Você está na página 1de 7

COMÉRCIO E MOEDA

Distribuição- atividade que estabelece uma ponte de ligação entre a


produção e o consumo, abrangendo o conjunto de operações que fazem
deslocar os produtos desde a fase inicial da sua produção até às mãos do
consumidor. Engloba o transporte e o comércio, duas atividades
complementares que aumentam a utilidade dos bens, na medida em que os
disponibilizam de forma prática aos seus compradores.

Comércio- atividade intermediária de troca que ajuda os produtores a


escoarem os seus produtos permitindo que os consumidores tenham
acesso aos bens que desejam. (atividade económica de troca que facilita a
disponibilização dos bens aos consumidores )

São 3 os canais habituais de distribuição:


Venda indireta- comercialização de produtos sem a existência de um
encontro físico entre comprador e vendedor. Abrange a venda à distância
(ex. vendas por catálogo, televendas, etc), a venda automática (em
equipamentos dispensadores de produtos mediante um pagamento; ex.
máquina de bebidas, chocolates, selos) e o comércio eletrónico
(disponibiliza os bens e serviços encomendados via Internet).

Troca direta - produtos eram trocados diretamente por outros que


fizessem falta.

( Produto -> Produto )

Inconvenientes desta troca: necessário encontrar outro indivíduo que tivesse


interesses compatíveis (alguém que tivesse em excesso os bens de que a
outra parte necessitava e também que desejasse ter os bens que esse
indivíduo podia dar em troca); dificuldade em atribuir um valor aos
bens que iam ser trocados (as valorizações eram feitas em unidades
diferentes e nem sempre chegavam a um acordo ); certos bens não serem
divisíveis aumentava a dificuldade das trocas.

Troca indireta- inclui um novo intermediário, a moeda. A troca passa ser


efetuada em duas fases: troca-se um produto por moeda e depois a moeda
por um novo produto.

1a Fase ( Produto -> Moeda ) 2a Fase ( Moeda -> Produto novo )


Moeda - bem intermediário nas trocas, aceite por todos os indivíduos,


sendo utilizada para medir o valor de

outros bens e serviços.

Evolução e tipos de moeda:

• Moeda-mercadoria- bem de aceitação generalizada que servia na


fase inicial da moeda como intermediário nas trocas. Qualquer
bem considerado útil por uma comunidade poderia servir como
moeda de troca. ( a moeda de troca era um bem valorizado pela
generalidade dos seus membros)
• Moeda metálica- metal de aceitação generalizada usado como
intermediário das trocas. Atualmente, a moeda metálica é usada
como moeda divisionária ou de trocos, embora o seu valor facial
não corresponda ao valor real. (ex. ouro e prata, tinham o fator da
divisibilidade, podiam ser fracionados em submúltiplos, e da
conservação, não se esgotava com o tempo). Atualmente, utiliza
se a moeda metálica como ->
• Moeda de papel- a partir da Idade Média, substituiu-se os metais
preciosos por um documento escrito. A primