis de exposição em relação aos agentes, já a análise quantitativa é utilizada técnicas
instrumentais para detecção e mensuração do agente insalubre, sendo, muitas vezes, estabelecido um
limite de tolerância que pode ser com base na concentração, agentes químicos, ou intensidade de
agentes físicos e biológicos. Após a análise dos agentes químicos, físicos e biológicos; as medidas de
controle devem ser implementadas conforme estabelece a NR-9 no PPRA. Deve ser utilizado técnicas
de identificação e análise de risco para implementação das medidas de controle estabelecidas na NR-9.
Os agentes ambientais que devem ser identificados na NR9 (PPRA) e apresentam os limites de
tolerância na NR-15 para caracterização de insalubridade e pode ser caracterizada a aposentadoria
especial de alguns desses agentes com base nesses limites.

Insalubridade pode ser comprovada por laudo de engenheiro de segurança do trabalho ou


médico do trabalho no laudo técnico das condições ambientais (LTCAT) e compete autoridade regional
em matéria de segurança do trabalho fixar o adicional de insalubridade. A eliminação de insalubridade
só será caracterizada pela perícia do órgão competente em matéria de segurança do trabalho.
2

PS: O foco do LTCAT é previdenciário. Por isso é definir se a atividade enseja o


financiamento da aposentadoria especial.
A norma NR-15 é baseada na ACGIH que é uma instituição privada científica que avalia
todos os anos os limites de exposição aos agentes físicos, químicos e biológicos. No entanto, a NR 15
não tem sofrido as atualizações que se comprometeu a sofrer durante sua criação. Sendo necessário
profissionais da área buscar a ACGIH para realizar um controle de risco qualificado de higiene
ocupacional.
Para insalubridade, em algumas atividades, são necessárias as inspeções e avaliações com
laudo no local de trabalho. O caso de radiações não ionizantes, vibração, Frio e Umidade. (Anexo 7, 8, 9
e 10).
A vibração, agente físico com limite de tolerância de intensidade, requer visita técnica e
laudo, porém com necessidade de análise quantitativa, assim como outros agentes acima dos limites de
tolerância que estão nos anexos: Ruído, ruído de impacto, Calor, radiações ionizantes e alguns agentes
químicos. (Anexos 1, 2, 3, 5, 11 e 12).
Agentes que a atividade estabelece insalubridade: hiperbáricas, agentes químicos do anexo
13 e agentes biológicos. (Análise qualitativa: anexos 6, 13 e 14).
Limite de tolerância é estabelecido para aqueles agentes de análise quantitativa cujo qual é
estabelecido um valor mínimo para não caracterização da insalubridade, ou seja, um valor limite de
exposição a determinado agente. Podem ser avaliações de curto prazo de exposição para alguns agentes,
e para outros de longo prazo.
A figura abaixo apresenta os graus de insalubridade para os agentes dos anexos desta norma:

Outras considerações:

 É proibido o trabalho em condições insalubres para menores de 18 anos Art. 7 da CF e Art.


405 da CLT.

 É proibida a condição de trabalho noturno e perigoso também aos menores de 18 anos.


3

 Exercício simultâneo de atividades insalubres será considerado a atividade com agente de


exposição de maior grau de risco para o acréscimo salarial, sendo vedada a acumulação de adicionais
em função de outro agente de menor grau.

 Periculosidade e insalubridade também não se acumulam, trabalhador terá que escolher qual
benefício receberá.

Ex: Trabalhador exposto a agente biológico de grau máximo 40% e a umidade 20% O Salário desse
trabalhador será de 1000 reais.
No final ele receberá 1000 + 40%X 968 (salário mínimo) que é igual a 1387 reais. Os 20% não entram
na base do calculo.

Obs:
Medidas de controle estão acima no grau de hierarquia, as medidas administrativas aparecem em
seguida e por fim os EPIs. Medidas de controle e medidas administrativas são de caráter coletivo EPC.

Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador,


comprovada a insalubridade por laudo técnico de engenheiro de segurança do trabalho ou médico do
trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à insalubridade
quando impraticável sua eliminação ou neutralização. A eliminação ou neutralização da
insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial por órgão competente, que comprove a
inexistência de risco à saúde do trabalhador.

➢ Atenção
4

É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem


ao Ministério do Trabalho, através das DRTs, a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste,
com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar atividade insalubre. Isso não prejudica a ação
fiscalizadora do MTb nem a realização ex-officio da perícia, quando solicitado pela Justiça, nas
localidades onde não houver perito.

1.2 São caracterizadas as atividades de risco grave e iminente:


1. Ruído contínuo ou intermitente superior a 115db sem a devida proteção

2. Ruído de impacto superior a 140db (Linear) medidos no circuito de resposta impacto sem a
devida proteção

3. Ruído de Impacto superior a 130db (C) medidos no circuito de resposta FAST

4. Trabalho sobre condições hiperbáricas que não segue qualquer uma das diretrizes legais
estabelecidos nesta norma.

5. Ambientes nos quais a presença de asfixiantes simples e concentração de oxigênio abaixo de


18% em volume.

6. Situação nas quais o valor de concentração ultrapassa aquele valor máximo estabelecido na
norma.

7. Atividades com processos químicos carcinogênicos não hermetizados.

2. Ruído
Presente no Anexo 1 e 2 da norma.

É um dos principais agentes físicos presentes nas atividades econômicas em que pese notória
subnotificação de casos de doenças ocupacionais. Os efeitos dependem do tempo de exposição e a
intensidade sonora assim como a suscetibilidade individual de cada pessoa. Alguns trabalhadores podem
ser afetados por ruídos abaixo do limite de tolerância estabelecido em norma, por isso a necessidade dos
exames audiométricos do PCMSO e implementação de programa de conservação auditiva (PCA) onde
são estabelecidas as medidas de avaliação e controle dos agentes de ruído, assim como a avaliação dos
resultados dos exames médicos para verificar se as medidas de controle estão surtindo o efeito esperado.
A perda auditiva induzida por ruído pode ser de forma gradual e também irreversível.

2.1 Conceitos do Som


O Som é uma onda longitudinal tridimensional provocada por uma variação da pressão
atmosférica muito rápida, capaz de sensibilizar os ouvidos. Para estimular os ouvidos apenas as
frequências de 20Hz e 20000Hz. Inferiores a 20Hz é infrassom e superiores a 20000Hz é ultrassom. O
ruído é a percepção subjetiva desagradável do som, músicas agradáveis que as pessoas sentem prazer
em escutar a partir de um conceito mais abrangente não devem ser consideradas ruído.
5

Como o ouvido humano pode detectar uma gama muito grande de pressão sonora, que vai de
20 μPa até 200 Pa (Pa = Pascal), seria totalmente inviável a construção de instrumentos para a medição
da pressão sonora. Para contornar esse problema, utiliza-se uma escala logarítmica de relação de
grandezas, o decibel (dB). O decibel não é uma unidade, e sim uma relação adimensional definida pela
seguinte equação:

 L=20xlog(P/P0)

 L = nível de pressão sonora (dB)

 Po = pressão sonora de referência, por convenção, 20 μPa

 P= Pressão sonora encontrada no ambiente (Pa)

Moral da história: 5db + 5db não é 10db, pois não é linear a escala logarítmica. A seguir, é
apresentada uma ilustração comparativa entre situações práticas de ruído e seus níveis.
6

Sendo o ruído energia, pode-se estabelecer uma avaliação a partir desse conceito.

Matematicamente podemos escrever:


7

 NIS = 10 x log10 (I/I0)

Onde:

• I é a intensidade física absoluta do som;


• I0 é a intensidade do som correspondente ao limiar da percepção (I0 = 10-16 w/cm2)

 ou NIS = 20 x log10 (P/P0)

Para realizar a soma de dois níveis sonoros em dB, pode-se utilizar o nomograma abaixo:

Para utilizá-lo, encontre a diferença entre os dois na escala superior e leia o valor
correspondente na escala inferior. Este deverá ser adicionado ao maior valor dos dois valores
considerados para se obter o valor resultante. Observe que, qualquer que seja o nível, o máximo
acréscimo será de 3 dB, que ocorre quando os dois valores são iguais.

Exemplo: 20dB + 20dB = 23dB (20-20=0 e 0=3)

2.2 Efeitos do Ruído


• Dificuldade de concentração e distração;
• Irritação pela superposição de sons de diferentes origens;
• Alterações nas relações interpessoais;
• Baixos níveis de motivação;
• Dificuldade de comunicação oral;
• Tensão e nervosismo;
• Perda da audição;
• Fora do ambiente de trabalho, o ruído interfere em atividades como o sono, conversação,
relaxamento, concentração, que causam impacto psicológico, podendo prejudicar a saúde mental.

Abaixo alguns níveis de ruído estabelecidos pela ABNT:


8

NBR – 10152 Níveis de ruído para conforto acústico

• Estabelece os valores de conforto em decibel dos ruídos

NBR – 10151 Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade –
Procedimento

• Norma estabelece os parâmetros necessários para medição do ruído em áreas habitadas

Os medidores de ruído dispõem de um computador para as velocidades de respostas, de


acordo com o tipo de ruído a ser medido. A diferença entre tais posições está no tempo de integração do
sinal, ou constante de tempo.

• “slow” — resposta lenta – avaliação ocupacional de ruídos contínuos ou intermitentes, avaliação de


fontes não estáveis. (Valor máximo de 115db para risco grave iminente)

• “fast” — resposta rápida — avaliação ocupacional legal de ruído de impacto (com ponderação dB
(C)); (Valor máximo 130dB para risco grave iminente)

• “impulse” — resposta de impulso — para avaliação ocupacional legal de ruído de impacto (com
ponderação linear); (valor máximo de 140dB para risco grave iminente).
9

2.3 Anexo I – Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou


Intermitente
Definição de ruído contínuo se dá por exclusão, ou seja, todo ruído que não é de impacto.
Ruído de Impacto segundo o anexo II é todo ruído de picos de energia acústica duração inferior a 1
segundo e intervalos de tempo superiores a 1 segundo. No anexo I há uma tabela que correlaciona os
limites de tolerância de exposição ao ruído de acordo com a carga horária diária. Quanto maior o ruído,
menor o tempo de exposição diário.

Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com
instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e circuito de resposta
lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador.

Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância
fixados no Quadro deste anexo.

Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a máxima


exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado.

Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não
estejam adequadamente protegidos.
10

2.4 Dose diária de Ruído:


Se durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais períodos de exposição a ruído de
diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados.

Avaliação das múltiplas fontes geradoras de ruído as quais o trabalhador esta exposto
diariamente. Cálculo dos efeitos combinados de cada ruído diferentes presentes na jornada de trabalho.
A dose é um valor numérico adimensional; calculado por:

(C1/T1)+(C2/T2)+(C3/T3)...+Cn/Tn; Dose = TEX/MEX

C: Tempo que operador fica exposto a um nível de ruído;

T: Máxima exposição diária para o nível de ruído;

Valores abaixo de 85db não entram na formula. Valor de ação é 50% que é igual ou superior
a 80dB.

Ex: O trabalhador de um grupo homogêneo executa suas tarefas em três áreas distintas e os ruídos de
cada estão expressos na tabela abaixo:

Nível de Ruído (dB) Tempo de Exposição (Horas) Tempo Máximo de Exposição em horas segundo a tabela NR15 (horas)

86 4 7

88 3 5

90 1 4

Calculo:

Dose = (4/7)+(3/5)+(1/4) = 1,42

Logo a atividade é insalubre pois a dose é maior que 1.

Esse método é utilizado principalmente quando a avaliação é realizada por decibelímetro. Os


audiodosímetros possuem softwares que calculam os valores sozinhos a partir da fórmula. Os
audiodosímetros são indicados principalmente quando há muitas fontes de ruído.

Grupos homogêneos são trabalhadores que estão sujeitos ao mesmo risco de forma igual e
executam as mesmas atividades.

O mesmo equipamento conhecido como audiodosímetro, ou dosímetro, de ruído também


conhecido como medidor integrador de uso pessoal. (NHO 01)
11

Todas as leituras efetuadas de ambos os equipamentos devem ser executadas próximo ao


ouvido do trabalhador. Dosímetro tem a vantagem de ser portátil e é carregado pelo colaborador ao
longo do estabelecimento.

Medições devem ser registradas e aparecer no LTCAT quando risco for identificado, não há
necessidade de ensejar aposentadoria especial ou insalubridade para o risco estar presente no LTCAT. A
presença do risco, já se faz necessária à declaração no LTCAT. Todas as atividades possuem ruído,
porém apenas quando, segundo a percepção por parte do Engenheiro ou Médico, verificar que existe a
possibilidade de aumento e danos à saúde do trabalhador devido a esse ruído.

As normas adotadas para medição do ruído são (NR 15, NHO1 da fundacentro ou OSHA).
NHO 01 estabelece a padronização de como deve ser realizada a medição no local de trabalho.

 Em caso de níveis de ruídos intermediários que não tem horário tabelado na NR 15 que é o
caso do 97(dB) deve-se adotar o valor acima tabelado que é de 98 (dB)

 A soma de efeitos combinados de ruído para calculo da dose não tem significado algum em
relação à soma de ruídos de duas fontes geradoras diferentes;

 A soma de dB de duas fontes geradoras diferentes é fundamental o conhecimento,


principalmente para ter-se uma noção da necessidade de atenuação dos maiores ruídos que terá
influência enorme tanto na dosimetria como no conforto do local de trabalho.

 Identificação de grupos de trabalhadores com a mesma exposição ao risco. (grupos


Homogêneos). Avaliação deve cobrir todas as condições operacionais e ambientais do funcionário de
determinado grupo homogêneo. O período de amostragem deve ser adequadamente escolhido e em caso
de dúvida será necessário utilizar a totalidade do período de trabalho. Alguns casos, a avaliação poderá
ser realizada em um tempo menor, principalmente quando o posto de trabalho for fixo. Medição deve
ser realizada sem interferir nas condições ambientais do ambiente e medidores devem ser calibrados.
12

3. NHO 01 – Procedimento técnico para avaliação de exposição


ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente
Procedimento técnico normativo publicado pela FUNDACENTRO em 2001 e tem por
objetivo estabelecer os critérios e procedimentos para avaliação da exposição ocupacional ao ruído, que
implique em risco potencial de surdez ocupacional.

A norma estabelece que seja proposto procedimento para avaliação de ruído contínuo e
intermitente, porém não será avaliado a questão de conforto acústico que está estabelecido na NBR-
10152.

Segundo a norma:

Ciclo de Exposição: conjunto de situações acústicas ao qual é submetido o trabalhador, em seqüência


definida, e que se repete de forma contínua no decorrer da jornada de trabalho. Seria o tempo de
exposição às fontes geradoras de ruídos em que o trabalhador esta exposto nas suas atividades
individuais.

Critério de Referência (CR): nível médio para o qual a exposição, por um período de 8 horas,
corresponderá a uma dose de 100%. Isso significa que 100% da dose é 85dB em a 8 horas de exposição.

Dose: parâmetro utilizado para a caracterização da exposição ocupacional ao ruído, expresso em


porcentagem de energia sonora, tendo por referência o valor máximo da energia sonora diária admitida,
definida com base em parâmetros preestabelecidos (q, CR, NLI).
Dose Diária: dose referente à jornada diária de trabalho.
Dosímetro de Ruído: medidor integrador de uso pessoal que fornece a dose da exposição ocupacional
ao ruído.
Grupo Homogêneo: corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam exposição
semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de parte do grupo seja
representativo da exposição de todos os trabalhadores que compõem o mesmo grupo. As avaliações por
grupo homogêneo podem tornar uma avaliação individual para coletiva do grupo.
Incremento de Duplicação de Dose (q): incremento em decibéis que, quando adicionado a um
determinado nível, implica a duplicação da dose de exposição ou a redução para a metade do tempo
máximo permitido. O incremento de duplicação da dose para NR-15 é 5, para a NHO 01 é 3.
Limite de Exposição (LE): parâmetro de exposição ocupacional que representa condições sob as quais
acredita-se que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, sem sofrer efeitos
adversos à sua capacidade de ouvir e entender uma conversação normal.
Limite de Exposição Valor Teto (LE-VT): corresponde ao valor máximo, acima do qual não é
permitida exposição em nenhum momento da jornada de trabalho.

Medidor Integrador de Uso Pessoal: medidor que possa ser fixado no trabalhador durante o período
de medição, fornecendo por meio de integração, a dose ou o nível médio.
Nível de Ação: valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposições ao ruído causem prejuízos à audição do trabalhador e evitar que o
limite de exposição seja ultrapassado. 82dB para NHO-01
Obs. Para a NR-15 o valor é de 80dB, isso ocorre porque o incremento de duplicação da dose é 5 para
NR-15 e 3 para NHO-01.
13

Nível Equivalente (Neq): nível médio baseado na equivalência de energia, definido pela expressão que
segue:

Neq = nível de pressão sonora equivalente referente ao intervalo de integração (T = t 2 – t1)


p(t) = pressão sonora instantânea
p0 = pressão sonora de referência, igual a 20 µPa
Nível de Exposição (NE): nível médio representativo da exposição ocupacional diária.

Nível de Exposição Normalizado (NEN): nível de exposição, convertido para uma jornada padrão de 8
horas diárias, para fins de comparação com o limite de exposição.

Nível Limiar de Integração (NLI): nível de ruído a partir do qual os valores devem ser computados na
integração para fins de determinação de nível médio ou da dose de exposição que é 80dB.
Nível Médio (NM): nível de ruído representativo da exposição ocupacional relativo ao período de
medição, que considera os diversos valores de níveis instantâneos ocorridos no período e os parâmetros
de medição predefinidos.
Zona Auditiva: região do espaço delimitada por um raio de 150 mm ± 50 mm, medido a partir da
entrada do canal auditivo.

3.1 Avaliação NHO 01- Ruído Contínuo


O critério de referência (CR) que embasa os limites de exposição diária adotados para ruído
contínuo ou intermitente corresponde a uma dose de 100% para exposição de 8 horas ao nível de 85
dB(A).
O critério de avaliação considera, além do critério de referência, o incremento de duplicação
de dose (q) igual a 3 e o nível limiar de integração (NLI) igual a 80 dB(A).
A avaliação da exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente deverá ser feita por
meio da determinação da dose diária de ruído ou do nível de exposição.
Esses parâmetros são totalmente equivalentes, sendo possível, a partir de um obter-se o
outro, mediante as expressões matemáticas que seguem:

onde:
NE = nível de exposição
D = dose diária de ruído em porcentagem
14

TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho.


A avaliação deve ser realizada utilizando-se medidores integradores de uso pessoal, fixados
no trabalhador.
Na indisponibilidade destes equipamentos, a norma oferece procedimentos alternativos para
outros tipos de medidores integradores ou medidores de leitura instantânea, não fixados no trabalhador.
(decibelímetro). No entanto, as condições de trabalho que apresentem dinâmica operacional complexa,
como, por exemplo, a condução de empilhadeiras, atividades de manutenção, entre outras, ou que
envolvam movimentação constante do trabalhador, não deverão ser avaliadas por esses métodos
alternativos.
A determinação da dose de exposição ao ruído deve ser feita, preferencialmente, por meio de
medidores integradores de uso pessoal (dosímetros de ruído).
Neste caso o limite de exposição ocupacional diário ao ruído contínuo ou intermitente
corresponde a dose diária igual 100% que é 85dB. O nível de ação para a exposição ocupacional ao
ruído é de dose diária igual a 50% que é 82dB. O limite de exposição valor teto para o ruído contínuo ou
intermitente é 115 dB(A). Acima de 115dB o trabalhador não poderá ser exposto ao ruído sem proteção
de acordo com a NR-15.
O Nível de Exposição - NE é o Nível Médio representativo da exposição diária do trabalhador
avaliado.
Para fins de comparação com o limite de exposição, deve-se determinar o Nível de
Exposição Normalizado (NEN), que corresponde ao Nível de Exposição (NE) convertido para a jornada
padrão de 8 horas diárias.
O Nível de Exposição Normalizado - NEN é determinado pela seguinte expressão:

NE = nível médio representativo da exposição ocupacional diária;


TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho;
Neste critério o limite de exposição ocupacional diária ao ruído corresponde a NEN igual a
85 dB(A), e o limite de exposição valor teto para ruído contínuo ou intermitente é de 115 dB(A). Para
este critério considera-se como nível de ação o valor NEN igual a 82 dB(A).
Observação:
Para avaliar o NEN conforme a NR-15para critério de insalubridade deve se utilizar um multiplicador
na forma para altera o índice de incremento da dose para q=5. Desse modo a formula para o calculo
fica:
𝑇𝑒
𝑁𝐸𝑁 = 𝑁𝐸 + 16,61log⁡( )
480

3.2 Utilizando o medidor portado pelo avaliador (Decibelímetro)


Na impossibilidade da utilização de medidores integradores de uso pessoal, poderão ser
utilizados medidores portados pelo avaliador. Neste caso a dose diária pode ser determinada por meio da
seguinte expressão:
15

onde:
Cn = tempo total diário em que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico.
Tn = tempo máximo diário permissível a este nível, segundo a Tabela l da NHO 01.
Exposições a níveis inferiores a 80 dB(A) não serão consideradas no cálculo da dose.
Quando a exposição for a um único nível de ruído o cálculo da dose diária também é feito
utilizando a expressão apresentada, ou seja, simplesmente dividindo "C1" por "T1".
Abaixo é apresentada a tabela do nível de exposição do ruído e o tempo máximo de
exposição para cada intensidade Sonora segunda a NHO 01.
Nível de ruídodB(A) Tempo máximo diário permissível (Tn)
(minutos)

80 1.523,90
81 1.209,52
82 960,00
83 761,95
84 604,76
85 480,00
86 380,97
87 302,38
88 240,00
89 190,48
90 151,19
91 120,00
92 95,24
93 75,59
94 60,00
95 47,62
96 37,79
97 30,00
98 23,81
99 18,89
100 15,00
16

101 11,90
102 9,44
103 7,50
104 5,95
105 4,72
106 3,75
107 2,97
108 2,36
109 1,87
110 1,48
111 1,18
112 0,93
113 0,74
114 0,59
115 0,46

A avaliação deverá sempre seguir os critérios da NHO com o incrimento de duplicação da


dose q=3 para fins previdenciários, como por exemplo no LTCAT que é um laudo previdenciário e PPP.
Essa avaliação estando abaixo do limite de tolerância de 85dB vai definir se o trabalhador terá direito
sim ou não a aposentadoria especial.

Agora, para questões trabalhistas de insalubridade é necessário utilizar o valor q=5 conforme
a NR-15 e sua tabela de ruídos e limites de exposições.

Tempo de serviço para aposentadoria especial em relação ao ruído é de 25 anos e a FAE irá
gera um GILRAT de 6%.

A Lei de Benefícios Previdenciários em seu art. 57, § 6º da lei 8.213/91, na redação dada pela lei
9.732/98, impõe ao empregador, como forma de financiar tal prestação, o acréscimo proporcional de
contribuição, nos percentuais de 6, 9 ou 12%, de acordo com o tempo de aposentadoria especial
aplicável ao caso, 25, 20 ou 15 anos, respectivamente.

4. Anexo 2 – Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto para


NR-15
Ruído que apresenta pico de energia acústica inferior a 1 segundo em intervalos superiores a
1 segundo. Um exemplo pode ser os disparos de armas de fogo e explosões e detonações. Pode
ocasionar trauma acústico, que é a perda temporária da audição decorrente do estrondo causador de
ruído; acompanhado de zumbido imediato; pode ocorrer rompimento do tímpano, danos na cadeia
ossicular e hemorragia. O circuito de resposta do medidor de ruído deve ser do tipo rápida (FAST), com
17

compensação “C”. Nos intervalos existentes do ruído de impacto, o ruído deve ser avaliado como
contínuo e intermitente.

O limite de tolerância é de 130 db (Linear/Impulse), caso o medidor não tenha capacidade de


medir o circuito de resposta para impacto, será medido no modo (FAST) e o limite de tolerância será de
120 dB, bastando apenas um impacto com esses valores 130 db (Linear/impulse) ou 120 db (C) para que
seja caracterizada insalubridade. Valores superiores a 140 db (Linear/impulse) e 130 db (FAST) (C) que
exponha o trabalhador sem a proteção adequada é considerado operação de risco grave e iminente
sujeito a interdição ou embargo. Mesmo caso se aplica a utilidade de um dosímetro para caso exista
ruídos de impactos de diversas fontes diferentes ao longo da jornada de trabalho em diferentes setores
onde o colaborador labora. Caso não exista diversas fontes diferentes poderá ser usado um
decibelímetro.

Avaliação de ruído de Impacto

Circuito de Resposta rápida (FAST) com compensação C Circuito de resposta de impulso (linear)

Limite de Tolerância 120dB 130dB

Valor Máximo permitidoo 130dB 140dB

5. NHO 01 – Procedimento técnico para avaliação de exposição


ocupacional ao ruído de Impacto
A determinação da exposição ao ruído de impacto ou impulsivo deve ser feita por meio de
medidor de nível de pressão sonora operando em "Linear" e circuito de resposta para medição de nível
de pico.

Neste critério o limite de exposição diária ao ruído de impacto é determinado pela expressão
a seguir:

Np = 160 - 10 Log n [dB]

onde:

Np=nível de pico, em dB(Lin), máximo admissível;

n = número de impactos ou impulsos ocorridos durante a jornada diária de trabalho;

A Tabela 2, obtida com base na expressão anterior, apresenta a correlação entre os níveis de pico
máximo admissíveis e o número de impactos ocorridos durante a jornada diária de trabalho, extraída a
partir da expressão de determinação do limite de exposição diária ao ruído de impacto.

Tabela 2. Níveis de pico máximo admissíveis em função do número de impactos

Np N Np N Np N
120 10000 127 1995 134 398
121 7943 128 1584 135 316
122 6309 129 1258 136 251
18

123 5011 130 1000 137 199


124 3981 131 794 138 158
125 3162 132 630 139 125
126 2511 133 501 140 100

Quando o número de impactos ou de impulsos diário exceder a 10.000 (n > 10.000), o ruído
deverá ser considerado como contínuo ou intermitente.

O limite de tolerância valor teto para ruído de impacto corresponde ao valor de nível de pico
de 140 dB(Lin).

O nível de ação para a exposição ocupacional ao ruído de impacto corresponde ao valor Np


obtido na expressão acima, subtraído de 3 decibéis

(Np - 3) dB.

Isso significa que de acordo com a formula NP, dependendo do número de impactos eu terei
um determinado valor como limite de tolerância e limite de ação. A NHO 01 não estabelece um valor
fixo como limite de tolerância, diferentemente da NR-15, por isso deve ser usada o valor limite de
tolerância estabelecido na NR-15 para fins de insalubridade. Como a NR-15 não estabelece um valor
mínimo de números de impactos, o trabalhador sem proteção poderá ter direito ao adicional de
insalubridade bastando apenas um impacto na jornada diária de trabalho.

Ruído de impacto de acordo com o decreto 3048 não dá direito a aposentadoria especial,
somente se houver mais que 10000 impusos diários, pois daí será considerado ruído contínuo e terá que
ser acima de 85dB.

5.1 Procedimentos de Avaliação Segundo a NHO 01 para ruído de


Impacto e contínuo
A avaliação de ruído deverá ser feita de forma a caracterizar a exposição de todos os
trabalhadores considerados no estudo.

Identificando-se grupos de trabalhadores que apresentem iguais características de exposição -


grupos homogêneos - não precisarão ser avaliados todos os trabalhadores. As avaliações podem ser
realizadas cobrindo um ou mais trabalhadores cuja situação corresponda à exposição "típica" de cada
grupo considerado.

Havendo dúvidas quanto à possibilidade de redução do número de trabalhadores a serem


avaliados, a abordagem deve considerar a totalidade dos expostos no grupo. O conjunto de medições
deve ser representativo das condições reais de exposição ocupacional do grupo de objeto do estudo.
Desta forma, a avaliação deve cobrir todas as condições, operacionais e ambientais habituais, que
envolvem o trabalhador.

Para que as medições sejam representativas da exposição de toda a jornada de trabalho é


importante que o período de amostragem seja adequadamente escolhido. Se forem identificados ciclos
de exposição repetitivos durante a jornada, a amostragem deverá incluir um número suficiente de ciclos.
A amostragem deverá cobrir um número maior de ciclos, caso estes não sejam regulares ou apresentem
níveis com grandes variações de valores. O Ciclo seria basicamente o seguinte: um trabalhador no início
19

da jornada executa suas atividades na prensa, após 2 horas vai para o moinho, fica 3 horas, e aí segue 2
horas na injetora. Dessa forma deve se executar a medição de ruído desse ciclo de exposição.

No decorrer da jornada diária, quando o trabalhador executar duas ou mais rotinas


independentes de trabalho, a avaliação da exposição ocupacional poderá ser feita avaliando-se,
separadamente, as condições de exposição em cada uma das rotinas e determinando-se a exposição
ocupacional diária pela composição dos dados obtidos.

Havendo dúvidas quanto à representatividade da amostragem, esta deverá envolver


necessariamente toda a jornada de trabalho.

6. Cálculo para o Ruído Contínuo segundo a NR-15 (insalubridade)


Medidor de leitura instantânea:

Um trabalhador executa suas atividade com ruído. Para realizar a medição foi utilizado um
medidor de leitura instantânea por meio de n leituras seqüenciais colhidas a intervalos de tempo fixos e
predefinidos, identificados por "At", de no máximo 15 segundos.

A formula utilizada foi:

NM = nível médio representativo da exposição do trabalhador avaliado

ni = número de leituras obtidas para um mesmo nível assumido - NPSi

n = número total de leituras [devem ser incluídas as leituras de valores abaixo de 80 dB(A)]

NPSi = iésimo nível de pressão sonora assumido, em dB(A) [não devem ser incluídos os níveis de
pressão sonora inferiores a 80 dB(A)]

O medidor de leitura instantânea calibrado, com certificado já faz o calculo direto do Nível
Médio facilitando o trabalho do avaliador. Porém os intervalos de leituras devem estar calibrados para
serem realizados no máxímo a cada 15 segundos segundo para NHO 01.

As medições foram relatadas conforme a tabela abaixo:

Ciclo de exposição
Nível
Médio
Tempo Real de Exposição diária (Hora)
de Ruído
XXXXXXX (NM) dB
1 83 1
2 87 2,5
3 90 2
4 93 1,5
5 95 1,5
20

Calculo da dose: Deve se utilizar a tabela do anexo 1 da NR-15 apresentada nesse material.

Dose = C1/T1....Cn/Tn = +(2,5/6)+(2/4)+(1,5/2,666)+(1,5/2) = 2,23

A dose sendo maior que um já se conclui que o trabalhador esta em condições insalubres.

Agora calculamos o NE

480 𝐷
𝑁𝐸 = 10 log (( )𝑥( )) + 85
𝑇𝑒𝑥 100

Tex é igual a 7,5 horas que foram os ruídos computados na dose que será igual a 450 minutos.

O D é um valor inteiro, mas na fórmula do NE se deseja o % por isso o D é 2,23x100 = 223

NE =10log((480/450)x(223/100))+85 = 88,76

Agora Calculamos NEN para verificar a exposição diária para uma jornada de 8 horas:

𝑇𝑒𝑥
𝑁𝐸𝑁 = 𝑁𝐸 + 16,61log⁡( )
480

NEN = 88,76+16,61log(450/480) = 88,29dB

O calculo do ruído diário é equivalente a 88,29dB para uma jornada de oito horas de trabalho.

Dessa forma se estabelece que o trabalhador esta em condições insalubres.

6.1 Cálculo para o Ruído Contínuo segundo a NHO-01 para


aposentadoria especial
Apresentando o mesmo caso de trabalhador que no exemplo anterior:

Ciclo de exposição
XXXXXXX Nível Médio de Ruído (NM) dB Tempo Real de Exposição diária (Hora)
1 83 1
2 87 2,5
3 90 2
4 93 1,5
5 95 1,5

Calculo da dose: Deve se utilizar a tabela da NHO-01 apresentada nesse material.

No caso da NHO-01 se considera o limite de exposição para 83dB. No caso, para NHO-01 se considera
até 80dB no caso do calculo do valor da dose.

Dose = C1/T1....Cn/Tn = +(1/12,69)+(2,5/6)+(2/4)+(1,5/2,666)+(1,5/2) = 2,308

Agora calculamos o NE

480 𝐷
𝑁𝐸 = 10 log (( )𝑥( )) + 85
𝑇𝑒𝑥 100
21

O Tex é 510 minutos, já que foi 8,5 horas de exposição. O D é um valor inteiro, mas na fórmula do NE
se deseja o % por isso o D é 2,308x100 = 230,80

NE =10log((480/510)x(230,80/100))+85 = 88,36

Agora Calculamos NEN para verificar a exposição diária para uma jornada de 8 horas:

𝑇𝑒𝑥
𝑁𝐸𝑁 = 𝑁𝐸 + 10log⁡( )
480

NEN = 88,36+10log(510/480) = 88,62dB

Logo o trabalhador terá direito a aposentadoria especial segundo a NHO-01.

Percebe que com a fórmula utilizada para calculo do ruído segundo a NHO-01 o ruído dá
levemente maior que o da NR-15. Isso pode acarretar na possibilidade, para ruídos com NEN próximos
a 85dB de acordo com a NR-15, ser superiores a 85dB para NHO-01 dando ao trabalhador o direito a
aposentadoria especial e não a insalubridade. A Atuação recomendada segundo a NHO é adoção de
medidas preventivas e corretivas visando à redução da dose diária.

A tabela abaixo menciona as medidas necessárias para atuação de acordo com o ruído.

Dose NEN Consideração Atuação recomendada


diária dB(A) técnica
(%)
0 a 50 até 82 Aceitável no mínimo manutenção da
condição existente

50 a 80 82 a 84 acima do nível adoção de medidas preventivas


de ação

80 a 100 84 a 85 região de adoção de medidas preventivas e


incerteza corretivas visando a redução da
dose diária

Acima > 85 acima do limite adoção imediata de medidas


de 100 de exposição corretivas

Os equipamentos utilizados na calibração dos medidores de nível de pressão sonora, devem


atender às especificações da Norma ANSI S1.40-1984 ou IEC 942-1988.
22

6.3 Utilizando medidor integrador portado pelo avaliador (deve-se


calcular o nível médio de cada ciclo)
Quando a medição cobrir um período representativo da exposição ocupacional, o nível
médio fornecido pelo medidor será representativo da exposição do trabalhador avaliado durante toda a
sua jornada de trabalho, correspondendo ao nível de exposição.

Se for determinada a fração de dose, esta deverá ser projetada para a jornada diária efetiva de
trabalho. A dose será sempre relativa a toda jornada de trabalho.

Quando forem utilizados medidores cujo tempo de integração seja prefixado e não cubra o
período mínimo representativo da exposição, deverão ser seguidos os procedimentos complementares
relacionados a seguir:

• medições seqüenciais, cada uma com tempo de duração dentro do limite imposto pelo medidor (pode
ser 10 segundos ou 15 segundos);

• número de medições suficiente para cobrir um período representativo da exposição;

• registro de todas as leituras das medições para permitir a determinação do nível médio ou da fração
de dose relativos ao período avaliado, mediante a seguinte expressão matemática:

NM = Nível médio representativo da exposição do trabalhador avaliado

ni = número de leituras obtidas para um mesmo nível médio parcial assumido - NMi

n = número total de leituras = n1 + n2 + ... + ni + ... + nn

NPi = iésimo nível médio de pressão sonora assumido, em dB(A)

Na análise da exposição ao ruído de um trabalhador no exercício de suas funções,


identificou-se um ciclo de exposição que em média apresentou duração de 7 minutos e 50 segundos. O
período de medição foi adotado visando cobrir 15 ciclos de exposição completos, de modo a garantir
boa representatividade, perfazendo um total de 117 minutos e 30 segundos (7050 segundos).

Dessa forma, foram feitas 705 leituras, uma leitura a cada dez segundos, cobrindo o intervalo total de
7050 segundos. Os dados obtidos são apresentados na tabela a seguir:

Número NPSi Ni
igual de
registros
(I)
1 < 80,0 188
2 83,5 3
3 84 7
4 85 21
23

5 85,5 38
6 86,5 42
7 88 53
8 88,5 47
9 89 52
10 90 75
11 90,5 65
12 91 53
13 92 27
14 95 17
15 98 12
16 99,5 5
Total de leituras = n 705

O NPSi é o nível de pressão sonora instantânea medida. Ni é referente a quantas vezes foi encontrada
aquela pressão sonora específica instantânea. E n é o número de leituras.

NE=10log[1/750(3100,183,5 + 7 100,184,0 + 21100,185,0

+38100,185,5 + 42 100,186,5 + 53 100,188,0 + 47 100,188,5 +

+52100,189,0 + 75 100,190,0 + 65 100,190,5 + 53 100,191,0 +

+27100,192,0 + 17 100,195,0 + 12 100,198,0 + 5 100,199,5 )]

Quando a medição cobrir um período representativo da exposição ocupacional, o nível médio,


determinado pelo procedimento de cálculo apresentado anteriormente, será representativo da exposição
do trabalhador avaliado durante toda a sua jornada de trabalho, correspondendo ao nível de exposição.

NM = NE = 89dB

NEN = NE + 10log(Tex/480)

O Tex para os ciclos irá se repitir, por isso dá para se deduzir que Tex de 480 teremos um ruído de
89dB. Isso foi possível porque foram medidos todos os ciclos de exposição.

NEN= 89 +16,6log(480/480)

NEN = 89dB

O mesmo vai valer para o calculo de acordo com a NHO 01.

NEN= 89 +10log(480/480)

NEN = 89dB

Os aparelhos de medição de nível de pressão sonora integrado ao operador (dosímetros de


ruído) apresentam o Neq que é o nível médio de exposição. Caso o Neq seja representativo de todos os
24

ciclos de exposição completos, teremos de forma direta o valor do NEN. A normalização só será
realizada caso o trabalhador trabalhe acima das 8 horas diárias.

7. Protetor Auditivo Ideal para Proteção do Trabalhador


O nível de redução do ruído (NRR) do protetor auditivo é o índice que poderíamos invocar de
“nível de atenuação perfeita”, pois seu valor é computado em laboratórios, ou seja, em locais cujas
condições são extremamente controladas por profissionais habilitados e capacitados. Ou melhor, em
cabíveis condições ambientais para realizar uma análise. O valor do NRR está relacionado ao EPI
utilizado como protetor auditivo com respectivo CA.

Elucidando a importância do NRR, quanto maior o valor aferido, maior será a atenuação do
protetor auditivo. Em situações práticas, isto é, in loco, sabe-se que essas “condições ideais” não se
constatam habitualmente, conforme profere Silvio Bistafa (2011) em seu livro ‘Acústica Aplicada ao
Ruído’.

O Nível de Redução de Ruído não deve ser aplicado no Brasil, pois trata-se de uma
aproximação “perfeita”, que pode conceber dissonâncias subsequentes. De acordo com o atravessar dos
anos, constatando a significância da aplicabilidade do NRR em situações práticas, com o desiderato de
utiliza-lo em casos atinentes ao ruído, foi instaurado o fator de correção, embasado pelo Instituto
Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional – NIOSH que é 0,5.

𝑁𝑃 = 𝑁𝑃𝑆 − (𝑁𝑅𝑅𝑥𝑓𝑐𝑁𝐼𝑂𝑆𝐻)

Onde:

NP: Nível Protegido, expresso em dB (A).

NPS: Nível de Pressão Sonora do local, expresso em dB (A).

NRR: Nível de Redução de Ruído, expresso em dB (A).

fcNIOSH: Fator de correção correlato com a metodologia NIOSH (adimensional) que é 0,5.

Diante da expressão obtida por meio de estudos empíricos, isto é, através de práticas
laboratoriais e análises estatísticas, tem-se um exemplo número para aplica-la.

Exemplo: Um protetor auricular do tipo plugue de silicone da 3M possui um Nível de Redução de


Ruído de 29 dB (A). Seu fator de correção recomendado pelo método NIOSH é de 0,50. Para concluir, o
trabalhador fica exposto em seu posto de trabalho ao nível de pressão sonora de 100 dB (A). Logo,
diante das premissas, deve-se calcular o valor de NP.

Solução:

NP = NPS – (NRR x fcNIOSH) NPS = 100 dB (A); NRR = 29 dB (A) e fcNIOSH = 0,5 (adimensional).

Assim, NP = 100 – (29x0,5) = 100 – 14,5 → NP = 85,5 dB (A).

Interpretação do exemplo: a atenuação deste protetor auricular é de 14,5 dB.

Caso o valor do NP específico do exercício anterior seja calculado de acordo com o padrão
estabelecido na NR-15 e também na NHO, lembrando que a NHO e a NR-15 possuem valores de “q”
25

diferentes. Esse EPI do exemplo anterior não irá retirar o direito à aposentadoria especial e nem
insalubridade do trabalhador. Essa comprovação de efetividade do EPI deverá estar presente no LTCAT
da empresa.

8. Anexo 3 – Limites de Tolerância para Exposição ao Calor


É o Agente físico com maior variabilidade de efeitos individuais, ou seja, a susceptibilidade
individual é um fator fundamental para a resposta a exposição desse agente.

Calor metabólico resultante da atividade física, podendo ser leve, moderada ou pesada. A
temperatura do ar, umidade e velocidade do ar e calor no ambiente são fatores físicos que sua
intensidade sensorial em relação aos seres humanos depende de fatores psicofisiológicos avaliados na
NR-17. As vestimentas exigidas para o trabalho podem ser determinantes na satisfação do homem,
permitindo-lhe sentir termicamente confortável. Caracterização do ambiente de calor é essencial para ter
o controle do desempenho humano: as atividades intelectuais, manuais e perceptivas, geralmente
apresentam um melhor rendimento quando realizadas em conforto térmico.

Cada indivíduo possui uma temperatura corporal neutra, na qual não precisa utilizar seus
mecanismos de termorregulação:

T corpo < T neutra. Ocorre neste caso o mecanismo de vaso constrição

1. Tcorpo < 35 oC: Ocorre a perda de eficiência (habilidade)

2. Tcorpo < 31 oC: Situação de temperatura corporal letal

Tcorpo > T neutra: Ocorre neste caso o mecanismo de vaso dilatação

1. Tcorpo > 37 oC: Inicia-se o fenômeno do suor

2. Tcorpo > 39 oC: Inicia-se a perda de eficiência

3. Tcorpo > 43 oC Situação de temperatura corporal letal

Cada grupo homogêneo de ser humano apresenta respostas fisiológicas e comportamentais


em função de pequenas diferenças entre a temperatura do corpo com a temperatura ambiente.
26

Enquanto os elementos convectivos, radiantes e condutivos forem positivos, integrantes do


processo de troca de calor, o equilíbrio térmico corporal será mantido por evaporação (mas somente por
evaporação) até um determinado limite, desde que o ar seja suficientemente seco para permitir uma alta
taxa de evaporação. A movimentação do ar acelerará a evaporação, (dissipação de calor), mesmo
quando a temperatura do ar circulante seja superior à temperatura da pele da seguinte forma:

1. A fina camada de ar em contato com a pele absorverá a umidade da pele por evaporação até
saturar.

2. O ar circulante removerá este envelope de ar saturado (para continuar o processo de


evaporação).
27

3. Se o ar estiver completamente saturado e mais quente que a pele, a movimentação do ar


apenas aumentará a sensação de desconforto e o ganho de calor.

Está-se fazendo frio e a umidade é acentuada, os efeitos do frio tendem a ser maiores,
aumentando ainda mais a sensação térmica de frio. Assim como a sensação de calor é aumentada com a
umidade. O ideal, para muitos, é o frio seco e o calor seco, embora seja importante que os níveis de
umidade não sejam abaixo de 40%.

Muitos dos processos industriais, para moldagem e confecção de produtos, empregam o


calor como fonte de energia. Nesses processos, o trabalhador é exposto às situações térmicas extremas.

Já sabemos que o ser humano tolera grandes amplitudes térmicas externas, se estiver
adequadamente protegido, mas que alterações de 4°C na sua temperatura interna comprometem a sua
capacidade física e mental, com risco à vida.

A exposição ao calor deve ser avaliada através do "Índice de Bulbo Úmido Termômetro
de Globo" - IBUTG. O termômetro de globo mede 3 temperaturas: temperatura de Bulbo úmido
natural, temperatura de globo e temperatura de bulbo seco.

A temperatura de bulbo úmido é a temperatura mais baixa que pode ser alcançada apenas
pela evaporação da água. É a temperatura que se sente quando a pele está molhada e está exposta a
movimentação de ar. Ao contrário da temperatura de bulbo seco, a temperatura de bulbo úmido é uma
indicação da quantidade de umidade no ar. Quanto menor a umidade relativa do ar, maior o
resfriamento. O termômetro de bulbo úmido tem o bulbo coberto por uma malha porosa (geralmente de
algodão), que fica mergulhada num recipiente contendo água destilada. Esta malha fica constantemente
úmida devido ao efeito de capilaridade. A evaporação da água contida na malha envolvente retira calor
do bulbo, fazendo com que o termômetro de bulbo úmido indique uma temperatura mais baixa do que a
do ar ambiente (medida por um termômetro de bulbo seco). Essa evaporação, e consequentemente a
redução na temperatura de bulbo úmido, é tanto maior quanto mais seco está o ar atmosférico e é nula
quando a atmosfera está saturada de vapor de água (umidade relativa do ar igual a 100%).

Termômetro de bulbo seco mede a temperatura a partir da dilatação térmica linear do


mercúrio.

Quantidade máxima de vapor da água que pode estar contida em 1Kg de ar seco a uma
determinada temperatura. Se observarmos a carta psicrométrica teremos por exemplo:
28

A finalidade do termômetro de globo é de medir o calor radiante existente no ambiente de


trabalho. O termômetro de globo é muito utilizado na área da segurança do trabalho.

Em resumo o Termômetro Bulbo úmido (tbn) mede a temperatura do ar e suas variáveis é a


velocidade do ar e umidade relativa do ar. Já o Termômetro Bulbo seco (tbs) mede a temperatura do ar e
o Termômetro Globo (tg) mede a temperatura com as variáveis do calor radiante e velocidade do ar. As
medições devem ser realizadas na horizontal na altura da região do corpo onde mais afeta o trabalhador.
O cálculo do índice de Bulbo úmido Termômetro de Globo (IBUTG) varia da função da presença ou
não da carga solar

 Para ambiente internos e externos sem carga solar

1. IBUTG = 0,7tbn+0,3tg

 Ambientes externo com carga solar

1. IBUTG = 0,7tbn+0,1tbs+0,2tg

Objetivos

O objetivo deste Anexo é definir critérios para prevenção dos riscos à saúde dos
trabalhadores decorrentes das exposições ocupacionais ao calor.

Responsabilidades do empregador

O empregador deve adotar medidas de prevenção, de modo que a exposição ocupacional ao


calor não cause efeitos adversos à saúde do trabalhador.

O empregador deve orientar os trabalhadores especialmente quanto aos seguintes aspectos:

a. fatores de risco relacionados à exposição ao calor;

b. distúrbios relacionados ao calor, com exemplos de seus sinais e sintomas, tratamentos,


entre outros;
29

c. necessidade de informar ao superior hierárquico ou ao médico a ocorrência de sinais e


sintomas relacionados ao calor;

d. medidas de prevenção relacionadas à exposição ao calor, de acordo com a avalição de


risco da atividade;

e. informações sobre o ambiente de trabalho e suas características; e

f. situações de emergência decorrentes da exposição ocupacional ao calor e condutas a serem


adotadas.

Deverão ser realizadas capacitações anuais específicas, quando estas forem consideradas
necessárias, de acordo com a avaliação de risco realizada pela organização.

O reconhecimento da exposição ocupacional ao calor deve considerar os seguintes aspectos,


quando aplicáveis:

a) a sua identificação;

b) a caracterização das fontes geradoras;

c) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no


ambiente de trabalho;

d) identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos;

e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição, considerando a organização do


trabalho;

f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da


saúde decorrente do trabalho;

g) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura


técnica;

h) a descrição das medidas de controle já existentes;

i) características dos fatores ambientais e demais riscos que possam influenciar na exposição
ao calor e no mecanismo de trocas térmicas entre o trabalhador e o ambiente;

j) estimativas do tempo de permanência em cada atividade e situação térmica as quais o


trabalhador permanece exposto ao longo da sua jornada de trabalho;

k) taxa metabólica para execução das atividades com exposição ao calor; e

l) registros disponíveis sobre a exposição ocupacional ao calor.

O reconhecimento dos riscos deve subsidiar a adoção de medidas de prevenção, sem prejuízo
de outras medidas previstas nas demais Normas Regulamentadoras.

Se as informações obtidas na etapa de reconhecimento dos riscos não forem suficientes para
permitir a tomada de decisão quanto à necessidade de implementação de medidas de prevenção, deve-se
proceder à avaliação quantitativa para:
30

a) comprovar o controle da exposição ou a inexistência de riscos identificados na etapa de


reconhecimento;

b) dimensionar a exposição dos trabalhadores; e

c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

2.4 A avaliação quantitativa do calor deverá ser realizada com base na metodologia e
procedimentos descritos na Norma de Higiene Ocupacional - NHO 06 (2ª edição - 2017), da
FUNDACENTRO, nos seguintes aspectos:

a) determinação de sobrecarga térmica por meio do índice IBUTG - Índice de Bulbo Úmido
Termômetro de Globo;

b) equipamentos de medição e formas de montagem, posicionamento e procedimentos de uso


dos mesmos nos locais avaliados;

c) procedimentos quanto à conduta do avaliador; e

d) medições e cálculos.

A taxa metabólica deve ser estimada com base na comparação da atividade realizada pelo
trabalhador com as opções apresentadas no Quadro 3 deste Anexo.

Caso uma atividade específica não esteja apresentada no Quadro 3 deste Anexo, o valor da
taxa metabólica deverá ser obtido por associação com atividade similar do referido Quadro.

Na impossibilidade de enquadramento por similaridade, a taxa metabólica também pode ser


estimada com base em outras referências técnicas, desde que justificadas tecnicamente.

Para atividades em ambientes externos sem fontes artificiais de calor, alternativamente ao


previsto nas alíneas "b", "c", e "d" do item 2.4, poderá ser utilizada ferramenta da Fundacentro, para
estimativa do IBUTG, se disponível.

Medidas preventivas e corretivas

Medidas preventivas

Sempre que os níveis de ação para exposição ocupacional ao calor, estabelecidos no Quadro
1 forem excedidos, devem ser adotadas pelo empregador, uma ou mais das seguintes medidas:

a) disponibilizar água fresca potável (ou outro líquido de reposição adequado) e incentivar a
sua ingestão; e

b) programar os trabalhos mais pesados (acima de 414W - quatrocentos e quatorze watts),


preferencialmente nos períodos com condições térmicas mais amenas, desde que nesses períodos não
ocorram riscos adicionais.

Para os ambientes fechados ou com fontes artificiais de calor, além do contido no item, o
empregador deverá fornecer vestimentas de trabalho adaptadas ao tipo de exposição e à natureza da
atividade.

Medidas corretivas
31

As medidas corretivas visam reduzir a exposição ocupacional ao calor a valores abaixo do


limite de exposição.

Quando ultrapassados os limites de exposição estabelecidos no Quadro 2, devem ser


adotadas pelo empregador uma ou mais das seguintes medidas corretivas:

a) adequar os processos, as rotinas ou as operações de trabalho;

b) alternar operações que gerem exposições a níveis mais elevados de calor com outras que
não apresentem exposições ou impliquem exposições a menores níveis, resultando na redução da
exposição;

c) disponibilizar acesso a locais, inclusive naturais, termicamente mais amenos, que


possibilitem pausas espontâneas, permitindo a recuperação térmica nas atividades realizadas em locais
abertos e distantes de quaisquer edificações ou estruturas naturais ou artificiais.

Para os ambientes fechados ou com fontes artificiais de calor, além do contido no item e suas
alíneas anteriores, o empregador deverá:

a) adaptar os locais e postos de trabalho;

b) reduzir a temperatura ou a emissividade das fontes de calor;

c) utilizar barreiras para o calor radiante;

d) adequar o sistema de ventilação do ar;

e) adequar a temperatura e a umidade relativa do ar.

3.2.3 O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, previsto na Norma


Regulamentadora nº 7, deve prever procedimentos e avaliações médicas considerando a necessidade de
exames complementares e monitoramento fisiológico, quando ultrapassados os limites de exposição
previstos no Quadro 2 deste Anexo e caracterizado o risco de sobrecarga térmica e fisiológica dos
trabalhadores expostos ao calor.

Fica caracterizado o risco de sobrecarga térmica e fisiológica com possibilidade de lesão


grave à integridade física ou à saúde dos trabalhadores:

a) quando não forem adotadas as medidas previstas no item 3 deste Anexo; ou

b) quando as medidas adotadas não forem suficientes para a redução do risco.

Aclimatização

Para atividades de exposição ocupacional ao calor acima do nível de ação, deverá ser
considerada a devida aclimatização descrita no PCMSO.

Quando houver a necessidade de elaboração de plano de aclimatização, devem ser


considerados os parâmetros previstos na NHO 06 da FUNDACENTRO ou outras referências técnicas
emitidas por organização competente.

Procedimentos de emergência
32

A organização deverá possuir procedimento de emergência específico para o calor,


contemplando:

a) meios e recursos necessários para o primeiro atendimento ou encaminhamento do


trabalhador para atendimento;

b) informação a todas as pessoas envolvidas nos cenários de emergências.

Conduta do Avaliador:

Evitar que seu posicionamento e sua conduta interfiram na condição de exposição sob
avaliação para não falsear os resultados obtidos. Se necessário, utilizar avaliação remota, por meio de
uso de cabo de extensão ou por outros dispositivos que permitam leitura a distância;

Evitar obstáculos entre os equipamentos de medição e a fonte, tais como a presença do


trabalhador, a fim de não causar interferências e erros nas medições;

Adotar as medidas necessárias para impedir que o usuário, ou qualquer terceiro, possa fazer
alterações na programação do equipamento, comprometendo os resultados obtidos;

Informar o trabalhador a ser avaliado que:

- a medição não deve interferir em suas atividades habituais, devendo manter sua rotina de
trabalho, a não ser nas exceções previstas;

- o equipamento de medição não pode ser tocado ou obstruído;

- o equipamento de medição só pode ser removido pelo avaliador.

8.2 Medidas de conforto térmico poderá ser ventilação, chillers, ar


condicionado e isolação da fonte de calor.
33

8.3 Mais equipamentos de Medição


Os dispositivos de medição de temperatura devem ser periodicamente calibrados pelo
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), por laboratórios por ele acreditados
para esta finalidade ou por laboratórios internacionais, desde que reconhecidos pelo Inmetro. A
periodicidade de calibração deve ser estabelecida com base nas recomendações do fabricante.

Se houver uma fonte de calor os sensores que são os termômetros de bulbo úmido, seco e de
globo que estão orientados paralelamente em um plano horizontal devem estar na normal a fonte
geradora. Os equipamentos de medição devem ser posicionados de forma que as escalas ou mostradores
de leitura fiquem na face oposta àquela voltada para a fonte de forma a facilitar a leitura e evitar
interferências na medição.

A figura abaixo apresenta outros dispositivos de avaliação de temperatura que não são
utilizados para o calculo de IBUTG.

A figura abaixo apresenta um termômetro de globo.


34

9. NHO – 06 Avaliação da exposição ocupacional ao calor


Esta norma técnica tem por objetivo o estabelecimento de critérios e procedimentos para
avaliação da exposição ocupacional ao calor que implique sobrecarga térmica ao trabalhador, resultando
em risco potencial de dano à sua saúde e se aplica a quaisquer situações de trabalho que possam trazer
danos à saúde dos trabalhadores, não estando, no entanto, voltada para a caracterização de conforto
térmico.

Para os fins desta norma, adotam-se as seguintes definições:

Aclimatização: adaptação fisiológica decorrente de exposições sucessivas e graduais ao calor que visa
reduzir a sobrecarga fisiológica causada pelo estresse térmico.

Ciclo de exposição: conjunto de situações térmicas ao qual o trabalhador é submetido, conjugado às


diversas atividades físicas por ele desenvolvidas, em uma sequência definida.

Grupo de exposição similar (GES): corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam


exposição semelhante, levando em consideração as condições térmicas e as atividades físicas
desenvolvidas, de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de parte do grupo seja
representativo da exposição de todos que compõem o mesmo grupo.

Índice de bulbo úmido termômetro de globo (IBUTG): índice utilizado para avaliação da exposição
ocupacional ao calor que leva em consideração temperatura, velocidade e umidade do ar e calor
radiante.

Índice de bulbo úmido termômetro de globo médio (IBUTG): média ponderada no tempo dos
diversos valores de IBUTG obtidos em um intervalo de 60 minutos corridos. Limite de exposição
ocupacional: valor máximo de IBUTG relacionado à taxa metabólica média (M). Representa as
condições sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente,
durante toda a sua vida de trabalho, sem sofrer efeitos adversos à sua saúde.

Nível de ação: valor acima do qual devem ser adotadas ações preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de as exposições causarem danos à saúde do trabalhador. Esse valor corresponde ao limite
de exposição ocupacional ao calor para trabalhadores não aclimatizados.

Ponto de medição: ponto físico escolhido para posicionamento do dispositivo de medição onde serão
obtidas as leituras representativas da situação térmica objeto de avaliação.

Taxa metabólica (M): quantidade de energia por unidade de tempo produzida no interior do corpo
humano que leva em consideração a atividade física exercida.

Taxa metabólica média (M): média ponderada no tempo das taxas metabólicas obtidas em um
intervalo de 60 minutos corridos.

Valor teto: valor de IBUTG relacionado a uma taxa metabólica que define condições extremas nas
quais o trabalhador não é mais capaz de manter o equilíbrio térmico, implicando aumento da
temperatura central de 1°C em menos de 15 minutos.

Até então os únicos conceitos novos estabelecidos que diferenciem a NHO-6 do anexo 3 da
NR-15 estão no nível de ação, que será considerado como limite de tolerância para trabalhadores não
aclimatizados e também o conceito de aclimatização, onde terá outros limites de tolerância para
35

trabalhadores aclimatizados. As formulas de calculo do IBUTG para ambientes com carga solar e sem
carga solar permanecem iguais à definida na NR-15.

9.1 Cálculo do IBUTG


As taxas metabólicas (M) relativas às diversas atividades físicas exercidas pelo trabalhador
devem ser atribuídas utilizando-se os dados constantes no Quadro 1 da NHO, que apresenta as taxas
estabelecidas em função do tipo de atividade.
36

A tabela tem ainda uma sequencia na NHO-06.

O quadro 1 da NHO-06 também apresenta taxas metabólicas com carga e peso que é
carregada pelo trabalhador em movimento, além de definir as taxas metabólicas para trabalhadores que
37

sobrem rampas e escadas. Diferentemente a NR-15 que desconsidera carga para avaliação de
insalubridade e o espaço de movimento do trabalhador.

Os limites estabelecidos nesta norma são válidos apenas para trabalhadores sadios, com
reposição de água e sais perdidos durante sua atividade, mediante orientação e controle médico e com o
uso de vestimentas tradicionais, compostas por calça e camisa de manga longa ou macacão de tecido
simples, que permitam a circulação de ar junto à superfície do corpo e viabilizem a troca de calor com o
ambiente pelos mecanismos da convecção e evaporação do suor.

Quando o trabalhador estiver exposto a uma única situação térmica, ao longo do período de
60 minutos considerados na avaliação, o IBUTG médio será o próprio IBUTG determinado para essa
situação. Caso o trabalhador esteja exposto a duas ou mais situações térmicas diferentes, o IBUTG deve
ser determinado a partir da equação abaixo, utilizando-se os valores de IBUTG representativos de cada
uma das situações térmicas que compõem o ciclo de exposição do trabalhador avaliado.

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺⁡𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺. 𝑡1 + 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺. 𝑡2 + 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺. 𝑡3 … )/60

Para o cálculo da M (taxa de metabolismo), deve-se considerar o mesmo período de 60


minutos corridos considerado para o cálculo do IBUTG.

𝑀⁡𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (𝑀. 𝑡1 + 𝑀. 𝑡2 + 𝑀. 𝑡3 + 𝑀. 𝑡4 … )/60

O IBUTG e a M a serem utilizados como representativos da exposição ocupacional ao calor


devem ser aqueles que, obtidos no mesmo período de 60 minutos corridos, resultem na condição mais
crítica de exposição.

Os limites de exposição ocupacional ao calor para trabalhadores não aclimatizados


(IBUTGMAX) estão apresentados na Tabela 1 da NHO-06 para os diferentes valores de M. Seus
valores também são os adotados como nível de ação para as exposições ocupacionais ao calor para
trabalhadores aclimatizados e devem ser utilizadas na avaliação de exposições eventuais ou periódicas
em atividades nas quais os trabalhadores não estão expostos diariamente como limite de tolerância, tais
como manutenção preventiva ou corretiva de fornos, forjas, caldeiras etc. Para trabalhadores
aclimatizados, os limites de exposição a serem utilizados são os apresentados na Tabela 2 da
mesma NHO.

O valor teto está na Tabela 3 da NHO-06, acima do qual o trabalhador não pode ser
exposto sem o uso de vestimentas e equipamentos de proteção adequados em nenhum momento da
jornada de trabalho. Esse conceito não está apresentado na NR-15 assim como o limite de ação e
aclimatização, sendo desnecessária a avaliação para fins de insalubridade e até aposentadoria especial.
38

9.2 Aclimatização
A aclimatização requer a realização de atividades físicas e exposições sucessivas e graduais
ao calor, dentro de um plano, que deve ser estruturado e implementado sob supervisão médica, para
que, de forma progressiva, o trabalhador atinja as condições de sobrecarga térmica similares àquelas
previstas para o sua rotina normal de trabalho. A aclimatização deve ser específica para o nível de
sobrecarga térmica a que o trabalhador será submetido e, consequentemente, para a qual deverá estar
adaptado.

São considerados não aclimatizados os trabalhadores:


39

• que iniciarem atividades que impliquem exposição ocupacional ao calor;

• que passarem a exercer atividades que impliquem exposição ocupacional ao calor mais críticas do que
aquelas a que estavam expostos anteriormente;

• que, mesmo já anteriormente aclimatizados, tenham se afastado da condição de exposição por mais de
7 (sete) dias;

• que tiverem exposições eventuais ou periódicas em atividades nas quais não estão expostos
diariamente.

Para exposições ocupacionais abaixo ou igual ao nível de ação, não é necessária a


aclimatização. Neste caso, o trabalhador não aclimatizado pode assumir de imediato a rotina normal de
trabalho.

Para exposições acima do nível de ação, deve ser realizado um plano de aclimatização
gradual. Neste caso, o trabalhador inicia suas atividades cumprindo um regime de trabalho mais ameno,
que deve ter como ponto de partida os valores do nível de ação, sendo a sua exposição elevada
progressivamente até atingir a condição da exposição ocupacional existente na rotina de trabalho
(condição real).

Trabalhadores já aclimatizados que passarem a exercer atividades que impliquem condições


de exposição mais severas deverão ser submetidos à aclimatização adicional. O plano de aclimatização
deve ser elaborado a critério médico em função das condições ambientais, individuais e da taxa de
metabolismo relativa à rotina de trabalho.

9.3 Vestimentas
As vestimentas utilizadas podem influenciar nas trocas de calor do corpo com o ambiente,
devendo, portanto, ser consideradas na avaliação da exposição ocupacional ao calor.

Assim, a correção para vestimentas deve ser realizada sempre que o trabalhador utilizar
vestimentas ou EPIs diferentes dos uniformes tradicionais (compostos por calça e camisa de manga
comprida) que prejudiquem a livre circulação do ar sobre a superfície do corpo, dificultando essas trocas
de calor com o ambiente. Nestes casos, o IBUTG deve ser previamente corrigido para depois ser
comparado com os limites de exposição estabelecidos nesta NHO. O Quadro 2 apresenta incrementos,
para alguns tipos de vestimentas, que devem ser acrescidos ao IBUTG determinado como representativo
da exposição ocupacional do trabalhador avaliado.

9.4 Reconhecimento dos locais e das condições de trabalho


A avaliação de calor deve ser feita de forma a caracterizar a exposição de todos os
trabalhadores considerados no estudo. Para tanto, identificando-se grupos de trabalhadores que
40

apresentem iguais características de exposição – isto é, que pertençam ao mesmo Grupo de Exposição
Similar (GES) –, não será obrigatória a avaliação de todos os trabalhadores. Havendo dúvidas quanto à
possibilidade de redução do número de trabalhadores a serem avaliados, a abordagem deve considerar
necessariamente a totalidade dos expostos no grupo considerado.

O conjunto de medições deve ser representativo das condições reais de exposição


ocupacional do grupo de trabalhadores objeto do estudo. Desta forma, a avaliação deve cobrir todas as
condições habituais – operacionais e ambientais – que envolvem o trabalhador no exercício de suas
funções. Para que as medições sejam representativas da exposição ocupacional é importante que o
período de amostragem seja adequadamente escolhido de forma a considerar os 60 minutos corridos de
exposição que correspondam à condição de sobrecarga térmica mais desfavorável. Tal situação somente
é identificada mediante análise conjunta do par de variáveis “condições térmicas do ambiente” e
“atividades físicas desenvolvidas pelo trabalhador”, e nunca por meio da análise isolada de cada uma
delas.

Havendo dúvidas quanto ao período de 60 minutos corridos de exposição mais desfavorável,


este pode ser identificado por meio de avaliação que cubra um período de tempo maior, envolvendo, se
necessário, toda a jornada de trabalho. No entanto, a determinação do IBUTG e da M para
caracterização da exposição ocupacional deve ser feita com base no período de 60 minutos
identificado como mais desfavorável.

Condições de exposição não rotineiras, decorrentes de operações ou procedimentos de


trabalho previsíveis, mas não habituais, devem ser avaliadas e interpretadas isoladamente. Nesses casos,
a caracterização da exposição deve ser feita utilizando-se o limite de exposição ocupacional ao calor
para trabalhadores não aclimatizados, apresentado no Tabela 1.

9.5 Conduta do avaliador baseado na NHO-06


Evitar obstáculos entre os equipamentos de medição e a fonte, tais como a presença do
trabalhador, a fim de não causar interferências e erros nas medições;

• adotar as medidas necessárias para impedir que o usuário, ou qualquer terceiro, possa fazer alterações
na programação do equipamento, comprometendo os resultados obtidos;

• informar o trabalhador a ser avaliado que: - a medição não deve interferir em suas atividades habituais,
devendo manter sua rotina de trabalho; - o equipamento de medição não pode ser tocado ou obstruído; -
o equipamento de medição só pode ser removido pelo avaliador.

9.6 Procedimentos de Avaliação baseado na NHO-06


Devem ser realizados no mínimo 5 leituras para cada ciclo de exposição quando o
termômetro se estabilizar e obter uma variação de no mínimo 4 0C. Isso ocorre na maioria das vezes
após 25 minutos de medição. Cada ciclo deve ser avaliado por no mínimo 60 minutos. O conceito de
ciclo é o mesmo de que para ruído.

Em ambientes ao céu aberto pode haver maior variação dos resultados devido a nuvens, e
também com rajadas de vento. Por isso se aconselha segundo a NHO-06 a utilizar sempre os resultados
sem o sombreamento de nuvens e sem as rajadas de vento nos registros, pois são situações atípicas.
Avaliar sempre a condição mais desfavorável para implementação de medidas de controle.
41

Deve ser medido o tempo de permanência do trabalhador em cada situação térmica que
compõem o ciclo de exposição. Este parâmetro é determinado por meio da média aritmética de, no
mínimo, três cronometragens, obtidas observando-se o trabalhador na execução do seu trabalho.

Análogo à determinação das diversas situações térmicas, deve-se igualmente identificar as


distintas atividades físicas exercidas pelo trabalhador em estudo e atribuir um valor de taxa metabólica
para cada uma delas, utilizando-se o Quadro 1 da NHO ou 3 da NR-15 quando for caracterização da
insalubridade.

Devem ser registrados em planilha de campo:

a) para cada situação térmica identificada:

• a data e o horário de início e fim da medição (mínimo 60 minutos de medição da situação mais
crítica);

• a descrição das características ambientais e operacionais que a compõem;

• os dados obtidos nas medições de temperaturas (mínimo 5);

• os dados de cronometragem do tempo de duração da situação ou ciclo de exposição. (no mínimo 3).

b) para cada atividade física identificada:

• a descrição das operações e dos procedimentos que a compõem;

• os dados de cronometragem do tempo de duração da atividade (média do ciclo de exposição).

c) descrição detalhada das características da vestimenta e dos equipamentos de proteção individual


utilizados pelo trabalhador, visando ao enquadramento no Quadro 2 da NHO

d) identificação do responsável pela elaboração da planilha de campo. Os dados obtidos devem ser
invalidados sempre que, após as medições, for constatado nos equipamentos:

• qualquer prejuízo à integridade do equipamento;

• calibração do equipamento eletrônico fora das especificações fornecidas pelo fabricante;

• indicação de insuficiência de carga da bateria.

A partir dos valores de IBUTG de todas as situações térmicas que compõem o ciclo de
exposição do trabalhador objeto de estudo e dos valores de M atribuídos para todas as atividades físicas
executadas por ele em seu ciclo de exposição, devem ser determinados o IBUTG e a M representativos
da exposição ao calor do referido trabalhador.

O IBUTG é a média ponderada no tempo dos valores de IBUTG das situações térmicas
identificadas no ciclo de exposição. A M é a média ponderada no tempo dos valores de M das atividades
físicas exercidas pelo trabalhador no seu ciclo de exposição.

Uma vez determinados o IBUTG e a M, o limite de exposição ao calor será considerado


ultrapassado quando o IBUTG exceder o IBUTGMÁX. correspondente à M obtida, conforme definido
na Tabela 1 para indivíduos não aclimatizados e na Tabela 2 para indivíduos aclimatizados.

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺⁡𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺. 𝑡1 + 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺. 𝑡2 + 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺. 𝑡3 … )/60


42

𝑀⁡𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (𝑀. 𝑡1 + 𝑀. 𝑡2 + 𝑀. 𝑡3 + 𝑀. 𝑡4 … )/60

Para os valores encontrados de M, intermediários aos valores constantes no Tabela 1 ou


Tabela 2, será considerado o IBUTGMÁX relativo à M imediatamente mais elevada.

O IBUTGVT relativo à M atribuída à atividade física correspondente, conforme


definido no Tabela 3 da NHO-06 é o valor teto do qual o trabalhador não poderá ficar exposto de
modo algum.

Considerando-se as incertezas envolvidas nos valores atribuídos para as taxas metabólicas e


a exatidão admitida para os sensores de temperatura, na interpretação dos resultados deve-se considerar
uma região de incerteza, estabelecida no Tabela 4 da NHO-06.

O Quadro abaixo apresenta considerações técnicas e a atuação recomendada para


trabalhadores aclimatizados em função dos valores de IBUTG e de M determinados para a condição de
exposição avaliada.

9.7 Medidas Preventivas


A medidas preventivas devem ser:

• monitoramento periódico da exposição;


• disponibilização de água e sais minerais;
• controle médico;
• permissão para interromper o trabalho quando o trabalhador sentir extremo desconforto ao calor;
• treinamento e informação aos trabalhadores.

Os treinamentos os trabalhadores devem ser informados e orientados sobre:

• riscos decorrentes da exposição ao calor;


43

• aclimatização, hidratação e pausas no trabalho;

• reconhecimento dos sinais e dos sintomas decorrentes da exposição;

• condutas a serem adotadas em situações de emergência;

• necessidade de comunicar a seus superiores quaisquer situações de risco e sinais de sintomas


relacionados à exposição ao calor;

• cuidados e procedimentos recomendáveis para redução da sobrecarga fisiológica;

• eventuais limitações de proteção das medidas de controle, sua importância e seu uso correto;

• outros fatores não ocupacionais agravantes da exposição, tais como, uso de medicação, consumo de
bebidas alcoólicas e drogas;

• doenças que possam limitar o trabalho sob condições de sobrecarga térmica, tais como, doenças
cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes e obesidade.

As medidas corretivas podem ser alteração dos postos de trabalhos, redução do tempo de
exposição aos riscos, ventilação, redução das fontes geradoras de calor, adequação da ventilação, ar
central, chillers e redução da umidade.

9.7 Aposentadoria Especial para o Risco Calor


Segundo o decreto 3048 em seu anexo IV serão caracterizados os para aposentadoria
especial após 25 anos trabalhados os trabalhos com exposição ao calor acima dos limites de tolerância
estabelecidos na NR-15, da Portaria no 3.214/78. A metodologia adotada deverá ser a estabelecida na
NR-15 e seus quadros e não o que foi definido na NHO-06. Nesse aspecto a NHO-6 é interessante para
estabelecer medidas de controle em relação ao calor.

10. Anexo 4 Iluminação (Revogado)


Deve-se basear na NHO-011. Passou a ser matéria ergonômica e a NHO-011 defini que de
acordo com a atividade realizada no local, qual iluminação é necessária para adequação. Não é mais
possível insalubridade e nem aposentadoria especial em função da iluminação. O aparelho de medição é
Luxímetro e o software para dimensionamento das luminárias é o DIAlux.

Em matéria de ergonomia, os agentes como calor, frio, ruído e até mesmo agentes biológicos
é fundamental o estudo. As ABNTs estabelecem iluminação específica para diversas atividades, assim
como calor e também ruído. A NR-15 serve para fins de perícia de insalubridade e laudos para o PPRA
e LTCAT e que agora serão necessários no eSocial. Mais informações vão contar na Análise
Ergonômica do Trabalho onde esses agentes devem ser considerados durante as atividades. Os
principais documentos higienistas são: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA),
Programa de Proteção Respiratória (PPR), Programa de Conservação Auditiva (PCA), já o
Programa de Gestão Ergonômica (PGE) que é sustentado pelos laudos da Análise Ergonômica é com
foco no conforto durante o trabalho. Esses programas devem fazer parte dos pilares da gestão de riscos,
contando ainda com matérias administrativas de como se gerenciar o risco assim como os riscos de
atividades perigosas: (Altura, espaço confinado, céu aberto, eletricidade, inflamáveis, explosivos, motos
e vigilância); e máquinas e equipamentos.
44

Luxímetro para medição de iluminação

Medidor de iluminância (unidade de medição em lux) com fotocélula corrigida para a


sensibilidade do olho humano e o ângulo de incidência. O equipamento também deve apresentar
especificação técnica, informada pelo fabricante, que permita realizar a medição conforme o tipo de
lâmpada utilizada, por exemplo, LED, fluorescente ou vapor de sódio.

Os medidores de iluminância devem ser periodicamente calibrados e certificados pelo


Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), por laboratórios acreditados pelo
Inmetro para essa finalidade ou por laboratórios internacionais, desde que reconhecidos pelo Inmetro. A
periodicidade de calibração deve ser estabelecida com base nas recomendações do fabricante

11. NHO-11 Procedimento técnico para avaliação dos níveis de


iluminamento nos locais de trabalho
Esta norma tem como objetivo estabelecer critérios e procedimentos para avaliação dos
níveis de iluminamento em ambientes internos; Indicar os principais parâmetros que interferem nos
aspectos quantitativos e qualitativos relacionados à iluminação interna dos ambientes de trabalho.

Esta NHO se aplica à avaliação do nível de iluminamento em ambientes internos. Aborda


também outros aspectos e parâmetros para detecção de não conformidades que possam comprometer
requisitos de segurança e desempenho eficiente do trabalho.

Ângulo de corte: Medido a partir do plano horizontal, abaixo do qual a lâmpada – ou mais de uma
lâmpada – é protegida pela luminária da visão direta do observador.

Aparência da cor: Refere-se à cor aparente (cromaticidade da lâmpada) da luz que a lâmpada emite.
Pode ser descrita pela sua temperatura de cor correlata (Tcp).

Área adjacente: Área próxima à de trabalho, a partir da região definida como entorno imediato.

Área da tarefa: Área parcial em um local de trabalho no qual determinada tarefa visual é realizada,
podendo estar contida em um plano horizontal, vertical ou inclinado.

Área de trabalho: Corresponde à combinação das diversas áreas das tarefas realizadas em um mesmo
ambiente, que pode envolver tarefas visuais diferentes, implicando ou não em diferentes níveis de
iluminação.
45

Entorno imediato: Uma zona de no mínimo 0,5m de largura ao redor da área da tarefa dentro do
campo de visão.

Iluminância: Razão do fluxo luminoso incidente em um elemento de superfície que contém o ponto
dado e a área desse elemento. Unidade: lux (lm.m-2).

Índice geral de reprodução de cor: Expressa a relação entre a cor real de um objeto ou sua superfície e
a aparência percebida diante de uma fonte luminosa. Varia de 0 a 100. É utilizado para medir a
fidelidade de cor que a iluminação reproduz nos objetos.

Luminância: Razão entre a intensidade do fluxo luminoso emitido por uma superfície em uma dada
direção e a área dessa superfície projetada ortogonalmente sobre um plano perpendicular àquela direção.

Nível de iluminamento mínimo (E): Valor abaixo do qual não convém que a iluminância de uma tarefa
específica, um ambiente ou uma atividade de trabalho seja reduzida. Unidade: lux.

Refletância: Para uma determinada radiação incidente, é a razão do fluxo luminoso refletido para o
fluxo incidente. Unidade: lux ou %. R = (Luminância/Iluminância)

Reflexão veladora ou ofuscamento refletido: Reflexões especulares que aparecem sobre o objeto
observado e que o mascaram total ou parcialmente pela diminuição do contraste.

Tarefa visual: Todos os elementos visuais da tarefa a ser realizada.

Temperatura de cor correlata: Temperatura do corpo negro cuja cor percebida se assemelha o mais
próximo possível, nas condições de observação especificadas, àquela do estímulo dado de mesma
luminosidade. Unidade: K.

A medição ponto a ponto nas diferentes tarefas e a comparação com os valores mínimos
exigidos correspondentes ao valor da iluminância mínima E (lux), que é o nível de iluminamento
mínimo, para as tarefas apresentadas no Quadro 1 da NHO-11. É permitida uma tolerância de 10%
abaixo desse valor.

O ambiente de trabalho deve ser iluminado o mais uniformemente possível. A iluminância


média de um ambiente de trabalho deve ser obtida conforme método estabelecido no Anexo 1 da NHO-
11. A iluminância medida ponto a ponto na área da tarefa não deve ser inferior a 70% da iluminância
média determinada conforme o Anexo 1, mesmo que haja recomendação para um valor menor no
Quadro 1.

Caso uma tarefa específica não esteja apresentada no Quadro 1, o valor de iluminância
mínimo exigido deverá ser obtido por associação com tarefa similar do referido Quadro 1. Em áreas nas
quais são realizadas tarefas de forma contínua, a iluminância não pode ser inferior a 200 lux. Em
situações nas quais existirem o uso de iluminação suplementar, deve ser verificada a iluminância nas
áreas do entorno imediato, uma zona de no mínimo 0,5 m de largura ao redor da área da tarefa dentro
do campo de visão. Nesses casos a iluminação do entorno não deve ser inferior aos valores indicados a
seguir:
46

A razão entre o maior valor de iluminância medido na área da tarefa e a iluminância


média daquele ambiente, determinada conforme o Anexo 1 desta NHO, não deve ser superior a 5:1.
Quando a iluminação da área da tarefa for superior a 2.500 lux, essa relação não se aplica.

Então no anexo 1 calculamos a iluminância média no ambiente de trabalho e no anexo 2


zonas de transição entre ambientes internos e externos.

A leitura deve ser realizada no plano da tarefa visual ou, quando este não for definido,
a 0,75 m do piso. O plano da tarefa visual pode ser horizontal, vertical ou inclinado e a fotocélula deve
ser posicionada nesse plano. Sempre aguardar um tempo para estabilização do medidor.

A medição na área da tarefa deve ser realizada ponto a ponto, levando-se em consideração a
região onde a tarefa visual é efetivamente executada. Os procedimentos para determinação da
iluminância média em ambientes internos ou áreas que foram subdivididas estão descritos no Anexo 1
da NHO-11.

O IRC é o índice geral de reprodução de cor que expressa a relação entre a cor real de um
objeto ou sua superfície e a aparência percebida diante de uma fonte luminosa. Varia de 0 a 100. É
utilizado para medir a fidelidade de cor que a iluminação reproduz nos objetos. Muito importante para
situações que envolvem análise de produto, qualidade das peças. O quadro 1 possui muito setores que
não convém expor todos nesse trabalho.

11.1 Anexo 1 da NHO-11 Procedimento para determinação da


iluminância média.
A figura abaixo retirada da NHO-11 representa os pontos das luminárias.
47

Os círculos amarelos representam os cantos que deve se pegar. Pode ser qualquer um dos
cantos, desde que seja no mínimo 2 cantos e 2 pontos de medição. Os círculos escuros representam a
superfície superior e inferior que deve se pegar no mínimo 2 pontos cada. Os círculos verdes
representam os lados direito e esquerdo que deve se pegar no mínimo 2 pontos cada. Os círculos
vermelhos representam os pontos da fileira do meio que deve se pegar no mínimo 8.

1.1 Efetuar as medições na área central, nos pontos r1 a r4 e nos pontos r5 a r8, conforme a Figura A1.
Calcular a média aritmética das oito medições (R).

1.2 Efetuar as medições nos pontos q1, q2, q3 e q4, localizados em lados opostos do ambiente de
trabalho, conforme a Figura A1. Calcular a média aritmética das quatro leituras (Q).

1.3 Efetuar as medições nos pontos t1, t2, t3 e t4, localizados em lados opostos do ambiente de trabalho,
conforme a Figura A1. Calcular a média aritmética das quatro leituras (T).

1.4 Efetuar as medições em dois cantos opostos do ambiente de trabalho, nos pontos p1 e p2, conforme
a Figura A1. Calcular a média aritmética das duas leituras (P).

A iluminância média (I) deste ambiente de trabalho é dada por:

𝑅(𝑁 − 1)(𝑀 − 1) + 𝑄(𝑁 − 1) + 𝑇(𝑀 − 1) + 𝑃


𝐼=
𝑁. 𝑀

N = quantidade de luminárias por fila

M = número de filas
48

No caso da figura N é igual a 8 e M é igual a 8.

2. Ambiente de trabalho de área retangular com luminária central (Figura A2).

2.1 Efetuar medições nos pontos p1 a p4, conforme Figura A2. A iluminância média é dada pela média
aritmética desses quatro pontos (P).

3. Ambiente de trabalho de área retangular com linha única de luminárias (Figura A3).

3.1 Efetuar as medições nos pontos q1 a q8, conforme Figura A3, distribuídos no ambiente de trabalho.
Calcular a média aritmética das oito leituras (Q).

3.2 Efetuar medições nos pontos p1 e p2, conforme Figura A3, e calcular a média aritmética (P).

3.3 A iluminância média (I) é dada por:

𝐼 = (𝑄(𝑁 − 1) + 𝑃)/𝑁

N = Quantidade de iluminarias.

O Anexo 1 apresenta mais alguns conjuntos de luminárias espaçadas, sendo algumas


retangulares que nem o exemplo anterior com varias linhas de luminárias. De acordo com a distribuição
das luminárias o que muda é o calculo do valor de iluminância médio que será utilizado para comparar
ao quadro 1.
49

11.2 Anexo 2 da NHO-11 Aspectos a serem verificados na análise


preliminar
Cintilação: (flicker) Termo utilizado para descrever variações de brilho aparente ou de cor
de uma fonte luminosa percebida visualmente. A cintilação pode provocar fadiga física e psíquica e
ocasionar efeitos fisiológicos como dor de cabeça, incômodo visual e estresse. Pode ser resultado de
pequenas flutuações de tensão provocadas pelo funcionamento de cargas variáveis de grande porte:
fornos a arco, máquinas de solda, motores etc.

Efeito estroboscópico Ocorre quando uma fonte de luz pulsante ilumina um objeto em
movimento, podendo ocasionar modificação aparente do seu movimento ou sua imobilização aparente.

Ofuscamento: Condição de visão na qual há desconforto ou redução da capacidade de


distinguir detalhes ou objetos, devido a uma distribuição desfavorável das luminâncias, contraste
excessivo ou reflexões em superfícies especulares. O ofuscamento é a sensação visual produzida por
áreas brilhantes dentro do campo de visão, que pode resultar em fadiga visual, erros e até mesmo
acidentes.

Zonas de transição entre ambientes internos e externos: Diferenças significativas nos


níveis de iluminamento entre as áreas de trabalho e suas áreas adjacentes podem causar desconforto
visual e ocasionar acidentes em locais onde haja movimentação frequente. Esse problema provém, na
maioria das vezes, quando há movimentação de ambiente interno para externo e vice-versa. Nesses
casos, deve ser avaliada a necessidade de criação de uma zona de transição.

Aparência da cor: As lâmpadas normalmente são divididas em três grupos, de acordo com
suas temperaturas de cor correlata (Tcp) – Quadro A1. Quanto mais alta a temperatura de cor, mais
branca é a tonalidade da luz emitida. Unidade: K.

As cores mais quentes induzem ao relaxamento, não sendo indicadas para ambientes de
trabalho, e sim domésticos (a exemplo de dormitórios). As cores intermediárias são interessantes em
aplicações que não interferem na coloração dos objetos (como em salões de beleza e museus). As cores
frias são recomendadas para aplicações em escritórios e salas de aula.
50

No Quadro A2 são listados os aspectos para verificação de inconsistências no sistema de


iluminação, bem como as recomendações para sua correção ou minimização.

No anexo 3 uma lista de verificação na norma para avaliar a situação da iluminação nos
locais de trabalho.

12. Anexo -5 Radiações Ionizantes


Radiação ionizante é a radiação que possui energia suficiente para ionizar átomos e
moléculas, ou seja, é capaz de arrancar um elétron de um átomo ou molécula.

Nos seres humanos pode ter ação por:

• Mecanismo direto: ocorre quando a radiação age sobre uma biomolécula importante como o DNA,
principal constituinte dos cromossomos do núcleo da célula. A radiação pode danificar a molécula de
DNA e isso pode levar a aberrações cromossômicas.
• Mecanismo indireto: ocorre quando a radiação age na molécula da água, que compõe cerca de 70%
das células. A molécula da água é quebrada (radiólise) e formam-se radicais livres como a hidroxila
(OH) e produtos oxidantes como o peróxido de hidrogênio (água oxigenada). Estes produtos são muito
reativos e atacam moléculas importantes para o funcionamento celular como o DNA.

Podem ser raios gamas, raios x, radiação corpuscular a partir de partículas alfa, beta e
atômicas como prótons e neutrons.

A regulamentação e fiscalização estão sob a responsabilidade da Comissão Nacional de


energia Nuclear (CNEM), autarquia federal vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia criada em
1962.

Sempre que necessário utilizar equipamentos que utilizam como fonte de energia radiações
ionizante ou que necessitam das radiações para obtenção de determinados resultados é necessário adotar
procedimentos de segurança que reduzam seu impacto.

A responsabilidade da determinação do limite de tolerância é do CNEM pela resolução


aprovada em 1988 e não do Ministério do Trabalho. Norma CNEM-NE-3.01. Isso significa que não a
Secretária de Inspeção do Trabalho a responsável pela fiscalização dos preceitos normativos que tange a
segurança em atividades que envolvem radiação.

12.1 Norma CNEN NN 3.01 Resolução 164/14 DIRETRIZES BÁSICAS DE


PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos básicos de proteção radiológica das
pessoas em relação à exposição à radiação ionizante. As práticas para as quais esta Norma se aplica
incluem:

a) O manuseio, a produção, a posse e a utilização de fontes, bem como o transporte, o


armazenamento e a deposição de materiais radioativos, abrangendo todas as atividades relacionadas que
envolvam ou possam envolver exposição à radiação;

b) Aquelas que envolvam exposição a fontes naturais cujo controle seja considerado necessário
pela CNEN.
51

Obs: Aplicasse as exposições ocupacionais, exposições médicas e exposições do público. As práticas de


radiodiagnóstico médico e odontológico são regulamentadas por Portaria do Ministério da Saúde.

A norma introduz a necessidade de gestão dos níveis de taxa de dose de radiação nas quais
medidas e ações devem ser adotadas.

Níveis operacionais – níveis de dose, ou grandeza a ela relacionada, estabelecidos pelo titular, baseados
nos níveis de referência e na aplicação de processos de otimização.

Níveis de referência de diagnóstico – valores de uma grandeza específica na prática de diagnóstico,


para exames típicos em grupos de pacientes adultos, estabelecidos com base em boas práticas médicas e
de proteção radiológica.

Supervisor de proteção radiológica ou supervisor de radioproteção – indivíduo com habilitação e


qualificação emitida pela CNEN, no âmbito de sua atuação, formalmente designado pelo titular da
instalação para assumir a condução das tarefas relativas às ações de proteção radiológica na instalação
relacionada àquela prática.

Titular – responsável legal pela instituição, estabelecimento ou instalação para a qual foi outorgada,
pela CNEN, uma licença, autorização ou qualquer outro ato administrativo de natureza semelhante.

Os responsáveis principais pela aplicação desta norma são: os titulares; e os empregadores.


Os titulares podem delegar a outras partes ações e tarefas relacionadas a essas responsabilidades, porém
continuam responsáveis por essas ações e tarefas.

Os titulares possuem responsabilidades em relação à aplicação das normas do CNEN e


registro dos documentos relacionados às medidas de proteção implementadas na área de trabalho. Os
titulares e empregadores também podem delegar responsabilidades para os empregados, conhecidos
como IOE (Indivíduo Ocupacionalmente Exposto) – indivíduo sujeito à exposição ocupacional.

Os IOEs devem ser treinados em relação aos riscos nos locais de trabalho. Questão
estabelecida também na NR-1. No caso de falhas no cumprimento de qualquer requisito desta norma, os
titulares e empregadores são responsáveis pela:
52

a) investigação das causas e consequências;

b) adoção das medidas apropriadas para evitar a repetição de falhas semelhantes;

c) comunicação à CNEN, na forma e nos prazos por ela estabelecidos, as causas e as ações corretivas ou
preventivas adotadas ou que devam ser adotadas.

d) adoção de quaisquer outras ações especificadas pela CNEN.

Quem faz toda a fiscalização é o CNEN e não a SIT.

Toda pessoa física ou jurídica com a intenção de realizar qualquer ação relacionada a
práticas ou fontes associadas a essas práticas deve submeter requerimento à CNEN para obtenção das
licenças, autorizações ou quaisquer outros atos administrativos pertinentes, de acordo com normas
aplicáveis da CNEN. Para iniciar as atividades práticas com radioatividade devem ser consideradas
todas as ações e etapas envolvidas, desde a escolha do local até o descomissionamento – ações técnicas
e administrativas tomadas para encerrar o controle regulatório da instalação.

As fontes e instalações devem ser mantidas em condições de segurança tais que sejam
prevenidos roubos, avarias e quaisquer ações de pessoas físicas ou jurídicas não autorizadas. Deve-se
aplicar às fontes e instalações um sistema de segurança e proteção, do tipo barreiras múltiplas, que
esteja em consonância com a intensidade e a probabilidade das exposições potenciais envolvidas.

Os titulares devem manter uma estrutura de proteção radiológica dimensionada de acordo


com o porte da instalação, conforme estabelecido pela CNEN. Esta estrutura deve contar com, pelo
menos, um indivíduo habilitado pela CNEN como supervisor de proteção radiológica.

O titular deve submeter à aprovação da CNEN um Plano de Proteção Radiológica, contendo,


no mínimo, as seguintes informações:

a) identificação da instalação e da sua estrutura organizacional, com uma definição clara das linhas de
responsabilidade e respectivos responsáveis;

b) objetivo da instalação e descrição da prática;

c) função, classificação e descrição das áreas da instalação de acordo com a regulamentação CNEN;

d) descrição da equipe, instalações e equipamentos que compõem a estrutura do serviço de proteção


radiológica;

e) descrição das fontes de radiação e dos correspondentes sistemas de controle e segurança, com
detalhamento das atividades envolvendo essas fontes;

f) demonstração da otimização da proteção radiológica, ou de sua dispensa;

g) função, qualificação e jornada de trabalho dos IOE;

h) estimativa das doses anuais para os IOE e indivíduos do público, em condições de exposição normal;

i) descrição dos programas e procedimentos relativos à monitoração individual, monitoração de área,


monitoração de efluentes e monitoração do meio ambiente;

j) descrição do sistema de gerência de rejeitos radioativos;


53

k) descrição do sistema de liberação de efluentes radioativos;

l) descrição do controle médico de IOE, incluindo planejamento médico em caso de acidentes;

m) programas de treinamento específicos para IOE e demais funcionários, eventualmente;

n) níveis operacionais e demais restrições adotados;

o) descrição dos tipos de acidentes previsíveis, incluindo o sistema de detecção dos mesmos, destacando
os mais prováveis e os de maior porte;

p) planejamento de resposta em situações de emergência, até o completo restabelecimento da situação


normal;

q) regulamento interno e instruções gerais a serem fornecidas por escrito aos IOE e demais
trabalhadores, visando a execução segura de suas atividades; e

r) Programa de Garantia da Qualidade aplicável ao sistema de proteção radiológica.

12.2.1 Limitação de dose individual


A exposição normal dos indivíduos deve ser restringida de tal modo que nem a dose efetiva
nem a dose equivalente nos órgãos ou tecidos de interesse, causadas pela possível combinação de
exposições originadas por práticas autorizadas, excedam o limite de dose especificado na tabela a
seguir, salvo em circunstâncias especiais, autorizadas pela CNEN. Esses limites de dose não se aplicam
às exposições médicas para tratamento de doenças.

Dose equivalente - HT - grandeza expressa por HT = DT.wR, onde DT é dose absorvida média no
órgão ou tecido e wR é o fator de ponderação da radiação. A unidade no sistema internacional é o joule
por quilograma (J/kg), denominada sievert (Sv).

Dose efetiva - E – é a soma das doses equivalentes ponderadas nos diversos órgãos e tecidos, E = wT
.HT , onde HT é a dose equivalente no tecido ou órgão e wT é o fator de ponderação de órgão ou tecido.
A unidade no sistema internacional é o joule por quilograma (J/kg), denominada sievert (Sv).

Cristalino do Olho.

No caso de mulher grávidas a dose máxima é de 1 mSV anual. Os limites de tolerância


estabelecidos pelo CNEN são os valores de dose máximos que os trabalhadores podem estar sujeitos.
Em hipótese alguma um trabalhador poderá sofrer uma radiação maior do que a estabelecida nos limites
de tolerância pelo CNEN.
54

Compensações ou privilégios especiais para IOE não devem, em hipótese alguma, substituir
os requisitos aplicáveis desta Norma.

[a] Para fins de controle administrativo efetuado pela CNEN, o termo dose anual deve ser considerado
como dose no ano calendário, isto é, no período decorrente de janeiro a dezembro de cada ano.

[b] Média aritmética em 5 anos consecutivos, desde que não exceda 50 mSv em qualquer ano.

[c] Em circunstâncias especiais, a CNEN poderá autorizar um valor de dose efetiva de até 5 mSv em um
ano, desde que a dose efetiva média em um período de 5 anos consecutivos, não exceda a 1 mSv por
ano.

[d] Valor médio em 1 cm2 de área, na região mais irradiada.

Para fins de gerenciamento da proteção radiológica, os titulares devem classificar as áreas de


trabalho com radiação ou material radioativo em áreas controladas, áreas supervisionadas ou áreas
livres, conforme apropriado.

Uma área deve ser classificada como área supervisionada quando, embora não requeira a
adoção de medidas específicas de proteção e segurança, devem ser feitas reavaliações regulares das
condições de exposições ocupacionais, com o objetivo de determinar se a classificação continua
adequada. As áreas supervisionadas devem ser indicadas como tal, em seus acessos.

As áreas controladas devem estar sinalizadas com o símbolo internacional de radiação


ionizante, acompanhando um texto descrevendo o tipo de material, equipamento ou uso relacionado à
radiação ionizante.

12.2.2 Planos de emergência


Cada titular responsável por fontes que possam necessitar de uma intervenção em situação de
emergência, deve assegurar a existência de um plano de emergência, definindo as diversas ações e
responsabilidades, aprovado pela CNEN.

Planos de emergência estabelece limite de dose de 100mSv e 50 mSv para trabalhadores


voluntários desde que informado os riscos das atividades da situação de emergência. O 100 mSV só
poderá ser desrespeitado em caso específico de salvar vidas desde que medidas de proteção possam
garantir a integridade do resgate.

As doses recebidas em situação de emergência não impedem exposições ocupacionais


posteriores, uma vez que estas não devem ser contabilizadas para fins de conformidade com os limites
de dose para práticas. No caso de ter recebido, em situação de emergência, uma dose efetiva superior a
100 mSv ou dose absorvida superior ao limiar de efeitos determinísticos, o titular ou empregador deve
solicitar aconselhamento médico qualificado, antes que o membro da equipe venha a se submeter a
qualquer exposição adicional.

12.2.3 Medição da dose para monitoração individual do trabalhador


Utilizando filmes dosimétricos ou dosímetros termo-luminescentes, monitora-se o
trabalhador ou seu paradigma durante um espaço de tempo que deverá ser representativo. O ideal seria
monitorar a exposição à radiação ionizante, durante o tempo de trabalho, por um mês. Com a revelação
desse dosímetro em instituição reconhecida pela CNEN, obtém-se a dose que deverá ser referida para o
período de um ano.
55

Ocorre que os dosímetros termo-luminescentes e os filmes dosímetros possuem uma precisão


que varia de 0,10 a 0,20 mSv, ou seja, 10 a 20 mRem. Se as medições obtidas forem maiores, os
dosímetros e filmes quantificam o resultado. Se forem menores do que a precisão, não se consegue
verificar a dose verdadeira. Quando não se alcança essa definição, deve-se tomar o valor da precisão, ou
seja, de 0,10 a 0,20 mSv. Se a medida for feita durante um mês teremos 0,1 ou 0,2 mSv/mês o que daria
o valor anual de 1,2 a 2,4 mSv. Como explicado no número anterior o limite de tolerância para
indivíduos do público é 1mSv/ano. Esse caminho esbarra, portanto, na imprecisão da medida obtida.

Os registros de dose para cada IOE devem ser preservados durante o período ativo do
indivíduo. Esses registros devem ser preservados até os IOE atingirem a idade de 75 anos e, pelo menos,
por 30 anos após o término de sua ocupação, mesmo que já falecido.
56

13. NHO-5 Avaliação da Exposição Ocupacional aos Raios X nos


Serviços de Radiologia
Esta norma estabelece procedimentos para a realização de levantamento radiométrico das salas
de equipamentos emissores de raios X diagnóstico e para a medição da radiação de fuga do cabeçote
desses equipamentos. A Norma aplica-se a todas as instituições que fazem uso de equipamentos
emissores de raios X para fins diagnósticos e o principal objetivo é avaliar as emissões ambientais de
radiação das máquinas.
Para NHO-5:
Área Controlada: Área sujeita a regras especiais de proteção e segurança, com a finalidade de
controlar as exposições normais e evitar as exposições não autorizadas ou acidentais.
Área Livre: Área isenta de controle especial de proteção radiológica, onde os níveis de equivalente de
dose ambiente devem ser inferiores a 0,5 mSv/ano.
Camada Semi-Redutora (CSR): Espessura de um material especificado que, introduzido no feixe de
raios X, reduz a intensidade da radiação à metade. Nesta definição considera-se excluída a contribuição
de qualquer radiação espalhada que não estava presente inicialmente no feixe considerado.
Carga de Trabalho (W): Tempo de exposição semanal, expresso em horas por semana (h/semana).
Distância foco superfície (DFS): Distância ao longo do eixo do ponto focal à superfície do objeto
irradiado.
Equipamento de Proteção Individual: Aventais plumbíferos, protetores de tireóide, protetores de
gônadas, luvas, óculos e outras blindagens de contato, utilizados para a proteção de pacientes, de
acompanhantes autorizados ou de profissionais durante as exposições.
Fantoma: Objeto utilizado para simular as características de absorção e espalhamento do corpo ou parte
do corpo humano em um campo de radiação.
Radiação de Fuga: Radiação que consegue atravessar o cabeçote e/ou o sistema de colimação, não
pertencente ao feixe primário.
Radiação de Fundo: Radiação de origem cósmica ou de elementos radioativos naturais existentes no
meio ambiente ou no organismo humano.
Radiodiagnóstico: Prática com utilização de raios X diagnóstico.
57

Fóton: surge quando ocorre a transição de um elétron de um átomo entre dois estados energias
diferentes, o elétron ao passar de uma camada mais interna para uma mais externa ao receber energia, e
se retornar para o estado inicial, emite a energia correspondente a essa diferença que é o fotón.
Raios X: Fótons de radiação eletromagnética produzidos pela frenagem brusca de cargas negativas
aceleradas ou por desexcitação atômica.
Raios X Diagnóstico: Fótons obtidos em tubos de até 150 kVp, utilizados para impressionar um
receptor de imagem, com fins de diagnóstico ou para orientar procedimentos médicos invasivos (ou
intervencionistas).
Receptor de Imagem: Sistema que transforma os fótons de raios X que passam através do paciente em
uma imagem visível ou outra forma que se pode tornar visível por transformações adicionais.
Símbolo internacional de radiação:

13.1 Procedimentos de Avaliação

Para a realização das medidas quantitativas devem ser utilizadas câmaras de ionização com
sensibilidade adequada à faixa de exposição a ser utilizada.
Os acessórios necessários para a realização das medidas são:
a) placa de chumbo com uma espessura de aproximadamente dez camadas semi-redutoras e dimensões
suficientes para cobrir toda a saída do feixe primário;
b) trena;
c) fantoma de acrílico ou água para simular o espalhamento produzido pelo paciente.
d) Os instrumentos de medida devem ser calibrados periodicamente, na faixa de energia a ser utilizada.
Devem ser anotados os seguintes dados:
a) identificação do equipamento: fabricante, modelo e número de série;
b) identificação do tubo de raios X: fabricante, modelo e número de série;
c) finalidade do equipamento;
d) sistema de colimação;
e) filtração total permanente do feixe útil.
Devem ser anotados os seguintes dados (modelo Anexo A):
a) parâmetros máximos de utilização na rotina (kVmáx, Imáx e tmáx);
b) número médio de filmes utilizados por paciente;
58

c) número de dias de funcionamento por semana;


d) número médio de pacientes atendidos por dia;
e) tempo de permanência dos profissionais no serviço.
Desenhar o croqui da sala de exames com as dimensões aproximadas, posicionando o
equipamento de raios X, o painel de controle, os visores, a mesa de exame e a estativa, e identificar as
portas, as janelas e o passador de filmes, bem como o uso das áreas adjacentes.
Assinalar no croqui os pontos onde deverão ser realizadas as medidas, sendo um na direção do
centro do feixe e os demais distribuídos uniformemente pelas barreiras.
Identificar as vizinhanças classificando as áreas de acordo com o tipo de ocupação, tipo de
barreira e fatores de uso (Tabela 1) e ocupação (Tabela 2) (modelo Anexo C).
Obter informações documentadas sobre a constituição das barreiras (paredes, pisos, tetos,
visores e comando) quanto ao tipo de blindagem.
Barreiras primárias são barreiras expostas diretamente ao feixe que recebe a radiação primária.
Tabela 1. Fator Uso

FATOR USO
Tipo de Barreira U
Primária ¼
Secundária 1
Fator de ocupação é o tempo de exposição do trabalhador.

Tabela 2. Fator Ocupação

FATOR OCUPAÇÃO
Ocupação T
Total 1
Parcial ¼
Ocasional 1/16

A carga de trabalho (W), em h/semana, é determinada pela equação:


59

Radiação Primária– É a radiação emitida pelo aparelho no momento da realização do exame


radiográfico. Possui pequeno comprimento de onda e grande poder de penetração, sendo direcionada
pelos ângulos verticais e horizontais do aparelho. Os profissionais não devem se preocupar com a
radiação primária, pois eles não ficarão entre o aparelho e o paciente durante o exame.
Radiação Secundária– São as radiações emitidas pela face do paciente que é alcançada pelo feixe de
Raios X primário, prolongando-se em todas as direções. Com esta radiação os profissionais devem estar
atentos com relação à proteção, pois estarão expostos, caso não se tomem medidas preventivas.
Colimador: Dispositivo ou mecanismo utilizado para limitar a área de irradiação.
Os seguintes procedimentos gerais devem ser adotados para todas as medidas a serem
realizadas:
a) medir o nível da radiação de fundo da sala;
b) selecionar a tensão (kVp) e a corrente (mA ou mAs) que resultem nas maiores taxas de exposição no
ponto de medida. Essa seleção deve assegurar que os limites de aquecimento do tubo não sejam
ultrapassados;
c) realizar as medidas nos pontos assinalados no croqui. É importante conhecer as curvas de
aquecimento e resfriamento do tubo de raios X para que haja um intervalo de tempo suficiente entre as
medidas para resfriar o tubo;
d) posicionar o instrumento de medida a uma altura aproximada de 1,30 m do piso e a uma distância de
cerca de 0,30 m da barreira;

13.2 Medição da Radiação Primária


Devem ainda ser adotados os seguintes procedimentos específicos para as medidas de radiação
primária no exterior da sala:
a) posicionar o cabeçote direcionado para a barreira normalmente atingida por esse feixe, sem fantoma;
b) abrir os colimadores do equipamento de raios X de modo que se obtenha o maior tamanho de campo
possível.
60

13.3 Medição da Radiação Secundária


Para as medidas de radiação secundária no exterior da sala, adotam- se ainda os seguintes
procedimentos específicos:
a) utilizar um fantoma para simular o espalhamento produzido pelo paciente;
b) posicionar o fantoma na direção do feixe primário na mesma distância fonte superfície em que são
realizadas as radiografias;
c) abrir os colimadores do equipamento de raios X de modo que se obtenha o maior tamanho de campo
possível.

13.4 Medição da Radiação de Fuga


Para a realização das medidas da radiação de fuga devem ser ainda adotados os seguintes
procedimentos específicos:
a) fechar totalmente os colimadores e bloquear a saída do feixe com uma placa de chumbo;
b) realizar as medidas em pelo menos seis pontos uniformemente distribuídos ao redor do cabeçote, na
superfície de uma esfera imaginária de raio igual a 1 m com centro no ponto focal, utilizando um
detector capaz de medir numa área de 1 m2
61

13.4 Leituras Realizadas em Modo Taxa de Exposição


X = ( Lm  ( p,t)  fc − BG)  fI  fE

Onde:

Lm : média das leituras obtidas, em mR/h;

 (p,t) : fator de correção para pressão e temperatura;

fc : fator de calibração de instrumento de medida;

BG : nível de radiação de fundo encontrado, em mR/h;

fI : fator de correção para a corrente: razão entre mAmax ou mAsmax utilizadas na rotina e
mA ou mAs utilizadas durante as medidas;

fE : fator de correção de energia, de acordo com a curva de dependência energética.

13.5 Leituras Realizadas em Modo Integrador

X = (Lm/t) x( p,t)  fc − BG)  fI  fE


onde

Lm : média das leituras obtidas, em mR;

t : tempo de leitura, em segundos;


62

3600 : fator de conversão de segundos para hora;


 (p,t) : fator de correção para pressão e temperatura;

fc : fator de calibração do instrumento de medida;

BG : nível de radiação de fundo, em mR;

fI : fator de correção para a corrente: razão entre mAmáx ou mAsmax utilizadas na rotina e
mA ou mAs utilizadas durante as medidas;
fE : fator de correção de energia de acordo com a curva de dependências energética

13.6 Calculo para radiações primárias e secundárias


H = X W U  T 10 −2
W : carga de trabalho, em h/semana;

U : fator de uso;

T : fator de ocupação;
10-2 : fator de conservação de mR para mSv.

13.7 Calculo para radiações de fuga


H = X 10−2
63

13.8 Limites de Tolerância


TIPO DE ÁREA LIMITES
Controlada 0,4 mSv/semana
Livre 0,02 mSv/semana

13.9 Insalubridade para radiações Ionizantes ou Periculosidade?


Para insalubridade não se utiliza mais a prerrogativa de radiações ionizantes. Radiações
ionizantes dão direito atualmente a periculosidade e aposentadoria especial. Abaixo o trecho da
orientações de jurisprudência.
OJ 345. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. RADIAÇÃO IONIZANTE OU SUBSTÂNCIA
RADIOATIVA. DEVIDO (DJ 22.06.2005). A exposição do empregado à radiação ionizante ou à
substância radioativa enseja a percepção do adicional de periculosidade, pois a regulamentação
ministerial (Portarias do Ministério do Trabalho nºs 3.393, de 17.12.1987, e 518, de 07.04.2003), ao
reputar perigosa a atividade, reveste-se de plena eficácia, porquanto expedida por força de delegação
legislativa contida no art. 200, “caput”, e inciso VI, da CLT. No período de 12.12.2002 a 06.04.2003,
enquanto vigeu a Portaria nº 496 do Ministério do Trabalho, o empregado faz jus ao adicional de
insalubridade.

13.10 Aposentadoria Especial para Radiações Ionizantes


Atividades com radiações ionizantes dão direito a aposetandoria especial por pertencerem ao
anexo IV do decreto 3048 e vários agentes radioativos presentes na lista LINACH grupo 1. Por isso
basta qualquer exposição sem necessidade de ultrapassar os limites de tolerância estabelecidos pelo
CNEN que as atividades terão o ensejo de aposentadoria especial, pois de acordo com a lista LINACH
não há níveis de exposição segura para esse agente. Até 2014 a avaliação era quantitativa, utilizando a
NHO-5 e os limites de tolerância do CNEN. A partir de 2014 com o incremento de diversos agentes
radioativos na LINACH passou a ser considerada a avaliação qualitativa para fins de aposentadoria
especial, porém ainda é necessária as medidas de controle e o LTCAT com as medições específicas com
o tipo de radiação.

14. Anexo 6 –
14.1 Trabalho sob condições Hiperbáricas
Trabalhos sob ar comprimido são os efetuados em ambientes onde o trabalhador é obrigado a
suportar pressões maiores que a atmosférica e onde se exige cuidados na descompressão. A avaliação é
qualitativa, ou seja, basta a existência do risco nas condições de trabalho que já é estipulado
insalubridade. O descumprimento de qualquer requesito deste anexo se caracteriza como risco grave e
iminente estando sujeito a interdição das atividades. Insalubridade de grau máximo.

Alguns conceitos segundo a NR-15:

a) Câmara de Trabalho - É o espaço ou compartimento sob ar comprimido, no interior do


qual o trabalho está sendo realizado;
64

b) Câmara de Recompressão - É uma câmara que, independentemente da câmara de trabalho,


é usada para tratamento de indivíduos que adquirem doença descompressiva ou embolia e é diretamente
supervisionada por médico qualificado;

c) Campânula - É uma câmara através da qual o trabalhador passa do ar livre para a câmara de
trabalho do tubulão e vice-versa;

d) Eclusa de Pessoal - É uma câmara através da qual o trabalhador passa do ar livre para a
câmara de trabalho do túnel e vice-versa;

e) Encarregado de Ar Comprimido - É o profissional treinado e conhecedor das diversas


técnicas empregadas nos trabalhos sob ar comprimido, designado pelo empregador como o responsável
imediato pelos trabalhadores;

f) Médico Qualificado - É o médico do trabalho com conhecimentos comprovados em


Medicina Hiperbárica, responsável pela supervisão e pelo programa médico;

g) Operador de Eclusa ou de Campânula - É o indivíduo previamente treinado nas manobras


de compressão e descompressão das eclusas ou campânulas, responsável pelo controle da pressão no seu
interior;

h) Período de Trabalho - É o tempo durante o qual o trabalhador fica submetido à pressão


maior que a do ar atmosférico excluindo-se o período de descompressão;

i) Pressão de Trabalho - É a maior pressão de ar à qual é submetido o trabalhador no tubulão


ou túnel durante o período de trabalho;

j) Túnel Pressurizado - É uma escavação, abaixo da superfície do solo, cujo maior eixo faz
um ângulo não superior a 45º (quarenta e cinco graus) com a horizontal, fechado nas duas extremidades,
em cujo interior haja pressão superior a uma atmosfera;

k) Tubulão de Ar Comprimido - É uma estrutura vertical que se estende abaixo da superfície


da água ou solo, através da qual os trabalhadores devem descer, entrando pela campânula, para uma
pressão maior que atmosférica. A atmosfera pressurizada opõe-se à pressão da água e permite que os
homens trabalhem em seu interior.

Trabalhos que incluem a escavação de tubulões pneumáticos e túneis pressurizados acontecem


em diversas obras de engenharia como construção de fundações de prédios, pontes, viadutos e túneis.
Essa técnica de pressurização no local de trabalho é necessária nessas atividades devido ao excesso de
carga em que a estrutura onde está o posto de trabalho é submetida. Nos casos dos tubulões que são
estruturas verticais existem as Campânulas que servem para adaptar o funcionário a uma pressão
superior à atmosférica, o mesmo acontece para a eclusa de pessoal para trabalhos que envolvem
construção de túneis que necessitam ser pressurizados devido à carga externa.

Todos os procedimentos adotados em trabalhos pressurizados em tubulões ou túneis devem


adotar as medidas estipuladas no anexo 6 da NR-15 e quaisquer modificações deverão ser previamente
aprovadas pelo órgão nacional competente em segurança e medicina do trabalho.

Os trabalhadores não podem sofrer mais que uma compressão no período de 24 horas, e
também não pode ser exposto a uma pressão superior a 3,4kgf/cm2 a não ser que seja em casos
emergenciais em câmara de recompressão para tratamentos sob a supervisão de médico do trabalho.
Após a descompressão, os trabalhadores devem permanecer no local de trabalho nas próximas duas
65

horas. Funcionários devem ter entre 18 e 45 anos de idade e possuir os exames estabelecidos no
PCMSO em dia de acordo como está na norma.

Antes da jornada de trabalho, os trabalhadores deverão ser inspecionados pelo médico, não
sendo permitida a entrada em serviço daqueles que apresentem sinais de afecções das vias respiratórias
ou outras moléstias. Trabalhadores não podem estar alcoolizados, proibidas bebidas gasosas e fumo nos
tubulões. Deve haver locais de assistência medica no local de trabalho. Trabalhos devem ser
superviosionados e orientados quanto aos aspectos dos riscos e procedimentos de segurança por
encarregado de ar comprimido.

Os médicos qualificados para atividade (médico do trabalho) atestarão sempre a aptidão do


funcionário em sua ficha individual para as atividades que envolva trabalhos pressurizados em túneis e
tubulões. Todos empregados devem possuir ficha médica com os registros dos exames periódicos
realizados. A aptidão deverá ter validade máxima de 6 meses e em caso de atestado maior que de dez
dias deverá ser realizado novo exame de aptidão.

A compressão no primeiro minuto não poderá ultrapassar 0,3 kgf/cm2, ai encarregado verifica
a turma de trabalho e dependendo das condições autoriza o aumento de pressão em velocidade não-
superior a 0,7 kgf/cm2 , por minuto. Se algum dos trabalhadores se queixar de mal-estar, dores no
ouvido ou na cabeça, a compressão deverá ser imediatamente interrompida e o encarregado reduzirá
gradualmente a pressão.
66

As exigências para Operações nas Campânulas ou Eclusas é que as manobras de compressão e


descompressão deverão ser executadas através de dispositivos localizados no exterior da campânula ou
eclusa, pelo operador das mesmas. Tais dispositivos deverão existir também internamente, porém serão
utilizados somente em emergências. No início de cada jornada de trabalho, os dispositivos de controle
deverão ser aferidos.

O operador da campânula ou eclusa anotará em registro adequado (Quadro II) e para cada
pessoa o seguinte:

a) hora exata da entrada e saída da campânula ou eclusa;

b) pressão do trabalho;

c) hora exata do início e do término de descompressão.


67

Higiene ocupacional no local de trabalho da campânula e eclusas:

Ventilação de no mínimo 30 pés cúbicos.min/homem. Temperatura no interior da campânula


ou do túnel não pode ser superior a 27 tbn. As condições do ar devem seguir o quadro abaixo:

Para descompressão: Sempre que duas ou mais pessoas estiverem sendo descomprimidas na
mesma campânula ou eclusa e seus períodos de trabalho ou pressão de trabalho não forem coincidentes,
a descompressão processar-se-á de acordo com o maior período ou maior pressão de trabalho
experimentada pelos trabalhadores envolvidos;

A pressão será reduzida a uma velocidade não superior a 0,4 kgf/cm2, por minuto (exceto em
pressões inferiores a 0,900 Kgf/cm2, que deverá seguir o quadro III) no primeiro estágio e estágios
seguintes. O estágios em que a campânula fica parada devem ser ventilados e obedecer os quadros
abaixo com a velocidade de descompressão e tempos parados na pressão estipulada para o primeiro
estágio.
68

14.2 Trabalho sob condições hiperbáricas (trabalhos Submersos)


São trabalhos desenvolvidos sob pressão líquida. O limite mínimo de idade é 18 anos e não há
limite máximo de idade para essas atividades. O local de trabalho ocorre principalmente em plataformas
de mergulho, navios e embarcações. Os mesmos cuidados tomados em relação à depressurização nos
trabalhadores em tubulões terá que ser realizado nessas atividades.

O profissional qualificado e legalmente habilitado para essa atividade é o mergulhador. A


norma também prevê a figura do supervisor de mergulho. O supervisor de mergulho não mergulha
durante as atividades.

Mergulhadores são classificados em:

MR: Mergulhadores habilitados apenas para mergulhos utilizando ar comprimido

MP: Mergulhadores habilitados para mergulhos utilizando misturadores de gás artificial. (mistura
de oxigênio, hélio e outros gases)

Técnicas de Saturação: Conjunto de procedimentos para evitar a descompressão sucessiva dos


mergulhadores permanecendo em um ambiente com pressão maior que a atmosférica. Dessa forma o
organismo se mantém saturado com os gases inertes das misturas respiratórias. Essa técnica permite que
o tempo de descompressão final seja o mesmo independente do tempo que o mergulhador ficou imerso
em pressão superior à atmosférica. Operação realizada por no mínimo dois técnicos de saturação.

Condições perigosas de trabalho:

1. Manuseio de explosivos
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2. Cortes com solda

3. Trabalhos em mar aberto

4. Correntezas superiores a dois nós

5. Ondas superiores a dois metros

6. Manobras de peso

7. Trabalhos noturnos

8. Trabalhos confinados

Na norma existem tabelas de descompressão necessárias para as atividades de mergulho.


Quanto maior o tempo de mergulho, maior o tempo necessário para subida (descompressão).

Tempo de Fundo: é o tempo de descida até a profundidade máxima alcançada.

Tempo p/ 1a parada: é o tempo que se leva até a primeira parada no primeiro estágio.

A norma também traz uma tabela para diagnóstico de doenças descomprensiva e embolia
gasosa e também fluxogramas para o tratamento de doenças descompressivas e embolia gasosa. A
norma também apresenta conceitos da medicina para os exames que devem ser realizados nos
mergulhadores para avaliações dos padrões psicofisiológicos de quem executa essas atividades.

14.3 Aposentadoria Especial para pressões hiperbáricas


De Acordo com o decreto 3048 as atividades hiperbáriacas dão direito a aposentadoria
especial para 25 anos de trabalho sob essas condições.

PRESSÃO ATMOSFÉRICA ANORMAL

a) trabalhos em caixões ou câmaras hiperbáricas;

b) trabalhos em tubulões ou túneis sob ar comprimido;

c) operações de mergulho com o uso de escafandros ou outros equipamentos .

Antigamente pressões hipobáricas também davam direito a aposentadoria especial,


situação que caiu com o decreto 83080 de 79 e se confirmou com o decreto 3048 de 1999.
70

15. Anexo 7- Radiações não ionizantes


Para os efeitos desta norma, são radiações não-ionizantes as microondas, ultravioletas e laser.

As operações ou atividades que exponham os trabalhadores às radiações não-ionizantes, sem a


proteção adequada, serão consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção realizada no
local de trabalho. As normas internacionais definem limite de tolerância para esses agentes, porém a
norma brasileira estabeleceu que a avaliação é a critério do profissional engenheiro de segurança ou
médico do trabalho. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores às radiações da luz
negra (ultravioleta na faixa - 400- 320 nanômetros) não serão consideradas insalubres.

Radiação ultravioleta é presente principalmente em soldas de corte de oxiacetileno. Sol é uma


fonte natural de radiação ultravioleta.

O que distingue as radiações não ionizantes das suas “primas”, as ionizantes, é justamente sua
incapacidade em produzir a ionização da matéria. Todavia, mesmo assim, possuem propriedades e
energia suficiente para produzir danos à saúde e serem considerados riscos ambientais significativos.
Sua caracterização de insalubridade é de grau médio.
71

15.1 Ocorrência e Fontes de Radiação Ultravioleta


A radiação ultravioleta ocupa o espectro na região que vai de 400 nanometros a
aproximadamente 100 nanometros.

A radiação ultravioleta é muito pouco penetrante; dessa forma, seus efeitos serão sempre
superficiais, envolvendo a pele e os olhos.

Os efeitos agudos são, em geral, retardados de 6 a 12 horas, e essa é uma característica típica
da radiação. Não existe sensação no momento da exposição e por isso doses elevadas podem ser
recebidas sem qualquer advertência sensorial. Como pode ser visto na tabela a única radiação
ultravioleta que não dá direito a insalubridade é a UVA que está entre 400 a 320nm seu comprimento de
onda.
72

• Sol, fonte natural, ao nível do mar, em que recebemos radiação que vai até os 290 nm
aproximadamente.

• Todos os tipos de arcos elétricos, com especial atenção a todos os tipos de solda. As modalidades de
maior emissão UV são as protegidas com o gás Argônio (MIG, TIG, MAG).

• Lâmpadas especiais, em que destacamos:

• Lâmpadas de luz negra.

• Lâmpadas germicidas.

• Lâmpadas de vapor de mercúrio, sendo as de maior risco aquelas de maior pressão e bulbo
transparente.

• Lâmpadas na indústria gráfica, heliografia, cura de resinas.

• Corpos incandescentes a temperaturas acima dos dois mil graus Celsius.

Os limites de exposição da ACGIH definem valores permissíveis para a prevenção desses efeitos

Atenção: Os TLVs da ACGIH não prevêem a proteção contra o câncer de pele. Para a pesquisa de
qualquer tipo de carcinogênico, recomenda-se consultar a IARC, que é a Agência Internacional de
Pesquisa em Câncer da OMS.

A NR-15 trata das radiações não ionizantes, na qual se inclui a radiação ultravioleta, em seu
anexo 7. A insalubridade associada, de grau médio, é caracterizada por meio de laudo de inspeção. O
anexo não define limite de tolerância diretamente, ficando este à escolha do perito caracterizador.

É boa prática técnica em higiene ocupacional, também reforçada pela NR-9, que, na
inexistência de limites de tolerância quantitativos na NR15, sejam adotados os preconizados pela
ACGIH.

Para aplicar esse limite, é preciso ter uma instrumentação específica, composta por um
detector de UV e um radiômetro de leitura. Esse detector é muito especial, pois nem todos os
comprimentos de onda UV têm a mesma capacidade de produzir os efeitos nocivos. Essa habilidade
varia com o comprimento de onda, ou seja, há uma eficiência espectral ao longo da faixa de medição
(180 nm a 400 nm), com pico de “rendimento nocivo” nos 270 nm. Assim, o detector deve seguir essa
mesma sensibilidade, como se fosse um trecho de pele (ou dos olhos) exposto. Não é qualquer medidor
UV que é capaz disso, e sua seleção e compra devem ser cuidadosos. Se o detector é adequado, então a
leitura integrada pelo radiômetro já nos fornece um valor chamado irradiância efetiva, e o tempo
permitido de exposição é dado pela tabela a seguir.
73

Radiômetro para detecção de radiação UV

O detector do radiômetro também pode servir para outros comprimentos de ondas que não seja
necessariamente para radiação UV, como por exemplo para infravermelho e microondas.

A proteção da pele depende da irradiância de que se quer proteger (solar ou de um arco de


solda, por exemplo). Os tecidos têm um efeito de barreira muito variável, em função do estreitamento da
trama e do preenchimento de vazios que a fibra pode proporcionar. O fato de “produzir sombra” é
enganoso, pois o que se bloqueia é a parte visível, e não necessariamente a radiação UV.

Na tabela abaixo, vemos a eficiência relativa de certos tecidos. Tramas mais fechadas e densas
darão melhor desempenho. Testes podem ser realizados para materiais específicos.
74

Os cremes protetores solares de uso popular também podem e devem ser utilizados
ocupacionalmente. Deve-se preferir um fator de proteção alto (o fator representa quantas vezes mais em
tempo pode-se ficar exposto até se atingir o mesmo efeito de quando não se está protegido).

A ACGIH estima que, em latitudes baixas e ao meio-dia no verão, o TLV® pode ser
ultrapassado em pouco mais de cinco minutos de exposição. Assim, um fator de proteção bastante alto
deve ser usado, pensando se que deveríamos ter proteção por 480 minutos (480/5 = 96), então um fator
100 pode proteger uma trabalhador por até 480 minutos que equivale a oito horas de trabalho, mas isso
seria o pior caso, pois não ficamos o dia todo expostos ao sol do meio dia.

Detalhe para as pessoas com hipersensibilidade a UV que podem que são os albinos e outros
que podem estar utilizando algum medicamento específico com esse efeito colateral. Essas pessoas
podem se afastar daquele ideal considerado pela ACGIH.

Protetor solar não é considerado EPI, porém, para NR-21 que é o trabalho a céu aberto: “Serão
exigidas medidas especiais que protejam os trabalhadores contra a insolação excessiva, o calor, o frio,
a umidade e os ventos inconvenientes.” Dessa forma, chegamos à conclusão de que mesmo não sendo
considerado um EPI, o protetor solar é fundamental para proteger a saúde do trabalhador.

15.1.2 Insalubridade para fontes de radiação ultravioleta


O trabalhador estará em condições insalubres caso esteja exposto a valores de radiação UV
considerado pelo perito suficiente para o desencadeamento de doenças e direito ao adicional de forma
qualitativa. O perito pode adotar os limites de tolerância da ACGIH para comprovar o seu laudo. Por
isso para retirar esse adicional e fazer o controle de risco é necessário o uso das vestimentas adequadas,
sempre com atenção ao risco calor e também o uso de protetor solar, óculos de proteção e estabelecer
momentos de descanso em lugares cobertos. Para o soldadores a mascara deve estar de acordo com a
tonalidade para solda que será usada para retirada do adicional de insalubridade.

15.2 Laser
LASER é uma sigla, que quer dizer “Amplificação de Luz por Emissão Estimulada de
Radiação”.

LASER não é uma outra radiação, mas sim uma outra forma de emissão das radiações
conhecidas. Por essa razão, não aparece no espectro não ionizante de forma individualizada, pois
75

qualquer radiação do espectro pode, em princípio, ser emitida na forma LASER (luz, infravermelho,
microonda, UV). A emissão LASER é chamada de emissão coerente. A radiação é monocromática (um
único comprimento de onda é emitido) e pode ser focada ou colimada, de forma a concentrar toda a
energia do feixe em uma área tão pequena quanto à tecnologia permitir.

Uma lupa utilizada para concentrar o feixe de radiação UV e acertar uma formiga, não faça
isso que é maldade, é uma forma de criar um laser a partir dos raios UV emitidos pelo sol.

As ocorrências industriais ainda são poucas, mas já são sensíveis. Alguns usos correntes são:

• topografia, telemetria

• solda e corte

• mapeamento de superfícies

• microfuração

• barreiras para proteção e sensoreamento, cortinas de luz

Basicamente, o risco é o de queimadura e destruição de tecidos. No caso do olho, queimaduras


de retina podem ocorrer em frações de segundo, mesmo com LASER de muito baixa potência (alguns
miliwatts). Um apontador LASER do tipo que se vende para apresentações, e mesmo como brinquedo,
pode produzir exposições acima dos limites permitidos para o olho, se este for exposto com o feixe
incidindo direta e frontalmente. O risco maior do laser envolve principalmente o acidente e não a
doença ocupacional.

O limites de tolerância para o laser estão nas tabelas da ACGIH

Com um medidor radiômetro calibrado para a específica frequência do laser analisado pode se
quantificar a energia e a TLV do laser analisado. O ideal é que sempre se consulte o manual do
equipamento que utiliza a radiação não ionizante como laser.
76

15.2.1 Insalubridade para fontes de laser


O trabalhador estará em condições insalubres caso esteja exposto ao laser considerado pelo
perito suficiente para o desencadeamento de direito ao adicional de forma qualitativa. O perito pode
adotar os limites de tolerância da ACGIH para comprovar o seu laudo.

15.3 Infravermelho
Os valores dos limites de tolerância são estabelecidos em conjunto para o problema “calor”,
que é tratado separadamente. Porém, é interessante destacar aqui que se encontram em fase de estudo e
aprovação valores limites específicos para o setor do espectro denominado de “infravermelho próximo”,
que corresponde à faixa mais próxima à da radiação visível. A seguir especificam-se os valores
propostos pela ACGIH

As fontes infravermelhas são os corpos aquecidos e incandescentes, chamas, arcos, material


em fusão. A quantidade irradiada será tão maior quanto mais alta a temperatura da fonte e sua área de
emissão. Existem também lâmpadas especiais nessa região. Devemos ainda nos lembrar do sol, que é a
fonte infravermelha que garante a vida na terra. As radiações variam de 0,78µm a 100 µm.

O efeito de uma exposição não protegida à radiação infravermelha é uma das doenças
ocupacionais mais antigas, relacionando uma ocupação a uma moléstia. Trata-se da “catarata do
vidreiro”, reconhecida há milênios como parte do destino dessa ocupação, se houver exposição
excessiva e sem a devida proteção. Deve-se ressaltar que esse é um efeito crônico, que pode levar
muitos anos para se desenvolver. Evidentemente, toda exposição não protegida a fontes infravermelhas
significativas, por tempo prolongado, poderá produzir o mesmo efeito que nos vidreiros.

A radiação infravermelha não dará o direito ao adicional de insalubridade. Infravermelho não


dá direito a insalubridade. Medidas de controle como óculos de proteção para radiações infravermelha
deverá ser adotada.

15.4 Micro-ondas
A primeira “família” em termos de comprimentos de onda decrescentes é a que se denomina
Radiofreqüência e Micro-ondas, tomando a faixa que vai de muitos quilômetros a alguns milímetros. As
ondas nessa região são utilizadas em muitas formas de telecomunicação, de pesquisa e prospecção
espacial, bem como para usos militares, mas também possuem usos industriais e médicos.

Os efeitos à saúde são predominantemente térmicos, ou seja, aquecimento por absorção da


radiação pelos tecidos. A intensidade do aquecimento depende da potência da fonte, da distância da
fonte ao indivíduo, do tempo de exposição e das características dielétricas e de dissipação térmica dos
tecidos expostos. Depende também da freqüência da radiação.
77

Há riscos especiais a serem considerados, principalmente para o cristalino do olho na região de


2 GHz a 3 GHz. A faixa de máxima absorção de corpo inteiro para o homem se situa entre os 30 MHz a
300 MHz. Existem limites de exposição definidos pela ACGIH, os quais deverão ser consultados. Os
limites definem valores permissíveis por freqüência e cobrem todo o espectro por faixas. Esses limites
pretendem limitar o aquecimento por absorção para as exposições ocupacionais, mas não eliminá-lo.
Deve-se atentar para o fato de que pode haver efeito sinergético com exposições ocupacionais ao calor
(ambientes quentes e com cargas radiantes). A avaliação dessas radiações é bastante complexa e requer
instrumentação específica. Deve-se reportar à ACGIH para uma orientação sobre a avaliação. Existe
também um manual NIOSH para essas avaliações, que pode ser obtido no site da instituição.

15.4.1 Insalubridade para fontes de Micro-ondas


O trabalhador estará em condições insalubres caso esteja exposto ao micro-ondas considerado
pelo perito suficiente para o desencadeamento de doenças e direito ao adicional de forma qualitativa. O
perito pode adotar os limites de tolerância da ACGIH para comprovar o seu laudo.

15.5 Aposentadoria Especial para Radiações não Ionizantes


Atividades que expõe o trabalhador a radiações não ionizantes não dão mais direito a
aposentadoria especial.

16. Anexo 8- Vibração


Os procedimentos técnicos para avaliação ocupacional da exposição ao agente de risco de
vibração são concedidos pela Fundacentro e as avaliações podem ser estabelecidas para vibrações de
mãos e braços (VMB) e vibrações de corpo inteiro (VCI).

Caracteriza-se a condição insalubre caso seja superado o limite de exposição ocupacional


diária a VMB correspondente a um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 5
m/s2. (nível de ação 2,5 m/s2).

Caracteriza-se a condição insalubre caso sejam superados quaisquer dos limites de exposição
ocupacional diária a VCI:
78

a) Valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 1,1 m/s2;

b) Valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/s1,75.

Limite de ação é 50% do valor do limite de tolerância. Implica em medidas de ação


preventivas. Quando o limite de tolerância for acima do valor de limite de tolerância implica em ações
de caráter corretivo. O nível de ação para a avaliação da exposição ocupacional diária à vibração de
corpo inteiro VCI corresponde a um valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de
0,5 m/s2, ou ao valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 9,1 m/s1,75.

A caracterização da exposição deve ser objeto de laudo técnico que contemple, no mínimo, os
seguintes itens:

a) Objetivo e datas em que foram desenvolvidos os procedimentos;

b) Descrição e resultado da avaliação preliminar da exposição, realizada de acordo com o item


3 do Anexo 1 da NR-9 do MTE;

c) Metodologia e critérios empregados, inclusas a caracterização da exposição e


representatividade da amostragem, verificar fundacentro NHO-09 e NHO-10;

d) Instrumentais utilizados, bem como o registro dos certificados de calibração;

e) Dados obtidos e respectiva interpretação;

f) Circunstâncias específicas que envolveram a avaliação;

g) Descrição das medidas preventivas e corretivas eventualmente existentes e indicação das


necessárias, bem como a comprovação de sua eficácia;

h) Conclusão.

Anexo 1 da NR-9 do MTE item 3;

a) Ambientes de trabalho, processos, operações e condições de exposição;

b) Características das máquinas, veículos, ferramentas ou equipamentos de trabalho;

c) Informações fornecidas por fabricantes sobre os níveis de vibração gerados por ferramentas,
veículos, máquinas ou equipamentos envolvidos na exposição, quando disponíveis;

d) Condições de uso e estado de conservação de veículos, máquinas, equipamentos e


ferramentas, incluindo componentes ou dispositivos de isolamento e amortecimento que interfiram na
exposição de operadores ou condutores;

e) Características da superfície de circulação, cargas transportadas e velocidades de operação,


no caso de VCI;

f) Estimativa de tempo efetivo de exposição diária;

g) Constatação de condições específicas de trabalho que possam contribuir para o agravamento


dos efeitos decorrentes da exposição;

h) Esforços físicos e aspectos posturais;


79

i) Dados de exposição ocupacional existentes;

j) Informações ou registros relacionados a queixas e antecedentes médicos relacionados aos


trabalhadores expostos.

16.1 NHO-10 Avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos


e braços
Esta norma técnica tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos para avaliação da
exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços que implique risco à saúde do trabalhador, entre os
quais a ocorrência da síndrome da vibração em mãos e braços (SVMB).

16.1.1Conceitos
Aceleração instantânea [aj (t)]: valor da aceleração ponderada em frequência, no instante de
tempo “t”, expressa em m/s2 , segundo um determinado eixo de direção “j”, sendo que “j” corresponde
aos eixos ortogonais “x”, “y” ou “z”

Aceleração média (amj ): raiz média quadrática dos diversos valores da aceleração
instantânea ocorridos em um período de medição, expressa em m/s2 , na direção “j”, definida pela
expressão que segue:
80

Sendo que aj (t) corresponde aos valores ax (t), ay (t) ou az (t), em m/s 2 , segundo os eixos
ortogonais x, y e z, respectivamente, e t2 – t1 ao intervalo de medição.

Aceleração média resultante (amr)1 : corresponde à raiz quadrada da soma dos quadrados
das acelerações médias, medidas segundo os três eixos ortogonais “x”, “y” e “z”, definida pela
expressão que segue:

Sendo: amj = aceleração média;

f j = fator de multiplicação em função do eixo considerado (f = 1,0);

Aceleração média: (amijk): corresponde à aceleração média relativa à késima amostra obtida
durante as repetições da componente de exposição “i”, medida segundo um determinado eixo de direção
“j”, sendo que “j” corresponde aos eixos ortogonais “x”, “y” ou “z”.

Aceleração média de exposição parcial (amepij): corresponde à aceleração média


representativa da exposição ocupacional relativa à componente de exposição “i”, ocorrida em uma
parcela de tempo da jornada diária, obtida segundo um determinado eixo de direção “j”, sendo que “j”
corresponde aos eixos ortogonais “x”, “y” ou “z”. Este parâmetro poderá ser resultado de uma média
aritmética das acelerações médias (amijk) obtidas cada vez que a componente de exposição é repetida,
conforme expressão que segue:

amijk = aceleração média relativa à késima amostra selecionada dentre as repetições da componente de
exposição “i” no eixo de direção “j”;

s = número de amostras da componente de exposição “i” que foram mensuradas.

Aceleração resultante de exposição parcial (arepi): corresponde à aceleração média resultante


representativa da exposição ocupacional relativa à componente de exposição “i”, ocorrida em uma
parcela de tempo da jornada diária, considerando os três eixos ortogonais. Este parâmetro poderá ser
resultado de uma média aritmética das acelerações médias resultantes (amrik), obtidas cada vez que a
componente de exposição é repetida, ou poderá ser obtido pela raiz quadrada da soma dos quadrados
das acelerações médias de exposição parcial (amepij), medidas segundo os três eixos ortogonais “x”,
“y” e “z”, conforme expressões que seguem:
81

amepij = aceleração média de exposição parcial, sendo “j” igual a “x”, “y” ou “z”;

Aceleração resultante de exposição (are): corresponde à aceleração média resultante


representativa da exposição ocupacional diária, considerando os três eixos ortogonais e as diversas
componentes de exposição identificadas, definida pela expressão que segue:

Sendo: arepi = aceleração resultante de exposição parcial;

ni = número de repetições da componente de exposição “i” ao longo da jornada de trabalho;

Ti = tempo de duração da componente de exposição “i”;

m = número de componentes de exposição que compõem a exposição diária;

T = tempo de duração da jornada diária de trabalho.

Aceleração resultante de exposição normalizada (aren): corresponde à aceleração resultante


de exposição (are) convertida para uma jornada diária padrão de 8 horas, determinada pela seguinte
expressão:

Sendo:

are = aceleração resultante de exposição;

T = tempo de duração da jornada diária de trabalho, expresso em horas ou minutos;

T0 = 8 horas ou 480 minutos.

Componente de exposição: parte da exposição diária que pode ser representada por um único
valor da aceleração resultante de exposição parcial (arep). A componente de exposição pode ser
decorrente de uma única operação ou consequência de duas ou mais operações executadas de forma
sequencial.

Forças de preensão: forças exercidas pelo trabalhador para segurar a ferramenta ou a peça que
está sendo trabalhada.

Ponto de medição: ponto(s) localizado(s) na zona de exposição, ou próximo(s) a esta, de forma


que os valores obtidos sejam representativos da exposição da região do corpo atingida.
82

Síndrome da vibração em mãos e braços (SVMB): corresponde à terminologia utilizada para


se referir ao conjunto de sintomas de ordem vascular, neurológica, osteoarticular, muscular e outros,
ocasionados pela exposição ocupacional à vibração em mãos e braços.

Zona de exposição: interface entre a fonte de vibração e a região do corpo para a qual a energia
da vibração é transferida.

O nível de ação para a exposição ocupacional diária à vibração em mãos e braços adotado nesta
norma corresponde a um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 2,5 m/s 2. O
limite de exposição ocupacional diária à vibração em mãos e braços adotado nesta norma corresponde a
um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 5 m/s2 . Para fins de comparação
com o limite de exposição ou com o nível de ação, independentemente da duração da jornada de
trabalho, deve- -se determinar a aceleração resultante de exposição normalizada (aren). A aceleração
resultante de exposição normalizada (aren) é determinada pela expressão:

16.1.2 Abordagem dos locais e das condições de trabalho


Deverão ser obtidas informações técnicas e administrativas – relacionadas a ferramentas,
operações e demais parâmetros (ambientais, de processos de trabalho, manuais das máquinas.)
envolvidos nas condições de trabalho avaliadas, a serem corroboradas por observações de campo,
necessárias à identificação dos grupos de exposição similar e à caracterização da exposição dos
trabalhadores com base no critério utilizado.

A avaliação da vibração deverá ser feita de forma a caracterizar a exposição de todos os


trabalhadores considerados no estudo. Identificando-se os grupos de exposição similar, não precisarão
ser avaliados todos os trabalhadores. As avaliações podem ser realizadas cobrindo parte dos
trabalhadores de cada grupo considerado cuja situação corresponda à exposição típica do grupo.

Havendo dúvidas quanto à possibilidade de redução do número de trabalhadores a serem


avaliados, a abordagem deve considerar necessariamente a totalidade dos expostos no grupo
considerado.

16.1.3 Análise preliminar da exposição


A análise preliminar tem por objetivo reunir elementos que permitam enquadrar as situações
analisadas em três distintas possibilidades, quais sejam:

a) a convicção técnica de que as situações de exposição sejam aceitáveis, pressupondo-se que


estejam abaixo do nível de ação;

b) a convicção técnica de que as situações de exposição sejam inaceitáveis, pressupondo-se que


estejam acima do limite de exposição;
83

c) a incerteza quanto à aceitabilidade das situações de exposição analisadas.

Para a análise preliminar da exposição, deve-se considerar os seguintes aspectos:

a) informações fornecidas por fabricantes sobre os níveis de vibração gerados pelas ferramentas
envolvidas na exposição;

b) estado de conservação das ferramentas. O nível de vibração gerado por ferramentas


vibratórias depende das condições de uso e conservação dessas ferramentas, sendo influenciado pelo
desgaste, pela periodicidade de manutenção, entre outros fatores;

c) dados de medições de exposição ocupacional já existentes, eventualmente disponíveis;

d) dados de ferramentas similares também poderão ser utilizados como referência, desde que
observadas;

e) constatação de condições específicas de trabalho que possam contribuir para o agravamento


das condições de exposição, como, por exemplo, atividades desenvolvidas em ambientes frios ou a
utilização de ferramentas e acessórios em condições diversas das finalidades para as quais se destinam;

f) estimativa de tempo efetivo de exposição diária;

g) nível de ação e limite de exposição adotados;

h) informações ou registros relacionados a queixas, susceptibilidades ou predisposições atípicas


ou antecedentes médicos relacionados aos trabalhadores expostos e os efeitos neles gerados.

16.1.4 Avaliação quantitativa da exposição


A avaliação da exposição ocupacional à vibração em mãos e braços deverá ser feita utilizando-
se de sistemas de medição que permitam a obtenção da aceleração resultante de exposição normalizada
(aren), parâmetro representativo da exposição diária do trabalhador.

Os sistemas de medição devem ser compostos basicamente de medidores integradores e


transdutores (acelerômetros) do tipo triaxial. Esses transdutores serão posicionados nos pontos de
medição.

Desta forma, a avaliação deve cobrir todas as condições operacionais habituais e rotineiras que
envolvem o trabalhador no exercício de suas funções. A diversidade das referidas condições
normalmente é influenciada pela variedade de tipos de ferramentas, componentes e acessórios
utilizados, das características dos materiais trabalhados e dos modos operacionais distintos, inerentes a
cada trabalhador, tais como posturas, ritmo de trabalho e forças de preensão. Ritmo de trabalho é como
as cadências são distribuídas ao longo da jornada. Cadências tem aspecto quantitativo enquanto o ritmo
é qualitativo. Cadência é o tempo estipulado para realizar determinada atividade, e ritmo são como as
cadências são organizadas ao longo do dia.

A exposição diária pode ser composta por:

- uma componente de exposição, de curta ou longa duração, repetida ou não, durante toda a
jornada de trabalho ou em parte dela;

- duas ou mais componentes de exposição, de curta ou longa duração, repetidas ou não, de


forma sequencial ou aleatória, durante toda a jornada de trabalho ou em parte dela.
84

Componente de exposição: parte da exposição diária que pode ser representada por um único
valor da aceleração resultante de exposição parcial (arep). A componente de exposição pode ser
decorrente de uma única operação ou consequência de duas ou mais operações executadas de forma
sequencial.

Condições de exposição não rotineiras, decorrentes de operações ou procedimentos de trabalho


previsíveis, mas não habituais, devem ser avaliadas e interpretadas isoladamente, considerando-se a sua
contribuição na exposição diária.

Identificação das componentes de exposição:

A utilização desta forma de abordagem permite decompor a exposição diária em partes, cada
uma composta por uma componente de exposição que se repete ou não. A identificação das
componentes de exposição é feita por meio de uma avaliação qualitativa, cuidadosa e detalhada, do
processo e das condições de trabalho. considerando: ferramentas e acessórios utilizados, peças
trabalhadas, procedimentos, operações e posturas adotadas, entre outros.

A identificação das componentes de exposição pode ser feita tendo por base os tipos de
operação que são executados pelo trabalhador a ser avaliado. Suponha um trabalhador que diariamente
execute dois tipos de operação durante sua jornada de trabalho. No período da manhã, ele realiza a
operação de desbaste de dezoito placas de granito utilizando uma lixadeira manual. O tempo médio de
desbaste de cada placa está em torno de doze minutos, sendo que são gastos, em média, três minutos
para a troca de uma placa desbastada pela seguinte. No período da tarde, com uma politriz manual, ele
realiza a operação de polimento de nove das dezoito placas já desbastadas. O tempo médio de polimento
de cada placa está em torno de vinte e sete minutos, sendo que são gastos, em média, três minutos para a
troca de uma placa polida pela seguinte.

Analisando o exemplo proposto, verifica-se que uma alternativa para a avaliação da exposição à
vibração é considerar duas componentes de exposição, sendo uma correspondente à operação de
desbaste de cada placa, com duração média de doze minutos, e a outra relativa à operação de polimento
de cada placa, com duração média de vinte e sete minutos. Deve ser observado que, neste caso, as
componentes de exposição levam em consideração apenas o tempo efetivo de contato da mão com a
vibração, não sendo computado o tempo utilizado para a troca de placas.

Medição da vibração utilizando transdutores fixados na palma da mão do operador, mediante o


uso de dispositivo apropriado.
85

Medição da vibração utilizando-se acelerômetros fixados em cada uma das ferramentas


utilizadas. Nesta hipótese, podem ser identificadas duas componentes de exposição.

Esses medidores que se faz na máquina se coloca a ponta pizoelétrica para realização da
medição.

Nesta condição, cada uma das componentes de exposição será representada por um valor de
aceleração resultante de exposição parcial (arepi ).

A integração do sinal poderá ser mantida de forma continuada quando ocorrerem interrupções
na operação que não promovam interferências prejudiciais à representatividade da medição em relação
ao período medido. Nesta hipótese, os tempos de duração da componente de exposição devem incluir os
períodos de interrupção da operação. Este procedimento é particularmente recomendável para operações
intermitentes que alternem rápidas exposições com rápidas interrupções. Nestes casos, a conduta de
ativar e desativar a integração no medidor pode ocasionar erros e interferências no processo de medição,
implicando distorção significativa do resultado final.

16.1.5 Obtenção de arepi , Ti , ni


Uma vez determinadas as componentes de exposição, devem ser obtidos: a aceleração resultante
de exposição parcial (arepi ) representativa da contribuição da exposição ocupacional de cada uma das
diferentes componentes identificadas; o tempo médio de duração de cada componente (Ti ); e o número
de repetições de cada componente ao longo da jornada de trabalho (ni ). Esses parâmetros serão
utilizados na determinação da aceleração resultante de exposição (are).

O tempo médio de duração Ti de cada componente de exposição deve ser obtido por meio da
média aritmética das cronometragens, obtidas cada vez que a componente é repetida. Quando o número
de repetições for igual ou superior a três, devem ser feitas, no mínimo, três cronometragens ou tantas
quantas forem necessárias para que seja alcançado um valor representativo do Ti .

A aceleração resultante de exposição parcial (arepi ) de cada componente de exposição deve ser
obtida por meio da média aritmética das acelerações, obtidas cada vez que a componente é repetida e
mensurada, conforme expressão abaixo. Cada valor de aceleração obtido neste caso corresponde à
aceleração média resultante (amrik). Quando o número de repetições for igual ou superior a três, devem
ser feitas, no mínimo, três medições ou tantas quantas forem necessárias para que seja alcançado um
valor representativo de arepi . É recomendável que as repetições da componente de exposição a serem
86

mensuradas sejam selecionadas de forma aleatória, visando à busca da qualidade na representatividade


do valor de arepi , que será obtido pela expressão que segue:

Então o equipamento eu coletarei a media de tempo na atividade com a máquina que possui
vibração a partir de três medições com o cronômetro, o transdutor de vibração irá me informar as 3
aceleração média resultante dessas 3 medições e com base nesses 3 resultados de amrik eu calcularei a
arepi. O s é igual a 3.

Assim se calcula aren nas atividades que envolve o risco de vibração.

Cuidado: As referidas variações nas acelerações obtidas (amrik) também podem ser
decorrentes de falhas no processo de medição, indicando a necessidade de revisão do procedimento e do
instrumental utilizado.

Outra situação ocorre quando a integração do sinal for mantida de forma continuada,
procedimento recomendável para operações intermitentes que alternem rápidas exposições com rápidas
interrupções, ou seja, quando for uma atividade somente com determinado equipamento vibratório com
paradas em poucos intervalos de tempo, deve-se estabelecer uma medição contínua.

Quando a componente de exposição identificada for uma condição de exposição de longa


duração, a caracterização da exposição pode ser feita por meio da avaliação de uma parcela desta
componente, desde que um resultado representativo desta seja fornecido, conforme convicção do
avaliador. Neste caso, o resultado da medição obtido nesta parcela já corresponde ao valor de amrik a
ser atribuído à componente de exposição sob análise. Caso esta componente em análise ocorra apenas
uma vez na jornada, o resultado obtido já corresponde ao valor do arepi a ser-lhe atribuído.

Como exemplo de exposição de longa duração, pode ser citada uma operação de corte de grama,
com cortador manual motorizado ou roçadeira, executada de forma continuada ao longo da jornada ou
em parte dela.

Os medidores a serem utilizados na avaliação da exposição ocupacional à vibração em mãos e


braços devem atender aos requisitos constantes da Norma ISO 8041 (2005) ou de suas futuras revisões e
complementações.

Cuidado: Quando se utiliza o EPI (luva anti vibração) o ideal é que a operação seja avaliada na
mão do operador com o EPI e não no equipamento vibrante.
87

Quando estritamente necessários, adaptadores de acelerômetros podem ser utilizados para


promover a localização e a fixação dos transdutores de forma mais adequada ou conveniente.

Adaptador para as mãos.

A dificuldade de posicionamento e de fixação dos acelerômetros, em alguns casos, podem ser


superadas pelo uso de adaptadores projetados especialmente para esta finalidade. Nestes casos, durante
a medição, o acelerômetro é fixado no adaptador e este é posicionado no ponto de medição. No entanto,
estes dispositivos eventualmente podem agregar um erro adicional no resultado obtido. Estes aspectos
deverão ser considerados na seleção do dispositivo a ser utilizado na medição.

O transdutor junto com o adaptador deve ser colocado na mão que irá sofrer a interferência na
peça.

A seleção do dispositivo ou da forma de fixação deve ser feita de modo a buscar o melhor
acoplamento entre o acelerômetro e o ponto de medição visando a não comprometer as condições de
operação e as características do sinal de vibração, próprias do processo de exposição ocupacional objeto
de estudo. Outro cuidado na montagem dos acelerômetros é o posicionamento e a fixação dos cabos de
conexão ao medidor. Deve-se procurar posicioná-los de forma a não comprometer a livre movimentação
do trabalhador avaliado e fixá-los a fim de evitar que os cabos sofram movimentações ou oscilações
desnecessárias que possam introduzir sinais indesejados durante a medição, falseando os resultados
obtidos e podendo, inclusive, danificar os referidos cabos ou conexões.

16.1.6 Calibração dos equipamentos


Medidores, acelerômetros e calibradores deverão ser periodicamente calibrados pelo Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), por laboratórios acreditados pelo Inmetro
para esta finalidade ou por laboratórios internacionais, desde que reconhecidos pelo Inmetro. A
periodicidade de calibração deve ser estabelecida com base nas recomendações do fabricante, em dados
históricos da utilização dos medidores que indiquem um possível comprometimento na confiabilidade
do equipamento. A calibração também deverá ser refeita sempre que ocorrer algum evento que implique
suspeita de dano ou comprometimento do sistema de medição.

Cuidado: Interferentes ambientais durante a medição que pode ser o calor, umidade e campos
magnéticos.

16.1.7 Antes de iniciar a medição


Antes de iniciar a medição, o trabalhador a ser avaliado deve ser informado: - do objetivo do
trabalho e como as medições serão realizadas;
88

- que a medição não deve interferir em sua conduta de trabalho e em suas atividades habituais,
devendo manter a sua rotina e seus procedimentos operacionais. Deve informar o avaliador sobre
qualquer ocorrência que não seja habitual ou rotineira da tarefa que está sendo executada ou sobre
qualquer dúvida quanto à sua conduta durante o processo de medição;

- sobre a fragilidade dos dispositivos utilizados, sendo alertado para o cuidado com eles durante
a medição, como, por exemplo, evitar pancadas ou puxões nos cabos e acelerômetros, bem como atos
bruscos e agressivos durante os procedimentos operacionais;

- que os dispositivos fixados em sua mão, ou em sua ferramenta de trabalho, ou na peça que está
sendo processada só podem ser removidos pelo avaliador;

Os dados obtidos só serão validados se o equipamento mantiver comportamento regular durante


todo o procedimento de medição e atender às seguintes condições:

- a integridade eletromecânica do conjunto de medição deve estar preservada;

- o nível de tensão da(s) bateria(s) após o término das medições deve apresentar-se dentro do
mínimo aceitável;

- a calibração realizada após as medições, em relação à regulagem inicial, deve permanecer


dentro da faixa de tolerância de ± 5% ou daquela especificada na documentação do medidor, devendo
ser adotada a que for mais restritiva.

16.1.8 Procedimentos Específicos em atividades que utilizam ferramentas percussivas


ou rotopercussivas
Na avaliação da exposição ocupacional a vibrações em atividades que utilizam ferramentas
percussivas ou rotopercussivas, os acelerômetros piezelétricos podem sofrer interferências provocadas
pela influência de picos de aceleração elevada. Esta influência pode promover a distorção do sinal
medido, implicando leituras incorretas. Nestes casos, não é recomendável a utilização de acelerômetros
triaxiais, sendo que as medições devem ser feitas por eixo, por meio do uso de acelerômetros
monoaxiais. Para este procedimento de medição, também é recomendável a utilização de um filtro
mecânico que deverá ser interposto entre o acelerômetro e o ponto de medição de modo a reduzir a
transmissão, para o transdutor, do conteúdo de altas frequências provenientes dos transientes gerados.

16.1.9 Exemplo de aplicação da norma


Um trabalhador que diariamente executa dois tipos de operação durante sua jornada de trabalho.
No período da manhã, ele realiza a operação de desbaste de dezoito placas de granito, utilizando uma
lixadeira manual. O tempo médio de desbaste de cada placa está em torno de doze minutos, sendo que
89

são gastos, em média, três minutos para a troca de uma placa desbastada pela seguinte. No período
da tarde, ele realiza a operação de polimento de nove das dezoito placas já desbastadas, com uma
politriz manual. O tempo médio de polimento de cada placa está em torno de vinte e sete minutos,
sendo que são gastos, em média, três minutos para a troca de uma placa polida pela seguinte.

Analisando o exemplo proposto, a alternativa adotada para a avaliação da exposição a vibrações


foi considerar duas componentes de exposição, sendo uma correspondente à operação de desbaste de
cada placa, com duração média de doze minutos, e a outra relativa à operação de polimento de cada
placa, com duração média de vinte e sete minutos. Deve ser observado que, neste caso, as componentes
de exposição levam em consideração apenas o tempo efetivo de contato da mão com a vibração, não
sendo computado o tempo utilizado para a troca de placas. Considerando a alternativa adotada, no
estudo da primeira componente de exposição decorrente da execução da operação de desbaste, foram
feitas medições em oito repetições (a norma aceita até três) da componente, selecionadas de forma
aleatória. Cada medição cobriu o tempo total de duração de cada componente, sendo que os valores de
amrik obtidos estão apresentados na Tabela 1

Na tabela 1 se nota que não há muita variação nos valores de aceleração que é o correto.

No estudo da segunda componente de exposição relativa à execução da operação de polimento,


foram feitas medições em cinco repetições da componente, selecionadas de forma aleatória. Cada
medição cobriu uma parcela do tempo total de duração de cada componente. O tempo de duração de
cada parcela variou de doze a dezessete minutos.
90

A determinação da aceleração resultante de exposição (are) é feita seguindo-se os


procedimentos apresentados. Neste exemplo, deve ser observado que a jornada de trabalho corresponde
a nove horas, ou seja, quinhentos e quarenta minutos.

A determinação da aceleração resultante de exposição normalizada:

Interpretação do resultado

Atividade do exemplo não é insalubre e também não dá o direito à aposentadoria especial por
estar abaixo dos limites de tolerância estabelecidos na NR-15.
91

16.1.10 Medidas Preventivas


As medidas preventivas são ações que visam a minimizar a probabilidade de que as exposições
à vibração causem prejuízos ao sistema mão-braço e a evitar que o limite de exposição seja
ultrapassado. Devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação e a orientação aos
trabalhadores e o controle médico.

O monitoramento periódico consiste em uma avaliação sistemática e repetitiva da exposição dos


trabalhadores e das medidas de controle visando a um acompanhamento dos níveis de exposição.

Os trabalhadores devem ser informados e orientados sobre:

- riscos decorrentes da exposição à vibração em mãos e braços;

- cuidados e procedimentos recomendáveis para redução da exposição, como, por exemplo,


dentro de condições seguras, utilizar o mínimo de força de preensão na sustentação e no deslocamento
da ferramenta;

- buscar ajuda médica sempre que sentir nas mãos, de forma continua, formigamentos,
dormências intensas ou dor;

- eventuais limitações de proteção das medidas de controle, sua importância e o seu uso correto;

- informar seus superiores sempre que observar níveis anormais de vibração durante o uso das
ferramentas.

16.1.11 Medidas corretivas


As medidas corretivas visam a reduzir os níveis de exposição à vibração, devendo ser adotadas
tendo por base as recomendações estabelecidas no critério de julgamento.

Entre as diversas medidas corretivas podem ser citadas:

- modificação do processo ou da operação de trabalho, podendo envolver a substituição de


ferramentas e acessórios, a reformulação ou a reorganização de bancadas e postos de trabalho, a
alteração das rotinas ou dos procedimentos de trabalho, a adequação do tipo de ferramenta, do acessório
utilizado e das velocidades operacionais;

- manutenção das ferramentas, em especial aquelas com eixo excêntrico, de forma a mantê-las
em bom estado de conservação;
92

- troca de componentes gastos ou defeituosos, tais como: discos, rebolos, ponteiras, correntes de
corte, mancais, rolamentos e acoplamentos;

- troca de componentes novos quando identificado que estes produzem vibração excessiva,
resultante, por exemplo, de defeitos de fabricação ou da má qualidade dos produtos;

- redução do tempo de exposição diária;

- alternância de atividades ou operações que gerem exposições a níveis mais elevados de


vibração com outras que não apresentem exposições ou impliquem exposições a menores níveis,
resultando na redução da exposição diária.

16.2 Aposentadoria Especial para Vibrações de Mãos e Braços


A partir de março de 2014 a avaliação passou a ser quantitativa com base nos procedimentos da
NHO-10 e os limites de tolerância da NR-15. A aposentadoria é com 25 anos de contribuição.

16.3 NHO-9 Avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo


inteiro
Esta norma técnica tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da
exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro (VCI) que implique possibilidade de ocorrência de
problemas diversos à saúde do trabalhador, entre os quais aqueles relacionados à coluna vertebral.

A norma aplica-se à exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro, em quaisquer situações


de trabalho em que a vibração seja transmitida ao corpo, tanto na posição em pé, quanto na sentada.

Aplica-se as mesmas formulas para o calculo da aceleração resultante da exposição normalizada


(aren):

Aceleração média

Aceleração Média Resultante

Aceleração resultante de exposição parcial


93

Aceleração resultante de exposição

Aceleração resultante de exposição normalizada (aren)

Vibração para corpo inteiro além dos limites de tolerância para aceleração resultante de
exposição normalizada, também deve ser calculado o Valor da dose de vibração resultante.

O Valor da dose de vibração (VDVji) corresponde ao valor obtido a partir do método de dose de
vibração à quarta potência determinado na direção “j”, sendo que “j”corresponde aos eixos ortogonais
“x”, “y” ou “z”, expresso em m/s1,75, definido pela expressão que segue:

Valor da dose de vibração (VDVj):

aj(t) = aceleração instantânea ponderada em frequência;

t = tempo de duração da medição.

Valor total da dose de vibração (VDVji): corresponde ao valor de dose de vibração,


determinado na direção “j”, relativo às “s” amostras da componente de exposição “i” que foram
mensuradas, definido pela expressão que segue:

VDVjik = valor de dose de vibração relativa à késima amostra selecionada dentre as repetições
da componente de exposição “i” ;

s = número de amostras da componente de exposição “i” que foram mensuradas.

Valor da dose de vibração da exposição parcial (VDVexpji): corresponde ao valor de dose de


vibração representativo da exposição ocupacional diária no eixo “j”, relativo à componente de exposição
“i”, que pode ser obtido por meio da expressão que segue: (serve para padronizar a amostragem de
acordo com o tempo real da amostragem que o trabalhador fica exposto)

VDVji = valor total da dose de vibração medido no eixo “j”, relativo à componente de
exposição “i”;
94

Texp = tempo total de exposição à vibração, ao longo de toda a jornada de trabalho, decorrente
da componente de exposição “i” em estudo. Corresponde ao número de repetições da componente vezes
o seu tempo de duração;

Tamos= tempo total utilizado para a medição das “s” amostras representativas da componente
de exposição “i”, em estudo:

Tk = tempo de medição relativo à késima amostra selecionada dentre as repetições da


componente de exposição “i”;

s = número de amostras da componente de exposição “i” que foram mensuradas;

fj = fator de multiplicação em função do eixo considerado (f = 1,4 para os eixos “x” e “y” e f =
1,0 para o eixo “z”).

Valor da dose de vibração da exposição (VDVexpj ): corresponde ao valor de dose de vibração


representativo da exposição ocupacional diária em cada eixo de medição, que pode ser obtido por meio
da expressão que segue: (caso exista mais de uma componente de exposição)

VDVexpji = valor da dose de vibração da exposição representativo da exposição ocupacional


diária no eixo “j”, relativo à componente de exposição “i”;

m = número de componentes de exposição que compõem a exposição diária.

Valor da dose de vibração resultante (VDVR): corresponde ao valor da dose de vibração


representativo da exposição ocupacional diária, considerando a resultante dos três eixos de medição, que
pode ser obtido por meio da expressão que segue:

VDVexpj = valor da dose de vibração da exposição, representativo da exposição ocupacional


diária no eixo “j”, sendo “j” igual a “x”, “y” ou “z”.

Para os fins desta norma, são utilizados os valores de referência descritos a seguir. O nível de
ação para a exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro adotado nesta norma corresponde a
um valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 0,5m/s 2 e ao valor da dose de
vibração resultante (VDVR) de 9,1m/s1,75. O limite de exposição ocupacional diária à vibração de corpo
inteiro, adotado nesta norma corresponde a um valor da aceleração resultante de exposição normalizada
(aren) de 1,1 m/s2 e ao valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21 m/s1,75.
95

Para fins de comparação com o limite de exposição ou com o nível de ação, independentemente
da duração da jornada de trabalho, deve-se determinar a aceleração resultante a exposição normalizada
(aren) e o valor da dose de vibração resultante (VDVR). Este último parâmetro adquire maior
importância quando for constatada a ocorrência de choques ou solavancos significativos na
exposição do trabalhador sobestudo.

16.4 Procedimentos de avaliação


Deverão ser obtidas informações técnicas e administrativas relacionadas aos veículos, às
máquinas e aos equipamentos, às operações e demais parâmetros (ambientais, de processos de trabalho
etc.) envolvidos nas condições de trabalho avaliadas. Tais informações serão corroboradas por
observações de campo, necessárias para a identificação dos grupos de exposição similar e para a
caracterização da exposição dos trabalhadores com base no critério utilizado.

A avaliação da vibração deverá ser feita de forma a ser representativa da exposição de todos os
trabalhadores considerados no estudo. Identificando-se os grupos de exposição similar, não precisarão
ser avaliados todos os trabalhadores.

As avaliações podem ser realizadas cobrindo parte dos trabalhadores de cada grupo considerado
que esteja em situação correspondente à exposição “típica” do grupo. Sempre que houver dúvidas
quanto à representatividade de uma amostragem parcial, esta deverá ser estendida até que haja
convicção técnica de sua representatividade.

Havendo dúvidas quanto à possibilidade de redução do número de trabalhadores a serem


avaliados, a abordagem deve considerar necessariamente a totalidade dos expostos no grupo
considerado.

16.5 Avaliação Preliminar


A análise preliminar tem por objetivo reunir elementos que permitam enquadrar as situações
analisadas em três distintas possibilidades, quais sejam:

- a convicção técnica de que as situações de exposição sejam aceitáveis, pressupondo-se que


estejam abaixo do nível de ação;

- a convicção técnica de que as situações de exposição sejam inaceitáveis, pressupondo-se que


estejam acima do limite de exposição;

- a incerteza quanto à aceitabilidade das situações de exposição analisadas.

Para a análise preliminar da exposição, deve-se considerar, entre outros, os seguintes aspectos:

a) informações fornecidas por fabricantes de veículos, máquinas ou equipamentos sobre suas


especificações técnicas, incluindo os níveis de vibração gerados durante as operações envolvidas na
exposição;

b) estado de conservação de veículos, máquinas ou equipamentos utilizados quanto aos sistemas


de amortecimento, assentos e demais dispositivos que possam interferir na exposição dos operadores ou
motoristas. O nível de vibração gerado depende, entre outros fatores, das características e do estado de
conservação desses dispositivos. Esses aspectos devem ser considerados quando da utilização de dados
relativos a operações e equipamentos similares;

c) dados de medições de exposição ocupacional já existentes, eventualmente disponíveis;


96

d) características da superfície de circulação;

e) constatação de condições específicas de trabalho que possam contribuir para o agravamento


das condições de exposição, como, por exemplo: atividades desenvolvidas em situações ou condições
diversas das finalidades para as quais se destinam os veículos, as máquinas ou os equipamentos;

f) estimativa de tempo efetivo da exposição diária;

g) nível de ação e limite de exposição adotados;

h) informações ou registros relacionados a queixas, susceptibilidades ou predisposições atípicas


ou antecedentes médicos relacionados aos trabalhadores expostos e os efeitos neles gerados.

Quando, por meio da análise preliminar, houver a convicção técnica de que as situações de
exposição são aceitáveis, em princípio não serão necessárias avaliações quantitativas, sendo
recomendada, no mínimo, a manutenção das condições de exposição existentes.

Quando houver incerteza se faz as medições.

16.6 Procedimento de Avaliação Quantitativo


A avaliação da exposição ocupacional à vibração de corpo inteiro deverá ser feita utilizando-se
sistemas de medição que permitam a determinação da aceleração resultante de exposição normalizada
(aren) e do valor da dose de vibração resultante (VDVR), parâmetros representativos da exposição
diária do trabalhador. Os sistemas de medição devem ser compostos basicamente de medidores
integradores e de transdutores (incluindo acelerômetros de assento) do tipo triaxial. Esses transdutores
serão posicionados nos pontos de medição.

Em determinadas situações de trabalho, nas quais as atividades são realizadas em pé, as


medições terão de ser feitas com acelerômetros fixados no piso. Outras, a fixação poderá ser na posição
sentado.

Os procedimentos de avaliação devem interferir o mínimo possível nas condições operacionais


características da condição de trabalho em estudo. A exposição diária pode ser composta por:

- uma única componente de exposição, de curta ou longa duração, repetida ou não, durante toda
a jornada de trabalho ou em parte dela;

- duas ou mais componentes de exposição, de curta ou longa duração, repetidas, ou não, de


forma sequencial ou aleatória, durante toda a jornada de trabalho ou em parte dela.
97

Esta forma de abordagem, por meio de componentes de exposição, tem por objetivo facilitar o
processo de coleta de dados, tendo em vista as mais variadas condições de exposição.

Condições de exposição não rotineiras, decorrentes de operações ou procedimentos de trabalho


previsíveis, mas não habituais, devem ser avaliadas e interpretadas isoladamente, considerando-se a sua
contribuição na exposição diária.

A identificação das componentes de exposição é feita por meio de uma avaliação qualitativa,
cuidadosa e detalhada, do processo e das condições de trabalho, considerando: a variedade de tipos e
características de veículos e máquinas, assentos e suspensões, tipos de pavimento, velocidades de
condução, procedimentos e operações distintas, tempos de trabalho, pausas ao longo da exposição
diária, modos de condução e modos operacionais distintos, inerentes a cada trabalhador, entre outros.

Quando a exposição diária compreender duas ou mais componentes de exposição, a avaliação


da exposição ocupacional diária poderá ser feita pela combinação dos dados obtidos para cada uma das
componentes.

Então primeiramente se qualifica as componentes de exposição dos trabalhadores. Se houver


mais que uma componente de exposição deve se qualificar ambas.

Um exemplo seria um operador de trator que realiza uma atividade de carregamento de terra
(Tarefa A). Forma Pilhas no pátio de areia (tarefa B) tudo no turno da manhã. Ao todo são duas
componentes de exposição diferentes.

Uma vez determinadas as componentes de exposição, devem ser obtidos: a aceleração resultante
de exposição parcial (arepi) e o valor da dose de vibração da exposição parcial (VDVexpji),
representativos da contribuição da exposição ocupacional de cada uma das diferentes componentes
identificadas.

Também deverão ser determinados o tempo médio de duração de cada componente Ti, o
número de repetições de cada componente ao longo da jornada de trabalho ni, o tempo total utilizado
para a medição das “s” amostras representativas de cada componente Tamos e o tempo total de
exposição à vibração ao longo de toda a jornada de trabalho decorrente de cada componente Texp.

O Ti de cada componente de exposição deve ser determinado por meio da média aritmética das
cronometragens, obtidas cada vez que a componente é repetida.

Quando o número de repetições for igual ou superior a três, devem ser feitas no mínimo três
cronometragens ou tantas quantas forem necessárias para que seja alcançado um valor representativo do
Ti.

A aceleração resultante de exposição parcial (arepi) de cada componente de exposição deve ser
determinada por meio da média aritmética das acelerações, obtidas cada vez que a componente é
repetida. Cada valor de aceleração, obtido neste caso, corresponde à aceleração média resultante
(amrik). Quando o número de repetições for igual ou superior a três, devem ser feitas no mínimo três
medições ou tantas quantas forem necessárias para que seja alcançado um valor representativo da arepi,
que será obtido pela expressão que segue:
98

Cuidado: A medição em um número maior de repetições pode ser necessária quando a


componente de exposição for de curta duração ou forem observadas significativas variações nos
tempos de duração e nas acelerações obtidas entre diversas repetições observadas. Todavia, este fato
também pode ser indicativo de que houve falha ou inadequação na identificação das componentes de
exposição. Neste caso, pode ser necessária a uma nova análise das condições de exposição do
trabalhador avaliado, visando a uma nova identificação das componentes de exposição. As referidas
variações nas acelerações obtidas também podem ser decorrentes de falhas no processo de medição,
indicando a necessidade de revisão do procedimento e do instrumental utilizado.

Outra situação ocorre quando a integração do sinal for mantida de forma continuada. Neste
caso, a medição prossegue cobrindo várias repetições da componente de exposição até que o avaliador,
baseado no seu julgamento e experiência profissional, tenha convicção de que a amostragem é
representativa da exposição, sendo que o resultado obtido amri já corresponde ao valor do arepi a ser
atribuído à componente de exposição em análise.

Quando a componente de exposição identificada for uma condição de exposição de longa


duração, a caracterização da exposição pode ser feita por meio da avaliação de uma parcela do tempo de
duração “Ti” da componente de exposição “i”, que forneça um resultado representativo desta
componente, conforme convicção do avaliador. Neste caso, o resultado da medição obtido nesta parcela
já corresponde ao valor de amrik a ser atribuído à componente de exposição sob análise. Caso esta
componente em análise ocorra uma única vez na jornada, o resultado obtido já corresponde ao valor do
arepi a ser atribuído à componente de exposição em análise.

Da mesma forma, e simultaneamente à obtenção do valor do arepi, o valor da dose de vibração


da exposição parcial (VDVexpji) de cada componente de exposição deve ser determinado por meio da
projeção do valor da dose de vibração (VDVji). O VDVji dever ser determinado pela somatória dos
valores de dose VDVjik, obtidos cada vez que a componente é repetida. Cada valor da dose VDVexpji
obtido neste caso corresponde ao valor representativo da exposição ocupacional diária no eixo “j”,
relativo à componente de exposição “i”. O aparelho dará o resultado do VDVji. As doses citadas são
determinadas pelas expressões que seguem:

16.8 Medidores de Vibração


Será utilizado o mesmo medidor conforme a mesma norma ISO na avaliação de VMB. Só que
dessa vez para circuitos ponderados de corpo inteiro:

- circuitos de ponderação para corpo inteiro


99

• Wk para o eixo “z”

• Wd para os eixos “x” e “y”

- fator de multiplicação “fj” em função do eixo considerado

• fx = 1,4 • fy = 1,4 • fz = 1,0

- medição em rms.

Medidores, acelerômetros e calibradores deverão ser periodicamente calibrados pelo Instituto


Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), por laboratórios acreditados pelo Inmetro
para esta finalidade ou por laboratórios internacionais, desde que reconhecidos pelo Inmetro. A
periodicidade de calibração deve ser estabelecida com base nas recomendações do fabricante.

Na utilização de medidores e calibradores deverão ser consideradas as interferências decorrentes


das condições de umidade e temperatura, da presença de campos magnéticos ou outros interferentes,
conforme especificados pelos fabricantes.

Outro cuidado na montagem dos acelerômetros é a disposição e a fixação dos cabos de conexão
ao medidor. Deve-se procurar dispô-los de forma a não prejudicar a movimentação ou o posicionamento
do trabalhador avaliado e fixá-los a fim de evitar que os cabos sofram movimentações ou oscilações
desnecessárias que possam introduzir sinais indesejados durante a medição, falseando os resultados
obtidos e podendo, inclusive, danificar os referidos cabos ou conexões.

As mesmas medidas adotadas no acelerômetro de mãos e braços irá valer para esse, já que o
medidor é o mesmo, só muda o campo de avaliação.

16.9 Exemplo de aplicação da norma


Um trabalhador que diariamente cumpre uma jornada de 8h48, durante a qual executa três tipos
de tarefa. Nas 4h24 do período da manhã, ele opera um trator para realização de duas tarefas básicas,
que são:

• Tarefa A: desloca o entulho do caminhão e carrega um moinho;

• Tarefa B: remove o material moído e forma pilhas no pátio.

Normalmente é executada uma série composta pela repetição de oito vezes a Tarefa A, sendo
que o tempo médio de duração de cada uma é de cinco minutos. Na sequência, o operador permanece
parado por um tempo médio de seis minutos com o trator desligado e, em seguida, executa uma série
composta pela repetição de seis vezes a Tarefa B, sendo que o tempo médio de duração de cada uma é
de sete minutos. Desta forma, no período da manhã, o operador repete três vezes o ciclo composto por
uma série de Tarefas A, mais seis minutos de parada, mais uma série de Tarefas B.

Nas 4h24 do período da tarde, ele opera o britador (Tarefa C), em pé, posicionado sobre uma
plataforma acoplada a ele. Nesta atividade, o operador permanece na plataforma por quarenta e seis
minutos, condição na qual fica exposto à vibração. Em seguida, fora da plataforma, durante vinte
minutos, realiza outras tarefas sem contato com o agente. Desta forma, no período da tarde, o operador
repete quatro vezes a Tarefa C e o ciclo de sessenta e seis minutos composto pelas tarefas executadas
sobre a plataforma e fora dela.

Avaliação dos componentes de exposição:


100

Tarefa A: 5 minutos de duração e repetida 24 vezes.

Tarefa B: 7 minutos de duração e repetida 18 vezes.

Tarefa C: 46 minutos de duração e repetida 4 vezes

Deve ser observado que, neste caso, as componentes de exposição levam em consideração
apenas o tempo efetivo de contato com a vibração, não sendo computados os períodos de tempo de
paradas entre as séries de Tarefas A e as séries de Tarefas B, bem como os tempos que o operador fica
fora da plataforma do britador, executando outras tarefas.

Considerando a alternativa adotada, no estudo da primeira componente de exposição, decorrente


da execução da Tarefa A, foram feitas medições em quatorze repetições da componente selecionadas de
forma aleatória. Deve ser observado que, durante todo o período da manhã, o operador executou vinte e
quatro vezes a Tarefa A. Cada medição cobriu o tempo total de duração da componente, sendo que os
valores de amrik e VDVjik obtidos estão apresentados respectivamente nas Tabelas 1 e 2.

Componente de Exposição A:
101

Esse é um exemplo trazido da NHO, mas 3 medições já é o suficiente para estar de acordo com
a norma, não havendo necessidade de 14 medições.
102

No estudo da segunda componente de exposição, relativa à execução da Tarefa B, foram feitas


medições em onze repetições da componente selecionadas de forma aleatória. Deve ser observado que,
durante todo o período da manhã, o operador executou dezoito vezes a Tarefa B. Cada medição cobriu o
tempo total de duração da componente, sendo que os valores de amrik e VDVjik obtidos estão
apresentados respectivamente nas Tabelas 3 e 4.
103
104

A terceira componente de exposição correspondeu à execução da Tarefa C, realizada no


período da tarde. No estudo dessa componente, foram feitas medições nas quatro vezes que ela se
repetiu. Cada medição cobriu uma parcela do tempo total de duração de cada repetição da componente,
sendo que o tempo de duração de cada parcela variou de 20 a 25 minutos. Os valores de amrik e
VDVjik obtidos estão apresentados respectivamente nas Tabelas 5 e 6.
105

A determinação da aceleração resultante de exposição (are) e da aceleração resultante de


exposição normalizada (aren) é feita seguindo-se os procedimentos:
106

A determinação do valor da dose de vibração da exposição (VDVexpj) e do valor da dose de


vibração resultante (VDVR) é feita seguindo-se os procedimentos:

Os valores obtidos de acordo com a avaliação foram:

Aren: 1,0m/s2

VDVR: 18,0m/s1,75

Com isso aplicamos o critério de avaliação:

A atividade está na região de incerteza.

Importante: Por que devo usar os conceitos das NHOs na avaliação de riscos? A NR-15 é
uma norma que estabelece, normalmente, para alguns agentes, três limites: Teto, tolerância e ação. Até
107

aí tudo bem. Agora as NHOs trazem um novo conceito que se chama "região de incerteza" que é uma
zona um pouco abaixo do limite de tolerância onde deve ser adotada medidas preventivas e corretivas.
Isso se deve ao fato do risco em determinado momento devido a uma pequena variabilidade durante o
processo de medição ficar maior que o limite de tolerância. Isso é algo que garante uma maior
proteção aos trabalhadores e também, em caso de perícias, o perito em hipótese ou circunstância
alguma relacionada a sua medição encontrará um valor acima do limite de tolerância. Esse item das
NHOs está geralmente citado no tópico " Critério de julgamento e tomada de decisão". Por isso fiquem
atentos as NHOs durante a avaliação dos riscos, já que a NR-15 não é o suficiente para se ter um bom
controle.

Independentemente dos resultados obtidos e do enquadramento no Quadro 1, quando, por


meio do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre danos observados na saúde
dos trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam expostos, também deverão ser adotadas
medidas corretivas visando à redução da exposição diária.

16.10 Medidas preventivas


As medidas preventivas são ações que visam a minimizar a probabilidade de que as
exposições à vibração causem prejuízos ao trabalhador exposto e evitar que o limite de exposição seja
ultrapassado. Devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação e orientação aos
trabalhadores e o controle médico.

O monitoramento periódico consiste em uma avaliação sistemática e repetitiva da exposição


dos trabalhadores e das medidas de controle, visando a um acompanhamento dos níveis de exposição,
tendo em vista a introdução ou a modificação das medidas de controle sempre que necessário.

Os trabalhadores devem ser informados e orientados sobre:

- riscos decorrentes da exposição à vibração de corpo inteiro;

- cuidados e procedimentos necessários para redução da exposição à vibração, como, por


exemplo, adotar velocidades adequadas no uso de veículos, evitar, dentro do possível, superfícies
irregulares, ajustar o assento do veículo em relação ao posicionamento e ao peso do usuário;

- cuidados a serem tomados após a exposição, tais como evitar levantar pesos ou fazer
movimentos bruscos de torção ou flexão;

- eventuais limitações de proteção das medidas de controle, sua importância e seu uso correto;

- informar seus superiores sempre que observar níveis anormais de vibração durante o uso de
veículos ou durante a execução de atividades em plataformas de trabalho.

16.11 Medidas Corretivas


As medidas corretivas visam a reduzir os níveis de exposição a vibrações. Entre as diversas
medidas corretivas podem ser citadas:

- modificação do processo ou da operação de trabalho, podendo envolver: o reprojeto de


plataformas de trabalho; a reformulação, a reorganização ou a alteração das rotinas ou dos
procedimentos de trabalho; a adequação de veículos utilizados, especialmente pela adoção de assentos
antivibratórios; a melhoria das condições e das características dos pisos e pavimentos utilizados para
circulação das máquinas e dos veículos;
108

- manutenção de veículos e máquinas, envolvendo especialmente os sistemas de suspensão e


amortecimento, assento do operador, calibração de pneus, alinhamento e balanceamento, troca de
componentes defeituosos ou desgastados de forma a mantê-los em bom estado de conservação; -
redução do tempo de exposição diária;

- alternância de atividades ou operações que geram exposições a níveis mais elevados de


vibração com outras que não apresentem exposições ou impliquem exposições a menores níveis,
resultando na redução da exposição diária.

16.12 Alternativa para avaliação da vibração


O avaliador também poderá optar por cobrir um maior ciclo de exposições da componente de
exposição. Assim terá menor quantidade de dados arep e VDVji para calcular. Essa é uma alternativa
que economiza muito durante os cálculos.

16.13 Aposentadoria Especial para Vibrações de Corpo Inteiro


A partir de março de 2014 a avaliação passou a ser quantitativa com base nos procedimentos da
NHO-9 e os limites de tolerância da NR-15. A aposentadoria é com 25 anos de contribuição.

17. Anexo -9 Frio


As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que
apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão
consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho.

Segundo o artigo: Avaliação técnica jurídica sobre insalubridade por agente frio em ambientes
de produção na indústria frigorífica de aves do Gérson Dalcin.

“Recentemente aqui no Brasil, após a publicação da NR-36 (Norma Regulamentadora de


Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abates e Processamento de Carnes e Derivados), mais
especificamente em relação ao item 36.13.1, onde a norma trata do critério de concessão de pausas
térmicas baseado no mapa oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevista no
Art. 253 da CLT, parte de profissionais das áreas de Segurança e Saúde do Trabalho (SST), advogados,
peritos e magistrados, passaram a interpretar, erroneamente, que tal normativo também seria o critério
quantitativo para fins de apuração de insalubridade para o agente físico "frio" nestes ambientes.”

“Estas faixas e o tempo de descanso foram baseados no artigo 253, da CLT e não estão
fundadas em bases científicas, devendo caso seja necessário que os laudos das avaliações ambientais
sigam as recomendações da ACGIH.” (PG 182). “

Segundo o artigo 253

Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que
movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma)
hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos
de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo.

Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que for inferior,
nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do Trabalho, Industria e
Comercio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a
10º (dez graus).
109

Sumula 438 do TST: O empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio, nos
termos do parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não labore em câmara frigorífica, tem direito
ao intervalo intrajornada previsto no caput do art. 253 da CLT.»

O que é utilizado no Brasil para definir o que é frio insalubre é o artigo 253 da CLT e não
conceitos técnicos, infelizmente, por isso o perito deverá realizar as medições, consultar a zona
climática específica baseado no mapa oficial do IBGE e com isso constatar os limites de tolerância para
aquela zona. Para o calculo desses valores um termômetro de mercúrio já será o suficiente.
110

17.1 Aposentadoria Especial


Com a publicação do decreto 2172 de 1997 esse agente foi excluído definitivamente para
fins de tempo de serviço para aposentadoria especial.

18. Anexo 10 - Umidade


As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade
excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em
decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho.

A análise pericial é relativamente simples e consiste apenas em avaliar o local de trabalho e


enquadrá-lo (ou não) no texto acima.

Professores de natação que passam o dia trabalhando dentro da piscina


111

18.1 Aposentadoria especial


Essa atividade não enseja mais o direito a aposentadoria especial.

19. Anexo 11 - AGENTES QUÍMICOS CUJA INSALUBRIDADE É


CARACTERIZADA NO LOCAL DE TRABALHO
Antes de iniciar a avaliação para os agentes químicos é necessário classificar a forma do
agente e como ele é exposto ao trabalhador. Os agentes sólidos podem estar na forma de poeiras, fumos
e fibras. Os agentes líquidos podem ser névoas ou neblinas. Para essas partículas serem classificadas
como aerodispersoides é necessário que seja menor que 100 µm.

Os arodispersoides são classificados em fibrogênicos e não fibrogênicos. Os fibrogênicos


causam fibrose pulmonar e são fibras e deve ter sua FISPQ consultada quando avaliado. Para os
fibrogênicos é necessário exames admissionais e periódicos anuais de telerradiografia do tórax e
esperiometria de forma bienal.

Aerodispersoides fibrogênicos
Telerradiografia do tórax Admissional e anual
Esperiometria Admissional e Bienal
Aerodispersoides não fibrogênicos
Telerradiografia do tórax Admissional e cada 3 anos para exposições menores
que 15 anos, para maiores que 15 anos bienal.

Esperiometria Admissional e bienal

Os aerodispersoides estão classificados conforme o esquema abaixo:

Os aerodispersóides são somente líquidos ou sólidos.

Os gases e vapores também se diferenciam:

Vapores: Saem do estado líquido para o gasoso;

Gases: Já estão no estado gasoso;

Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a
caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância constantes
112

do Quadro n.o 1 do anexo 11 e todos esses valores são válidos apenas para absorção por vias
respiratórias.

Todos os valores fixados no Quadro n.o 1 como "Asfixiantes Simples" determinam que nos
ambientes de trabalho, em presença destas substâncias, a concentração mínima de oxigênio deverá ser
18 (dezoito) por cento em volume. As situações nas quais a concentração de oxigênio estiver abaixo
deste valor serão consideradas de risco grave e iminente.

Atmosferas Imediatamente Perigosas, valores mínimos de oxigênio

Na coluna "VALOR TETO" estão assinalados os agentes químicos cujos limites de tolerância
não podem ser ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho.

Na coluna "ABSORÇÃO TAMBÉM PELA PELE" estão assinalados os agentes químicos que
podem ser absorvidos, por via cutânea, portanto exigindo na sua manipulação o uso da luvas adequadas,
além do EPI necessário à proteção de outras partes do corpo.

19.1 Avaliação
A avaliação das concentrações dos agentes químicos através de métodos de amostragem
instantânea, de leitura direta ou não, deverá ser feita pelo menos em 10 (dez) amostragens, para cada
ponto - ao nível respiratório do trabalhador. Entre cada uma das amostragens deverá haver um intervalo
de, no mínimo, 20 (vinte) minutos.

Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostragens não deverá ultrapassar os
valores obtidos na equação que segue, sob pena de ser considerada situação de risco grave e
iminente:
113

Cada agente do anexo 11 que requer insalubridade possui determinado limite de tolerância. De
acordo com o limite de tolerância conforme o quadro acima será estabelecido um desvio padrão
multiplicado pelo limite de tolerância. Caso o valor da análise quantitativa seja maior que o FDxLT será
uma atividade de risco grave iminente.

Os limites de tolerância serão excedidos quando a média aritmética das dez amostragem for
maior que o LT estabelecido.

Para os agentes químicos que tenham "VALOR TETO" assinalado no Quadro n.° 1 (Tabela de
Limites de Tolerância) considerar-se-á excedido o limite de tolerância, quando qualquer uma das
concentrações obtidas nas amostragens ultrapassar os valores fixados no mesmo quadro.

Válidos para jornadas de trabalho de até 48 (quarenta e oito) horas por semana, inclusive.
Atividades que excedem às 48 horas semanais só serão permitidas de acordo com o art 60 da CLT se e
somente se acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene e
segurança do trabalho. Dessa forma, Os meios necessários procederão de exames locais para verificação
dos métodos de processo diretamente pelo MTE, ou autoridades sanitárias federais, estaduais ou
municipais. Excetuam-se jornadas de 12 horas de trabalho e descanso de 36 horas ininterruptas.

Caso a NR-15 não apresente determinado agente químico deverá ser consultada a ACGIH para
medidas de controle conforme a NR-9. Porém não é para fins de insalubridade onde somente produtos
químicos que estão na NR-15 recebem o adicional.

Os limites de tolerância estão para 48 horas semanais e devem ser alterados para 44 horas.
Desse modo se aplica a equação Brief &Scala:

48 (160 − ℎ)
𝐹𝑅 = ( ) 𝑋( )
ℎ 128

(h=44)

O FR multiplicará os limites de tolerância da norma. No caso da ACGIH no lugar de 48 vai


40 que é o valor estabelecido para essa norma.
114

20. NHO-03 Análise Gravimétrica de Aerodispersóides Sólidos


Coletados sobre Filtro de Membrana
Trabalhos anteriormente desenvolvidos pela FUNDACENTRO atestam que, no Brasil, as
poeiras provenientes de vários processos ou condições de trabalho representam sério risco à saúde dos
trabalhadores, por se apresentarem em concentrações elevadas, em ambientes sem controle. A exposição
ocupacional a poeiras pode implicar o surgimento de doenças do sistema respiratório. Para avaliar um
ambiente de trabalho, muitas vezes, é necessário estimar a concentração dos contaminantes presentes no
ar por meio de análises laboratoriais. Assim, foi desenvolvida uma metodologia para análise
gravimétrica de aerodispersóides sólidos coletados sobre filtros de membrana.
Este método de ensaio estabelece um procedimento padronizado para análise gravimétrica de
aerodispersóides sólidos coletados sobre filtros de membrana, com a finalidade de determinar a massa
de poeira coletada do ar de um ambiente de trabalho.
Filtro de membrana: Filtro de malha rígida, uniforme e contínua, de material polímerico, com
tamanhos de poros determinados precisamente durante a fabricação.

Suporte do filtro: Disco de celulose usado para suportar o filtro de membrana dentro do porta-filtros

Porta-filtro (cassete): Conjunto de duas ou três peças feito em plástico transparente, com 37 mm de
diâmetro, que abriga e sustenta o filtro de membrana e o suporte utilizados para retenção da amostra.
115

Filtro testemunho: Filtro de membrana do mesmo tipo, porosidade e diâmetro do filtro a ser utilizado
para a coleta. É um filtro usado exclusivamente em laboratório, como branco analítico, e deve
acompanhar todos os tratamentos dados aos filtros do mesmo lote destinados à coleta de amostras.

Caixa de estabilização: Caixa utilizada para proteção dos filtros de membrana durante o período de
estabilização; construída em madeira ou alumínio de forma a permitir que haja equilíbrio das condições
de umidade e temperatura entre o seu interior e o ambiente em que se encontra, sem que haja depósito
de poeira desse ambiente sobre as amostras. As dimensões da caixa devem ser definidas de acordo com
o espaço disponível no local de utilização.

Este método de ensaio consiste na pesagem do filtro de membrana antes e depois da coleta da
poeira suspensa no ar, e posterior determinação da massa da amostra, por diferença, considerando as
variações ocorridas entre essas duas pesagens. Não é específico para nenhum contaminante, já que
determina a massa de qualquer material particulado que possa ficar retido no filtro. No caso uma análise
específica para aerodispersóides como poeiras. A pesagem se faz em uma balança analítica podendo ser
sobre um vidro relógio. As pesagens devem ser realizadas em ambientes com temperaturas e umidades
controladas. Também a eletricidade estática pode ser uma fator de influência no resultado, por isso
necessário algumas vezes dispositivos para eliminação da eletricidade estática dos filtros.

20.1 Materiais
• Pinças planas, sem estrias nas bordas e sem propriedades magnéticas.
• Haste de madeira, vidro ou metal.
• Suporte de pesagem (triângulo de vidro).
• Álcool etílico (para limpeza).
• Caixa de estabilização.
• Etiquetas adesivas (para codificação).
• Porta-filtros.
• Filtros de membrana.
• Suporte de celulose.
116

• Fita teflon ou banda (para vedação).


• Balança analítica com sensibilidade mínima de 0,01 mg.
• Manômetro de coluna de água.
• Bomba portátil de amostragem.

20.2 Procedimentos de Laboratórios


O local ideal para instalação de uma balança analítica é uma sala provida de sistema de ar-
condicionado com controle da umidade. A balança deve estar instalada sobre suportes sólidos que a
protejam de vibrações.

O local destinado às pesagens deve ser reservado e independente de outras atividades que possam
interferir no seu bom andamento; evitar locais com incidência direta da luz solar ou área de circulação
de pessoas.

A temperatura ótima para a sala de pesagem situa-se na faixa de 20 a 25°C, provida por sistema
de ar-condicionado. A faixa de umidade deve ser fixada considerando-se as características da região
onde se localiza o laboratório. Recomenda-se que a variação de umidade seja controlada dentro de 10%,
entre a mínima e a máxima, encontrada durante o ano.

Recomenda-se o controle periódico das especificações da balança, como sensibilidade e


reprodutibilidade, utilizando um conjunto de padrões certificados, além de manutenção preventiva por
assistência técnica autorizada.

Pinças, suporte de pesagem e caixa de estabilização devem ser limpos usando álcool etílico e
lenço de papel.

Os porta-filtros devem ser deixados de molho em água com detergente neutro durante o tempo
necessário para limpeza total. Enxaguar pelo menos cinco vezes em água corrente e três vezes em água
destilada. Secar os porta-filtros em estufa numa temperatura de até 50°C.

A caixa de estabilização deve ser limpa internamente sempre que se introduzir qualquer filtro
para estabilização.

Toda a área próxima à balança deve ser mantida o mais livre possível da poeira.

20.3 Procedimentos de Avaliação


Os filtros de membrana a serem utilizados na coleta das amostras devem ser retirados
cuidadosamente da embalagem original, com o auxílio de uma pinça, e depositados sobre os corpos
inferiores dos porta-filtros já preparados com os suportes dos filtros. Nesse momento, verificar possíveis
defeitos nos mesmos (descartar filtros defeituosos) e se existe diferença visível de porosidade entre as
duas faces do filtro colocar a parte mais porosa para cima. Escolher, ao acaso, 02 filtros da mesma
embalagem (ou embalagens) que será utilizada para preparação dos filtros para coleta e montar sobre
um outro porta filtros para servir como filtro testemunho. Serão dois filtros testemunhos para cada dez
filtros utilizados para medição.

Entao a partir de 10 membranas selecionadas para realizar a medição, deverá ter ao menos dois
filtros testemunhos. Essas membranas irão ingressar em porta filtros, assim como as duas membranas
testemunho em outros porta filtros. Todos devem ser identificados.
117

20.4 Pesagem dos filtros antes da coleta:


Introduzir os porta-filtros contendo os filtros, já montados e codificados, destampados, na caixa
de estabilização, e deixá-los em repouso por um período mínimo de 03 horas, juntamente com os 02
filtros testemunhos da respectiva embalagem.

Realizar a pesagem de todos os filtros incluindo os testemunhos por pelo menos 2 vezes e realizar
a média aritmética dessas medições. O filtros com uma diferença de 0,02mg na pesagem será necessário
uma terceira pesagem. A diferença máxima deve ser 0,02mg de uma pesagem para outra.

No fim o porta filtros será fechado e vedado com 3 camadas de teflon conforme a figura abaixo.

A verificação de vazamento do porta-filtro é realizada por meio de um manômetro de coluna


inclinada acoplado a uma bomba de amostragem.

A faixa de aceitabilidade é de 30 a 50 mmCA para medição de perda de carga de porta-filtros de


plástico transparente contendo filtro de membrana de PVC de 5 µm de poro e 37mm de diâmetro,
utilizando uma bomba de amostragem calibrada para 1,7 L/min.

Estipular um intervalo de tempo razoável para que os filtros sejam utilizados, conforme a rotina
desenvolvida em cada laboratório.

Anotar o prazo de validade no corpo do porta-filtro.

Os filtros devem ser utilizados o mais rapidamente possível após a pesagem. Todas as
modificações ocorridas na balança ou nas condições de estabilização do laboratório, entre as pesagens
realizadas antes e após a coleta, afetam os resultados analíticos.

A primeira pesagem do amostrador antes da coleta chega com as seguintes informações:


118

Os mesmos procedimentos de pesagem antes da coleta será utilizado após a coleta.

20.5 Resultados
Determinar a massa da amostra coletada sobre o filtro calculando a diferença entre a massa do
filtro carregado e a massa do filtro virgem.

MASSA DA AMOSTRA = (massa do filtro carregado) - (massa do filtro virgem)

Determinar o fator de correção das pesagens da seguinte forma:


119

onde: F = fator de correção

Sendo que:

a massa inicial corresponde à massa do filtro testemunho quando acompanha a pesagem dos filtros do
respectivo lote antes da coleta;

a massa final corresponde à massa do filtro testemunho quando acompanha a pesagem dos filtros do
respectivo lote após a coleta

Calcular a massa corrigida da amostra compensando as variações com a inversão do sinal do


fator de correção, isto é:

Se F > 0 MASSA CORRIGIDA = (massa da amostra) - F

Se F < 0 MASSA CORRIGIDA = (massa da amostra) + F

NOTA: O fator de correção compensa as variações ocorridas entre as duas pesagens de um


mesmo filtro, em dias diferentes, com base nas diferenças verificadas para os filtros testemunhos.

Os resultados finais da análise gravimétrica devem ser apresentados com 2 algarismos decimais.
120

Fazer o registro conforme o anexo acima.

Método de Membrana é o mais utilizado para poeiras, fibras e particulados em geral.

21. NHO-07 Calibração de Bombas de Amostragem Individual pelo


Método de Bolha de Sabão
Grande parte dos métodos de coleta de amostras de agentes químicos presentes nos locais de
trabalho utiliza bombas de amostragem individual, as quais devem produzir uma vazão de ar constante,
permitindo que o ar ambiente passe por um sistema denominado dispositivo de coleta, onde os
contaminantes ficam retidos.

Esta norma estabelece um procedimento padronizado de calibração da vazão de bombas de


amostragem individual, por meio do método da bolha de sabão.

Este procedimento se aplica a vazões de até 6 litros por minuto

Para efeito deste procedimento técnico, aplicam-se as seguintes definições:

Bomba de Amostragem Individual: Instrumento portátil e leve que forneça uma vazão de até
6 ℓ/min, provido de um sistema de controle de vazão constante, que funciona com bateria recarregável e
blindada para utilização em ambientes onde se presume que exista risco de explosão e um sistema
automático de controle de fluxo que lhe permita regular, de maneira instantânea, as variações no fluxo
do ar aspirado, com uma precisão de ± 5%.

Conjunto de materiais necessários para a coleta de um determinado contaminante presente no ar


dos ambientes de trabalho. No Anexo B, Figura B1, estão ilustrados alguns exemplos de dispositivos de
coleta.
121

Vazão de ar: Volume de ar, em litros, que passa pelo dispositivo de coleta por unidade de
tempo, em minutos.

Faixas de Vazão: Alta vazão: acima de 500 mililitros por minuto (mℓ/min)

Baixa vazão: abaixo ou igual a 500 mililitros por minuto (mℓ/min)

Calibração: Operação que tem por objetivo levar o instrumento de medição a uma condição de
desempenho e ausência de erros sistemáticos adequados ao seu uso (VIM, 3.14, NBR ISO 10012-1).

Sistema de Calibração: Sistema composto por bureta, mangueiras, dispositivo de coleta e


bomba de amostragem (conforme ilustrado no Anexo B, Figura B4).
122

Bolha de Sabão: É a película de água e sabão que se forma no interior da bureta durante a
calibração da bomba de amostragem.

Este procedimento técnico consiste na medição da vazão da bomba de amostragem antes e


depois da coleta de amostras para determinação da vazão média, considerando as variações de
temperatura e pressão, visando à utilização desta vazão na validação da amostra e cálculo de
concentração de agentes químicos no ar.

21.1 Materiais
Bureta de vidro para calibração (Anexo B, Figura B2), com as seguintes características:

• Bureta de vidro graduada, com relação de altura/diâmetro de 10/1 (dez para um), e capacidade de no
mínimo 100 mℓ, 500 mℓ e 1000 mℓ para calibração, respectivamente, de até 0,2ℓ/min, 2ℓ/min e 6ℓ/min;
• A bureta deve ter, no mínimo, duas marcações com volume calibrado entre elas de 100 mℓ, 500 mℓ ou
1000 mℓ;
• O ponto inicial de calibração deve estar posicionado a uma distância mínima de 7 centímetros do bocal
da bureta de calibração.
123

Nota: A bureta utilizada deve ser calibrada periodicamente quanto a seu volume interno, de
acordo com a NBR 11588.

Suporte para fixação da bureta de calibração.

Frasco retentor de umidade com duas aberturas para circulação de ar, contendo conexões com orifício
de diâmetro interno aproximadamente igual ao orifício de entrada de ar da bomba de amostragem
(Anexo B, Figura B3).

Mangueira flexível tipo Tygon ‚ de diâmetro compatível com o sistema de calibração.

Nota: A mangueira utilizada também pode ser de silicone, desde que seja indeformável,
transparente ou semitransparente e flexível.

Solução de água e sabão em recipiente com boca de diâmetro superior ao da bureta de calibração.

Detergente neutro para limpeza.

Garras, mufas e rolhas de borracha (se necessário).

Bomba de amostragem individual.

Cronômetro de precisão com sensibilidade de até décimos de segundo.

Materiais opcionais para correção de vazão:

. • Barômetro

. • Termômetro com sensibilidade de leitura de 1 ºC (um grau Celsius).


124

21.2 Procedimentos de Calibração


Primeiramente se faz a limpeza das mangueiras, buretas e frascos que devem ser deixados de
molho em água com detergente neutro durante o tempo necessário para total limpeza. Recomenda-se
enxaguar pelo menos 5 vezes em água corrente e 3 vezes em água destilada e secar em temperatura
ambiente ou utilizando bomba de vácuo. Também deve se fazer a limpeza da parte externa dos
aparelhos, utilizando flanela ou, quando necessário, um pano umedecido em água e, a seguir, um pano
seco.

Montar o sistema de calibração de acordo com o método de coleta, conforme exemplificado no


Anexo B, Figura B4.

Os principais cuidados são com as conexões das mangueiras da bomba com o frasco de
elemeyer e do frasco com a bureta. As conexões devem estar bem vedadas.

Ligar a bomba de amostragem por pelo menos 20 minutos antes de iniciar o procedimento de
calibração, para estabilizar a tensão das baterias.Verificar se a voltagem do módulo de baterias está de
acordo com as especificações do fabricante. Fazer teste de vedação da bomba de amostragem de acordo
com as instruções do fabricante.

Ajustar previamente a bomba de amostragem para a vazão requerida. Calcular o tempo que a
bolha deve levar para percorrer a bureta, por meio da expressão:
125

Erguer o recipiente contendo a solução de sabão até encostá- lo ao bocal da bureta, fazendo com
que se forme uma bolha. Repetir várias vezes esta operação, até que se forme uma bolha que percorra
inteiramente a bureta sem se romper. A bolha deve manter-se plana em todo o trajeto.

Repetir o processo por 3 vezes consecutivas até que a diferença das ultimas 3 medições tenha
variação máxima 0,2 segundos, próximo ao tempo que a bolha deve levar de acordo com a fórmula.

A bomba deve ser calibrada antes de cada coleta e após cada coleta também.

Os tempos médios da medição inicial com variação máxima de 0,2 segundos devem ter sua
média calculada. Esse valor médio irá para fórmula abaixo para o calculo da vazão inicial:

O mesmo se aplica na calibração final após a coleta dos resultados nos locais de trabalho para
descobrir a vazão final.

O calculo da vazão média se dá pela expressão:

Calcular a variação entre a vazão inicial e final:

O valor da variação entre as vazões não deve ultrapassar 5%. Caso isso ocorra a amostragem
não deve ser considerada. Deve se realizar nova calibração inicial e nova avaliação com a bomba.

Caso o local de calibração seja diferente do local de medição a vazão deverá ser corrigida com a
seguinte fórmula:
126

21.3 Calibradores Eletrônicos


Existem também calibradores eletrônicos, classificados como calibradores padrão primário de
vazão, que calibram bombas de amostragem individual pelo método da bolha de sabão.

Os resultados são obtidos por meio de leituras diretas, em unidades de vazão, volume por
minuto.

Os dados ficam retidos na memória para cálculos da média, assim como podem ser eliminados
total ou parcialmente, conforme o interesse do usuário ou a qualidade das bolhas.

O princípio de funcionamento é o mesmo recomendado por esta Norma e pela Norma da ABNT
NBR-10562, com a diferença de realizar as leituras automaticamente.

Gerador de bolhas constituído por amortecedor de pulsação, dispositivo de disparo da bolha,


quebrador de bolha e tubo de alimentação.

Nota: O gerador de bolhas, dependendo do calibrador, pode ser oferecido para volumes
diferentes.

Bloco de sensores: constituído por dois detectores de infravermelho, para acionar as leituras dos
tempos inicial e final durante o percurso da bolha.
127

22. NHO 08 Coleta de Material Particulado Sólido Suspenso no Ar


de Ambientes de Trabalho
Esta norma estabelece um procedimento padronizado para coleta de material particulado sólido
em filtros de membrana com a finalidade de obter amostras representativas das partículas suspensas no
ar dos ambientes de trabalho. Este procedimento se aplica à coleta de partículas de origem mineral,
metálica, vegetal e animal, de negro de fumo e de partículas insolúveis não especificadas de outra
maneira.

Para efeito deste procedimento técnico, aplicam-se as seguintes definições e conceitos:

Jornada de Trabalho: Refere-se ao período durante o qual o trabalhador exerce, efetiva-


mente, a sua atividade. Exemplos: jornada diária de 8 horas; turno de 6 horas; jornada semanal de 48
horas.

Material Particulado: Partículas sólidas, produzidas por ruptura de um material original mente
sólido, suspensas ou capazes de se manterem suspensas no ar.

Partículas Inaláveis: É a fração de material particulado suspenso no ar constituída por


partículas de diâmetro aerodinâmico menor que 100μm, capaz de entrar pelas narinas e pela boca,
penetrando no trato respiratório durante a inalação. É apropriada para avaliação do risco ocupacional
associado com as partículas que exercem efeito adverso quando depositadas no trato respiratório como
um todo.

Particulado Torácico: É a fração de material particulado suspenso no ar constituída por


partículas de diâmetro aerodinâmico menor que 25μm, capaz de passar pela laringe, entrar pelas vias
aéreas superiores e penetrar nas vias aéreas dos pulmões. É apropriada para avaliação do risco
ocupacional associado com as partículas que exercem efeito adverso quando depositadas nas regiões
traqueobronquial e de troca de gases.

Particulado Respirável: É a fração de material particulado suspenso no ar constituída por


partículas de diâmetro aerodinâmico menor que 10μm, capaz de penetrar além dos bronquíolos
terminais e se depositar na região de troca de gases dos pulmões, causando efeito adverso nesse local.

Particulado Total: É o material particulado suspenso no ar coletado em porta-filtro de


poliestireno de 37 mm de diâmetro, de três peças, com face fechada e orifício para a entrada do ar de 4
mm de diâmetro, conhecido como cassete. A coleta de particulado total deve ser utilizada somente
quando não houver indicação específica para coleta de particulado inalável, torácico ou respirável. Ou
seja, eu não sei o tamanho do meu particulado no local de trabalho.

Particulas não especificadas de outra maneira: Partículas para as quais ainda não há dados
suficientes para demonstrar efeitos à saúde em concentrações geralmente encontradas no ar dos locais
de trabalho. Essa definição se refere às partículas que não tenham um limite de exposição estabelecido;
que sejam insolúveis ou fracamente solúveis em água ou nos fluidos aquosos dos pulmões; não sejam
citotóxicas, genotóxicas ou quimicamente reativas com o tecido pulmonar; não emitam radiação
ionizante; causem imunossensibilização ou outros efeitos tóxicos que não a inflamação ou a deposição
excessiva.

Separador de Particulas: Componente do dispositivo de coleta utilizado para separar partícu-


las dentro de uma faixa de tamanhos pré-determinada.
128

Sistema de Coleta: Sistema composto por bomba de amostragem, dispositivo de coleta e


mangueira.

Zona Respiratória: Região hemisférica com um raio de 150 ± 50 mm, medido a partir das
narinas do trabalhador.

22.1 Procedimentos
Na aplicação deste procedimento, deve-se incluir a análise de todas as informações disponíveis
que caracterizam a magnitude e a importância dos riscos à saúde dos trabalhadores com a finalidade de
formular recomendações significativas para a eliminação ou a redução desses riscos. Essas informações
são obtidas por meio de:

• pesquisa bibliográfica;
• observação do local de trabalho;
• entrevistas com trabalhadores;
• obtenção de resultados de concentração de material particulado suspenso no ar para fins
de comparação com referências apropriadas, entre outras.

Para aplicação deste procedimento, deve-se realizar o reconhecimento de riscos e estabelecer o


objetivo da avaliação quantitativa para o planejamento da coleta.

Etapa 1 Reconhecendo os Riscos: Nesta etapa, devem ser obtidas informações sobre o
ambiente e o processo de trabalho, as operações, as matérias-primas e os produtos químicos utilizados
ou gerados, produtos finais, sub-produtos e resíduos, assim como as possíveis interações entre os
agentes presentes no local de trabalho e o organismo humano e os efeitos associados à saúde.
129

22.2 Na análise de risco:


Devem ser verificados:

a) Os materiais que podem ser usados ou produzidos e lançados no ar do ambiente de trabalho durante as
operações ou processos sob investigação, com sua composição, toxicidade e quantidade;

b) As possíveis fontes de geração de material particulado, como, por exemplo, processos que envolvam
moagem, peneiramento, lixamento, polimento, serragem, corte, furação, gravação, esmagamento,
operações de limpeza a seco ou que produzam material particulado ou suspendam aquele depositado;

c) O fluxograma e o layout das instalações da empresa;

d) As etapas do processo produtivo, enfatizando as circunstâncias ou os procedimentos que podem


contribuir para a contaminação dos ambientes de trabalho;

e) As condições do ambiente de trabalho, enfatizando se é aberto ou fechado, se possui ventilação natural


ou forçada;

f) As condições climáticas e as possíveis variações de direção e intensidade de correntes de ar, temperatura


e umidade;

g) A interferência de áreas vizinhas aos locais de trabalho;

h) As medidas preventivas adotadas, coletivas e/ou individuais;

i) O programa de manutenção das máquinas/equipamentos e a limpeza dos locais de trabalho;

j) A existência de resultados de monitoramentos anteriores referentes à exposição a material particulado,


incluindo avaliações realizadas para acompanhamento da eficácia de medidas de controle.

Devem ser verificados:

a) O número total de trabalhadores expostos a material particulado;

b) As funções dos trabalhadores, observando os procedimentos e as atividades inerentes a essas funções e


como ocorre a exposição a material particulado;

c) A posição dos trabalhadores em relação às fontes de emissão de material particulado em seus locais de
trabalho;

d) O tempo e a freqüência de cada operação ou procedimento realizado pelo trabalhador;

e) A duração da jornada e o regime de trabalho;

f) O número de trabalhadores para os quais se presume maior risco de exposição a material particulado;

g) O número de trabalhadores com atividades idênticas que possam ser separados por grupos de exposição
similar;

h) Dados indicativos de possível comprometimento da saúde decorrente da exposição a material


particulado, como dados médicos e queixas de saúde dos trabalhadores.
130

22.4 Planejar a Coleta


Para o melhor planejamento da coleta, deve-se realizar uma avaliação quantitativa preliminar.
Nesse tipo de avaliação, coleta-se, pelo menos, uma amostra em cada situação de exposição ou local de
trabalho a ser avaliado para determinar o tempo de coleta de cada amostra, a quantidade de amostras e o
período total da coleta.

Na seleção dos trabalhadores para coleta individual, deve-se caracterizar e selecionar o


trabalhador de maior risco para cada atividade. O respirador deve ser posicionado conforme a figura
abaixo:

Para a identificação desses trabalhadores, é necessário observar a sua proximidade com


relação à fonte geradora de material particulado, o tempo de exposição, a sua mobilidade, as diferenças
em hábitos operacionais e a movimentação do ar no ambiente de trabalho.

Quando não for possível caracterizar e selecionar um trabalhador de maior risco para cada
atividade, define-se, estatisticamente, um sub grupo de tamanho adequado, de tal maneira que essa
amostra aleatória tenha elevada probabilidade de incluir pelo menos um trabalhador com alta exposição.
A seleção desse subgrupo de trabalhadores pode ser realizada conforme o Anexo B.
131

Quando o sistema de coleta é posicionado em um ponto fixo no ambiente de trabalho,


conforme apresentado no Anexo A, Figura A3. Este tipo de coleta pode ser utilizado, por exemplo, para
verificar a eficácia das medidas de controle.

NOTA:A coleta individual e a coleta de área podem ser realizadas ao mesmo tempo, uma vez
que são complementares.

22.5 Tempo de Coleta


O tempo de duração da coleta de cada amostra de ar deve ser o necessário para amostrar um
volume de ar adequado e obter a quantidade de material particulado dentro da faixa de trabalho do
método de análise a ser utilizado.

O número de amostras a serem coletadas está relacionado com o dispositivo de coleta a ser
utilizado e a capacidade de retenção do filtro de membrana, variando conforme o tipo de amostra,
podendo ser:

Amostra única de periodo completo:

Uma única amostra de ar é coletada continuamente, cobrindo um período de coleta


correspondente à jornada diária de trabalho.

Amostras Consecutivas de Periodo completo:

Várias amostras de ar são coletadas, sendo que o período de coleta deverá corresponder à
jornada diária de trabalho.

Amostras de Periodo Parcial:

Uma única amostra de ar é coletada continuamente ou várias amostras são coletadas com
iguais ou diferentes tempos de coleta. O período total de coleta deverá corresponder a, pelo menos, 70%
da jornada diária de trabalho.
132

O Anexo C apresenta um diagrama representativo do número e tipo de amostras, segundo o


período de coleta.

22.6 Seleção do Filtro de Membrana


A seleção do filtro de membrana deve atender aos requisitos do método a ser aplicado para a
análise do material particulado. O Anexo D indica os tipos de filtros de coleta compatíveis com os
métodos analíticos a serem utilizados.
133

22.7 Separador de Particulas


Para a coleta de material particulado inalável, utilizar um dispositivo de coleta projetado para
selecionar partículas com diâmetro aerodinâmico de até 100 μm com 50% de eficiência de coleta.

Para a coleta de material particulado torácico, utilizar um separador projetado para


selecionar partículas menores que 25 μm com 50% de eficiência de coleta em partículas com diâmetro
aerodinâmico de 10 μm.

Para a coleta de material particulado respirável, utilizar um separador, do tipo ciclone,


projetado para selecionar partículas menores que 10 μm com 50% de eficiência de coleta em partículas
com diâmetro aerodinâmico de 4 μm.
134

Para a coleta de material particulado total, utilizar porta-filtro de 37 mm de diâmetro, de três


peças, com face fechada e orifício para a entrada do ar de 4 mm de diâmetro, até que outra
recomendação seja especificada.

NOTA: A coleta de material particulado total deve ser efetuada quando não houver indicação
de coleta de material particulado nas frações inalável, torácica ou respirável.

22.8 Bomba de Amostragem:


A calibração da bomba deve ser realizada a partir de um padrão primário de calibração ou um
padrão secundário devidamente calibrado, conforme a norma NHO 07. A vazão da bomba deve ser
ajustada de acordo com orientações definidas para o desempenho correto do dispositivo de coleta
utilizado. Então eu irei calibrar a bomba pelo metodo bolha de sabão na vazão determinada para a
membrana que será utilizado que vai depender se a poeira no local de trabalho é inalável, particulado
torácico ou respirável.

Antes de iniciar a coleta das amostras, deve-se consultar o laboratório que realizará a análise
sobre: os métodos analíticos utilizados, o fornecimento de dispositivos e filtros para a coleta, prazo de
validade dos filtros, acondicionamento e transporte das amostras, entre outros.

Solicitar, ainda, ao laboratório:

• Os parâmetros de validação dos métodos, tais como: precisão, exatidão, limite de detecção, limite de
quantificação, sensibilidade e possíveis interferentes;
• Que os resultados expressem as incertezas das medições. Os cálculos das incertezas podem ser
efetuados conforme o “Guia para a Expressão da Incerteza da Medição” (ISO, 2003)

No início da medição anotar data, horário do início da coleta, código do filtro, número da
bomba de amostragem e demais dados em um formulário de registro, conforme modelo apresentado no
Anexo G;

No final retirar o porta-filtro do sistema de coleta, tampar o orifício de entrada do ar e, em


seguida, o de saída do ar com os plugues adequados. Guardar o porta-filtro com a face amostrada
voltada para cima, em caixa apropriada para transporte.
135

Transportar a bomba de amostragem para local adequado e verificar a variação da vazão,


considerando para análise somente as amostras coletadas com bombas que apresentaram variação de
vazão (∆Q) inferior a 5%, conforme descrito na NHO 07.

22.9 Calculos
O volume de ar amostrado deve ser calculado para cada amostra, de acordo com a seguinte
expressão:

O Qm vai ser conforme a NHO-07.

A concentração de material particulado no ar deve ser calculada para cada amostra de acordo
com a seguinte expressão:

Os resultados de concentração de material particulado de cada amostra são utilizados para o


cálculo da concentração média ponderada pelo tempo para a jornada de trabalho, conforme a seguinte
expressão:
136

NOTA: No caso de amostra única, o tempo total de coleta é igual ao período de coleta.
Portanto, a concentração de material particulado dessa amostra já é a concentração média ponderada
pelo tempo para a jornada de trabalho.

23. NHO-04 Método de Ensaio: Método de Coleta e a Análise de


Fibras Em Locais de Trabalho
O extenso uso de fibras, sejam elas naturais, artificiais ou sintéticas, nos diversos processos
industriais, proporcionou vários estudos epidemiológicos sobre os efeitos à saúde dos trabalhadores que
manipulam diretamente esses materiais, assim como da população potencialmente exposta a eles. A
exposição a poeiras contendo fibras pode implicar no surgimento de doenças do sistema respiratório.

Diante das várias pesquisas em diversos países, verificou-se a necessidade de padronização da


metodologia de avaliação ambiental, de modo a obter dados que pudessem ser comparados mais exata e
precisamente. Neste sentido, o Laboratório de Microscopia da FUNDACENTRO adaptou a metodologia
de coleta e análise de fibras por microscopia ótica de contraste de fase, recomendada pela Organização
Mundial da Saúde, em conjunto com as orientações da Norma Regulamentadora nº- 15, Anexo 12 –
Limites de Tolerância para Poeiras Minerais – Asbesto, de modo a tornar os resultados das avaliações
de fibras nos locais de trabalho mais representativos e comparáveis entre si.

Esta Norma prescreve um método padronizado de coleta e análise de fibras, incluindo todos os
tipos de amianto/asbesto, fibras vítreas (MMVF – Man Mineral Vitreous Fibers) e fibras cerâmicas.
Tem a finalidade de estimar a concentração de fibras respiráveis em suspensão no ar.

Este método se aplica à verificação da presença e concentração de fibras respiráveis no


ambiente de trabalho, fornecendo subsídios para a proposição de medidas de controle ou para a
avaliação de sua eficácia.

Nota: Este método não se aplica a avaliação de fibras orgânicas (algodão, sisal, linho, rami e
cânhamo).

A maioria dos métodos que utilizam a técnica de microscopia ótica de contraste de fase
apresenta grande variabilidade nos resultados intra e interlaboratoriais.

Sob controle estatístico do processo analítico, o coeficiente de variação analítico em um


laboratório deve ser próximo de 20%, se 100 fibras forem contadas. Para concentrações muito altas ou
muito baixas o coeficiente de variação é maior.
137

Para efeito deste método, aplicam-se as seguintes definições:

Área Útil do Filtro: É toda a área do filtro exposta ao depósito de poeira.

Campo de Contagem: É a área circular interna pertencente ao gratículo de Walton- Beckett.


Gratículo é a marcação colocada no plano focal da ocular de um instrumento ótico como um
miscroscópio; serve como referência na limitação de área para análise ou como dispositivo auxiliar de
uma medida.

Fibra Respirável: Entende-se por fibra respirável aquela com diâmetro inferior a 3
micrômetros, comprimento maior que 5 micrômetros, e relação entre comprimento e diâmetro igual ou
superior a 3:1.

Este método consiste em coleta e análise de fibras, sendo:

Coleta: Trata-se de aspirar um determinado volume de ar com o auxílio de uma bomba


portátil, calibrada na vazão desejada, fazendo-o passar através de filtro de membrana, onde as fibras são
retidas.

Os materiais utilizados para coleta Porta-filtro ou dispositivo de coleta. Conjunto de duas


peças contendo um prolongamento (tubo) feito de material metálico aberto e de plástico branco ou de
polipropileno saturado com carvão, com 25 mm de diâmetro, que abriga e sustenta o filtro de membrana
e seu suporte.

Filtro de membrana constituído por nitrato de celulose ou uma mistura de ésteres de celulose
com tamanho de poro de 0,8 µm ou 1,2 µm, diâmetro de 25 mm, com quadriculado impresso

Bomba de amostragem

Análise no Laboratório: Tornar transparente o filtro de membrana com material coletado


sobre uma lâmina de vidro, utilizando vapor de acetona, a fim de permitir a passagem de luz do
microscópio. Adicionar triacetina para obter um índice de refração adequado para a visibilidade das
fibras.
138

As fibras depositadas sobre o filtro de membrana são medidas e contadas, e o resultado da


concentração é expresso em fibras por centímetro cúbico de ar, calculado dividindo-se o número de
fibras respiráveis contadas sobre o filtro pelo volume de ar amostrado.

23.1 Interferências
Qualquer outra partícula pode interferir na análise, desde que se encontre dentro do critério de
contagem. A variabilidade do valor estimado para a concentração de fibras no ar ocorre em razão de
vários fatores e erros cometidos durante os procedimentos de coleta e/ou durante os procedimentos
analíticos.

Os principais erros durante a coleta são:

Ajuste da vazão da bomba

Escolha da estratégia de amostragem

Contaminação do filtro durante a amostragem e o transporte

Variação da vazão da bomba de amostragem durante a coleta de amostras

Flutuações da concentração da poeira ambiental

A norma também menciona erros que podem ser gerados no laboratório de análise com
microscópio óptico. Porém são erros que envolvem conceitos técnicos de operação do equipamento
mais voltados para área técnica de operar um microscópio óptico que não tem relevância para área do
higienista ocupacional. Isso reforça ainda mais a necessidade de sempre buscar laboratórios
credenciados com tecnicos qualificados na operação dos equipamentos para esse tipo de análise.

23.2 Cálculo do tempo recomendado para coleta de amostras, para o


atendimento da faixa desejável de densidade de fibras sobre o filtro
A duração da coleta de uma amostra de poeira contendo fibras pode ser determinada
aplicando-se a seguinte fórmula:

Notas:

O tempo de coleta de amostra inferior a 10 minutos não é recomendável.

A estimativa acima é de cunho orientativo.


139

23.3 Montagem dos Porta-filtros


Os filtros de membrana a serem utilizados na coleta de amostras devem ser retirados
cuidadosamente de sua embalagem original, com o auxílio de uma pinça, e depositados sobre os corpos
inferiores dos porta-filtros já preparados com os suportes do filtro. Nesta etapa, deve-se verificar
possíveis defeitos nos filtros e descartá-los. Após a montagem, fechá-los utilizando um plugue ou tampa
azul na entrada dos filtros.

Escolher, ao acaso, 4% dos filtros da mesma embalagem (ou embalagens). Prepará-los como
branco que não será utlizado para análise, mas apenas como critériode comparação para laboratório.

Escolher um código para cada embalagem original de 50 ou 100 filtros e identificar os porta-
filtros com esse código, de forma crescente.

Estabelecer um código para os filtros brancos de lote de cada embalagem, para a verificação da
contaminação dos lotes.

Exemplo:

Lote da embalagem A (filtros A-01 a A-49)

Lote da embalagem B (filtros B-01 a B-49)

São considerados aprovados os lotes com contaminação inferior a 5 fibras em 100 campos, não
havendo necessidade de correções nos resultados da contagem.

Fechar os porta-filtros, já montados conforme as Figuras 2 e 3, vedando os encaixes com uma


camada de fita de teflon (porta-filtros de alumínio).

Os equipamentos mais atuais o porta filtro está na bomba.


140

23.4 PROCEDIMENTO DE COLETA

• Verificar se os porta-filtros já montados e codificados estão em perfeito estado.


• Verificar se os equipamentos e acessórios a serem usados em campo são adequados.
• Calibrar as bombas de amostragem para 1 l/min. (metodo de bolha de sabão)
• Montar o conjunto de amostragem de acordo com a estratégia de amostragem escolhida
(individual ou estática). (Anexo E)
• Retirar a tampa do porta-filtro ou plugue já instalado e ligar a bomba de amostragem.
• Anotar os dados em folhas de registro, tais como data, hora, número do ponto, código do filtro,
código da bomba, observações etc. (Anexo G)
• O tempo da amostragem deve ser aquele determinado na amostragem preliminar. (Anexo E)
• Concluído o tempo da amostragem, desligar a bomba, fechar o porta-filtro com plugue ou tampa
vermelhos, para diferenciar dos não utilizados (plugue azul).
• Retirar o porta-filtro da mangueira cuidadosamente, invertendo-o e armazenando-o em caixa de
transporte apropriada, evitando assim o desprendimento do material coletado sobre o filtro;
levá-lo para análise.

Nota: Recomenda-se não reutilizar o dispositivo de coleta durante um mesmo período de amostragem.

Finalizado o período de amostragem, verificar a vazão final das bombas de amostragem (metodo bolha
de sabão).

Nota: Efetuar análise das amostras que não foram invalidadas durante a amostragem, ou seja,
amostras de bombas que apresentaram variação de vazão maior que 5% são consideradas inválidas.

A análise preliminar é a mesma que é adotada na NHO-08, onde deve ser estabelecido um
planejamento de amostragem em função dos grupos homogênios de exposição que serão identificados
na fase de reconhecimento de riscos. Buscar sempre a situação mais critica. Após a análise preliminar e
reconhecimento de riscos, se faz a amostragem preliminar, que pode ser estática ou individual,
semelhante a amostragem apresentada na NHO-08. Aí, caso seja estabelecido o grupo homogêneo de
risco, assim como situaçãomais crítica da atividade, deverá se realizar a avaliação quantitativa, tudo
semelhante como ocorre na NHO-08. Caso não se tenha exatidão de grupos homogêneos de exposição e
situação mais crítica, deve ser avaliado a parcela de trabalhadores conforme a tabela da NHO-08 abaixo:
141

A NHO-04 traz o conceito de que a avaliação não deve ser realizada em um único dia, devendo
as variações de picos de exposição, diferentemente da amostragem da NHO-08 que permite avaliação
em um único dia, podendo ser 70% da jornada de trabalho.

23.5 Transporte das Amostras


Os filtros de membrana amostrados devem ser transportados, preferencialmente, nos próprios
dispositivos de coleta, ou em outro recipiente de vidro ou material não condutivo, em um ambiente livre
de poeira, com a ajuda de pinças apropriadas de modo a evitar qualquer contaminação.

Os filtros de membrana devem ser transportados com a face amostrada voltada para cima. Deve-
se tomar todo o cuidado possível na identificação das amostras, para evitar a reutilização de um filtro
amostrado por engano ou para não confundir amostras.

No laboratório as amostras serão vaporizadas com acetona e triacetina para deixar a membrana
trasparente a assim em um microscópio ótico visualizar as quantidades de fibras.
142

23.6 Resultados
O valor que chegará do laboratório é a concentração de fibras/cm 3 amostrado. Os valores de
concentração em fibras por centímetros cúbicos de ar devem ser apresentados com 1 algarismo decimal.

Todos os resultados, tanto os de contagem das fibras como os de concentração de fibras por
centímetros cúbicos de ar, devem ser acompanhados das observações de amostragem e análise que se
fizerem necessárias para a perfeita interpretação dos dados fornecidos.

24. NHO-02 Análise qualitativa da fração volátil (Vapores


Orgânicos) em colas, tintas e vernizes por Cromatografia
Gasosa/Detector de Ionização de Chama
Esta norma estabelece procedimento padronizado para análise qualitativa da fração volátil de
colas, tintas e vernizes à base de solventes, em especial os componentes mais tóxicos e mais comuns,
tais como: benzeno, n-hexano, tolueno, álcool metílico e butanona, com a finalidade de se
identificarem as substâncias voláteis que possam estar presentes no ar de um ambiente de trabalho.

A norma está sob revisão pela fundacentro e tem um foco maior na análise de laboratório por
cromatografia gasosa. A fração volátil é a porção da amostra que se encontra na fase vapor ou gás acima
de sua superfície que será analisada em laboratório.

A cromatografia acontece pela passagem de uma mistura através de duas fases: uma moveis e
uma estacionária. A grande variabilidade de combinações entre a fase móvel e estacionária faz com que
a cromatografia tenha uma série de técnicas diferenciadas. Para o processo de separação de misturas, a
mistura passa por duas fases sendo uma estacionaria (fixa, sendo um material poroso como um filtro) e
outra móvel (como um liquido ou um gás, que ajuda na separação da mistura), sendo que os
constituintes dessa misturas interagem com as fases através de forças intermoleculares e iônicas,
fazendo a separação. Quando acoplados com detectores de massas ou UV/Vis fornecem também
informações a cerca da identidade da molécula.

24.1 Coleta no Local de Trabalho


Se a embalagem original contiver até cerca de 1 kg de cola, tinta ou verniz, ela deverá ser
enviada intacta ao laboratório. Caso contrário, a coleta deverá ser realizada utilizando-se recipientes
adequados que passaram por processo especial de limpeza, fornecido pelo laboratório. Selecionar uma
embalagem recém aberta ou intacta. Despejar o produto cuidadosamente no recipiente de coleta
adequado, durante o menor tempo possível, preenchendo o recipiente até cerca de 2/3 de sua
capacidade. Tampar o recipiente imediatamente e invertê-lo para que o produto, entrando em contato
com a tampa, possa veda-la, para evitar vazamento. A seguir retornar o recipiente à posição inicial.
Rotular e identificar a amostra de modo inconfundível, utilizando o modelo de rótulo que acompanha o
recipiente. O recipiente para coleta de amostra deverá vir acompanhado de um "Formulário de Dados de
Acompanhamento da Amostra" devidamente preenchido (anexo A).
143

Deverá ser providenciada embalagem que garanta condições de segurança contra rupturas e
vazamentos. Deve-se dispender o menor tempo possível entre a coleta e o envio ao laboratório e,
durante este intervalo de tempo, a amostra deverá permanecer ao abrigo de luz e calor.
144

Para orientar o transporte seguro de acordo com a natureza das amostras a embalagem deverá
trazer destacadas as seguintes indicações "FRÁGIL", "FACE SUPERIOR PARA CIMA", "TÓXICO" E
"INFLAMÁVEL ". Para que o portador esteja ciente dos riscos no transporte das amostras, bem como
das medidas a serem adotadas em caso de acidente, cada embalagem deve estar acompanhada de
envelope adequado (anexo C) contendo ficha de emergência (anexo B).

25. Valores de Referência para ACGIH


Os limites de tolerância da ACGIH serão tratados nesse capitulo.

25.1 Valor de Referência para Ambientes de Trabalho (VRAT)


É a concentração limite do agente químico tomada como referência para os ambientes de
trabalho, conforme estabelecida pelo Ministério do Trabalho. No Brasil, atualmente estão em vigor os
limites de tolerância da NR 15, os TLVs® da ACGIH/EUA, conforme orientação da NR 9, e o Valor de
Referência Tecnológico (VRT), para o Benzeno, estabelecido pelo Anexo 13-A, Portaria nº 14, de
20/12/1995. Os limites de tolerância no Brasil é o Valor de Referência para Ambientes de Trabalho que
estão na NR-15. Trata-se de valores desatualizados, que hoje em dia a única utilidade é estabelecer as
atividades com adicional de insalubridade.

Valor de Referência para Ambientes de Trabalho – Média Ponderada no Tempo


(VRATMPT) É a concentração limite do agente químico – média ponderada no tempo – para uma
jornada típica de até 8 horas diárias e até 48 horas semanais. Representa a concentração média
ponderada admissível para a jornada de trabalho. Corresponde aos limites de tolerância da NR 15,
Anexos 11 e 12, que não possuem a coluna Valor Teto assinalada, ao VRTMPT do benzeno (NR 15,
Anexo 13-A) e aos TLVs®-TWA, da ACGIH/EUA, ou outros com as mesmas características.

Valor de Referência para Ambientes de Trabalho – Valor Teto (VRATTeto) É a


concentração limite do agente químico, do tipo Teto, ou seja, valor que não pode ser ultrapassado em
momento algum da jornada. Representa a máxima concentração instantânea admissível durante os
momentos críticos de exposição. Corresponde aos limites de tolerância da NR 15, Anexo 11, que
possuem a coluna Valor Teto assinalada, e aos TLV®-Ceiling (TLV®-C), da ACGIH/EUA.

Valor de Referência para Ambientes de Trabalho – Curta Duração (VRATCD) É a


concentração limite do agente químico para períodos de curta duração, em geral 15 minutos.
Corresponde aos TLVs®-STEL, da ACGIH/EUA
145

É a concentração a que os trabalhadores podem estar expostos continuamente por um período


curto sem sofrer: 1) irritação; 2) lesão tissular crônica ou irreversível; 3) narcose em grau suficiente para
aumentar a predisposição a acidentes, impedir auto-salvamento ou reduzir significativamente a
eficiência no trabalho, cuidando-se para que o limite de exposição – média ponderada (TLV—TWA)
não seja ultrapassado. O STEL não é um limite de exposição independente, mas sim um limite
suplementar ao limite de exposição média ponderada, nos casos em que são reconhecidos efeitos tóxicos
agudos para substâncias cujos efeitos tóxicos são primordialmente de natureza crônica. Os STELs são
recomendados apenas nos casos em que já foram relatados efeitos tóxicos em seres humanos ou animais
como resultado de exposições elevadas em curtos períodos.

25.2 Misturas – efeito combinado ou aditivo Conforme orientação da


ACGIH (2012),
Quando duas ou mais substâncias químicas que estão presentes no ar apresentam efeito
toxicológico sobre o mesmo órgão ou sistema orgânico humano, os seus efeitos combinados devem ser
considerados prioritariamente em relação aos efeitos individuais. Na ausência de informações
contrárias, os efeitos de diferentes fatores de riscos devem ser considerados aditivos. Na prática, isto
pode ser feito somando-se o produto da razão entre a concentração medida – seja ela uma média
ponderada de 8 horas, uma média ponderada de 15 minutos ou uma medição instantânea – e o VRAT ou
VMP correspondente. O resultado da soma das frações deve ser, no máximo, igual à unidade (1,0), isto
é:

O VRAT da mistura (VRATM) será considerado excedido quando o resultado da soma na


equação (4) for superior a 1,0, ou seja, VRATM > 1,0. Esta fórmula aplica-se tanto na avaliação da
exposição durante a jornada inteira de trabalho (8 horas), como nas exposições de curta duração, ou
seja, podem ser utilizados os VRATMPT, os VRATTETO e os VRATCD. O livreto TLVs® & BEIs®
da ACGIH (2012) apresenta, no Quadro 1, as possibilidades de combinações.

25.3 Carcinogênicos
O Comitê de Limites de Tolerância de Substâncias Químicas classifica certas substâncias
encontradas em ambientes de trabalho como carcinogênicas dentro das seguintes classes, expostas
resumidamente:

A1 — Carcinogênico humano confirmado

Baseado em evidências epidemiológica ou clínica, relativa a humanos expostos.

A2 — Carcinogênico humano suspeito O agente está evidenciado como carcinogênico, porém


os dados são conflitantes ou insuficientes; ou, o agente é carcinogênico em animais, nas formas e
parâmetros considerados relevantes quanto à exposição de trabalhadores.

A3 — Carcinogênico animal confirmado com relevância desconhecida para seres humanos O


agente é carcinogênico em animais, nas formas e parâmetros não considerados relevantes quanto à
146

exposição de trabalhadores. Dados epidemiológicos não confirmam risco aumentado em humanos.


Evidências disponíveis sugerem que o agente não é provável de causar câncer em humanos exceto sob
condições excepcionais dos parâmetros.

A4 — Não classificável como carcinogênico humano Não há dados adequados que possam
redundar na classificação da carcinogenicidade do agente quanto a humanos ou animais.

A5 — Não suspeito como carcinogênico humano Não suspeito, com base em pesquisa
epidemiológica bem conduzida.
147

26. Outros Instrumentos utilizados para medições e controle nos


ambientes de trabalho.
26.1 Tubos Colorimétricos
Existem instrumentos que fornecem, imediatamente, no próprio local de trabalho que está
sendo analisada, a concentração do contaminante. Podem ser equipamentos dedicados a um ou poucos
contaminantes, geralmente com células ou sensores eletroquímicos convenientes. Esses equipamentos
são os tubos detectores reativos ou colorimétricos, com bombas acopladas (bomba universal, para todos
os tubos).

Esses são dispositivos de leitura direta que utilizam métodos químicos e fornecem a
concentração existente no ambiente pela alteração da cor, ocorrida devido a uma reação química.
Consistem fundamentalmente em se passar uma quantidade conhecida de ar por meio de um reagente, o
qual sofrerá alteração de cor, caso a substância contaminante esteja presente.
148

A concentração do contaminante é então determinada:

• pela comparação da intensidade e extensão da alteração de cor resultante, com escalas


padronizadas, que podem estar tanto gravadas no próprio tubo como impressas na carta informativa que
o acompanha;

• por comparação da cor obtida com cores-padrão.

É importante salientar que, quando utilizamos uma bomba aspiradora de determinado


fabricante, devemos utilizar os tubos indicadores da mesma marca, caso contrário poderemos obter
concentrações com erros. (Para gases e vapores)

26.2 Tubo de Carvão Ativado ou sílica gel


Utilizaremos esse tipo de amostradores acompanhados de uma bomba.

A amostragem consiste em passar um determinado volume de ar conhecido, por intermédio de


bomba gravimétrica calibrada com vazão adequada, por tubo de carvão ativado ou sílica gel. Tanto para
a vazão adequada como para o tipo de tubo a ser utilizado devem ser consultadas as metodologias
específicas de cada contaminante.

A amostra é posteriormente enviada para análise de laboratório.

Sabemos que os tubos de carvão ativado são utilizados para coleta dos vapores orgânicos
(benzeno, tolueno, xileno, tricloroetileno, acetona etc.) e os tubos de sílica gel para outras substâncias
(tais como anilina, ácidos, aminas etc.).

Menor custo dos tubos de carvão ativado do que os tubos detectores colorimétricos em caso de
muitos agentes químicos nos locais de trabalho.
149

26.3 Monitores Passivos


Os monitores passivos ou, como são chamados no comércio especializado nos Estados
Unidos, Organic Vapor Monitors, são dispositivos de coleta de amostras de gases e vapores que se
fundamentam no fenômeno de Difusão — Adsorção, sem usar bombas de sucção ou outro mecanismo
que forneça a passagem forçada de ar.

Durante a coleta da amostra, podemos distinguir as seguintes fases:

• fase de difusão-permeação

• fase de adsorção

A massa de contaminante transferida para o adsorvente pode ser calculada pela expressão:

M = ((E x A)/L) x C x t

M = massa de gás ou vapor retido no monitor (definido em laboratório)

E = coeficiente de difusão cm2 /seg

A = área de superfície do monitor em cm2.

L = distância entre membrana e adsorvente em cm.

C = concentração ambiental mg/m3

t = tempo de amostragem seg


150

Observações 1: Asfixiante simples não possui limite de tolerância na NR-15 e não é utilizado para fins
de insalubridade. São químicos que reagem com o oxigênio ambiente reduzindo o nível de oxigênio
para respiração humano. O dado serve para classificar como caso grave iminente risco se constatado
presença de oxigênio inferior a 18%. Existem equipamentos que medem o % de oxigênio no ar.

Observações 2: Asfixiante químicos possuem limites de tolerância e tem ação nos alvéolos pulmonares
impedindo a entrada de oxigênio. Caso da Kiss.

Observação 3: Qualquer substância com valor teto designado não poderá ter nenhuma das amostras de
monitoramento acima do limite de tolerância se não será considerado insalubre.

Observação 4: Caso uma das amostras ultrapasse o valor máximo estipulado da formula FDXLT já será
caracterizado risco grave iminente.

Observação 5: A NR trata-se somente de exposição respiratória, já que a exposição pela pele quando
ultrapassada significa que a exposição pela via respiratória já foi ultrapassada inúmeras vezes.

27. Aposentadoria Especial para os agentes Químicos do Anexo 11


e 13
Primeiramente devemos entender o significado da sigla CAS. Existem bancos de dados
contendo substâncias químicas, sendo o mais conhecido o da Chemical Abstract Service CAS. Essa
norma registra cada agente nocivo com um número específico. Normalmente se aplica a substâncias
puras, mas há algumas misturas que também possuem CAS. Para todos os agentes químicos
reconhecidamente cancerígenos para os seres humanos, eles irão constar no grupo 1 da agência nacional
de agentes cancerígenos para os humanos LINACH. Os agentes que estão no grupo 1 da LINACH,
possuem CAS e constam no anexo IV do decreto 3048 nem a utilização do EPC ou EPI retira o direito a
aposentadoria especial do trabalhador, pois não há limites de segurança seguros para a exposição a esses
agentes químicos.

Então antes de verificar os limites de tolerância para fins de aposentadoria especial dos
agentes químicos devemos verificar se esses pertencem ao grupo um da LINACH, possuem CAS e estão
no decreto 3048. Assim a partir dos laudos como LTCAT e do documento PPP deverá ser considerado a
atividade como especial e a empresa terá que fazer o financiamento da aposentadoria especial.

‘Os outros agentes que não pertencem ao grupo I da LINACH, ou não possuem CAS, ou não
constam no decreto 3048 a avaliação será conforme os limites de tolerância do anexo 11 ou 12 da NR-
15, ou qualitativamente conforme o anexo 13 da NR-15. Os limites de tolerância são os mesmos
utilizados na NR-15.
151

No quadro acima o ASBESTOS aparece com um limite de tolerância conforme o anexo 12 da


NR-15, porem é esta no grupo 1 da lista LINACH, possui CAS e está no decreto 3048 e por isso basta a
exposição independentemente do EPI ou EPC para dar direito a aposentadoria especial.

28. Anexo 12 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA POEIRAS MINERAIS


(insalubridade de grau máximo)
Poeiras são rupturas de partículas sólidas capazes de se manter suspensas no ar. São
classificadas como fibra quando seu comprimento é três vezes maior que seu diâmetro (caso do
asbesto).

28.1 Asbestos
Também conhecido como Amianto. Grupo de fibras minerais extraídas de rochas
metamórficas e compostas por silicatos hidratados de magnésio, ferro, cálcio e sódio.

É cancerígeno em qualquer de suas formas. Proibido em diversos países ainda é liberado no


Brasil somente o grupo de minerais Serpentinas onde o principal é a crisólita. Empresas públicas e
privadas que produzam ou responsáveis pelos sistemas que contêm ou podem liberar no meio ambiente
devem ter cadastro no ministério do trabalho e emprego e instituto nacional de seguridade social.
Cadastro Atualizado a cada dois anos. Somente empresas cadastradas podem importar este produto ou
comprar de fornecedores do mercado interno.
152

Avaliação ambiental no máximo a cada seis meses e os registros dessa avaliação mantidos por
30 anos. Avaliação acontecerá com os representantes dos trabalhadores e os trabalhadores possuem
direito de solicitar avaliações complementares e até impugnar resultados das avaliações junto à
autoridade competente. Avaliação deve ser fixada em quadro de aviso. Treinamentos específicos a todos
os trabalhadores com adoção de procedimentos de segurança em situação de emergência para essas
atividades.

O limite de tolerância estabelecido para atividade com asbestos será de 2f/cm3 sendo que o
diâmetro das fibras deve ser menor 3 micrômetros e o cumprimento maior que 5 micrômetros, ou seja,
somente poeiras respiráveis. O método de avaliação utilizado é o de filtro de membrana, NHO-04 e
NHO-08, utilizando o aumento de 400X e 500X com iluminação de contraste. Assim serão contadas as
fibras em um laboratório credenciado pelo Inmetro.

Proibições:
153

• Proibido a utilização de spray


• Proibido trabalho de menores de 18 anos
• Proibido qualquer tipo de mineral de asbestos que não seja do grupo serpentina. (A não ser por
autorização de órgão competente com a autorização dos trabalhadores e garantia da saúde e segurança
das atividades, assim como inviabilidade técnica de utilizar o mineral legalizado nas normas)

Antes de iniciar os trabalhos de remoção e/ou demolição, o empregador e/ou contratado, em


conjunto com a representação dos trabalhadores, deverão elaborar um plano de trabalho onde sejam
especificadas as medidas a serem tomadas, inclusive as destinadas a:

a) Proporcionar toda proteção necessária aos trabalhadores;

b) Limitar o desprendimento da poeira de asbesto no ar;

c) Prever a eliminação dos resíduos que contenham asbesto.

d) Responsabilidade dos fornecedores de asbesto, assim como dos fabricantes e fornecedores de


produtos contendo asbesto, a rotulagem adequada e suficiente.

Responsabilidade dos fornecedores de asbesto, assim como dos fabricantes e fornecedores de


produtos contendo asbesto, a rotulagem adequada e suficiente. A rotulagem deverá conter, conforme
modelo Anexo: - a letra minúscula "a" ocupando 40% (quarenta por cento) da área total da etiqueta; -
caracteres: "Atenção: contém amianto", "Respirar poeira de amianto é prejudicial à saúde" e "Evite
risco: siga as instruções de uso". Todos os produtos contendo asbesto deverão ser acompanhados de
"instrução de uso" com, no mínimo, as seguintes informações: tipo de asbesto, risco à saúde e doenças
relacionadas, medidas de controle e proteção adequada.

O empregador deverá fornecer gratuitamente toda vestimenta de trabalho. Não pode ser usada
fora do local de trabalho. A guarda é de responsabilidade do empregador, o vestiário deve ser duplo para
os trabalhadores. Um para guarda do EPI e outro dos pertences pessoais, ambas com comunicação direta
com a bateria de chuveiros. Troca de vestimenta com frequência mínima de duas vezes por semana.

Todos os trabalhadores que desempenham ou tenham funções ligadas à exposição ocupacional


ao asbesto serão submetidos a exames médicos previstos no PCMSO. Avaliação médica por
telerradiografia de tórax e prova de função pulmonar (espirometria). Informar os resultados dos exames.

Cabe ao empregador, após o término do contrato de trabalho envolvendo exposição ao asbesto,


manter disponível a realização periódica de exames médicos de controle dos trabalhadores durante 30
(trinta) anos.

Estes exames deverão ser realizados com a seguinte periodicidade:


154

a) A cada 3 (três) anos para trabalhadores com período de exposição de 0 (zero) a 12 (doze)
anos;

b) A cada 2 (dois) anos para trabalhadores com período de exposição de 12 (doze) a 20 (vinte)
anos;

c) Anual para trabalhadores com período de exposição superior a 20 (vinte) anos.

Os programas de prevenção já previstos em lei (curso da CIPA, SIPAT, etc.) devem conter
informações específicas sobre os riscos de exposição ao asbesto.

Os treinamentos em função dos riscos dessa atividade deverão ser no mínimo anual.

O anexo II traz o modelo de cadastro das empresas que utilizam asbestos em seu processo de
fabricação. Somente empresas cadastradas poderão comprar asbestos

28.1.1 Aposentadoria Especial


O amianto, ou asbestos, estão no grupo 1 da LINACH, possuem CAS e pertencem ao anexo
IV do decreto 3048, por isso o trabalhador exposto a esse agente nocivo terá direito a aposentadoria
especial independentemente do limite de tolerância de exposição ter sido alcançado e até se os EPCs ou
EPIs são fornecidos.

28.2 Manganês e seus Compostos


Presente na indústria de metalurgia, siderurgia, química e farmacêutica. São adicionados com
o objetivo de aumentar a dureza e resistência do aço. As contaminações ocorrem pelos fumos e poeiras
do manganês e a inalação é a principal via de absorção desse metal. Em pequenas quantidades é
essencial para o trabalhador, mas em elevadas quantidades pode ocasionar problemas psicológicos
causando danos ao sistema nervoso central.

Atividade de 8h/dia Limite de tolerância em (mg/m3)

-Extração, tratamento, moagem e transporte5 do


minério (poeiras).

-Outras operações de exposição (Poeiras).

-Indústria metalúrgica, fabricação de compostos


1 e
outras com exposição aos fumos. (fumos)

As seguintes recomendações e medidas de prevenção de controle são indicadas para as


operações com manganês e seus compostos, independentemente se os limites de tolerância tiverem sido
ultrapassados ou não:

- Substituição de perfuração a seco por processos úmidos;

- Perfeita ventilação após detonações, antes de se reiniciarem os trabalhos;

- Ventilação adequada, durante os trabalhos, em áreas confinadas;


155

- Uso de equipamentos de proteção respiratória com filtros mecânicos para áreas


contaminadas;

- Uso de equipamentos de proteção respiratórios com linha de ar mandado, para trabalhos, por
pequenos períodos, em áreas altamente contaminadas;

- Uso de máscaras autônomas para casos especiais e treinamentos específicos;

- Rotatividade das atividades e turnos de trabalho para os perfuradores e outras atividades


penosas;

- Controle da poeira em níveis abaixo dos permitidos;

- Não admissão de empregado portador de lesões respiratórias orgânicas, de sistema nervoso


central e disfunções sanguíneas para trabalhos em exposição ao manganês;

- Exames periódicos de acordo com os tipos de atividades de cada trabalhador, variando de


períodos de 3 (três) a 6 (seis) meses para os trabalhos do subsolo e de 6 (seis) meses a anualmente para
os trabalhadores de superfície;

- Análises biológicas de sangue;

- Afastamento imediato de pessoas com sintomas de intoxicação ou alterações neurológicas ou


psicológicas;

- Banho obrigatório após a jornada de trabalho;

- Troca de roupas de passeio/serviço/passeio;

- Proibição de se tomarem refeições nos locais de trabalho.

28.2.1 Aposentadoria Especial


O Manganês não está na lista LINACH, por isso a aposentadoria especial ocorrerá caso
ultrapasse os limites de tolerância estabelecidos na norma.

28.3 Sílica Livre Cristalizada


Material em maior abundância na natureza, causador de silicose, uma doença semelhante à
asbestose, um tipo de pneumocociose. A maior nocividade está na sílica cristalizada. Deve-se levar em
consideração a concentração de poeira no ar ou número de partículas, teor de sílica nas partículas e o
tamanho das partículas.

O limite de tolerância, expresso em milhões de partículas por decímetro cúbico, é dado pela
seguinte fórmula:

O limite de tolerância para poeira respirável, expresso em mg/m3 , é dado pela seguinte
fórmula:
156

Tanto a concentração como a percentagem do quartzo, para a aplicação deste limite, deve ser
determinada a partir da porção que passa por um seletor com as características do Quadro n.° 1.

Amostra coletada e poeira Respirável:

O limite de tolerância para poeira total (respirável e não - respirável), expresso em mg/m3, é
dado pela seguinte fórmula: (não há seletor para o tamanho das partículas)

Sempre será entendido que "Quartzo" significa sílica livre cristalizada que é um dado obtido
no laboratório da amostra levantada. Os limites de tolerância fixados no item 5 são válidos para jornadas
de trabalho de até 48 (quarenta e oito) horas por semana, inclusive. Para jornadas de trabalho que
excedem a 48 (quarenta e oito) horas semanais, os limites deverão ser deduzidos, sendo estes valores
fixados pela autoridade competente. Fica proibido o processo de trabalho de jateamento que utilize areia
seca ou úmida como abrasivo. As máquinas e ferramentas utilizadas nos processos de corte e
acabamento de rochas ornamentais devem ser dotadas de sistema de umidificação.
157

28.3.1 Aposentadoria Especial


Aposentadoria especial se dará quando não aplicada as medidas protetivas e a exposição for
maior que os limites de tolerância estabelecidos na NR-15.

29. Anexo -13 Agentes Químicos


A classificação das atividades que envolvem agentes químicos não abrangidos pelo anexo 11 e
12 é qualitativa. Uma vez identificada no local de trabalho, está caracterizada a insalubridade
independentemente do laudo de inspeção de sua concentração no local de trabalho.

Os seguintes agentes químicos são abrangidos neste anexo.

29.1 Arsênico
Grau Máximo

Extração;

Fabricação de Pesticidas;

Pintura a pistola em recintos fechados;

Secret (dissulfeto de arsênio usado como pigmento);

Produção de Trióxido de Arsênico;

Grau Médio

Pintura a Pincel;

Outros processos de fabricação de utensílios que utilizam e empregam arsênio;

Grau Mínimo

Empalhamento de Animais;

Fabricação de Tafeta Siré (Tafeta é um tipo de roupa);

Pintura a Pistola em Locais abertos;


158

29.2 Carvão
Grau Máximo

Extração no subsolo, carregamento e furação;

Grau Médio

Demais atividades no subsolo não referentes à extração;

Grau Mínimo

Atividades permanentes na superfície;

29.3 Chumbo
Grau Máximo

Todas as atividades de fabricação que empregam chumbo, exceto de porcelanas;

Limpeza e raspagem de tanques;

Pintura a pistola em recintos fechados;

Vuncanização da Burracha;

Grau Médio

Aplicação das Tintas;

Fabricação de porcelana com pintura de vernizes com chumbo;

Pintura Manual com Pincel;

Tinturaria e estamparia de tecidos;

Grau Mínimo

Pintura a pistola em recintos abertos;

29.4 Cromo
Grau Máximo

Fabricação de Cromatos e Bicromatos;

Pintura a Pistola em recintos fechados;

Grau Médio

Manipulação de cromatos e bicromatos;

Pintura Manual com Pincel;

Cromagem eletrolítica;

Outros.
159

29.5 Fósforo
Grau Máximo

Extração;

Defensivos Fosforatos;

Explosivos (Fosforo 32 tá na LINACH, possui CAS e está no decreto 3048). Aposentadoria Especial

Grau Médio

Organos Fosforados defensivos;

Bronze Fosforado;

Fabricação de mechas Fosforadas para lâmpadas de Mineiros.

29.6 Hidrocarbonetos e outros compostos de carbono


Grau Máximo

Destilação do petróleo e alcatrão de ulha (manipulação);

Destilação do petróleo;

Pintura com pistola de produtos aromáticos (recintos fechados e abertos);

Fabricação de hidrocarbonetos cíclicos e seus derivados.

Grau Médio

Emprego de defensivos organoclorados;

Emprego dos hidrocarbonetos;

Demais Fabricações (Tintas e borrachas);

Pintura a Pincel.

29.7 Mercúrio
Grau Máximo

Fabricação e manipulação de compostos orgânicos de Mercúrio;

Obs: Mercúrio, todas as formas exceto as orgânicas tem limite de tolerância no anexo 11 que é
0,04mg/m3 e é insalubridade de grau máximo. O mercúrio não está na LINACH.

29.8 Silicatos
Grau Máximo

Para caso de trabalhadores em subsolo mineiro é qualitativa;

Fabricação de material refratário;

Extração e trituração do talco;


160

29.10 Substâncias Cancerígenas


Para as substâncias ou processos as seguir relacionados, não deve ser permitida nenhuma exposição ou
contato, por qualquer via:

- 4 – amino difenil (p-xenilamina);

- Produção de Benzidina;

- Betanaftilamina;

- 4 - nitrodifenil,

Sem nenhum contato (hermetizados caso contrário é caracterizado como grave iminente risco)

29.11 Operações Diversas


Grau Máximo

Operações com cádmio e seus compostos:

- extração, tratamento, preparação de ligas, fabricação e emprego de seus compostos, solda com cádmio,
utilização em fotografia com luz ultravioleta, em fabricação de vidros, como antioxidante em
revestimentos metálicos, e outros produtos.

Operações com as seguintes substâncias:

- éterbis (cloro-metílico); - benzopireno; - berílio; - cloreto de dimetil-carbamila; - 3,3' - dicloro-


benzidina; - dióxido de venil ciclohexano; - epicloridrina; - hexametilfosforamida; - 4,4'- metileno bis
(2-cloro anilina); - 4,4'- metileno dianilina; - nitrosaminas; - propano sultone; - beta-propiolactona; e -
tálio. Produção de trióxido de amônio - ustulação de sulfeto de níquel.

Grau Médio

Aplicação a pistola de tintas de alumínio.

Fabricação de pós de alumínio (trituração e moagem).

Fabricação e manipulação de ácido oxálico, nítrico e sulfúrico, bromídrico, fosfórico, pícrico.

Metalização a pistola.

Operações com bagaço de cana nas fases de grande exposição à poeira.

Operações com o timbó (Planta leguminosa).

Operações de galvanoplastia: douração, prateação, niquelagem, cromagem, zincagem, cobreagem,


anodização de alumínio.

Telegrafia e radiotelegrafia, manipulação em aparelhos do tipo Morse e recepção de sinais em fones.

Trabalhos com escórias de Thomas: remoção, trituração, moagem e acondicionamento. Trabalho de


retirada, raspagem a seco e queima de pinturas.

Trabalhos na extração de sal (salinas).


161

Fabricação e manuseio de álcalis cáusticos.

Grau Mínimo

Fabricação e transporte de cal e cimento nas fases de grande exposição à poeira.

Trabalhos de carregamento, descarregamento ou remoção de enxofre ou sulfitos em geral.

29.11 Aposentadoria Especial


Aposentadoria especial ocorrera caso o agente pertença ao grupo 1 da LINACH, possua
CAS e esteja presente no decreto 3048 independentemente do EPI ou EPC utilizado como medidas
de proteção. Caso não ocorra, a avaliação dos agentes do anexo 13 é qualitativa, bastando a
exposição sem as devidas proteções como EPCs, medidas administrativas e EPIs o funcionário terá
direito a aposentadoria especial exatamente na mesma situação que a insalubridade.

30. Anexo 13 – A Benzeno (Grau Máximo)


Benzeno é uma substância cancerígena potencialmente agressora ao sistema sanguínea qual
não existe limites seguros de exposição. A intoxicação ocorre principalmente em indústrias químicas e
petroquímicas, além de atividades logísticas como postos de distribuição de gasolina. Na década de 80
esse tema veio átona pelo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Santos onde mais de 3 mil
funcionários foram afastados do seu trabalho devido uma epidemia de benzenismo. Mesmo assim,
somente em 1995 o Brasil respondeu a esses fatos com a publicação do anexo 13 - A da NR-15. Esse
produto é comprovadamente cancerígeno para humanos, por isso possui CAS, pertence ao grupo 1 da
LINACH e está no decreto 3048.

O anexo 13 – A são para empresas que realizam todas as atividades que envolvem benzeno e
suas misturas contendo até 1% e as empresas que prestam serviços para essas

O presente Anexo não se aplica às atividades de armazenamento, transporte, distribuição,


venda e uso de combustíveis derivados de petróleo.

Fica proibida a utilização do benzeno, a partir de 01 de janeiro de 1997, para qualquer


emprego, exceto nas indústrias e laboratórios que:

(Sem PPEOB)

a) o produzem;

b) o utilizem em processos de síntese química;

c) o empreguem em combustíveis derivados de petróleo;

d) o empreguem em trabalhos de análise ou investigação realizados em laboratório, quando não for


possível sua substituição.

As empresas que utilizam benzeno em atividades que não as identificadas nas alíneas do
parágrafo anterior e que apresentem inviabilidade técnica ou econômica de sua substituição deverão
comprová-la quando da elaboração do Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao
Benzeno - PPEOB.
162

30.1 Responsabilidades
As empresas contratadas e contratantes possuem responsabilidades nas medidas de controle
em relação à exposição de benzeno e as empresas contratantes devem manter o registro das empresas
contratadas no Programa de Prevenção à Exposição Ocupacional ao Benzeno (PPEOB) por no
mínimo 10 anos. (comprovação da inviabilidade Técnica)

• Identificação da contratada;
• Período de contratação;
• Número de funcionários.

Avaliações do PPEOB seguindo os critérios do PPRA, mas por 40 anos e com procedimentos.
(segue instruções normativas)

Postos distribuidores de petróleo fazem parte do anexo 2 da NR-9 com a exposição


ocupacional ao Benzeno em Postos Revendedores de Combustível (PRC) onde trabalhadores devem
possuir capacitação específica para essas atividades e o documento é o PPRA.

As empresas que manipulam, transportam, armazenam produtos com misturas de 1% benzeno


ou mais devem cadastrar seus estabelecimentos no departamento de saúde e segurança do trabalho e
apresentar o PPEOB. Fornecedoras só poderão comercializar para empresas cadastradas. Empresas que
não cumprirem os requisitos desse anexo poderão ter seus cadastros cancelados.

Para cadastramento a empresa deverá apresentar a DSST:

a) identificação da empresa (nome, endereço, CGC, ramo de atividade e Classificação


Nacional de Atividade Econômica - CNAE);

b) número de trabalhadores por estabelecimento;

c) nome das empresas fornecedoras de benzeno, quando for o caso;

d) utilização a que se destina o benzeno;

e) quantidade média de processamento mensal.

Laboratório que utilizam benzeno em processo de síntese química, qual não pode ser
substituído por outro solvente deverá ter PPEOB, mas sem necessidade de apresentar a DSST.

As alterações de instalações que impliquem modificação na utilização a que se destina o


benzeno e a quantidade média de processamento mensal devem ser informadas ao DSST, para fins de
atualização dos dados de cadastramento da empresa. ( A quantidade média de processamento mensal
deve ser informada durante o cadastro, por isso esse item)

30.2 Programa de Prevenção a Exposição Ocupacional ao Benzeno -


PPEOB
O PPEOB, elaborado pela empresa, deve representar o mais elevado grau de compromisso de
sua diretoria com os princípios e diretrizes da prevenção da exposição dos trabalhadores ao benzeno
devendo:

a) ser formalizado através de ato administrativo oficial do ocupante do cargo gerencial mais elevado;
163

b) ter indicação de um responsável pelo Programa que responderá pelo mesmo junto aos órgãos
públicos, às representações dos trabalhadores específicas para o benzeno e ao sindicato profissional da
categoria.

O conteúdo do PPEOB deve ser aquele estabelecido pela Norma Regulamentadora n.º 9 -
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, com a redação dada pela Portaria n.º 25, de 29.12.94,
acrescido de:

- Caracterização das instalações contendo benzeno ou misturas que o contenham em


concentração maior do que 1% (um por cento) em volume;

- Avaliação das concentrações de benzeno para verificação da exposição ocupacional e


vigilância do ambiente de trabalho segundo a Instrução Normativa - IN n.º 01; (Semelhante a
NHO-08)

- Ações de vigilância à saúde dos trabalhadores próprios e de terceiros, segundo a Instrução


Normativa - IN n.º 02;

- Descrição do cumprimento das determinações da Portaria e acordos coletivos referentes ao


benzeno;

- Procedimentos para o arquivamento dos resultados de avaliações ambientais por 40


(quarenta) anos;

- Adequação da proteção respiratória ao disposto na Instrução Normativa 01;

- Definição dos procedimentos operacionais de manutenção, atividades de apoio e medidas de


organização do trabalho necessárias para a prevenção da exposição ocupacional ao benzeno.
Nos procedimentos de manutenção deverão ser descritos os de caráter emergencial,
rotineiros e preditivos, objetivando minimizar possíveis vazamentos ou emissões fugitivas;

- Levantamento de todas as situações onde possam ocorrer concentrações elevadas de


benzeno;

- Procedimentos para proteção coletiva e individual dos trabalhadores, do risco de exposição


ao benzeno nas situações críticas verificadas;

- Descrição dos procedimentos usuais nas operações de drenagem, lavagem, purga de


equipamentos, operação manual de válvulas, transferências, limpezas, controle de
vazamentos;

- Descrição dos procedimentos e recursos necessários para o controle da situação de


emergência, até o retorno à normalidade;

- Cronograma detalhado das mudanças que deverão ser realizadas na empresa para a
prevenção da exposição ocupacional ao benzeno e a adequação ao Valor de Referência
Tecnológico;

- Exigências contratuais pertinentes, que visem adequar as atividades de empresas contratadas


à observância do Programa de contratante; -
164

- Procedimentos específicos de proteção para o trabalho do menor de 18 (dezoito) anos,


mulheres grávidas ou em período de amamentação. (Proibida atividade de menores de 18
anos a exposição de benzeno)

A rotulagem é de responsabilidade dos fabricantes de benzeno. Deve ser informado que é um


produto cancerígeno, assim como a instruções de risco e medidas de controle de risco para o produto.
Áreas da empresa devem ser sinalizadas com acesso restrito de funcionários.

A norma adota um valor de Referência técnico (VRT) que corresponde à concentração no


ambiente de trabalho que a norma considera exequível sob ponto de vista técnico definido em processo
de negociação tripartite. O cumprimento do VRT é obrigatório e não exclui a condição de risco
ambiental.

30.3 Avaliação
Avaliação para o adicional de insalubridade e independe da concentração nos locais de
trabalho.

VRT-MPT: 1 ppm para empresas abrangidas por este anexo. E 2,5 ppm para empresas de siderurgia.
Esses valores são para atividades de 8 horas/dia.

O Fator de Conversão da concentração de benzeno de ppm para mg/m3 é: 1ppm = 3,19


mg/m3 nas condições de 25º C, 101 kPa ou 1 atm.

Situações consideradas de maior risco ou atípicas devem ser obrigatoriamente avaliadas


segundo critérios de julgamento profissional que devem estar especificados no relatório da avaliação. As
avaliações ambientais deverão seguir o disposto na Instrução Normativa n.º 01 "Avaliação das
Concentrações de Benzeno em Ambientes de Trabalho". Essas avaliações levam em consideração os
procedimentos estabelecidos na NHO-08, norma da fundacentro de segurança do trabalho.

A instrução normativa também traz o conceito de amostragens semelhantes as que ocorrem


no anexo 11, só que aqui deve ser realizado no mínimo 8 amostragens instantâneas, diferentemente do
que é apresentado no anexo 11 que é de 10 amostragens. As amostras instantâneas é no mínimo de 15
minutos. Essas amostragens instantâneas acabam não cobrindo 70% da jornada diária de trabalho que
pode ser prejudicial caso haja flutuações nos viveis de concentração durante a jornada.

Coletas/medições instantâneas:

As coletas/medições instantâneas só poderão ser usadas para a determinação da concentração


média ambiental de Benzeno se houver um mínimo de 8 coletas/medições no período de interesse. Para
avaliações da jornada inteira de trabalho só se deve usar esta técnica de coleta/medição quando for
possível garantir que a distribuição da exposição ou concentração ambiental de Benzeno é uniforme ao
longo da jornada sem variações nos níveis de concentração.

Quando se deseja estimar a exposição de um trabalhador que desenvolve várias atividades


diferentes ou muda de local ou zona de trabalho ao longo da jornada, devem ser realizadas um número
mínimo de 8 coletas/medições em cada situação. As coletas/medições deverão ser realizadas na altura
média da zona de respiração dos trabalhadores.
165

Os momentos de coleta das amostras deverão ser escolhidos aleatoriamente, subdividindo-se


o período de interesse em um número de subperíodos de tempo equivalente, no mínimo, ao tempo de
coletas/medição. Ex.: Uma atividade que dura 2 horas (120 minutos) contém 8 subperíodos de 15
minutos, 12 de 10 minutos, 24 de 5 minutos, etc.

Tomando-se como exemplo uma jornada de trabalho de 8 horas (480 minutos), durante a
qual se deseja realizar 8 coletas de 15 minutos, deve-se proceder da seguinte forma:

1 - subdivide-se o período de 480 minutos em n subperíodos de 15 minutos:

Subperíodo Intervalo (Hora)

1 8:00 - 8:15

2 8:15 - 8:30

3 8:30 - 8:45

... ...

... ...

... ...

31 16:00 - 16:15

32 16:15 - 16:30

2 - utiliza-se qualquer metodologia de escolha aleatória para selecionar os 8 subperíodos a serem


avaliados. Cada subperíodo estará associado ao seu intervalo de tempo. Procedimento análogo deverá
ser utilizado para as coletas/medições dentro de períodos de tempo menores.

O resultado da concentração de Benzeno nestes casos corresponderá à Média Aritmética das


Concentrações obtidas nas 8 coletas/medições no período amostrado. A Média Aritmética neste caso
corresponde a MPT.

4.2.4 - Número mínimo de resultados exigidos para uma avaliação

O número mínimo de resultados de MPT necessários para serem utilizados na avaliação estatística é de
5.

No caso da avaliação ambiental (amostragem de área), deve ser utilizado um número mínimo
de 5 resultados em cada ponto escolhido como representativo do local de trabalho, na etapa de
reconhecimento/caracterização.

Entende-se como Vigilância da Saúde o conjunto de ações e procedimentos que visam à


detecção, o mais precocemente possível, de efeitos nocivos induzidos pelo benzeno à saúde dos
166

trabalhadores. Estas ações e procedimentos deverão seguir o disposto na Instrução Normativa n.º 02
sobre "Vigilância da Saúde dos Trabalhadores na Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno".

As empresas abrangidas pelo presente Anexo, e aquelas por elas contratadas quando couber,
deverão garantir a constituição de representação específica dos trabalhadores para o benzeno
objetivando a acompanhar a elaboração, implantação e desenvolvimento do Programa de Prevenção da
Exposição Ocupacional ao Benzeno. A organização, constituição, atribuições e treinamento desta
representação serão acordadas entre as representações dos trabalhadores e empregadores.

Os trabalhadores das empresas abrangidas pelo presente Anexo, e aquelas por elas contratadas,
com risco de exposição ao benzeno, deverão participar de treinamento sobre os cuidados e as medidas
de prevenção. Os prazos de adequação das empresas aos referidos VRT-MPT serão acordados entre as
representações de trabalhadores, empregadores e de governo.

30.4 Sinalização das Áreas


As áreas, recipientes, equipamentos e pontos com risco de exposição ao benzeno deverão ser
sinalizadas com os dizeres - "Perigo: Presença de Benzeno - Risco à Saúde" e o acesso a estas áreas
deverá ser restringido às pessoas autorizadas. A informação sobre os riscos do benzeno à saúde deve ser
permanente, colocando-se à disposição dos trabalhadores uma "Ficha de Informações de Segurança
sobre Benzeno", sempre atualizada.

Será de responsabilidade dos fornecedores de benzeno, assim como dos fabricantes e


fornecedores de produtos contendo benzeno, a rotulagem adequada, destacando a ação cancerígena do
produto

30.5 Procedimentos de Emergência


Quando da ocorrência de situações de emergência, situação anormal que pode resultar em uma
imprevista liberação de benzeno que possa exceder o VRT-MPT, devem ser adotados os seguintes
procedimentos:

a) após a ocorrência de emergência, deve-se assegurar que a área envolvida tenha retornado à
condição anterior através de monitorizações sistemáticas. O tipo de monitorização deverá ser avaliado
dependendo da situação envolvida;

b) caso haja dúvidas das condições das áreas, deve-se realizar uma bateria padronizada de
avaliação ambiental nos locais e dos grupos homogêneos de exposição envolvidos nestas áreas; (NHO-
8)

c) o registro da emergência deve ser feito segundo o roteiro que se segue:

- descrição da emergência - descrever as condições em que a emergência ocorreu indicando: -


atividade; local, data e hora da emergência; - causas da emergência; - planejamento feito para o retorno
à situação normal; - medidas para evitar reincidências; - providências tomadas a respeito dos
trabalhadores expostos.

30.6 Aposentadoria Especial


Benzeno está presente no grupo 1 da LINACH, possui CAS e esta no decreto 3048. Por isso
não há limites de exposição seguros para esse agente e o trabalhador terá direito a aposentadoria
especial independentemente do EPC ou EPI aplicado.
167

31. Anexo 14 – Agentes Biológicos


Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é caracterizada
pela avaliação qualitativa. O termo agente biológico se refere à substância de origem biológica capaz de
produzir efeito adverso na saúde do trabalhador. São bactérias, fungos, parasitas, bacilos protozoários,
vírus e outros. Caracterização qualitativa, assim como os agentes químicos do anexo 13, umidade do
anexo 10 e as pressões hiperbáricas do anexo 6. A presença no ambiente já caracteriza a insalubridade.

A insalubridade pode ser de grau médio ou máximo dependendo da atividade é caracterizada


pelo contato permanente ou exposição permanente com os agentes biológicos. A caracterização de
insalubridade se dará pelo contato permanente com o agente, e não pela exposição permanente, o que
significa que a exposição pelos agentes por via área não é alcançada para caracterização de
insalubridade.

31.1 Insalubridade de grau máximo Trabalho ou operações, em contato


permanente com agente biológico:
- pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como objetos de seu uso, não
previamente esterilizados;

- carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pelos e dejeções de animais portadores de
doenças infectocontagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose);

- esgotos (galerias e tanques); e

- lixo urbano (coleta e industrialização).

31.2 Insalubridade de grau médio Trabalhos e operações em contato


permanente com pacientes, animais ou com material infecto-
contagiante, em:
- hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e outros
estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha
contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso desses pacientes, não
previamente esterilizados);

- hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados ao


atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com tais animais);

- contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros


produtos;

- laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só ao pessoal técnico);

- gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se somente ao pessoal


técnico);

- cemitérios (exumação de corpos);

- estábulos e cavalariças; e

- resíduos de animais deteriorados.


168

32. Disposições Gerais

Dessa forma, a revogada Portaria n. 3.311 / 89 ensinava que:

>> até 30 minutos por dia = trabalho eventual;

>> até 400 minutos por dia (próximo de 6 horas e meia) = trabalho intermitente;

>>acima de 400 minutos por dia = trabalho permanente, contínuo ou habitual.

32.1 Ementa: adicional de insalubridade. exposição intermitente. súmula 47 do


TST

Nos termos da Súmula 47 do TST, o trabalho executado em condições insalubres, em caráter


intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional. Agravo
de instrumento conhecido e desprovido.”

“Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma


intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma
eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente
reduzido.”
169

33. Atividades que envolvem adicional de periculosidade no


ambiente de trabalho
Insalubridade é o risco a saúde do trabalhador em função dos agentes físicos, químicos e
biológicos. A ergonomia está relacionada aos riscos das condições de tarefas que serão executadas no
trabalho Periculosidade é risco que envolve a vida do trabalhador. A NR-15 e NR-17 possuem
preocupações referentes aos aspectos relacionados ao adoecimento. Já, a NR-16 tem preocupação
relacionada ao acidente que pode ocasionar a morte fatal do trabalhador.

A NR-16 é uma Norma regulamentada pelo artigo 193 da CLT

“Art. 193 São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada
pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho,
impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:

I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;

II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou
patrimonial.

§ 1º O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta


por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos
lucros da empresa.

§ 2º O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.

§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já


concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo.

§ 4º São também consideradas perigosas às atividades de trabalhador em motocicleta.”

33.1 Introdução
Os EPCs e EPIs não podem retirar o adicional de periculosidade, diferentemente do caso de
agentes ambientais.

“Súmula-364 Adicional de periculosidade. Exposição eventual, permanente e intermitente:

Tem adicional de periculosidade o profissional que se expões permanente ou de forma intermitente,


sujeita-se as condições de risco. Indevido, apenas, quando o contado se dá-se forma eventual, assim
considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. “

É responsabilidade do empregador a caracterização ou a descaracterização da periculosidade,


mediante laudo técnico elaborado por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho,
nos termos do artigo 195 da CLT e não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho nem a
realização ex-officio da perícia.

Para os fins desta Norma Regulamentadora - NR são consideradas atividades ou operações


perigosas às executadas com explosivos sujeitos a:

a) Degradação química ou autocatalítica;


170

b) Ação de agentes exteriores, tais como, calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos,
choque e atritos.

As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em quaisquer


vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosidade, exclusão para o transporte em
pequenas quantidades, até o limite de 200 (duzentos) litros para os inflamáveis líquidos e 135 (cento e
trinta e cinco) quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos.

As quantidades de inflamáveis, contidas nos tanques de consumo próprio dos veículos, não
serão consideradas para efeito desta Norma. Todas as áreas de risco previstas nesta NR devem ser
delimitadas, sob responsabilidade do empregador. Líquido combustível Ponto de fulgor entre 63 e 93°C.

33.2 Anexos - 1 Atividades e Operações Perigosas com Explosivos


São consideradas atividades ou operações perigosas às enumeradas no Quadro n.° 1, seguinte:

Todas as atividades que envolvem operação de explosivos possuem adicional de


periculosidade, porém a atividade permanente o trabalhador que estiver exposto de forma intermitente,
ou seja, acima de 30 minutos por dia nesses locais, mesmo não exercendo qualquer atividade
relacionada ao armazenamento, receberá o adicional de periculosidade.

São consideradas áreas de risco:

a) nos locais de armazenagem de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e produtos químicos usados
na fabricação de misturas explosivas ou de fogos de artifício, a área compreendida no Quadro n.º 2:

b) nos locais de armazenagem de explosivos iniciadores, a área compreendida no Quadro n.º 3:


171

c) Nos locais de armazenagem de explosivos de ruptura e pólvoras mecânicos (pólvora negra e pólvora
chocolate ou parda), área de operação compreendida no Quadro n.º 4:

Depósitos barricados ou entrincheirados são aqueles que possuem uma proteção que pode
limitar os efeitos de eventual explosão. Nesse caso as distâncias do quandro 4 para armazenamento de
explosivos poderá ser reduzida pela metade.

É obrigatória a existência de anteparo físico que limita o acesso à área de risco para pessoal
autorizado para essas atividades.

Então resumindo o anexo... Produtos explosivos são aqueles de ação autocatalítica gerando
uma ação exotérmica que envolve pressão e calor. Todas as atividades são periculosas para quem realiza
de forma intermitente e atividade de armazenamento pode incluir aqueles que não realizam a atividade,
mas estão na área de acesso. O quadro 2, produtos utilizados para fabricação, fogos de artifício e
pólvora, apresenta o limites de distância dessas áreas. Quadro 3 apresenta os limites de distância para as
áreas de armazenamento dos iniciadores e o quadro 4 dos explosivos. Evidente que os iniciadores não
podem ser armazenados junto aos explosivos.
172

33.2.1 Aposentadoria Especial para Explosivos


Não há aposentadoria especial para explosivos, porém alguns agentes químicos utilizados na
fabricação de explosivos dão direito à aposentadoria especial por se tratar de um produto carcirogênico
que é o caso do fósforo 32 que está na LINACH, possui CAS e pertence ao decreto 3048. Aposentadoria
especial de 25 anos.

33.3 Anexos – 2 Atividades com Operações Perigosas com Inflamáveis


Definição consta na NR-20.

São líquidos ou gasosos com ponto de fulgor abaixo ou igual a 60°C. A tabela a seguir apresenta essas
atividades ou operações que necessitam de adicional de periculosidade.
173

A primeira tabela do anexo 2 da NR-16 apresenta um conjunto de atividades que requerem


adicional de periculosidade. Essas atividades podem ter o adicional sujeito apenas aos trabalhadores que
operam em circunstâncias que envolvem o contato direto com o produto inflamável ou trabalhadores
que exercem qualquer atividade na área de risco.

A exceção à norma no caso de transporte de inflamáveis

Inflamáveis gasosos liquefeitos com até 135 quilos nas atividades de transporte também não
há necessidade de adicional de periculosidade.

Algumas atividades de manuseio, armazenagem e transporte de líquidos inflamáveis não


requer adicional de periculosidade. Essas atividades para não requisitar o adicional deverão seguir as
recomendações das NRs e a NBR 11.564. Embalagens certificadas pelos testes da NBR11564 e líquidos
classificados de acordo com a NBR 9198.
174

O Anexo 2 também apresenta uma tabela com todas as distâncias de segurança conforme as
atividades realizadas para classificar a área de risco. Quando a norma menciona área de risco para
adicional de periculosidade, deve-se consultar a tabela que relaciona as distâncias de segurança para
classificação da área.

O Quadro 1 do anexo 2 também denomina as características da embalagens que podem ser


simples, combinadas (material compósito) e Compostas (Um material externo e outro material interno).
Esse quadro ainda estabelece os volumes específicos para as embalagens certificadas em função do
grupo de embalagens e também as características. (NBR11564)

O grupo de embalagens poderá ser:

Grupo de Embalagens I: Alto risco

Grupo de Embalagens II: Médio risco

Grupo de Embalagens III: Baixo risco

O risco irá depender do produto e sua classificação conforme a NBR 9198 que classifica as
embalagens em função do ponto de fulgor do líquido inflamável.

Importante: Existem apenas 4 medidas diferentes de segurança que é 3 metros, 7,5 metros, 15 metros e
30 metros.

Áreas de maior risco como poços de petróleo e refinarias requerem a maior distância de 30
metros.

Enchimento e armazenamento de vasilhames podem ser realizados em ambientes fechados


onde à distância de segurança será o próprio ambiente. Quando for em locais abertos vai requerer
distância de segurança de 7,5 metros.

Tanques em bacias de contensão é a própria bacia a distância de segurança.


175

33.3.1 Aposentadoria Especial


Produtos inflamáveis não dão direito a aposentadoria especial, mas poderá dar direito
dependendo do produto químico e sua exposição aos trabalhadores.

33.4 Anexo 3 – Atividades e Operações Perigosas com Exposição a


Roubos ou Outras Espécies de Violência Física nas Atividades
Profissionais de Segurança Pessoal ou Patrimonial
Norma que alcança empresas privadas especializadas em segurança patrimonial. São serviços
de segurança terceirizados por outras empresas.

Empresas com serviço próprio de segurança patrimonial.

São considerados profissionais de segurança pessoal ou patrimonial os trabalhadores que


atendam a uma das seguintes condições:

a) Empregados das empresas prestadoras de serviço nas atividades de segurança privada ou que
integrem serviço orgânico de segurança privada, devidamente registrada e autorizada pelo Ministério da
Justiça.

b) Empregados que exercem a atividade de segurança patrimonial ou pessoal em instalações


metroviárias, ferroviárias, portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos, contratados
diretamente pela administração pública direta ou indireta.

As atividades ou operações que expõem os empregados a roubos ou outras espécies de


violência física, desde que atendida uma das condições de a ou b, são as constantes do quadro abaixo:
176

A atividade de porteiro e vigia sem uso de arma de fogo não requer adicional, somente para
fins de proteção do patrimônio com tarefas de fiscalização local.

33.4.1 Aposentadoria Especial


Não dão direito a aposentadoria especial.

33.5 Anexo 4 – Atividades e Operações Perigosas com Energia Elétrica


O anexo 4 regulamenta também o artigo 193 e defini com atividade periculosa as exercidas da
seguinte forma:

1. Têm direito ao adicional de periculosidade os trabalhadores:

a) que executam atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos energizados em alta


tensão;
177

b) que realizam atividades ou operações com trabalho em proximidade, conforme estabelece a NR-10;

c) que realizam atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos energizados em baixa


tensão no sistema elétrico de consumo - SEC, no caso de descumprimento das medidas de controle
(desernegização ou tensão de segurança ou isolação das partes vivas e sinalização) e seus subitens da
NR10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade;

d) das empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema elétrico de potência
– SEP (geração, transmissão e distribuição de energia elétrica), bem como suas contratadas, em
conformidade com as atividades e respectivas áreas de risco descritas no quadro I deste anexo.

Não tem direito a adicional de periculosidade é as do SEC:

a) Nas atividades ou operações no sistema elétrico de consumo SEC em instalações ou


equipamentos elétricos desenergizados e liberados para o trabalho, sem possibilidade de energização
acidental, conforme estabelece a NR-10;

b) Nas atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos alimentados por


extra-baixa tensão;

c) Nas atividades ou operações elementares realizadas em baixa tensão, tais como o uso de
equipamentos elétricos energizados e os procedimentos de ligar e desligar circuitos elétricos, desde que
os materiais e equipamentos elétricos estejam em conformidade com as normas técnicas oficiais
estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais
cabíveis.

Necessário no SEC sistema estar desernegizada e ser aplicadas as medidas de controle


conforme NR-10 (Tensão de segurança, isolação de partes vivas, sinalização e distância segura)

33.5.1 Aposentadoria Especial


Antes de 1997 acima de 250V era considerado atividade especial com direito a aposentadoria
especial. Hoje não é mais.
178

33.6 Anexo 5 – Atividades Perigosas em Motocicletas


Atividade intermitente ou permanente realizada em vias públicas é consideradas perigosa. Já
as atividades na área privada da empresa não.

Exclui acidente de trajeto; Veiculo que não exige emplacamento ou carteira nacional de
habilitação.

33.6.1 Aposentadoria Especial


Atividade não dá direito a aposentadoria especial

33.7 Anexo * – Radiações Ionizantes


Não é considerada perigosa pelo artigo 193, porém é considerada perigosa em virtude da
publicação da Portaria 518/2003.

A norma NR-16 apresenta uma lista de atividades com radiação ionizante consideradas
perigosas as respectivas áreas de risco

Produção de radioisótopos para uso em medicina, agricultura, agropecuária, pesquisa científica


e tecnológica. (Laboratórios para a produção de radioisótopos e moléculas marcadas)

Produção de Fontes Radioativas (Instalações para tratamento de material radioativo e


confecção de fontes / Laboratórios de testes, ensaios e calibração de fontes, detectores e monitores de
radiação, com fontes radioativas).

Descontaminação de superfícies, instrumentos, máquinas, ferramentas, utensílios de


laboratório, vestimentas e de quaisquer outras áreas ou bens duráveis contaminados com material
radioativos. (Laboratórios para descontaminação de peças e materiais radioativos/Coleta de rejeitos
radioativos em instalações, prédios e em áreas abertas/ Lavanderia para roupas
contaminadas./Transporte de materiais e rejeitos radioativos, condicionamento, estocagens e sua
deposição)
179

Separação isotópica e processamento radioquímico. (Instalações para tratamento,


condicionamento, contenção, estabilização, estocagem e deposição de rejeitos radioativos/ Instalações
para retenção de rejeitos radioativos).

Não são consideradas perigosas para o efeito deste anexo áreas que utilizam
equipamentos móveis de raio-x para diagnóstico médico. Salas de emergências, centro de
tratamento intensivo, sala de recuperação e leitos de internação.

33.7.1 Aposentadoria Especial


Dependendo dos radioisótopos utilizados poderá ser considerada atividade especial para fins
de aposentadoria. O radioisótopo contendo CAS, estando na lista LINACH e pertencendo ao decreto
3048.

Acima dos limites de tolerância do CNEN.


180

34. NR-6 Equipamentos de proteção individual para atividades de


risco
34.1 Introdução
Estabelece as diretrizes e condições às quais os equipamentos deverão ser fornecidos pelas
empresas. Equipamento de Proteção individual – EPI – é um dispositivo de uso pessoal do trabalhador
responsável pela proteção de determinados riscos.

A NR-6 dispõe sobre as responsabilidades dos empregados, empregadores, fabricantes


nacionais e importadores dos EPIs, assim como do Ministério do Trabalho e Emprego na emissão do
certificado de aprovação (CA) do EPI.

No Brasil somente podem ser comercializados EPIs com CA.

O que é um EPI? É um equipamento que visa proteger individualmente o trabalhador dos


riscos nos locais de trabalho. O EPI pode ser um produto ou dispositivo:

1. Creme protetor: Produto para passar sobre a pele

2. Capacete: Dispositivo

O objetivo do EPI é Proteger trabalhadores dos acidentes e riscos presentes no ambiente de


trabalho.

Obs. Não evita os acidentes; não é preventivo.

EPIs protegem contra riscos químicos, físicos, biológicos e acidentes. O EPI constituído por
um ou mais dispositivos que protegem os trabalhadores de mais classes de riscos. Deve ser o ultimo
item a ser oferecido nas questões de saúde ocupacional, ou seja, o item com a menor prioridade de
todas. Empresa é obrigada a oferecer gratuitamente EPI com o respectivo CA conforme a
hierarquização das medidas de controle. O EPI deve ser adotado em ultimo caso, quando as medidas de
caráter coletivo e administrativo não forem suficientes por razões técnicas e não financeiras.

1. Medidas de caráter coletivo

❑ Eliminar agente

❑ Reduzir Agente

❑ Substituir Agente

❑ Reduzir a concentração do agente nos locais de trabalho

2. Medidas Administrativas e Organizacionais

❑ Retirar trabalhador da exposição

❑ Reduzir a exposição com menores horas de trabalho

❑ Controlar acesso na área

3. EPIs
181

❑ Outras medidas são tecnicamente inviáveis

❑ Outras medidas estão sendo implementadas

❑ Medidas de emergência

Obs: EPI sempre deve estar disponível em estoque para ser trocado, não importando o dia ou horário.
Em hipótese alguma deve-se ter dia específico para troca.

Compete ao SESMT decidir quais EPIs serão utilizados no ambiente de trabalho conforme
estabelecido na NR4. O SESMT deve consultar a CIPA e a opinião dos trabalhadores e só escolher EPI
com CA. Empresas sem SESMT é empregador que escolhe, escutando a CIPA ou representante de
CIPA e a opinião dos trabalhadores. Quando o SESMT deseja solicitar produto ou dispositivo sem estar
presente no anexo 1 desta NR, sem CA, estes devem passar por comissão tripartite (CTPP) a ser
constituída pelo órgão nacional competente. (CTPP): Ministério do trabalho, empregadores e
empregados.

34.2 Dados do EPI

34.3 Obrigações do Empregador


Cabe ao empregador quanto ao EPI:

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) exigir seu uso;

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança
e saúde no trabalho;

d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema
eletrônico.
182

34.4 Obrigações do Empregado


Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,

d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

34.5 Obrigações do fabricante e importador


O fabricante nacional ou o importador deverá:

a) cadastrar-se junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

b) solicitar a emissão do CA;

c) solicitar a renovação do CA quando vencido o prazo de validade estipulado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde do trabalho;

d) requerer novo CA quando houver alteração das especificações do equipamento aprovado;

e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem ao Certificado de Aprovação
- CA;

f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA;

g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho quaisquer


alterações dos dados cadastrais fornecidos;

h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando sua utilização,
manutenção, restrição e demais referências ao seu uso;

i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e,

j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO, quando for o caso;

k) fornecer as informações referentes aos processos de limpeza e higienização de seus EPI, indicando
quando for o caso, o número de higienizações acima do qual é necessário proceder à revisão ou à
substituição do equipamento, a fim de garantir que os mesmos mantenham as características de proteção
original.

34.6 Obrigações do Órgão nacional


Cabe ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho:

a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;

b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI;

c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPI;

d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;


183

e) fiscalizar a qualidade do EPI;

f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e,

g) cancelar o CA.

34.7 Obrigações do órgão Regional


Cabe ao órgão regional do MTE:

a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;

b) recolher amostras de EPI; e,

c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo descumprimento da NR-6.

34.8 CA Certificado de Aprovação


Certificado de Aprovação - CA

Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade:

a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua
conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;

b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando for o caso.

34.9 Anexo 1
A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA (Eletricidade, aerodispersoides sólidos e líquidos, agentes
térmicos).

A.1 - Capacete

 a) capacete para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio;

 b) capacete para proteção contra choques elétricos (maior rigidez dielétrica);

 c) capacete para proteção do crânio e face contra agentes térmicos.

A.2 - Capuz ou balaclava

 a) capuz para proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem térmica;

 b) capuz para proteção do crânio, face e pescoço contra respingos de produtos químicos;

 c) capuz para proteção do crânio e pescoço contra agentes abrasivos e escoriantes.


184

B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE (aerodispersoides sólidos e líquidos, Radiações não
ionizantes, agentes térmicos)

B.1 – Óculos

 a) óculos para proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes;

 b) óculos para proteção dos olhos contra luminosidade intensa;

 c) óculos para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta;

 d) óculos para proteção dos olhos contra radiação infravermelha.

B.2 - Protetor facial


185

 a) protetor facial para proteção da face contra impactos de partículas volantes;

 b) protetor facial para proteção da face contra radiação infravermelha;

 c) protetor facial para proteção dos olhos contra luminosidade intensa;

 d) protetor facial para proteção da face contra riscos de origem térmica;

 e) protetor facial para proteção da face contra radiação ultravioleta.

B.3 - Máscara de Solda

 a) máscara de solda para proteção dos olhos e face contra impactos de partículas volantes,
radiação ultravioleta, radiação infravermelha e luminosidade intensa.

EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA (ruído)

C.1 - Protetor auditivo

 a) protetor auditivo circum-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de


pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-15, Anexos n.º 1 e 2;

 b) protetor auditivo de inserção para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão
sonora superiores ao estabelecido na NR-15, Anexos n.º 1 e 2;

 c) protetor auditivo semi-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão
sonora superiores ao estabelecido na NR-15, Anexos n.º 1 e 2.
186
187

D2

D3
188

Caso a quantidade de oxigênio


seja menor que 12,5% será
necessário utilizar o cilindro de
oxigênio

D-5
Respirador de
fuga

D4

E - EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO

E.1 – Vestimentas (Umidade, Calor, Radiações, químicos)

 a) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem térmica;


189

 b) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica;

 c) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem química;

 d) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem radioativa;

 e) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem meteorológica;

 f) Vestimentas para proteção do tronco contra umidade proveniente de operações com uso de
água.

E.2 - Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem portando arma de fogo,
para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica.

F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES (vibrações, agentes químicos, térmicos,
eletricidade, biológicos, radiações ionizantes)

F.1 - Luvas

 a) luvas para proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes;

 b) luvas para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes;

 c) luvas para proteção das mãos contra choques elétricos;

 d) luvas para proteção das mãos contra agentes térmicos;

 e) luvas para proteção das mãos contra agentes biológicos;

 f) luvas para proteção das mãos contra agentes químicos;

 g) luvas para proteção das mãos contra vibrações;

 h) luvas para proteção contra umidade proveniente de operações com uso de água;

 i) luvas para proteção das mãos contra radiações ionizantes.

F.2 - Creme protetor

 a) creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores contra agentes
químicos.

F.3 - Manga
190

 a) manga para proteção do braço e do antebraço contra choques elétricos;

 b) manga para proteção do braço e do antebraço contra agentes abrasivos e escoriantes;

 c) manga para proteção do braço e do antebraço contra agentes cortantes e perfurantes;

 d) manga para proteção do braço e do antebraço contra umidade proveniente de operações


com uso de água;

 e) manga para proteção do braço e do antebraço contra agentes térmicos.

F.4 - Braçadeira

 a) braçadeira para proteção do antebraço contra agentes cortantes;

 b) braçadeira para proteção do antebraço contra agentes abrasivos e escoriantes.

F.5 - Dedeira

a) dedeira para proteção dos dedos contra agentes abrasivos e escoriantes

G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES (químicos, elétricos, térmicos, umidade)

G.1 - Calçado

 a) calçado para proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os artelhos;

 b) calçado para proteção dos pés contra agentes provenientes de energia elétrica;

 c) calçado para proteção dos pés contra agentes térmicos;

 d) calçado para proteção dos pés contra agentes abrasivos e escoriantes;

 e) calçado para proteção dos pés contra agentes cortantes e perfurantes;

 f) calçado para proteção dos pés e pernas contra umidade proveniente de operações com uso
de água;

 g) calçado para proteção dos pés e pernas contra respingos de produtos químicos.
191

G.2 - Meia

 a) meia para proteção dos pés contra baixas temperaturas.

G.3 - Perneira

 a) perneira para proteção da perna contra agentes abrasivos e escoriantes;

 b) perneira para proteção da perna contra agentes térmicos;

 c) perneira para proteção da perna contra respingos de produtos químicos;

 d) perneira para proteção da perna contra agentes cortantes e perfurantes;

 e) perneira para proteção da perna contra umidade proveniente de operações com uso de
água.

G.4 - Calça

 a) calça para proteção das pernas contra agentes abrasivos e escoriantes;

 b) calça para proteção das pernas contra respingos de produtos químicos;

 c) calça para proteção das pernas contra agentes térmicos;

 d) calça para proteção das pernas contra umidade proveniente de operações com uso de água.

H - EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO (agentes térmicos e químicos)

H.1 - Macacão

 a) macacão para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes


térmicos;

 b) macacão para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de


produtos químicos;

 c) macacão para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade


proveniente de operações com uso de água.

H.2 - Vestimenta de corpo inteiro (agentes químicos, umidade e eletricidade).

 a) vestimenta para proteção de todo o corpo contra respingos de produtos químicos;

 b) vestimenta para proteção de todo o corpo contra umidade proveniente de operações com
água;

 c) vestimenta condutiva para proteção de todo o corpo contra choques elétricos.

I - EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL

I.1. CINTURÃO DE SEGURANÇA COM Dispositivo trava-quedas

 a) cinturão de segurança com dispositivo trava-quedas para proteção do usuário contra


quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal.
192

I.2. Cinturão DE SEGURANÇA COM TALABARTE

 a) cinturão de segurança COM TALABARTE para proteção do usuário contra riscos de


queda em trabalhos em altura;

 b) cinturão de segurança COM TALABARTE para proteção do usuário contra riscos de


queda no posicionamento em trabalhos em altura

I.1 - Dispositivo trava-queda

a) dispositivo trava-queda para proteção do usuário contra quedas em operações com movimentação
vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de segurança para proteção contra quedas.

 I.2 - Cinturão

 a) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em trabalhos em


altura;

 b) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda no


posicionamento em trabalhos em altura.
193
194
195

Trava-quedas: Funciona igual ao cinto de segurança do carro


196

35. NR-25 Resíduo Industriais


Entende-se como resíduos industriais aqueles provenientes dos processos industriais, na forma
sólida, líquida ou gasosa ou combinação dessas, e que por suas características físicas, químicas ou
microbiológicas não se assemelham aos resíduos domésticos, como cinzas, lodos, óleos, materiais
alcalinos ou ácidos, escórias, poeiras, borras, substâncias lixiviadas e aqueles gerados em equipamentos
e instalações de controle de poluição, bem como demais efluentes líquidos e emissões gasosas
contaminantes atmosféricos.

A empresa deve buscar a redução da geração de resíduos por meio da adoção das melhores
práticas tecnológicas e organizacionais disponíveis. (PPRA)

(repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar)

Os resíduos industriais devem ter destino adequado sendo proibido o lançamento ou a


liberação no ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes que possam comprometer a segurança e
saúde dos trabalhadores.

As medidas, métodos, equipamentos ou dispositivos de controle do lançamento ou liberação


dos contaminantes gasosos, líquidos e sólidos devem ser submetidos ao exame e à aprovação dos órgãos
competentes. (vigilância sanitária e secretaria do meio ambiente)

Os resíduos líquidos e sólidos produzidos por processos e operações industriais devem ser
adequadamente coletados, acondicionados, armazenados, transportados, tratados e encaminhados à
adequada disposição final pela empresa e os trabalhadores que atuam nestas etapas devidamente
treinados. Estabelecer também outras ações de controle nessas etapas para evitar risco aos trabalhadores.

Os rejeitos radioativos devem ser dispostos conforme legislação específica da Comissão


Nacional de Energia Nuclear – CNEN.
197
198

36. Proteções Coletivas


36.1 Ruído
Isolamentos acústicos em máquinas e equipamentos que produzem ruído.

Material utilizado para


isolamento acústico
199

A manutenção preventiva também poderá evitar o risco ruído, pois muitas vezes máquinas e
equipamentos que são fontes geradoras fazem ruído em função de parafusos soltos que criam partes
móveis que se chocam umas com as outras.

Afastar também outras zonas de trabalho de equipamentos ruidosos reduz de forma eficiente os
níveis de exposição como uma medida administrativa.

36.2 Calor
200

Big Fans

Chillers
201

36.3 Radiações Ionizantes


Argamassa Baritada para paredes. Entre os produtos mais usados para a blindagem de salas de
radiologia, está a argamassa baritada. Também conhecida como massa baritada, a argamassa baritada
deve ser aplicada nas paredes das salas onde são realizados exames diagnósticos por imagens, tais como
raio-x (clínico, veterinário,odontológico e industrial), tomografia computadorizada, densitometria óssea,
hemodinâmica, mamografia.

A função é impedir que os raios primários e secundários saiam do ambiente onde são realizados
os exames radiodiagnósticos. Os raios devem ser dissipados na própria sala, pois a radiação é nociva à
saúde e jamais deve se espalhar pelas adjacências.

Além da aplicação nas paredes, piso e/ou teto, ela também é usada para chumbar a porta
radiológica e o visor plumbífero na parede.

A argamassa baritada pode ser aplicada em paredes de alvenaria, de bloco de gesso e drywall.

A espessura da camada de argamassa baritada que deve ser aplicada na parede, piso e/ou teto,
varia de acordo com a necessidade, após elaborado o cálculo de blindagem por um físico competente.

Lençóis de chumbo em paredes onde ocorre o disparo de raio x.

Lençóis de Chumbo

36.4 Radiações não ionizantes


Risco onde há utilização de EPIs geralmente como medidas protetivas, além de protetor solar
para casos de trabalho ao céu aberto. Para radiações não ionizantes como lazeres, infravermelho,
ultravioleta se utiliza muito óculos específicos de proteção. Para trabalhos ao céu aberto existem roupas,
protetor solar e o uso de áreas de descanso com toldos.

Em termos de medidas de ação coletiva pode se estabelecer áreas cobertas em locais de


descanso nas atividades que são elaboradas em céu aberto.
202

No caso de soldas a única alternativa mais viável é o EPI que são as mascaras de soldas que sua
tonalidade vai depender da corrente da máquina de solda.

36.5 Vibração
Utiliza-se principalmente amortecedores de vibração para atenuação do risco. Os amortecedores
podem estar acoplados nas estruturas vibrantes das máquinas e equipamentos, nos bancos dos veículos
que vibram.

A manutenção preventiva e preditiva também é uma excelente alternativa para se controlar a


vibração de mãos e braços, assim como a vibração de corpo inteiro.

A alternativa do EPI é restrita mais para vibração de mãos e braços.

36.7 Agentes Químicos


Utilização de exaustores e isolamento das áreas onde são manipulados os agentes químicos são
as principais medidas de ação coletivas adotadas para os riscos químicos. A questão ambiental deve se
levar em conta com os exaustores, já que o agente não pode ser liberado no ar.

Os exaustores reduzem a concentração do agente no ambiente de trabalho e desse modo reduz a


exposição dos trabalhadores.
203

Outra alternativa para prevenir a presença de gases e vapores nos locais de trabalho seria a
utilização de agentes químicos menos voláteis. Já no caso dos aerodispersoides sólidos é a utilização de
agentes com um granulometria maior.

Sempre verificar as FISPQ e o ponto de ebulição do produto e agente.

37. Reconhecimento e Análise de Riscos


É fundamental a etapa de reconhecimento de riscos para verificar se há necessidade de realizar
as avaliações quantitativas nos locais de trabalho. Trata-se da primeira etapa onde se conhece os riscos
específicos e se realiza uma avaliação preliminar para verificar a necessidade de realizar uma avaliação
quantitativa.
204

Deverão ser obtidas informações técnicas e administrativas – relacionadas a ferramentas,


operações e demais parâmetros (ambientais, de processos de trabalho, manuais das máquinas,
FISPQs.) envolvidos nas condições de trabalho avaliadas, a serem corroboradas por observações de
campo, necessárias à identificação dos grupos de exposição similar e à caracterização da exposição dos
trabalhadores com base no critério utilizado.

A avaliação de risco deverá ser feita de forma a caracterizar a exposição de todos os


trabalhadores considerados no estudo. Identificando-se os grupos de exposição similar.

A análise preliminar tem por objetivo reunir elementos que permitam enquadrar as situações
analisadas em três distintas possibilidades, quais sejam:

a) A convicção técnica de que as situações de exposição sejam aceitáveis, pressupondo-se que


estejam abaixo do nível de ação;

b) A convicção técnica de que as situações de exposição sejam inaceitáveis, pressupondo-se que


estejam acima do limite de exposição;

c) A incerteza quanto à aceitabilidade das situações de exposição analisadas.

Para a análise preliminar da exposição, deve-se considerar os seguintes aspectos:

a) Informações fornecidas pelos fabricantes das fontes geradoras sobre os agentes de exposição
utilizados no processo; (se for ruído, vibração, radiações ionizantes e não ionizantes, verificar o manual
das máquinas e equipamentos que são fontes geradoras; se for químico, verificar as FISPQs).
205

b) Foco na fonte geradora e o estado de conservação das ferramentas, máquinas e dos agentes
utilizados no processo.

c) Dados de medições de exposição ocupacional já existente, eventualmente disponível;

d) Dados de exposições similares também poderão ser utilizados como referência;

e) Constatação de condições específicas de trabalho que possam contribuir para o agravamento


das condições de exposição; (má utilização dos EPIs, falta de conhecimento, contato inadequado com a
fonte geradora)

f) Estimativa de tempo efetivo de exposição diária;

g) Nível de ação e limite de exposição adotado;

h) Informações ou registros relacionados a queixas, susceptibilidades ou predisposições atípicas


ou antecedentes médicos relacionados aos trabalhadores expostos e os efeitos neles gerados.

Essa técnica utiliza o procedimento de analisar os riscos a partir de uma lista de verificação. As
respostas virão a partir da aplicação da lista nos processos de trabalho.
Descrição da atividade:
Planilha de Reconhecimento de Riscos
Ruído Ruído Radiações Pressões Radiações Vibr Vibr Age Age
contínuo de ionizantes Hiperbárica Não açõe açõe ntes ntes
Impacto s ionizantes s de s de Quí Biol
Mão corp mic ógic
e o os os
Braç intei
os ro

1: Quais os Riscos na atividade avaliada? (Marcar com "v")


2: Identificação das fontes geradoras:

3: Informações fornecidas pelos fabricantes sobre os agentes de


exposição utilizados no processo; (se for ruído, vibração, radiações
ionizantes e não ionizantes, verificar o manual das máquinas e
equipamentos que são fontes geradoras; se for químico, verificar as
FISPQs

4: Formas de contato e exposição em relação a fonte geradora (como se


dá o contato, distância da fonte geradora)

5: Dados de medições de exposição ocupacional já existentes,


eventualmente disponíveis;

6: Constatação de condições específicas de trabalho que possam


contribuir para o agravamento das condições de exposição; (mal
utilização dos EPIs, falta de conhecimento, contato inadequado com a
fonte geradora)

7: Estimativa de tempo efetivo de exposição diária;


8: Informações ou registros relacionados a queixas, susceptibilidades ou
predisposições atípicas ou antecedentes médicos relacionados aos
trabalhadores expostos e os efeitos neles gerados.

9: Número de trabalhadores envolvidos em atividades similares:

10: Medidas de proteção coletiva

11: Medidas de organização do trabalho

12: EPIs

Caso não exista a convicção técnica que a situação de exposição seja aceitável, será necessário a
avaliação quantitativa dos riscos.

As técnicas de identificação de risco que podem ser consultadas antes da análise preliminar
pode ser o mapa de risco que é proposto pela CIPA, avaliação do fluxograma dos processos e avaliação
dos acidentes ocorridos no setor que envolve os riscos físicos, químicos e biológicos.
206

37.1 Outras técnicas de Identificação de Riscos

37.1.1 Mapa de Riscos


Função da CIPA, obrigatório, pois faz parte da NR-5.

1. O Mapa de Riscos tem como objetivos:

a) reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e


saúde no trabalhador na empresa;

b) possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os


trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção. Por esse
motivo é estabelecido como atividade da CIPA

2. Etapas de elaboração

a) conhecer o processo de trabalho no local analisado:

 -os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamento profissional e de segurança e saúde;

 -os instrumentos e materiais de trabalho;

 -as atividades exercidas;

 -o ambiente.

b) identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificação: químicos, físicos,


biológicos, ergonômicos e de acidentes;

c) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:

 - medidas de proteção coletiva;

 - medidas de organização do trabalho;

 - medidas de proteção individual;

 - medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouro,


refeitório.

d) identificar os indicadores de saúde:

 - queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos;

 - acidentes de trabalho ocorridos;

 - doenças profissionais diagnosticadas;

 - causas mais freqüentes de ausência ao trabalho:

e) conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;

f) elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa, indicando através de círculo:

 - o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada


207

 - o número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do círculo;

 - a especificação do agente (por exemplo: químico – sílica, hexano, ácido clorídrico; ou


ergonômico – repetitividade, ritmo excessivo), que deve ser anotada também dentro do círculo;

 - a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser
representada por tamanhos diferentes de círculos.

3. Após discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá ser
afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores.

4. No caso das empresas da indústria da construção, o Mapa de Riscos do estabelecimento


deverá ser realizado por etapa de exceção dos serviços, devendo ser revisto sempre que um fato novo e
superveniente modificar a situação de riscos estabelecida.

37.1.2 Diagrama de Pareto


Excelente técnica para identificar locais com maiores índices de acidentes, assim como falhas
que provoquem maiores índices de acidentes. Seria uma técnica preliminar de identificação de riscos e
não uma técnica de identificação de riscos durante a análise do processo.
208

37.1.3 Fluxogramas
Indicam as operações da empresa que podem gerar perdas potenciais. Eles devem identificar a
totalidade das operações, desde o fornecimento da matéria-prima até a entrega do produto ao consumidor
final.

Relação dos fornecedores e respectivas matérias-primas, produtos e serviços. Localização dos


depósitos e armazéns, tipos de construção, concentração de valores, qualidade da armazenagem, sistemas
de segurança, etc. Características, localização, construção, equipamentos, concentração de valores, etc.,
da fábrica. Formas de transporte adotadas e sistemas de venda e compra.

Danos à propriedade – reposição, reparos e manutenção de veículos, prédios, máquinas e


equipamentos, matérias-primas, mercadorias e produtos; parada ou redução das operações de fabricação
como consequência de danos às instalações e ao processo de fabricação.

Perdas por responsabilidade – responsabilidade civil por danos pessoais e/ou materiais a
clientes, por defeitos nos produtos; a visitantes, por eventuais acidentes; a terceiros em geral, pelo uso e
operação negligente de veículos.

Perdas pessoais – perdas decorrentes de danos pessoais a funcionários devido a acidentes do


trabalho. Perdas indiretas, à empresa, consequentes de morte ou invalidez de funcionários-chave. Perdas
diretas e indiretas à família de funcionários, por morte, invalidez e aposentadoria precoce desses.

Quanto mais detalhados forem os fluxogramas, melhores serão as condições de identificação de


riscos e perdas potenciais. Para obter o grau necessário de detalhes, é fundamental a participação de cada
setor na elaboração desses fluxogramas.

37.2 Técnicas para Análise de Risco


Após os riscos serem conhecidos na etapa de reconhecimento e identificação, e se necessário
quantificados. Virá à etapa de análise desses riscos para determinação das melhores medidas de controle.

37.2.1 Analise Preliminar de Riscos


Consiste no estudo durante a fase de concepção e desenvolvimento de determinado projeto ou
ação que preveja os riscos, ou consequências, de alguma falha no projeto ou atividade. Conhecida
também com análise preliminar de perigos.

Usada como forma de controle de riscos para determinadas atividades antes que elas aconteçam.
Uma técnica muito interessante para sistemas cujo qual exista pouco conhecimentos por parte do
209

operador ou analisador devido características inovadoras ou iniciais de projetos. Analisa a causa, o efeito,
a categoria e estabelece as medidas corretivas.

A técnica parte de riscos específicos relacionados à determinada etapa do processo e assim


identifica as causas, o efeito e as medidas que devem ser adotadas.

Análise preliminar de riscos normalmente é utilizada para diversas atividades como trabalho em
altura, espaço confinado, envolvendo riscos de choque elétrico, levantamento de cargas pesadas,
manutenção de máquinas e equipamentos, obras e escavações. Isso por que não há procedimentos
específicos para cada atividade. Vem junto com uma permissão de trabalho, conhecida como PT que deve
ter uma cópia junto ao local da atividade, uma com a equipe de SESMT e outra com os supervisores.

A partir do roteiro das atividades de riscos que serão realizadas é aberta a análise preliminar de
risco onde os colaboradores que realizaram ouviram as instruções referentes à segurança do trabalho para
realizar cada passo da atividade proposta. Normalmente possui duração de um turno. Para troca de turno é
necessária outra PT e outra análise preliminar de risco.

Utilização de uma matriz de riscos para quantificar a análise:

 Categoria ou classe de risco

1. Desprezível: Falha não resultará em risco de lesão e nem comprometerá com o


funcionamento do sistema;

2. Marginal: Falha degradará o sistema em certa extensão, mas não ocasionará acidentes
com lesões;

3. Crítica: falha resultará em acidentes com lesões e uma boa parte do sistema será
degradada;

4. Catastrófica: Morte, com severa degradação e lesões;

Antes de dar início a utilização da técnica, deve-se descrever o processo e seu sistema e assim
avaliar determinado risco, a sua causa, efeito, classe e gravidade e a solução para evitar tal risco
combatendo a causa.

 Relação probabilidade e gravidade

1. A: Alta

2. M: Média

3. C: Baixa
210

37.2.2 Análise de Modos de Falha e Efeito (AMFE)


Consiste em uma técnica que permite analisar como podem falhar os componentes de um
equipamento e de um sistema, máquina ou processo;

 Estima as Taxas de Falha (TF)

 Determina os efeitos e consequências que podem advir;

 Estabelece as mudanças que deverão ser efetuadas aumentando a probabilidade de que o


sistema, processo ou equipamento funcione de forma satisfatória;

Objetivos

1. Revisão sistemática dos modos de falhas dos componentes de um sistema ou máquina.

2. Determinação dos efeitos que tais falhas terão em outros componentes de um sistema
ou máquina.

3. Especificação dos componentes com falhas críticas.

4. Probabilidade de falhas de um sistema a partir da probabilidade individual de falhas de


seus componentes (pode ser Quantitativo)

Definição de como podem ser reduzidas as probabilidades de falhas dos componentes e


consequentes reduções de falhas de um sistema ou máquina.

 Avaliar os efeitos das falhas humanas no sistema também é importante que se faça de forma
qualitativa;

 Na etapa seguinte, podem-se aplicar dados quantitativos;


211

Na análise do modo de falhas se estuda os componentes de um sistema, os modos como esse


componente pode falhar, a influencia que essa falha terá em outros componentes do mesmo sistema e
também no desempenho do sistema.

Assim estabelece a categoria do risco com a classe do risco e sua probabilidade, os métodos de
detecção dessas falhas nos componentes e as ações de correções que deverão ser realizada para corrigir a
falha no componente.

Metodologia adotada:

 Classificar os componentes de um sistema e subsistema. Pode se dividir um sistema em


subsistemas também;

 Traçar diagramas para determinar o relacionamentos dos componentes dos sistemas e


subsistemas;

 Listagem completa dos componentes e suas funções;

 Determinar as falhas que podem ocorrer em cada componente;

 Efeitos das falhas sobre outros componentes e sobre o sistema e subsistemas;

 Estimar a categoria ou classe de risco;

 Indicar o método de detecção e reparos nos componentes;

 Pode se calcular ainda os tempos médios entre as falhas (TMFE);

A técnica se baseia basicamente em diagnosticar as falhas dos componentes e o risco que pode
ocasionar essas falhas num todo ao se analisar um processo. Pode-se também verifica a probabilidade de
falha do componente para avaliar a probabilidade de ocorrência do risco. Por isso pode ser uma técnica
qualitativa e quantitativa.

Lei exponencial de confiabilidade de máquinas, equipamentos e sistemas

R=e^(TF.t)
212

TF = Taxa de Falha (número de falhas em mil horas)

TMEF= 1/TF

t = Tempo de Operação

Tc = Tempo Crítico de Manutenção

R = Lei exponencial da confiabilidade (R é o inverso da confiabilidade)

Deve-se controlar a taxa de falha

Deve-se controlar o tempo de manutenção preventiva.

Lei do Produto da Confiabilidade dos componentes em série

R = R1xR2xR3xR4... (Componentes em Série) Falha de um componente independe da falha do


outro

Probabilidade de não falhar é dado por Q

Q= 1-R

Lei do Produto das probabilidades dos componentes em paralelo

Q = Q1XQ2XQ3XQ4... (Falha de um componente depende da falha do outro)

Q=1-R

37.2.3 Técnica de Incidentes Críticos (TIC)


É uma análise operacional de incidentes com potencial para ocasionar danos, mas que não
ocasionaram, ou seja, análise de quase-acidentes. O foco são eventos, atitudes, comportamentos,
condições das instalações, relações entre homens e equipamentos. É necessários muitos ou vários
incidentes até que ocorra um acidente. Uma amostragem de colaboradores que trabalham dentro da
empresa devem relatar casos de quase acidentes para tratamento dos mesmos. Não deve haver punições
em hipótese alguma, colaborador esta ajudando e não prejudicando a empresa. Os colaboradores podem
fazer sua própria TIC dentro da empresa em outros colaboradores. Supervisor do setor deve avaliar as
TICs e tratar os casos junto a equipe de segurança. Priorização do programa de controle de riscos.
Formulário simples para anotar os incidentes e quase-acidentes relatados

37.2.4 Analise de Arvore de Falhas (AAF)


Trata-se de uma técnica onde a partir de um evento indesejável se estuda os fatores que
causariam este evento. Trata-se de uma técnica com foco no evento indesejável. Dados probabilísticos
podem ser aplicados em sequências lógicas;

 Qualitativa: Desenvolver a árvore sem efetuar os cálculos


213

 Quantitativa: Desenvolver a árvore e efetuar os cálculos probabilísticos

Desenvolvimento da árvore de falhas:

1. Escolha de um evento indesejável a partir da identificação dos riscos: Muitas vezes


esse evento pode ser de extrema gravidade dentro de um processo cujo qual a organização tem prioridade.

2. Elabora-se um digrama com as falhas relacionadas ao evento indesejável gerador de


risco

3. Calcula-se a probabilidade de ocorrência das falhas (Algebra Boleana, ou cálculo das


probabilidades de falhas para a ocorrência do evento indesejável dos componentes do sistema)
214

37.2.5 Estudo de Identificação de Perigos e Operacionalidade (HAZOP)


Consiste em identificar desvios nas variáveis de um processo em função dos valores
estabelecidos como normais. O objetivo são sistemas e subsistemas e o foco é nos desvios das variáveis
de um processo. Muito utilizado na indústria química

Os desvios podem ser caracterizados como vazão, pressão, viscosidade, composição e


temperatura. Os valores anormais desses fatores são considerados desvios de um processo podendo gerar
acidentes.

A situação ideal para a aplicação da técnica HAZOP é anterior ao detalhamento e construção do


projeto, visando evitar futuras modificações, quer no detalhamento ou nas instalações. Muitas vezes, os
acidentes ocorrem porque os efeitos secundários de pequenos detalhes ou modificações são subestimados.
Isso porque, à primeira vista, parece insignificante e impossível identificar a existência de efeitos
secundários graves e difíceis de prever, antes de uma análise completa.

Uma analise qualitativa. A condição de trabalho em equipe da técnica HAZOP exige que
pessoas em diferentes funções trabalhem em conjunto, estimulando a criatividade, evitando os
esquecimentos e facilitando a compreensão dos problemas das diferentes áreas e interfaces do sistema.

A análise HAZOP é realizada através de palavras-chaves que guiam o raciocínio dos grupos de
estudo multidisciplinares, fixando a atenção nos perigos mais significativos para o sistema. As palavras-
chaves ou palavras-guias são aplicadas às variáveis identificadas no processo tais como pressão,
temperatura, fluxo, composição, nível, entre outros, gerando os desvios, que nada mais são do que os
perigos a serem examinados.

Para cada linha analisada é aplicada a série de palavras-guias, identificando os desvios que
podem ocorrer caso a condição proposta pela palavra-guia ocorra. Identificadas as palavras-guias e os
desvios respectivos, pode-se partir para a elaboração das alternativas cabíveis para que o problema não
ocorra, ou seja, mínimo. Convém, no entanto, analisar as alternativas quanto a seu custo e
operacionalidade.

Definir local no qual os parâmetros do processo serão investigados em busca de desvios

Intenção ou parâmetros: é como se espera que a planta opere de acordo com os valores dos
fatores estabelecidos como normais;

Desvios: São os valores considerados anormais em relação aos fatores do processo;

Causas: Razão pela qual ocorrem os desvios

Efeitos: São os resultados dos desvios verificados

Palavras–guias: São as palavras utilizadas para quantificar a intenção ou parâmetros

Observações e Recomendações: Ações para corrigir os desvios.


215

Em resumo: no Hazop a técnica consiste em um controle dos parâmetros do processo


considerados normais. Quando esses parâmetros ou fatores se alteram é estabelecida a relação com uma
palavra guia, junto com uma causa e observação necessária para ser mudado. O Hazop não traz um
enfoque na consequência, mas é evidente que uma consequência danosa deve ser analisada pelo hazop. O
enfoque do Hazop é na solução do problema.

 Processos contínuos

Analisar Fluxograma do processo

Definir os equipamentos principais do processo e analisar os subprocessos entre dois


equipamentos principais analisando os elementos das linhas. (Ex: Torres, reatores e vasos são
equipamentos principais; bombas, válvulas e permutadores de calor são elementos da linha)

Imaginar a linha operando e selecionar uma variável de processo (exemplo: vazão); aplicar as
palavras-guia a essa variável (exemplo: maior); identificar desvios (exemplo: vazão maior). Apenas os
desvios considerados perigosos devem ser selecionados para análise. Determinar as causas dos desvios
perigosos (exemplo: válvula falha e abre totalmente). Avaliar qualitativamente as consequências dos
desvios perigosos (tanque transborda, produto inflamável entra em ignição).
216

Verificar se há meios para o operador tomar conhecimento de que o desvio perigoso está
ocorrendo. Estabelecer medidas de controle de riscos e de controle de emergências. As medidas de
controle de risco, como implantar sistema de monitoramento do nível do tanque e aplicar programa de
treinamento, têm por finalidade evitar o evento perigoso. As de controle de emergência, como implantar
sistema de detecção de gases, combate a incêndio e de evacuação, tem por finalidade reduzir as
consequências do evento, caso ele venha a ocorrer.

Selecionar outra variável de processo e aplicar-lhe as palavras-guia: Temperatura, viscosidade,


pressão, composição, verificando se são perigosos os desvios. Analisadas as variáveis, selecionar outra
linha de processo

 Processos Descontínuos

Selecionar um passo da operação descontínua, geralmente escrita na forma de procedimento.


Aplicar as palavras-guia ao passo selecionado para detectar desvios; verificar se os desvios identificados
são perigosos ou prejudicam a operabilidade do sistema. Verificar se o operador dispõe de meios para
detectar a ocorrência dos desvios perigosos. Estabelecer medidas de controle de riscos e de emergências.
Selecionar um segundo passo do procedimento e repetir a análise.

37.2.6 Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa)


Muito parecido com a análise de árvore de falhas, porque parte de um efeito indesejável, exceto
que esta estabelece categorias para classificar os defeitos;

Diagrama de causa e efeito, também conhecido como diagrama de Ishikawa (espinha de peixe)
– permite identificar, explorar e apresentar graficamente todas as possíveis causas relacionadas a um
único problema. Esta técnica é utilizada em equipe e permite classificar os defeitos em seis tipos
diferentes de categorias: método, matéria-prima, mão de obra, máquinas, medição e meio ambiente.

Diagrama de consequências que inicia por um evento inicial, posteriormente cada evento
desenvolvido é questionado:

 Em que condições o evento induz a outros eventos?

 Quais as alternativas ou condições que levam a diferentes eventos?

 Que outros componentes o evento afeta? (Parecido com a AMFE ou FMEA exceto por não
acusar a relação entre os componentes)

 Ele afeta mais do que um componente?

 Quais os outros eventos que este evento causa?

Esta técnica possibilita a avaliação qualitativa e quantitativa das consequências dos eventos
catastróficos de ampla repercussão, e a verificação da vulnerabilidade do meio ambiente, da comunidade
e de terceiros em geral. Nesse procedimento, escolhe-se um evento crítico, partindo-se para um lado, com
as consequências e para outro, determinando as causas. A estruturação é feita através de símbolos. O
diagrama ACE é mais conhecido é o de Ishikawa, também conhecido como espinha de peixe devido à
semelhança de sua representação gráfica.
217

 O diagrama apresenta como pontos fortes:

1. É uma boa ferramenta de levantamento de direcionadores.

2. É uma boa ferramenta de comunicação.

3. Estabelece a relação entre o efeito e suas causas.

4. Possibilita um detalhamento das causas.

 Mas, também apresenta os seguintes pontos fracos:

1. Não apresenta os eventuais relacionamentos entre as diferentes causas.

2. Não focaliza necessariamente as causas que devem efetivamente ser atacadas.


(Diferença para o FMEA)

Os pontos fracos podem ser corrigidos com a utilização em conjunto dos 5 porquês. Focar nas
principais causas para evitar um diagrama de árvore.

 Passos do Ishikawa

1. Definir o problema a ser estudado e o que se deseja obter (o que deve acontecer ou o
que deve ser evitado).

2. Procurar conhecer e entender o processo – observar, documentar, falar com pessoas


envolvidas, ler.

3. Reunir um grupo para discutir o problema, apresentar os fatos conhecidos, incentivar


as pessoas a dar suas opiniões, fazer um brainstorming

4. Organizar as informações obtidas, estabelecer as causas principais, secundárias,


terciárias, etc. (hierarquia das causas), eliminar informações irrelevantes, montar o diagrama, conferir,
discutir com os envolvidos.
218

5. Assinalar os fatores mais importantes para obtenção do objetivo visado (fatores chave,
fatores de desempenho, fatores críticos).

6. Estabelecer as soluções com base naquilo que foi considerado mais relevante

37.2.7 Diagrama de Árvore


O diagrama de árvore serve como desdobramento de um problema para buscar sua causa raiz
organizando a relação de causa e efeito entre os fenômenos tornando possível visualizar com clareza a
propagação do problema a partir de cada ocorrência das diferentes causas, até o efeito que se deseja
eliminar.

Auxílio da Técnica dos 5 porquês ajuda muito no desenvolvimento desta analise


219

37.2.8 Análise de Matriz das Interações


Interação entre diferentes processos assim como diferentes serviços que podem ocasionar em
um aumento do risco. Por exemplo: um processo de soldagem em um local onde está havendo pintura
pode ocorrer risco de incêndio, alem do risco de intoxicação com a tinta e queimaduras com a solda.

O triângulo de fogo é um exemplo deste processo: É necessário produto inflamável+fonte de


ignição+oxigênio para pegar fogo.
220

38. Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho


Antigamente somente o médico do trabalho era responsável pela aferição e medição das
condições ambientais no local de trabalho. A lei 6514 inclui essa responsabilidade para o Engenheiro do
Trabalho.

O LTCAT tem finalidade previdenciária para concessão de aposentadoria especial. Portanto não
se deve confundir com o laudo técnico de periculosidade ou insalubridade para avaliação e caracterização
das condições especiais previstas na aposentadoria especial. Laudos de insalubridade e periculosidade são
para esfera trabalhista e não previdenciária.

Laudos previdenciários dependem da definição básica de nocividade e permanência.

Nocividade é relativa aos agentes físicos, químicos e biológicos ou associação de agentes capaz
de causar danos à integridade física dos trabalhadores baseados nos anexos e decretos previdenciários. O
LTCAT também pode trazer informações relacionadas aos riscos ergonômicos avaliados tecnicamente
pelo profissional qualificado da área de saúde e segurança do trabalho a partir da Análise Ergonômica do
Trabalho conforme a NR-17. Atividades periculosas que envolve inflamáveis, eletricidade, radiações
ionizantes, condução de motocicleta em vias públicas e de vigilante são referenciados na NR-16. Os
riscos físicos, químicos e biológicos são mensurados conforme as técnicas estabelecidas na NHO e os
limites de exposição da NR-15. Os riscos mecânicos, não há necessidade de serem referenciados no
LTCAT, assim como os ergonômicos, já que esses riscos não dão direito à aposentadoria especial. Porém
muitos LTCATs tem referenciado esses riscos atualmente, muito provavelmente para oferecer subsídios
de informações que serão declaradas no eSocial.

Permanência é o modo permanente, não ocasional e nem intermitente. Indissociável da


prestação de serviço.

Formulário PPP emitido com base no LTCAT para concessão de aposentadoria especial.

O LTCAT, desde que fundamentado por Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho,


fundamentarão o preenchimento do formulário de reconhecimento dos períodos laborados em condições
especiais.

As avaliações dos agentes nocivos presentes no anexo IV do decreto 3048 de 1999, pode ser
qualitativa ou quantitativa. Na avaliação qualitativa dá-se pela presença dos agentes no ambiente de
trabalho conforme os anexos 6, 13 e 13-A e 14 da NR-15. Na quantitativa a nocividade ocorre quando se
ultrapassa os limites de tolerância estabelecidos nos anexos 1, 2, 3, 4 (revogado p/ insalubridade e AE), 8,
9 (revogado p/ AE), 11 e 12.
221

As avaliações qualitativas deverão expor:

1. Circunstâncias da exposição

2. Fontes de risco e a possibilidade de liberação

3. Meios de contato ou a exposição dos trabalhadores pelas vias de absorção

4. Intensidade, frequência e duração de exposição.

O LTCAT deverá conter as seguintes informações:

1. Identificação da Empresa

2. Individual ou coletivo

3. Setor e função

4. Descrição da Atividade

5. Descrição dos Agentes

6. Localização das fontes geradoras

7. Via e periodicidade de Exposição dos Agentes nocivos

8. Metodologia de Avaliação (NHO)

9. Descrição das Tecnologias de proteção coletiva e individual e medidas administrativas

10. Conclusão

Obs: PPRA vs LTCAT

O PPRA não precisa ser assinado por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do
Trabalho. O PPRA não precisa de conclusão. O PPRA estabelece sua própria metodologia para alguns
agentes físicos e o LTCAT é conforme a NHO.

38.1 LTCAT: Temporalidade


Contemporâneo: Período em que o funcionário trabalhou na empresa.

Extemporâneo: Fora do período de Laboro. O período extemporâneo é válido somente se não


houver mudança de leiaute, substituição de máquinas ou equipamentos, adoção ou alteração de tecnologia
de proteção coletiva e alcance dos níveis de ação estabelecidos nos subitens 9.3.6 da NR-9.

38.2 LTCAT coletivo ou individual


LTCAT coletivo: Avaliação dos locais de trabalho e das condições de trabalho. Registro dos
agentes nocivos e a conclusão quanto a exposição ocupacional de todos os trabalhadores da empresa,
setor ou CBO. Para validar o posto de trabalho deve contemplar aqueles mencionados no LTCAT para
validação da aposentadoria especial.

LTCAT Individual: Laudo que se refere exclusivamente ao requerente. Deve constar


autorização escrita da empresa para executar o levantamento a partir da perícia e horário, data e local.
Assim é válido para aposentadoria especial.
222

Não são aceitos os laudos:

1. Elaborados ou solicitados pelo próprio segurado.

2. Relativo a atividades diversas, exceto quando realizados no mesmo setor e submetidos


aos mesmos modos e aos mesmos agentes nocivos.

3. Relativos aos equipamentos do setor similar.

4. Realizado em localidade diversa daquela em que houve o exercício da atividade.

5. Realizado em empresa diversa daquela em que o segurando trabalhou ou trabalha.

38.3 LTCAT documentos aceitos


• Laudos emitidos pela justiça do trabalho.

• Laudos elaborados pela fundacentro.

• PPRA, PCMSO, PGR e PCMAT.

Desde que atendam as informações básicas do LTCAT.

38.4 LTCAT ruído


O STF em sede de recurso extraordinário com agravo ARE 664.335 considerou que nos casos
de exposição do segurado ao agente nocivo ruído acima dos limites de tolerância estabelecidos na NR-15
a declaração do empregador no âmbito do PPP da eficácia do EPI não descaracteriza a aposentadoria
especial. Exceto se comprovada eficácia no LTCAT.

As avaliações do ruído também devem ser realizadas conforme NHO e não de acordo com a
metodologia adotada na NR-15, segundo o Manual de Aposentadoria Especial.

38.5 LTCAT os agentes nocivos


Constam no anexo IV do decreto 3048

“O que determina o direito ao benefício é a exposição do trabalhador ao agente nocivo presente


no ambiente de trabalho e no processo produtivo, em nível de concentração superior aos limites de
tolerância estabelecidos. O rol de agentes nocivos é exaustivo, enquanto que as atividades listadas, nas
quais pode haver a exposição, é exemplificativa.

TEMPO DE
CÓDIGO AGENTE NOCIVO
EXPOSIÇÃO
223

1.0.0 AGENTES QUÍMICOS

O que determina o benefício é a presença do agente no processo produtivo e sua


constatação no ambiente de trabalho, em condição (concentração) capaz de causar danos à
saúde ou à integridade física.
As atividades listadas são exemplificadas nas quais pode haver a exposição.

O que determina o direito ao benefício é a exposição do trabalhador ao agente


nocivo presente no ambiente de trabalho e no processo produtivo, em nível de concentração
superior aos limites de tolerância estabelecidos. (Redação dada pelo Decreto, nº 3.265, de 1999)

O rol de agentes nocivos é exaustivo, enquanto que as atividades listadas, nas


quais pode haver a exposição, é exemplificativa. (Redação dada pelo Decreto, nº 3.265, de 1999)

1.0.1 ARSÊNIO E SEUS COMPOSTOS 25 ANOS

a) extração de arsênio e seus compostos tóxicos;

b) metalurgia de minérios arsenicais;

c) utilização de hidrogênio arseniado (arsina) em sínteses orgânicas e no


processamento de componentes eletrônicos;

d) fabricação e preparação de tintas e lacas;

e) fabricação, preparação e aplicação de inseticidas, herbicidas, parasiticidas e


raticidas com a utilização de compostos de arsênio;

f) produção de vidros, ligas de chumbo e medicamentos com a utilização de


compostos de arsênio;

g) conservação e curtume de peles, tratamento e preservação da madeira com a


utilização de compostos de arsênio.

ASBESTOS
1.0.2 20 ANOS

a) extração, processamento e manipulação de rochas amiantíferas;

b) fabricação de guarnições para freios, embreagens e materiais isolantes contendo


asbestos;

c) fabricação de produtos de fibrocimento;

d) mistura, cardagem, fiação e tecelagem de fibras de asbestos.


224

1.0.3 BENZENO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS 25 ANOS

a) produção e processamento de benzeno;

b) utilização de benzeno como matéria-prima em sínteses orgânicas e na produção


de derivados;

c) utilização de benzeno como insumo na extração de óleos vegetais e álcoois;

d) utilização de produtos que contenham benzeno, como colas, tintas, vernizes,


produtos gráficos e solventes;

e) produção e utilização de clorobenzenos e derivados;

f) fabricação e vulcanização de artefatos de borracha;

g) fabricação e recauchutagem de pneumáticos.

1.0.4 BERÍLIO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS 25 ANOS

a) extração, trituração e tratamento de berílio;

b) fabricação de compostos e ligas de berílio;

c) fabricação de tubos fluorescentes e de ampolas de raio X;

d) fabricação de queim

f) utilização do berílio na indústria aeroespacial.

1.0.5 BROMO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS 25 ANOS

a) fabricação e emprego do bromo e do ácido brômico.

1.0.6 CÁDMIO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS 25 ANOS

a) extração, tratamento e preparação de ligas de cádmio;

b) fabricação de compostos de cádmio;

c) utilização de eletrodos de cádmio em soldas;

d) utilização de cádmio no revestimento eletrolítico de metais;

e) utilização de cádmio como pigmento e estabilizador na indústria do plástico;

f) fabricação de eletrodos de baterias alcalinas de níquel-cádmio.


225

1.0.7 CARVÃO MINERAL E SEUS DERIVADOS 25 ANOS

a) extração, fabricação, beneficiamento e utilização de carvão mineral, piche,


alcatrão, betume e breu;

b) extração, produção e utilização de óleos minerais e parafinas;

c) extração e utilização de antraceno e negro de fumo;

d) produção de coque.

CHUMBO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS


1.0.8 25 ANOS

a) extração e processamento de minério de chumbo;

b) metalurgia e fabricação de ligas e compostos de chumbo;

c) fabricação e reformas de acumuladores elétricos;

d) fabricação e emprego de chumbo-tetraetila e chumbo-tetrametila;

e) fabricação de tintas, esmaltes e vernizes à base de compostos de chumbo;

f) pintura com pistola empregando tintas com pigmentos de chumbo;

g) fabricação de objetos e artefatos de chumbo e suas ligas;

h) vulcanização da borracha pelo litargírio ou outros compostos de chumbo;

i) utilização de chumbo em processos de soldagem;

j) fabricação de vidro, cristal e esmalte vitrificado;

l) fabricação de pérolas artificiais;

m) fabricação e utilização de aditivos à base de chumbo para a indústria de


plásticos.

1.0.9 CLORO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS 25 ANOS

a) fabricação e emprego de defensivos organoclorados;

b) fabricação e emprego de cloroetilaminas (mostardas nitrogenadas);

c) fabricação e manuseio de bifenis policlorados (PCB);

d) fabricação e emprego de cloreto de vinil como monômero na fabricação de


policloreto de vinil (PVC) e outras resinas e como intermediário em produções químicas ou como
solvente orgânico;

e) fabricação de policloroprene;

f) fabricação e emprego de clorofórmio (triclorometano) e de tetracloreto de carbono.


226

1.0.10 CROMO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS 25 ANOS

a) fabricação, emprego industrial, manipulação de cromo, ácido crômico, cromatos e


bicromatos;

b) fabricação de ligas de ferro-cromo;

c) revestimento eletrolítico de metais e polimento de superfícies cromadas;

d) pintura com pistola utilizando tintas com pigmentos de cromo;

e) soldagem de aço inoxidável.

1.0.11 DISSULFETO DE CARBONO 25 ANOS

a) fabricação e utilização de dissulfeto de carbono;

b) fabricação de viscose e seda artificial (raiom) ;

c) fabricação e emprego de solventes, inseticidas e herbicidas contendo dissulfeto


de carbono;

d) fabricação de vernizes, resinas, sais de amoníaco, de tetracloreto de carbono, de


vidros óticos e produtos têxteis com uso de dissulfeto de carbono.

1.0.12 25 ANOS
FÓSFORO E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS

a) extração e preparação de fósforo branco e seus compostos;

b) fabricação e aplicação de produtos fosforados e organofosforados (sínteses


orgânicas, fertilizantes e praguicidas);

c) fabricação de munições e armamentos explosivos.

1.0.13 IODO 25 ANOS

a) fabricação e emprego industrial do iodo.

1.0.14 MANGANÊS E SEUS COMPOSTOS 25 ANOS

a) extração e beneficiamento de minérios de manganês;

b) fabricação de ligas e compostos de manganês;

c) fabricação de pilhas secas e acumuladores;

d) preparação de permanganato de potássio e de corantes;

e) fabricação de vidros especiais e cerâmicas;

f) utilização de eletrodos contendo manganês;

g) fabricação de tintas e fertilizantes.


227

1.0.15 MERCÚRIO E SEUS COMPOSTOS 25 ANOS

a) extração e utilização de mercúrio e fabricação de seus compostos;

b) fabricação de espoletas com fulminato de mercúrio;

c) fabricação de tintas com pigmento contendo mercúrio;

d) fabricação e manutenção de aparelhos de medição e de laboratório;

e) fabricação de lâmpadas, válvulas eletrônicas e ampolas de raio X;

f) fabricação de minuterias, acumuladores e retificadores de corrente;

g) utilização como agente catalítico e de eletrólise;

h) douração, prateamento, bronzeamento e estanhagem de espelhos e metais;

i) curtimento e feltragem do couro e conservação da madeira;

j) recuperação do mercúrio;

l) amalgamação do zinco.

m) tratamento a quente de amálgamas de metais;

n) fabricação e aplicação de fungicidas.

1.0.16 NÍQUEL E SEUS COMPOSTOS TÓXICOS 25 ANOS

a) extração e beneficiamento do níquel;

b) niquelagem de metais;

c) fabricação de acumuladores de níquel-cádmio.

1.0.17 PETRÓLEO, XISTO BETUMINOSO, GÁS NATURAL E SEUS DERIVADOS 25 ANOS

a) extração, processamento, beneficiamento e atividades de manutenção realizadas


em unidades de extração, plantas petrolíferas e petroquímicas;

b) beneficiamento e aplicação de misturas asfálticas contendo hidrocarbonetos


policíclicos.
228

1.0.18 SÍLICA LIVRE 25 ANOS

a) extração de minérios a céu aberto;

b) beneficiamento e tratamento de produtos minerais geradores de poeiras contendo


sílica livre cristalizada;

c) tratamento, decapagem e limpeza de metais e fosqueamento de vidros com jatos


de areia;

d) fabricação, processamento, aplicação e recuperação de materiais refratários;

e) fabricação de mós, rebolos e de pós e pastas para polimento;

f) fabricação de vidros e cerâmicas;

g) construção de túneis;

h) desbaste e corte a seco de materiais contendo sílica.

1.0.19 OUTRAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS 25 ANOS

GRUPO I - ESTIRENO; BUTADIENO-ESTIRENO; ACRILONITRILA; 1-


3 BUTADIENO; CLOROPRENO; MERCAPTANOS, n-HEXANO, DIISOCIANATO DE TOLUENO
(TDI); AMINAS AROMÁTICAS

a) fabricação e vulcanização de artefatos de borracha;

b) fabricação e recauchutagem de pneus.

GRUPO II - AMINAS AROMÁTICAS, AMINOBIFENILA, AURAMINA,


AZATIOPRINA, BIS (CLORO METIL) ÉTER, 1-4 BUTANODIOL, DIMETANOSULFONATO
(MILERAN), CICLOFOSFAMIDA, CLOROAMBUCIL, DIETILESTIL-BESTROL, ACRONITRILA,
NITRONAFTILAMINA 4-DIMETIL-AMINOAZOBENZENO, BENZOPIRENO, BETA-
PROPIOLACTONA, BISCLOROETILETER, BISCLOROMETIL, CLOROMETILETER,
DIANIZIDINA, DICLOROBENZIDINA, DIETILSULFATO, DIMETILSULFATO, ETILENOAMINA,
ETILENOTIUREIA, FENACETINA, IODETO DE METILA, ETILNITROSURÉIAS, METILENO-
ORTOCLOROANILINA (MOCA), NITROSAMINA, ORTOTOLUIDINA, OXIME-TALONA,
PROCARBAZINA, PROPANOSULTONA, 1-3-BUTADIENO, ÓXIDO DE ETILENO,
ESTILBENZENO, DIISOCIANATO DE TOLUENO (TDI), CREOSOTO, 4-AMINODIFENIL,
BENZIDINA, BETANAFTILAMINA, ESTIRENO, 1-CLORO-2, 4 - NITRODIFENIL, 3-POXIPRO-
PANO

a) manufatura de magenta (anilina e ortotoluidina);

b) fabricação de fibras sintéticas;

c) sínteses químicas;

d) fabricação da borracha e espumas;

e) fabricação de plásticos;

f ) produção de medicamentos;

g) operações de preservação da madeira com creosoto;

h) esterilização de materiais cirúrgicos.


229

2.0.0 AGENTES FÍSICOS

Exposição acima dos limites de tolerância especificados ou às atividades descritas.

2.0.1 25 ANOS
RUÍDO

a) exposição permanente a níveis de ruído acima de 90 decibéis.

a) exposição a Níveis de Exposição Normalizados (NEN) superiores a 85


dB(A). (Redação dada pelo Decreto nº 4.882, de 2003)

2.0.2 VIBRAÇÕES 25 ANOS

a) trabalhos com perfuratrizes e marteletes pneumáticos.

2.0.3 25 ANOS
RADIAÇÕES IONIZANTES

a) extração e beneficiamento de minerais radioativos;

b) atividades em minerações com exposição ao radônio;

c) realização de manutenção e supervisão em unidades de extração, tratamento e


beneficiamento de minerais radioativos com exposição às radiações ionizantes;

d) operações com reatores nucleares ou com fontes radioativas;

e) trabalhos realizados com exposição aos raios Alfa, Beta, Gama e X, aos nêutrons
e às substâncias radioativas para fins industriais, terapêuticos e diagnósticos;

f) fabricação e manipulação de produtos radioativos;

g) pesquisas e estudos com radiações ionizantes em laboratórios.

2.0.4 25 ANOS
TEMPERATURAS ANORMAIS

a) trabalhos com exposição ao calor acima dos limites de tolerância estabelecidos


na NR-15, da Portaria n o 3.214/78.

2.0.5 PRESSÃO ATMOSFÉRICA ANORMAL 25 ANOS

a) trabalhos em caixões ou câmaras hiperbáricas;

b) trabalhos em tubulões ou túneis sob ar comprimido;

c) operações de mergulho com o uso de escafandros ou outros equipamentos .

3.0.0 BIOLÓGICOS

Exposição aos agentes citados unicamente nas atividades relacionadas.

MICROORGANISMOS E PARASITAS INFECCIOSOS VIVOS E SUAS TOXINAS


3.0.1 25 ANOS

MICROORGANISMOS E PARASITAS INFECTO-CONTAGIOSOS VIVOS E SUAS


TOXINAS (Redação dada pelo Decreto nº 4.882, de 2003)

a) trabalhos em estabelecimentos de saúde em contato com pacientes portadores


de doenças infecto-contagiosas ou com manuseio de materiais contaminados;
230

b) trabalhos com animais infectados para tratamento ou para o preparo de soro,


vacinas e outros produtos;

c) trabalhos em laboratórios de autópsia, de anatomia e anátomo-histologia;

d) trabalho de exumação de corpos e manipulação de resíduos de animais


deteriorados;

e) trabalhos em galerias, fossas e tanques de esgoto;

f) esvaziamento de biodigestores;

g) coleta e industrialização do lixo.

4.0.0
ASSOCIAÇÃO DE AGENTES
Exposição aos agentes combinados exclusivamente nas atividades especificadas.

ASSOCIAÇÃO DE AGENTES (Redação dada pelo Decreto nº 4.882, de 2003)

Nas associações de agentes que estejam acima do nível de tolerância, será


considerado o enquadramento relativo ao que exigir menor tempo de exposição.(Redação dada
pelo Decreto nº 4.882, de 2003)

FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS


4.0.1 20 ANOS

a) mineração subterrânea cujas atividades sejam exercidas afastadas das frentes de


produção.

4.0.2 15 ANOS
FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

a) trabalhos em atividades permanentes no subsolo de minerações subterrâneas em


frente de produção.

38.6 LTCAT para agentes cancerígenos


Os agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos do grupo 1 da lista nacional de agentes
cancerígenos para humanos LINACH que possuem CAS e que constem no anexo IV do decreto 3049 a
utilização do EPC ou EPI não elide a exposição aos agentes comprovadamente cancerígenos mesmo se
considerados eficazes. Consta na Portaria Interministerial MTE/MS/MPS de 2014.
231

A partir deste conceito o amianto por estar na LINACH, possuir CAS e constar no anexo IV do
decreto 3049 será considerado o recolhimento do Fator de Aposentadoria Especial (FAE)
independentemente dos EPIs ou EPCs adotados. Os trabalhadores que estiveram nessa atividade podem
se aposentar com 20 anos de serviço e a empresa pagará um GILRAT de 8%.

38.7 Recolhimento da FAE


Para aposentadoria Especial: Atividades do anexo IV do decreto 3048 que ultrapassam os
limites de tolerância estabelecidos na NR-15. Para fins previdenciários. Os procedimentos de avaliação
devem estar de acordo com a NHO, Fundacentro

Para Insalubridade: Atividades estabelecidas na NR-15 que ultrapassam o limites de tolerância


estabelecidos na norma. Para fins trabalhistas.

38.8 LTCAT modelo


1. Identificação:

Empresa: LABORATÓRIO C.A.P.C. S/S.

CNPJ: 01.234.848.0001-48

Endereço: AV. ISMERINO S. DE CARVALHO Nº. 789 SETOR AEROPORTO GOIÂNIA -


GOIÁS

CNAE: 82.40-2-02

Grau de Risco: 3

Local / Setor: Macroscopia

Função: Auxiliar Macroscopia

Jornada de Trabalho: 20/ 36 horas semanais

Data da Visita: 28/12/2007


232

2. Objetivo:

Este laudo objetiva avaliar as atividades exercidas pelo trabalhador no exercício de suas funções
e/ou atividades, determinando se o mesmo esteve exposto a agentes nocivos, com potencialidade de
causar danos à saúde ou a sua integridade física, em conformidade com os parâmetros estabelecidos na
legislação vigente. A caracterização da exposição foi realizada em conformidade com os parâmetros
estabelecidos na legislação trabalhista vigente (Normas Regulamentadoras – NR, da Portaria n. 3.214/78,
do Ministério do Trabalho e Emprego e Decreto 3048 que regulamenta a Previdência Social), tendo sido
realizada inspeção nos locais de trabalho do empregado e considerados os dados constantes nos diversos
documentos apresentados pela empresa. Deve manter-se atualizado, anualmente ou nos casos de alteração
do ambiente de trabalho ou da exposição de agentes nocivos ao trabalhador.

3. Identificação do local periciado:

O ambiente de trabalho onde o Auxiliar Macroscopia desenvolve suas atividades é o do setor


Macroscopia.

4. Descrição do ambiente de trabalho:

O ambiente de trabalho onde o Auxiliar Macroscopia desenvolve suas atividades é Situado no


segundo andar com acesso através de escada em granito com fita antiderrapante e corrimão e viga em
alvenaria com altura irregular não sinalizada. Piso em cerâmica, teto em gesso, paredes em alvenaria
rebocadas e pintadas, ventilação e iluminação natural e artificial.

5. Descrição das atividades do trabalhador:

Os trabalhos de Auxiliar Macroscopia consistem em Executar atividades de cortes de


fragmentos, descrição de peças cirúrgicas e biópsias dos pacientes, manusear reagentes químicos e fazer
necropsias de fetos.

6. Análise Qualitativa e possíveis riscos ocupacionais:

a) FÍSICOS:

b) QUÍMICOS: Álcool absoluto, Formol (10%).

c) BIOLÓGICOS: Microorganismos

d) ERGONÔMICOS: Postural.

e) DE ACIDENTES: Cortes e Ferimentos, Quedas e Fraturas.

7. Tempo de exposição aos riscos:

Exposição aos riscos Químicos, Biológicos, Ergonômicos e de Acidentes de modo permanente.

8. Equipamentos de proteção individual:

A empresa fornece:

Luva de Látex (CA 14480)


233

Máscara Descartável (CA 10814)

Óculos de Segurança (CA 10377)

Protetor Facial (CA 15019)

Touca Descarpak

Avental Impermeável (CA 13944)

9. Equipamentos de proteção coletiva:

Não há EPCs.

10. Metodologia de Avaliação Ambiental:

Avaliação quantitativa realizada no local de trabalho.

MEDIÇÕES RUIDO POSTO I: 56.6 dB

POSTO II: 80.4 Db

LUMINOSIDADE POSTO I: 524 LUX

POSTO II: 1542 LUX

11. Métodos, Técnicas, Instrumentos e Aparelhos utilizados:

Os instrumentos utilizados para a avaliação quantitativa foram: luxímetro digital, modelo: LD


200, decibelímetro digital, com data de última verificação em 02/11/07.

12. Conclusão:

De acordo com a Norma Regulamentadora nº 15 e seus anexos, da Portaria 3.214/78 e Lei


6.514/77 as atividades são consideradas insalubres quando o trabalhador estiver exposto aos agentes
nocivos à saúde e a integridade física de modo habitual e permanente. Como podemos observar a
atividade de Auxiliar Macroscopia está exposto aos riscos físicos, químicos ou biológicos, de modo
habitual e permanente caracterizando os fatores que justificam ao adicional de INSALUBRIDADE.
Ficando assim com o direito de receber o adicional de INSALUBRIDADE, Na proporção de 20% sobre o
salário mínimo vigente.

O mesmo trabalhador exerce suas atividades em contato permanente com os agentes biológicos
nos locais de trabalho, sendo somente a luva insuficiente para evitar o contato direto, fazendo com que o
trabalhador tenha direito a Aposentadoria Especial.

Diante da inspeção realizada no local de trabalho, verificou-se que de acordo com a NR-16,
anexo 2, da Portaria no. 3.214/78, o Auxiliar Macroscopia não fica exposto ao risco de explosão, não
caracterizando assim os fatores que justificam o adicional de PERICULOSIDADE.

De acordo com a convenção coletiva firmada entre o Sindicato dos laboratórios e Bancos de
Sangue do Estado de Goiás – SINDILABS, e o Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Saúde da
Rede Privada do Município de Goiânia e Cidades Circunvizinhas – Sindicato dos Trabalhadores da
Saúde, a atividade de Auxiliar Macroscopia caracteriza os fatores que justificam o adicional de
INSALUBRIDADE, na proporção de 20 % sobre o salário mínimo vigente. Também há necessidade de
234

financiamento da aposentadoria especial com uma alíquota do RAT de 8% que incida sobre o salário base
do trabalhador.

Obs.: Acompanhou realização da perícia – SRª. XXXXXX

Data da realização da perícia 28/12/2007

Porto Alegre – RS, 08 de Janeiro de 2008.

XXXXXXXXXXXX

Eng.º. Materiais e de Segurança do Trabalho

CREA Nº. XXXXXXXX

39. Perfil Profissional Previdenciário PPP


A instrução normativa no 99/INSS/DC estabelece que o documento para fazer o requerimento da
aposentadoria especial é o PPP para períodos trabalhados a partir de 2004.

O PPP é um documento com o histórico laboral do trabalhador que reúne informações


administrativas: registros ambientais, avaliações qualitativas e quantitativas realizadas no
ambiente de trabalho para os riscos físicos, químicos e biológicos; resultados da monitoração
biológica, avaliação clínica do trabalhador conforme os atestados de saúde ocupacional ASO,
emitido pelo médico do trabalho, conforme todo período que o trabalhador exerceu suas atividades.

Isso significa basicamente que os ASOs que abastecem a fonte de informações para criação do
PCMSO, assim como as avaliações ambientais que abastecem como fonte de informações para o PPRA e
LTCAT irão servir para definir o histórico de atividades em que o trabalho foi realizado por esse
trabalhador ao longo do tempo em que esse esteve laborando em determinada empresa.

Registros ambientais e resultados da monitoração biológica mantidos na empresa por 20 anos


após o desligamento do trabalhador conforme estabelecido no programa de riscos ambientais PPRA e
programa de controle médico de saúde ocupacional PCMSO.

O PPP poderá ser substituído por PPRA, LTCAT, PCMAT e PCMSO conforme estabelecido no
manual da previdência social. O documento PPP é individualizado por trabalhador.

O PPP é obrigatório à emissão para empregados que laborem expostos a agentes nocivos como
agentes químicos, físicos e biológicos. Ainda que não presente os requisitos para concessão da
aposentadoria especial. Nele deve ser comprovada a eficácia dos EPIs, EPCs e medidas administrativas
para retirada da aposentadoria especial.

O PPP também deve:

• Ser assinado pelo representante legal da empresa com carimbo.

• Oferecido ao funcionário no momento da recisão de contrato.

• Atualizado referente a mudanças nas exposições de riscos e informações referentes às


atividades.
235

Os responsáveis técnicos pelos registros ambientais e monitoramento biológico só poderá ser


médico ou Engenheiro de Segurança do Trabalho. Devido a isso o PPP para poder ser substituído por
outros documentos como PPRA, só será aceito os PPRAs com assinatura de Engenheiro de Segurança do
Trabalho ou Médico do Trabalho. Lembrando que o PPRA pode ser elaborado por qualquer pessoa que o
empregador julgue capaz desta tarefa.

A NR-9 estabelece os critérios para avaliação do PPRA.

• Constitui crime divulgar o PPP para terceiros a não ser se for exigido por órgãos públicos.

• Constitui crime falsificar o PPP.

O PPP pode ser solicitado pelo empregado, perícia médica previdenciária e autoridades
competentes.
236

39.1 Modelo de PPP

40. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA


40.1 Nova NR-9 AGENTES AMBIENTAIS
Houve uma mudança no nome da norma, aqui se evidencia que a norma irá se chamar de
agentes ambientais e não mais programa de gestão. As organizações devem prestar informações de
segurança e saúde no trabalho em formato digital, conforme modelo aprovado pela STRAB, ouvida a
SIT. O MEI, a ME e a EPP, graus de risco 1 e 2, que declararem as informações digitais e não possuírem
riscos químicos, físicos e biológicos, ficarão dispensados de elaboração do Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais - PPRA.

40.1.1 Objetivo
NR estabelece os requisitos mínimos para a proteção da saúde e da integridade dos
trabalhadores contra os riscos relacionados a agentes físicos, químicos e biológicos nas atividades e
ambientes de trabalho.

Os requisitos mínimos

40.1.2 Campo de Aplicação


As ações de prevenção previstas nesta norma se aplicam no âmbito de cada estabelecimento da
organização onde houver a possibilidade de exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, sendo sua
abrangência e profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle.
237

Isso significa que a norma continuará sendo por estabelecimento e não por empresa, caso uma
empresa tenha 5 estabelecimentos em cada um deles deve haver um documento de agentes ambientais
específico de acordo com os riscos do estabelecimento. A abrangência e complexidade do documento de
agentes ambientais dependerão dos riscos presentes no estabelecimento, quanto maior o número de
riscos e gravidade, mais aprofundada será as questões relacionadas às medidas de controle.

Esta NR e seus anexos devem ser utilizados para fins de prevenção e controle dos riscos, não
cabendo sua utilização para fins de caracterização de atividades ou operações insalubres ou perigosas.

A NR deve levar em consideração somente o controle de riscos nos locais de trabalho, esse
documento não serve para caracterizar as atividades como insalubres ou perigosas, essa caracterização
ainda irá depender dos laudos elaborados por médicos do trabalho ou engenheiros de segurança do
trabalho que sustentaram esse documento.

40.1.3 Identificação e Avaliação da Exposição aos Agentes Ambientais


A identificação das exposições aos agentes ambientais deverá conter os seguintes itens, quando
aplicáveis:

a) A descrição das atividades; (Durante a análise preliminar de riscos essa etapa já é realizada).

b) a identificação do agente e formas de exposição; (Anterior a avaliação preliminar, a partir das técnicas
de identificação de riscos e durante a avaliação preliminar será definida as formas de exposição).

c) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras; (Etapa de análise preliminar).

d) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de
trabalho;

e) a descrição das medidas de controle já existentes; (Análise preliminar).

f) a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos; (Técnicas de


identificação de riscos)

g) os possíveis danos à saúde relacionados às exposições identificadas, disponíveis na literatura técnica;


(Análise preliminar).

h) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da saúde


decorrente do trabalho. (Análise Preliminar)

A análise preliminar das atividades continua cobrindo todas as etapas de reconhecimento de


riscos nos locais de trabalho.

40.1.4 Avaliação das Exposições aos Agentes Ambientais


Deve ser realizada avaliação preliminar da exposição aos agentes ambientais, a fim de
determinar a necessidade de adoção de medidas de controle ou de realização de avaliações quantitativas,
quando aplicáveis, ou de avaliações qualitativas mais aprofundadas.

Após a avaliação preliminar, quando há convicção técnica que os agentes estão acima dos
limites de tolerância, ou quando há incerteza deverá proceder com avaliação quantitativa, ou uma
avaliação qualitativa mais aprofundada.
238

A avaliação quantitativa da exposição aos agentes ambientais deverá ser realizada sempre que
necessária para:

a) comprovar o controle ou a irrelevância da exposição aos agentes identificados na etapa de


reconhecimento;

b) determinar o perfil de exposição dos trabalhadores;

c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, abrangendo aspectos


organizacionais e ambientais que envolvam o trabalhador no exercício de suas funções.

Deve se identificar o grupo homogêneo de exposição e assim proceder com a avaliação.


Quando não identificado o grupo homogêneo de exposição deve se partir para dados estatísticos que
representem todos os trabalhadores. A tabela abaixo apresenta uma explanação de como se deve
proceder a avaliação caso não tenha como se identificar os grupos homogêneos de exposição.

Nos casos em que as avaliações quantitativas não forem aplicáveis, a avaliação das exposições
deve ser realizada utilizando-se métodos qualitativos conforme o disposto nos Anexos desta NR.

Os anexos da NR-9 promete trazer critérios para avaliações qualitativas de alguns riscos
químicos.

Os perfis de exposição obtidos devem ser incorporados ao inventário de riscos do


estabelecimento.

Vai haver a existência de um inventário de riscos Os inventários envolvem os layouts dos


ambientes de trabalho com a localização específica das atividades com exposição aos agentes, medidas
de controle que são adotadas.

As avaliações das exposições devem ser registradas na forma de Relatório Técnico, observando
os aspectos específicos constantes nos Anexos desta NR.
239

40.1.5 Medidas de Prevenção e Controle das Exposições


Devem ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a eliminação, a
minimização ou o controle das exposições a agentes ambientais sempre que forem verificadas
uma ou mais das seguintes situações:

a) identificação de risco potencial à saúde antes da introdução de novos processos ou alteração


daqueles já existentes

b) constatação de risco evidente à saúde nas atividades existentes;

c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem


os valores dos limites de exposição ocupacional estabelecidos nos Anexos desta norma;

d) quando, por meio do controle médico da saúde, houver evidências de associação entre os
agravos à saúde dos trabalhadores e as exposições identificadas.

Sempre que forem identificados riscos potenciais e evidentes na fase de projeto, nas atividades
existentes, acima dos limites de tolerância ou casos de doenças ocupacionais deverá ser adotadas as
medidas de controle necessárias para neutralização dos riscos no trabalho.

Enquanto não forem estabelecidos limites de exposição ocupacional nos Anexos a esta norma,
serão utilizados os valores constantes da NR15 e seus anexos.

A nova NR-9 deixa claro que vai ser estabelecido nos limites de tolerância para alguns
agentes, a antiga estabelecia esses limites para vibração e um limite técnico para benzeno.

Na ausência de limites de exposição ocupacional devem ser adotados aqueles previstos pela
ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Higyenists.

Semelhante a NR antiga, a ACGIH segue sendo uma importante ferramenta para controle de
riscos.

As medidas de controle das exposições referentes a cada agente ambiental estão estabelecidas
nos Anexos desta norma.

Provavelmente os anexos da NR-9 ira estabelecer medidas de controle para os agentes


presentes na NR-15. As medidas de controle devem ser as mesmas apresentadas nas NHOs.

As medidas de controle devem ser objeto de ações de manutenção, de forma a garantir sua
efetividade.

Esse parágrafo demonstra uma necessidade de preventiva nas medidas de controle que serão
implementadas.

As ações de manutenção devem ser registradas.

Esse parágrafo demonstra que essa manutenção preventiva será registrada, eletronicamente ou
em livro de registro com a assinatura do responsável.
240

40.2 NR-9 Antiga Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA


Programa destinado para preservação da saúde e integridade física dos trabalhadores.

40.2.1 Abrangência
Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e
implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como
empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e
da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho,
tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

A NR antiga estabelecia a necessidade de antecipação, como medidas preventivas e analise na


fase de projeto dos riscos físicos, químicos e biológicos. Análise preliminar das atividades nos locais de
trabalho para identificação dos riscos e verificar a necessidade de avaliações dos riscos químicos, físicos
e biológicos. Medidas de controle específicas para serem adotas na busca de neutralização dos riscos

As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa,


sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e
profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle.

A NR antiga também estabelecia que o PPRA era por estabelecimento e que sua abrangência e
profundidade iria depender da complexidade dos riscos nos locais de trabalho.Sendo uma
responsabilidade do empregador e participação de todos os trabalhadores. Por isso a necessidade de
aprovação do documento base na CIPA.

Quando não forem identificados riscos ambientais nas fases de antecipação ou reconhecimento,
descritas nos itens 9.3.2 e 9.3.3, o PPRA poderá resumir-se às etapas previstas nas alíneas "a" e "f" do
subitem 9.3.1.

Aqui a NR deixa claro que todas as empresas que possuem trabalhadores celetistas, até as que
não possuem nenhum tipo de risco devem elaborar o PPRA. Caso não houvesse riscos químicos, físicos e
biológicos o PPRA se resumiria em antecipação, reconhecimento e registro dos dados.

O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas
demais NR, em especial com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO previsto
na NR-7.

Desnecessário o texto, o PPRA de forma lógica deve ser articulado com o PCMSO e as demais
NRs.

Esta NR estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem observados na execução


do PPRA, podendo os mesmos ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho.

Parâmetros que envolvem a negociação coletiva de trabalho caíram na nova NR-9. Porem
articulado com a NR-1 sabemos que essas negociações podem ser realizadas, desde que tenha uma rigor
maior que a norma.

Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos
existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e
tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
241

Esse item caiu pois passou a fazer parte do primeiro item da nova NR-9.

Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações
ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som.

Descrição do que são agentes físicos completamente desnecessário. Qualquer profissional


qualificado da área de SST sabe quais são os agentes físicos.

Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no


organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que,
pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da
pele ou por ingestão.

Mesmo caso do item anterior. Conceitos relacionados aos aerodispersoides sólidos que podem
ser névoas, neblinas, poeiras, fibras e fumos. Assim como as formas de contaminação podendo ser pela
pele, ingestão e as vias áreas superiores.

Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus,


entre outros.

Consideração também desnecessária, justificável somente para pega-ratão em concurso


público.

40.2.2 Da estrutura do PPRA


O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no mínimo, a seguinte estrutura:
a) planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;

b) estratégia e metodologia de ação;

c) forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;

d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.

A etapa de planejamento sempre terá que mudar, já que anualmente é realizada as medições e
provável implementação e manutenção das medidas de controle. Sempre no documento base vai ser
explicado o anexo em que está o cronograma com o planejamento e as metas, no item de estratégia e
metodologia será explicado as medidas que serão adotadas para neutralização dos riscos. Um item
específico para se estabelecer como será registrado os dados para acesso aos trabalhadores e a
periodicidade e forma de avaliação.

Deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano, uma análise global
do PPRA para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento
de novas metas e prioridades.

Esse é um item que falta na nova NR-9, que não estabelece a periodicidade de avaliação dos
riscos ambientais.Na NR-9 antiga era de um ano.

O PPRA deverá estar descrito num documento-base contendo todos os aspectos estruturais
constantes do item 9.2.1.
242

Neste documento base será descrito as etapas estruturais do PPRA, como planejamento e o
cronograma, estratégia e metodologia, registro, manutenção e divulgação dos dados e por fim a
periodicidade de avaliação. Cronograma de implementação das medidas de controle, as avaliações
ambientais devem estar anexadas ao PPRA e não no documento base.

O documento-base e suas alterações e complementações deverão ser apresentados e discutidos


na CIPA, quando existente na empresa, de acordo com a NR-5, sendo sua cópia anexada ao livro de atas
desta Comissão.

Essa necessidade de apresentação para CIPA do documento base caiu na nova NR-9.

O documento-base e suas alterações deverão estar disponíveis de modo a proporcionar o


imediato acesso às autoridades competentes.

Também algo que faz parte da nova NR-9.

O cronograma previsto no item 9.2.1 deverá indicar claramente os prazos para o


desenvolvimento das etapas e cumprimento das metas do PPRA.

Todo cronograma possui prazos, estará presente assim como as anaises preliminares com as
respectivas avaliações ambientais nos anexos do PPRA.

40.2.3 Do desenvolvimento do PPRA.


O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas:

a) antecipação e reconhecimentos dos riscos;

b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;

c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;

e) monitoramento da exposição aos riscos;

f) registro e divulgação dos dados.

O desenvolvimento traz os conceitos de como se realizar o PPRA. Deve-se realizar as devidas


analise dos riscos ambientais na fase de projeto dos processos que envolvem riscos químicos, físicos e
biológicos; assim antecipando-se aos riscos e implementando na fase de projeto as medidas de controle,
já que é mais barato implementar medidas de controle na fase de projeto do que na atividade em
andamento. Necessário também reconhecer os ricos nos locais de trabalho, realizar a análise preliminar
nos locais de trabalho. Estabelecer uma prioridade e metas de avaliações e controle dos riscos de maior
categoria no cronograma, avaliando quantitativamente os riscos sempre que a análise preliminar
indicar. Implementando as medidas de controle e melhoria dessas. Fazer o monitoramento constante,
registrando e divulgando os dados das avaliações.

A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderão ser feitas pelo


Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT ou por pessoa
ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto nesta NR.

Como a própria norma explica, poderão ser realizadas pelo SESMT, mas não é uma
obrigatoriedade. O empregador é o principal responsável por definir que irá elaborar o PPRA, que é um
243

documento de gestão, não um laudo técnico, por isso não é necessário a elaboração por profissional
habilitado como engenheiro ou médico. Na nova NR-9 estabelece o conceito de relatório técnico dos
riscos ambientais que devem ser realizados para o documento de riscos ambientais, se tratando de
relatório técnico, talvez seja necessário no novo entendimento a necessidade do profissional habilitado
para o relatório, mas não para elaboração do documento. Já na NR-7, o SESMT tendo médico é
obrigatório que esse seja o responsável pela elaboração e implementação do documento.

40.2.3.1 Antecipação
A antecipação deverá envolver a análise de projetos de novas instalações, métodos ou processos
de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando a identificar os riscos potenciais e introduzir
medidas de proteção para sua redução ou eliminação.

Momento ideal para se aplicar as técnicas de análise de risco, como as APRs que são muito
utilizadas e indicadas na fase de projeto. A partir da análise de risco se estabelece as medidas de
controle.

40.2.3.2 Reconhecimento
O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens, quando aplicáveis:

a) a sua identificação;

b) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;

c) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente
de trabalho;

d) a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos;

e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição;

f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da


saúde decorrente do trabalho;

g) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura


técnica;

h) a descrição das medidas de controle já existentes.

Técnicas de identificação de riscos e a análise preliminar podem ser suficientes para


desenvolver esta etapa, o ideal é que as técnicas de identificação de riscos e análise preliminar estejam
descritas no documento base na parte de estratégia e metodologia. No final da avaliação preliminar o
profissional deverá estar apto para responder a situação do ambiente de trabalho de três formas: Há
convicção técnica que a exposição está abaixo dos limites de tolerância? Há convicção técnica que a
exposição está acima dos limites de tolerância? Há incerteza? Dependendo da resposta se parte para
análise quantitativa.

40.2.3.3 Avaliação Quantitativa


A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para:

a) comprovar o controle da exposição ou a inexistência riscos identificados na etapa de


reconhecimento;
244

b) dimensionar a exposição dos trabalhadores;

c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

40.2.3.4 Medidas de Controle


Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a eliminação, a minimização ou o
controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais das seguintes situações:

a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;

b) constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde;

c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem


os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência destes os valores limites de exposição
ocupacional adotados pela ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Higyenists, ou
aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do
que os critérios técnico-legais estabelecidos;

d) quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre danos
observados na saúde os trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam expostos.

As medidas de controle são implementadas a partir de análise de risco na fase de projeto. A


nova NR-9 ao deixar claro que o documento não caracteriza atividades perigosas e insalubres, também
deixa claro que o objetivo fundamental do documento é prevenir riscos, por isso levar em consideração
os limites adotados pela ACGIH é fundamental, no PPRA poderia se utilizar os limites de tolerância da
NR-15, exceto quando esses limites não estivessem na norma 15, ai sim poderia utilizar a ACGIH. A nova
NR-9 deixou em aberto a possibilidade de nos anexos estabelecer limites de tolerância.

O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva deverá obedecer à


seguinte hierarquia:

a) medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à


saúde;

b) medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho;

c) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho.

Primeiramente se deve buscar a eliminação do agente, ou substituição por outro de menor


efeito. Caso não seja possível tenta se reduzir a utilização da fonte geradora do agente de risco. Caso
também não seja viável, tenta se reduzir a concentração ou intensidade nos locais de trabalho por meios
de equipamentos de proteção coletiva, um exemplo seria o exaustor. Em ultimo caso deve-se usar o EPI.

A implantação de medidas de caráter coletivo deverá ser acompanhada de treinamento dos


trabalhadores quanto os procedimentos que assegurem a sua eficiência e de informação sobre as eventuais
limitações de proteção que ofereçam.

Treinar os funcionários quanto a limitação dos equipamentos de proteção coletiva.

Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção de


medidas de proteção coletiva ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo,
245

planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas


outras medidas, obedecendose à seguinte hierarquia:

a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;

b) utilização de equipamento de proteção individual - EPI.

Caso seja inviável as medidas de proteção coletiva, esteja em estudo, ou são aplicadas,
mas ainda não são o suficientes, medida de carater administrativo seria reduzir o tempo de
exposição e de proteção individual e os EPIs conforme a NR-6.Os EPIs podem ser usados para
emergências também, como em falhas nas medidas de controle e em casos de vazamentos do
agente.

A utilização de EPI no âmbito do programa deverá considerar as Normas Legais e


Administrativas em vigor e envolver no mínimo:

a) seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está exposto e à atividade
exercida, considerando-se a eficiência necessária para o controle da exposição ao risco e o conforto
oferecido segundo avaliação do trabalhador usuário;

b) programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização e orientação sobre
as limitações de proteção que o EPI oferece;

c) estabelecimento de normas ou procedimento para promover o fornecimento, o uso, a guarda,


a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI, visando garantir as condições de
proteção originalmente estabelecidas;

d) caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva identificação


dos EPI’s utilizados para os riscos ambientais.

Quando for adotado o EPI como medida de controle, deve escolher o EPI adequado as
atividades, sendo uma função do SESMT. O SESMT deverá avaliar o desempenho e conforto do EPI com
os trabalhadores usuários. O ideal é que sempre busque amostras grátis de EPIs com as empresas
fornecedoras para realização de testes antes de comprar lotes maiores. Os operadores devem ser
treinados em relação ao uso do EPI. Deve existir um procedimento específico para troca e registro, o
treinamento deve abordar questões referentes a utilização, limitação da proteção, guarda, conservações
e higienização. As atividades que são utilizados os EPIs devem estar no PPRA no próprio anexo de
avaliação quantitativa dos riscos. Nessa etapa é necessário dois documentos: registro de entrega e ata de
participação nos treinamentos específicos.

As avaliações quantitativas do risco normalmente são pelo CBO, função do trabalhador, ali é
estabelecido o valores de exposição quantificados e as medidas de controle em relação aos riscos.

O PPRA deve estabelecer critérios e mecanismos de avaliação da eficácia das medidas de


proteção implantadas considerando os dados obtidos nas avaliações realizadas e no controle médico da
saúde previsto na NR7.

Avaliação de ser realizada com o apoio do PCMSO da NR-7.

Para os fins desta NR, considera-se nível de ação o valor acima do qual devem ser iniciadas
ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais
246

ultrapassem os limites de exposição. As ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a


informação aos trabalhadores e o controle médico.

Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem exposição ocupacional
acima dos níveis de ação, conforme indicado nas alíneas que seguem:

a) para agentes químicos, a metade dos limites de exposição ocupacional considerados de


acordo com a NR-15 e ACGIH;

b) para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido na NR-15,
Anexo I, item 6.

Na avaliação quantitativa, para situações em que as exposições estiverem acima dos limites de
ação, será necessário a implementação das medidas de controle.

40.2.3.5 Do monitoramento
Para o monitoramento da exposição dos trabalhadores e das medidas de controle, deve ser
realizada uma avaliação sistemática e repetitiva da exposição a um dado risco, visando à introdução ou
modificação das medidas de controle, sempre que necessário.

Critério de melhoria contínua para rodar o PDCA. O PPRA adota uma gestão baseada nos
modelos toyotistas, onde há um planejamento, implementação, verificação, avaliação.

40.2.3.6 Do registro de dados.


Deverá ser mantido pelo empregador ou instituição um registro de dados, estruturado de forma a
constituir um histórico técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA.

Os dados deverão ser mantidos por um período mínimo de 20 (vinte) anos.

O registro de dados deverá estar sempre disponível aos trabalhadores interessados ou seus
representantes e para as autoridades competentes.

A nova NR-9 não menciona a questão de divulgação dos dados, nem o tempo que o documento
deve ser armazenado e também não estabelece a necessidade de registro. Situação que pode vir a
aparecer nos anexos.

40.2.4 Das responsabilidades.


Do empregador:

I. estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade permanente da


empresa ou instituição.

Situação repetida que já havia sido mencionada na abrangência.

Dos trabalhadores:

I. colaborar e participar na implantação e execução do PPRA;

II. seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA;

III. informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento, possam
implicar riscos à saúde dos trabalhadores.
247

Da informação.

Os trabalhadores interessados terão o direito de apresentar propostas e receber informações e


orientações a fim de assegurar a proteção aos riscos ambientais identificados na execução do PPRA.

Os empregadores deverão informar os trabalhadores de maneira apropriada e suficiente sobre os


riscos ambientais que possam originar-se nos locais de trabalho e sobre os meios disponíveis para
prevenir ou limitar tais riscos e para proteger-se dos mesmos.

As informações sobre os riscos não constam mais na nova NR-9 por que hj está na nova NR-1.

Das disposições finais.

Sempre que vários empregadores realizem simultaneamente atividades no mesmo local de


trabalho terão o dever de executar ações integradas para aplicar as medidas previstas no PPRA visando a
proteção de todos os trabalhadores expostos aos riscos ambientais gerados.

Empregadores devem dar o exemplo e seguir os critérios estabelecidos nos treinamentos


quando entram em uma área de risco.

O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têm do processo de trabalho e dos riscos


ambientais presentes, incluindo os dados consignados no Mapa de Riscos, previsto na NR-5, deverão ser
considerados para fins de planejamento e execução do PPRA em todas as suas fases.

40.2.5 Anexo 1: Avaliação da Vibração


O anexo 1 traz conceitos estabelecidos nas NHOs 10 e 9 já tratadas neste trabalho.

40.2.6 Anexo 2 Exposição ocupacional ao benzeno em postos


revendedores de combustíveis
Este anexo estabelece os requisitos mínimos de segurança e saúde no trabalho para as atividades
com exposição ocupacional ao benzeno em Postos Revendedores de Combustíveis - PRC contendo essa
substância. Estes requisitos devem complementar as exigências e orientações já previstas na legislação de
Segurança e Saúde no Trabalho - SST em vigor no Brasil.

Para fins deste anexo, consideram-se Postos Revendedores de Combustíveis - PRC contendo
benzeno o estabelecimento localizado em terra firme que revende, a varejo, combustíveis automotivos e
abastece tanque de consumo dos veículos automotores terrestres ou em embalagens certificadas pelo
INMETRO.

40.2.6.1 Responsabilidades
Cabe ao empregador

• Cumprir e fazer cumprir o anexo;


• Contrato com outras empresas com obrigatoriedade de cumprir o anexo (Adequar contratos
vigentes de acordo com o prazo da portaria1109 do MTb);
• Interromper atividades que exponha o trabalho ao Risco Grave Iminente;
• Fornecer as empresas contratadas e aos seus trabalhadores informações sobre os riscos
potenciais ao benzeno e medidas preventivas na área de instalações que desenvolvam suas atividades;
• Fornecer as FISPQs em locais adequados de fácil acesso;
• Dar conhecimento aos trabalhadores sobre os procedimentos relacionados ao benzeno, riscos e
medidas de prevenção.
248

Cabe aos Trabalhadores

• Zelar pela sua segurança e de terceiros;


• Comunicar situação de risco grave iminente;
• Não utilizar flanelas, estopas, tecidos e similares para contenção de respingos;
• Usar EPIs na finalidade que se destinam.

40.2.6.2 Dos Direitos dos Trabalhadores


• Serem informados sobre os riscos potenciais de exposição ao benzeno e as medidas
necessárias para prevenção;
• Suspender a atividade em caso de grave e iminente risco.

40.2.6.3 Da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA


• Capacitação da CIPA em relação ao risco Benzeno, além da capacitação prevista na NR-5;

Mesmo treinamento da NR-5 e com o adendo dos riscos causados devido ao benzeno.

40.2.6.4 Da Capacitação dos Trabalhadores


A carga horária mínima é de 4 horas

O conteúdo deve abordar:

• Os riscos de exposição ao benzeno e as vias de absorção;


• Conceitos básicos sobre monitoramento ambiental, biológico e a saúde;
• Sinais e sintomas de intoxicação ao benzeno
• Medidas de prevenção;
• Procedimentos de emergência;
• Caracterização básica das instalações, atividades de riscos e possíveis emissões de benzeno;
• Dispositivos legais sobre Benzeno.

Essa capacitação deve ser dada de 2 em 2 anos, com a previsão em acordo e convenção coletiva
esse treinamento poderá ser ministrado na modalidade EAD.

40.2.6.5 Do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO


Os trabalhadores que exerçam suas atividades com risco de exposição ocupacional ao benzeno
devem realizar, com frequência mínima semestral, hemograma completo com contagem de plaquetas e
reticulócitos, independentemente de outros exames previstos no PCMSO.

Hemogramas Semestrais com as séries históricas.

Entregue aos trabalhadores em até 30 dias mediante recibo. Ao final do contrato a série histórica
deve ser entregue ao trabalhador.

Responsabilidade do Médico Coordenador do PCMSO.

* Sintomas do benzenismo

O benzenismo atinge o sistema nervoso central e a medula óssea. Entre os sintomas da doença
estão cansaço excessivo, dores de cabeça, tonturas e hemorragias (estes para os casos menos graves). As
anemias (redução dos glóbulos vermelhos) e a leucemia (câncer de sangue) são consequências de níveis
mais altos de intoxicação
249

40.2.6.6 Da Avaliação Ambiental


O documento PPRA mais o reconhecimento de todas as atividades, setores, área de operação,
procedimentos e equipamentos que possa haver exposição ocupacional ao benzeno. Análise preliminar de
riscos de todas as atividades e avaliações quantitativas. Devem ser levantados todos os procedimentos
operacionais, de manutenção e realizado o devido reconhecimento de riscos.

Todos os PRCs devem possuir procedimentos de todas as atividades, os trabalhadores também


devem ser treinados em relação aos procedimentos.

Também existem os procedimentos referentes a NR-20 que envolve produtos inflamados, no


caso dos PRC, esses procedimentos devem estar anexados no PPRA.

Os PRCs a partir de 2016 devem possuir sistema eletrônico de medição dos tanques. Os que
possuem disponibilidade técnica devem já ser instalados, os que não possuem devem adotar o
procedimento eletrônico no momento da reforma do tanque. Esses, que possuem disponibilidade técnica,
são os tanques que apresentam boca de visita ou já realizaram obras para adequação ambiental.

A aferição de tanques por régua deve ser realizado quando (obrigatório a utilização dos EPIs):

• Para aferição do sistema eletrônico;


• Em situação de pane temporária no sistema;
• Verificar necessidade de drenagem;
• Teste de estanqueidade;

Todas as bombas de combustível líquido contendo benzeno devem estar equipadas com bico
automático.

Ficam vedadas nos PRCs as seguintes atividades contendo benzeno:

• Transferência de um veiculo para o outro com uso de mangueiras de sucção oral.


• Transferência de um combustível líquido contendo benzeno entre tanques de
armazenamento por qualquer meio, salvo em situações de emergência com as devidas
medidas de prevenção para as tarefas.
• Armazenamento de amostras de combustível contendo benzeno em áreas fechadas com
acesso regular dos trabalhadores
• A comercialização de combustível líquido contendo benzeno em recipientes deve ser
realizada somente em recipientes certificados pelo Inmetro;
• Abastecimento de veículos com bicos sem sistema de desarme automático;
• Acesso de pessoas no interior de tanques.

A contenção de respingos deverá ser realizado com materiais projetados para tal finalidade,
utilizando toalhas absorventes com uso de luvas que deverão ser descartados após a utilização.

Análise físico-químicas em ambientes ventilados para tal finalidade.

40.2.6.7 Ambiente de Trabalho


Garantir a qualidade dos outros ambientes para outras atividades como refeitórios, escritórios,
lojas de conveniência entre outros. Evitar a contaminação do ambiente com sistema de captação de ar.
250

O Sistema de recuperação de vapores devem ser instalados nos bicos de abastecimento e


bombas de combustível líquido e direcionado os vapores para os tanques de combustíveis ou
equipamentos para tratamento de vapores.
251

41. PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL


Nesse capitulo irá ser abordado a nova NR-7 que breve estará disponível na secretaria de
inspeção do trabalho.

41.1 Objetivo
Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece princípios e procedimentos para o
desenvolvimento do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional nas organizações, com o
objetivo de proteger e preservar a saúde desses trabalhadores, em relação aos riscos gerados pelo trabalho.

41.2 CAMPO DE APLICAÇÃO


Esta norma se aplica às organizações que admitam trabalhadores como empregados, respeitadas
as dispensas previstas na NR 1.

As organizações devem prestar informações de segurança e saúde no trabalho em formato


digital, conforme modelo aprovado pela secretaria do trabalho STRAB. O MEI, a ME e a EPP, graus de
risco 1 e 2, que declararem as informações digitais na forma e não possuírem riscos químicos, físicos,
biológicos e ergonômicos, ficarão dispensados de elaboração do Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional – PCMSO conforme a NR-1.Infelizmente a norma aqui tem ignorado outros riscos
importantes que também requer gestão médica, como as atividades de trabalho em altura em que os
funcionários não podem ser hipertensos ou hipotensos, assim como atividades com eletricidade e espaços
confinados.

41.3 Diretrizes
As ações do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional devem ser utilizadas para:

a) rastrear e detectar precocemente agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de


natureza subclínica;

b) detectar precocemente exposições excessivas a agentes nocivos;

c) definir a aptidão de cada empregado para exercer suas funções ou uma tarefa determinada;

d) monitorar a eficácia das medidas preventivas adotadas na organização;

e) subsidiar procedimentos epidemiológicos e estatísticos sobre os agravos à saúde e sua relação


com os riscos derivados do trabalho;

f) subsidiar procedimentos para afastamento de empregados de situações de risco à sua saúde;

g) subsidiar a emissão de notificações de agravos relacionados ao trabalho, em especial


Comunicações de Acidente do Trabalho - CAT;

h) subsidiar o encaminhamento de empregados à Previdência Social para definição de nexo


causal e possíveis benefícios;

i) fazer acompanhamento diferenciado para empregados em situação de maior vulnerabilidade


ao ambiente do trabalho;

j) subsidiar procedimentos para reabilitação profissional.

O PCMSO deve estar articulado conforme a NR-1, NR-9 e com a NR-38 que é o PGR.
252

A partir das avaliações clínicas e individuais dos trabalhadores, irá de forma preventiva
diagnosticar a situação da área de trabalho e dos setores com exposição ao risco antes da doença se
manifestar no trabalhador. Com a gestão de risco e implementação das medidas de controle será
possível reduzir os níveis de exposição e assim buscar resultados normais nos exames clínicos. O
PCMSO também monitora a eficácia das medidas de controle a partir de exames clínicos, afasta os
trabalhadores dos riscos que podem resultar na possibilidade de doença ou no agravamento de doença.
O PCMSO estabelece as doenças com nexo causal em função das atividades dos trabalhadores para
encaminhamento a previdência social. Dessa forma, fica mais fácil estabelecer as medidas necessárias
para evitar que as doenças ocorram e se ocorrer o tratamento que será necessário a partir do
afastamento do trabalhador em função dos riscos nos locais de trabalho. Os empregados com maior
vulnerabilidade são aqueles expostos aos riscos físicos, químicos, biológicos podem desencadear em um
agravamento da doença já diagnosticada.

O controle da saúde dos empregados deve incluir procedimentos de vigilância passiva, a partir
da demanda espontânea de empregados que procurem serviços médicos e procedimentos de vigilância
ativa, por intermédio de exames médicos dirigidos que incluam, além dos exames previstos nesta NR,
coleta de dados sobre sintomas referentes aos agravos possíveis à saúde devidos aos riscos identificados
pela organização.

O controle de saúde passiva é quando o trabalhador busca de forma espontânea o serviço


médico devido alguma doença especifica em função de algum risco no local de trabalho. A vigilância
ativa, seria os exames periódicos que devem ser realizados nos setores com exposição aos riscos, cada
risco possui sintomas que podem desencadear em função das doenças do Nexo técnico Epidemiológico
presentes na legislação previdenciária anexo II lista C do decreto 6957 de 9 de setembro de 2009.

Os procedimentos de acompanhamento da saúde dos empregados não podem ter caráter de


seleção de pessoal, sendo vedada a exigência de declarações ou atestados acerca de qualquer doença ou
situação de saúde.

Nesse sentido, fica proibido utilizar exames médicos com o objetivo de contratação de
funcionários para determinadas funções com exposição aos riscos. Isso significa que ao contratar um
funcionário a empresa não poderá usar a prerrogativa de exames para demitir um funcionário devido
alguma doença específica antes da contratação.

41.4 das Responsabilidades


41.4.1 Compete ao empregador:
a) garantir a elaboração e efetiva implantação do PCMSO;

b) custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO;

c) indicar médico do trabalho responsável pelo controle médico da saúde dos empregados, que
deve ser componente de seu SESMT, quando houver.

Este item estabelece algumas responsabilidades da empresa em relação ao PCMSO. Elaborar e


implementar é uma delas. Todos os custos referentes aos exames é da empresa. O PCMSO é uma
responsabilidade do médico do trabalho, assim como executar. O médico do trabalho deve ser do SESMT
quanto a empresa possuir a obrigatoriedade de constituir um de acordo com a NR-4, caso não exista a
necessidade o médico deverá ser um médico do trabalho, empregado ou não.

O empregador deverá garantir que o PCMSO:


253

a) seja baseado nas informações da organização sobre todos os riscos ocupacionais a que estão
ou estarão sujeitos os empregados;

b) descreva os possíveis agravos à saúde relacionados aos riscos identificados;

c) contenha planejamento de exames médicos clínicos e complementares conforme os riscos


identificados, atendendo ao determinado nos Quadros Ia, Ib e II;

d) inclua relatório analítico sobre o desenvolvimento do programa, conforme o item 7.6.1.

41.4.2 Compete ao médico


O médico responsável pelo PCMSO, caso identifique riscos não informados pela organização,
deverá comunicar o fato à organização e considerar tais riscos no desenvolvimento do programa.

Evidente que o PCMSO deverá ser construído com base nos riscos dentro da organização,
esses riscos identificados na NR-9 a partir de técnicas de identificação e reconhecimento de riscos,
deverão ser consultados pelo médico na CID-10 (Classificação internacional de doenças) presentes no
anexo II do decreto 6957, para verificação dos sintomas específicos em relação aos riscos nos locais de
trabalho. Com isso o PCMSO deverá ter um plano de atuação ativa para atuar de forma preventiva no
reconhecimento de possíveis doenças ocupacionais antes de se estabelecerem no trabalhador. O
Relatório analítico deverá ser realizado todos os anos nas empresas que não se enquadram no MEI, ME
e EPP.

41.4.3 Os exames
O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos:

a) admissional;

b) periódico;

c) de retorno ao trabalho;

d) de mudança de função;

e) demissional.

Os exames admissional deverão ser realizados antes do trabalhador ser exposto ao risco, para
verificar se ele não possui nenhuma doença que poderá ser agravada devido aos riscos nos locais de
trabalho. Lembrando que esses exames não podem ter caráter seletivo.Os periódicos vão depender dos
riscos específicos de exposição, alguns riscos podem requerer a periodicidade semestral, outros anual.
Retorno ao trabalho ocorre após o afastamento do trabalhador de suas funções em um período maior
que 30 dias. A mudança de função é sempre que alterar os riscos em que o trabalhador ficará exposto e o
demissional será caso o trabalhador encerre suas atividades na empresa.

Os exames de que trata o item anterior compreendem:

a) exame clínico, incluindo anamnese ocupacional e exames físico e mental;

b) exames complementares, realizados de acordo com as especificações desta NR e seus anexos.

A anamnese ocupacional são os exames de consulta e nesse momento que é coletada


informações específicas relacionadas a saúde mental e aptidão física para as tarefas. Nos exames
254

complementares será avaliado o risco específico e a doença que esse risco pode desencadear e como se
dará a periodicidade deste exame.

Os empregados expostos a riscos relevantes, conforme informado pela organização, deverão ser
submetidos aos exames correspondentes discriminados nos Quadros Ia, Ib e II e anexos desta NR.

Quadro ia – parâmetros para monitoração biológica da exposição a agentes químicos -


indicadores de exposição excessiva (EE)*. Aqui será mencionado qual é a substância química, o numero
da CAS, o indicador utilizado como exame, valor limite e as observações. São indicadores de exposição
excessiva (EE) aqueles que não tem caráter diagnóstico ou significado clínico. Avaliam a absorção dos
agentes por todas as vias de exposição e indicam, quando alterados, a possibilidade de exposição acima
dos limites de exposição ocupacional. As amostras devem ser colhidas nas jornadas de trabalho em que
o trabalhador efetivamente estiver exposto ao agente a ser monitorado. Esses não possuem resultado
clínico específico, mas apresentam informações relevantes em relação as medidas de controle que estão
sendo adotadas ou a falta dessas.

Quadro Ib – Indicadores com Significado Clínico (SC)* *Indicadores com significado clínico
(SC) evidenciam disfunções orgânicas e efeitos adversos à saúde. (#) A atividade basal é a pré
ocupacional e deve ser estabelecida com o empregado afastado a pelo menos 30 dias da exposição aos
inseticidas inibidores da colinesterase. Indica desencadeamento de doença e necessária adoção de
medidas de controle no local de exposição.

Os exames previstos nos Quadros Ia e Ib deverão ser realizados a cada seis meses, podendo ser
antecipados ou postergados por até 90 dias, a critério do médico responsável, com o objetivo de realizar
os exames em situações mais representativas da exposição do empregado.

A justificativa técnica para alteração das datas desses exames deverá constar do relatório
analítico do PCMSO.

Só o médico coordenador do PCMSO poderá postergar ou antecipar os exames em até 90 dias


em relação ao prazo de seis em seis meses, desde que apresente a justificativa técnica.

O empregado deve ser informado das razões da realização dos exames complementares
previstos nesta NR e do significado de seus resultados.

Os empregados sempre devem receber um cópia dos seus exames.

No exame admissional, a critério do médico responsável, poderão ser aceitos exames


complementares ocupacionais realizados nos 90 dias anteriores.

Somente a critério do médico responsável pelo PCMSO poderá ser aceito os exames
complementares, não sendo qualquer exame, realizados em prazo de 90 dias antes da admissão.

Podem ser realizados outros exames complementares, incluindo indicadores biológicos não
previstos nesta NR, a critério do médico responsável, desde que tecnicamente justificáveis e relacionados
aos riscos presentes no trabalho.

Os exames devem ser justificados tecnicamente relacionados aos riscos presentes nos locais de
trabalho. Por exemplo, um médico não pode buscar informações se um dos trabalhadores é soro positivo
se não houver uma justificativa técnica. A medida serve para evitar possíveis atuações preconceituosas
por parte do empregador.
255

O exame clínico deverá obedecer aos prazos e à periodicidade seguinte:

Esses exames são os clínicos e de anamnese ocupacional e mental. Não sendo considerado
como prazo para os exames complementares. Os exames complemetares referentes aos riscos no quadro
1 são de seis em seis meses, assim como o médico ao seu critério poderá estabelecer outros exames em
prazos menores.

No exame admissional, deverá ser realizada antes que o empregado assuma suas atividades;

Antes do trabalhador ser exposto aos riscos nos locais de trabalho.

No exame periódico, de acordo com os intervalos de tempo abaixo discriminados:

a) para empregados sujeitos a riscos relevantes e para portadores de doenças crônicas:

I- a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico responsável;

II- de acordo com à periodicidade especificada no Anexo nº 6 da NR 15, para os empregados


expostos a condições hiperbáricas; (Seis em seis meses)

b) para os demais empregados, não expostos a riscos ocupacionais específicos, o exame clínico
deverá ser realizado: (são os exames de anamneses ocupacional e mental)

I- anualmente, quando menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 45 (quarenta e cinco) anos de


idade;

II- a cada dois anos, para os empregados entre 18 (dezoito) anos e 45 (quarenta e cinco) anos de
idade.

No exame de retorno ao trabalho, o exame clínico deverá ser realizado no primeiro dia da volta
ao trabalho do empregado ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doença
ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto.

De novo só o exame clínico e não os complementares.

No exame de mudança de função, será obrigatoriamente realizada antes da data da mudança,


adequando-se os exames complementares aos riscos associados à nova função

Nesse caso deverá ser realizado os exames complementares junto ao exame clínico. Esses
exames só ocorreram quando houver a mudança de exposição em relação aos riscos. “Para fins desta
NR, entende-se por mudança de função toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de
setor que implique a exposição do trabalhador a risco diferente daquele a que estava exposto antes da
mudança.”

No exame demissional, o exame clínico e os exames complementares deverão ser realizados em


até 10 (dez) dias contados a partir do término do contrato, desde que o último exame médico ocupacional
tenha sido concluído há mais de:

- 135 (centro e trinta e cinco) dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro I
da NR-4;

- 90 (noventa) dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro I da NR-4.


256

Até dez dias após a demissão é necessária a realização de exames demissionais, incluindo
também os exames complementares. Caso o funcionário já tenha realizado esses exames nos 135 dias
anteriores para empresas de grau de risco 1 e 2 não haverá necessidade de novos exames. No caso de
empresas de grau de risco 3 e 4 os exames deverão ter sido realizados em um prazo de 90 dias anteriores
a demissão.

Para cada exame clínico realizado, o médico emitirá Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em
2 (duas) vias.

A segunda via do ASO será entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via.

O ASO deverá conter no mínimo:

a) nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade e sua função;

b) a descrição dos riscos associados à função ou a sua ausência, conforme identificação de


riscos da organização;

c) indicação e data de realização dos exames médicos e complementares a que foi submetido o
empregado;

d) o nome do médico responsável, com respectivo CRM;

e) definição de apto ou inapto para a função que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu;

f) data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu número de


inscrição no Conselho Regional de Medicina.

É através do ASO que é documentado se o funcionário está apto ou inapto ao trabalho. Dentro
do ASO devem constar também os exames ocupacionais (admissional, periódico, mudança de função,
retorno ao trabalho) complementares, caso necessário. Pode conter outros itens, a gosto da empresa e do
setor de saúde ocupacional.

Modelo de ASO abaixo:


257

Quando forem realizados exames complementares, sem que tenha ocorrido exame clínico, a
organização emitirá, em 2 (duas) vias, Comprovante de Entrega de Exames - CEE, devendo a primeira via
ser arquivada na organização e a 2ª via entregue ao empregado, juntamente com a cópia do resultado do
exame complementar realizado, mediante recibo na primeira via.

Não confundir o CEE com a ASO. O CEE é o resultado dos exames complementares que são
entregues ao trabalhador em uma segunda via, sendo que a primeira fica arquivada na empresa. O
exame clínico o resultado é a própria ASO. O exame clínico serve para estabelecer se o funcionário esta
apto para exercer suas funções. Os exames complementares vão municiar os exames clínicos para definir
se aquele profissional é apto sim ou não.

O CEE deverá conter no mínimo:

a) nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade e sua função;

b) indicação dos exames complementares a que foi submetido o empregado e a data em que
foram realizados;

c) o nome do médico responsável pelo PCMSO, com respectivo CRM;

d) data, assinatura e qualificação do responsável pela entrega do resultado dos exames


complementares, indicado pela organização.

Basicamente as mesmas informações contidas no ASO, porém com a entrega dos resultados os
exames complementares. Com a assinatura do empregado nesse documento ele atestará que recebeu
todos os exames realizados por ele.
258

Sendo verificada exposição excessiva a agentes listados no Quadro Ia desta NR, deverá o
empregado ser afastado do local de trabalho ou da situação de risco, até que esteja normalizado o
indicador biológico de exposição e medidas de controle suficientes tenham sido adotadas.

O quando Ia estabelece um indicador biológico de exposição excessiva que pode resultar em


uma doença ocupacional. A partir desse resultado a empresa deverá investigar e talvez implementar as
medidas de controle e afastar funcionário da atividade.

Sendo constatada a ocorrência ou agravamento de doença relacionada ao trabalho ou sendo


verificada alteração que revele disfunção orgânica por meio dos exames dos Quadros Ib e II ou dos
exames incluídos os exames não previstos nessa NR, caberá ao médico responsável:

a) solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT;

b) indicar, quando necessário, o afastamento do empregado da situação que gerou o agravo, ou


do trabalho;

c) encaminhar o empregado à Previdência Social para estabelecimento de nexo causal, avaliação


de incapacidade e definição da conduta previdenciária cabível.

d) informar à organização a necessidade de adoção de medidas adequadas de controle.

Sempre que constatada pelo médico doenças ocupacionais a partir dos exames complementares
o trabalhador deverá ser afastado, quando necessário, de suas funções e emitido o CAT. O CAT deverá
sempre ser emitido independentemente do trabalhador ter sido afastado sim ou não. O funcionário
quando afastado por um período superior a 15 dias deve ser encaminhado para previdência social para
estabelecimento do nexo causal e as medidas de controle deverão ser tomadas no plano de gestão de
riscos com cronograma de implementação.

Esse empregado deverá ser submetido a exame médico, caso necessário, devendo o médico
responsável avaliar a necessidade de exames médicos dos outros empregados sujeitos às mesmas
situações de trabalho.

Um conceito novo da NR-7 agora obriga as empresas e realizarem exames em todos os


funcionários caso constatado uma doença ocupacional em um funcionário de um grupo de exposição
similar.

41.5 Prontuário médico


Os dados obtidos no controle médico, incluindo exame clínico e exames complementares,
deverão ser registrados em prontuário clínico individual, sob a responsabilidade do médico responsável
pelo PCMSO.

Todo prontuário é individual. O prontuário das instalações elétricas contem informações


individuais dos treinamentos, EPIs, teste de isolamento dos EPIs, função, escolaridade, certificados de
todos os eletricistas. No caso da NR-7 todos os exames ocupacionais devem estar também em um
prontuário individual de cada funcionário.

As informações contidas no prontuário médico submetem-se aos parâmetros de sigilo e


confidencialidade previstos na legislação.
259

É responsabilidade do médico zelar pelo sigilo do prontuário. Diferentemente do prontuário


dos eletricistas, aqui há sigilo, sendo somente as autoridades publicas como auditores fiscais do trabalho
aptos a ter acesso ao prontuário. Em hipótese algum a empresa poderá fornecer esse prontuário para
seguradoras, empresas que realizam auditorias ou certificações.

Cabe à organização fornecer aos empregados, quando solicitada, cópia de seu prontuário
médico.

Os registros a que se refere o item anterior deverão ser mantidos por período mínimo de 20
(vinte) anos após o desligamento do empregado.

Um funcionário caso realize um exame admissional em uma empresa, e permaneça por 15 anos
na empresa, o exame deverá ser arquivado por 15 + 20 anos após o desligamento. O prazo de validade
dos exames começa contar somente a partir do desligamento.

Havendo substituição do médico responsável, os arquivos deverão ser transferidos para seu
sucessor.

41.6 Planejamento e relatório analítico do PCMSO


O PCMSO deverá obedecer a planejamento que inclua os exames médicos e complementares
previstos nesta NR, de acordo com os riscos associados ao trabalho na organização.

Todos os exames médicos, periódicos devem possuir planejamento específico com os exames
complementares que também devem ocorrer de mineira periódica.

A organização deverá elaborar relatório analítico do PCMSO, anualmente, contendo, no


mínimo:

a) o quantitativo de exames clínicos

b) os tipos e quantitativo de exames complementares realizados

c) estatística de resultados considerados anormais dos exames complementares, categorizados


por similaridade de riscos e setores do estabelecimento.

d) informações sobre o quantitativo e patologias das CATs emitidas por acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho

e) informações sobre benefícios previdenciários por afastamento do trabalho na organização

f) análise comparativa em relação aos relatórios anteriores e discussão sobre possíveis variações
nos resultados

g) planejamento para o próximo ano.

A quantidade de exames realizados devem ser descrita no relatório, assim como a quantidade
de exames complementares. Os resultados estatísticos dos exames que acusaram não conformidades por
setor ou grupo de exposição similar. Número de benefícios por afastamento do trabalho e a comparação
em relação aos relatórios e planejamentos anteriores. Esse relatório também deve apresentar o
planejamento para o próximo ano e os índices que se deseja alcançar.

O relatório analítico está dispensado para todas as MEI e para as ME e EPP dispensadas de
PCMSO.
260

Item já estabelecido na NR-1.

O relatório analítico anual deverá ser apresentado e discutido com as instâncias responsáveis
por segurança e saúde no trabalho na empresa, incluindo a CIPA, quando existente na empresa.

A CIPA continuará avaliando o relatório anual do PCMSO

Exames complementares com periodicidade de seis em seis meses


261
262

Outros exames
263

*A anamnese ocupacional para condições hiperbáricas é de seis em seis meses e os exames


complementares são anuais.

*A avaliação ambiental para os Asbestos é a cada seis meses no PPRA, os exames seguem as
características da tabela.

*No caso específico dos Asbestos os exames devem ser mantidos por 30 anos e devem ser realizados a
cada 3 anos para aqueles com 0 a 12 anos de trabalho após o desligamento; periodicidades de 2 anos
para aqueles que trabalharam 12 a 20 anos após o desligamento; anual para trabalhadores com
tempo de 20 a 25 anos de serviço após o desligamento.

*Para o Manganês a periodicidade dos exames clínicos é de 3 a 6 meses para trabalhadores de


subsolo e de 6 meses a 1 ano para trabalhadores de superfície.

*PPEOB deve ser mantido por 40 anos.

42. Substâncias Ototóxicas


Trabalhadores expostos a substancias ototóxicas podem desenvolver doenças como a labirintite
e até perdas auditivas, mesmo sem exposições a níveis de ruído elevado.

A hipoacusia ototóxica ou perda da audição ototóxica é a perda auditiva, do tipo


neurossensorial, induzida por substâncias químicas de origem endógena ou exógena. O efeito ototóxico
pode alcançar, também, com frequência, o aparelho do equilíbrio.
264

Para um diagnóstico eficiente de perdas auditivas neurossensoriais ototóxicas o Médico do


Trabalho Examinador deverá possuir acesso a todo histórico das exposições ocupacionais do paciente a
ruídos e agentes ototóxicos. Esse histórico deverá compreender os exames audiométricos juntamente com
outros exames relacionados, anamnese do trabalhador, queixas, PPRA e levantamento ambiental do local
de trabalho.
265

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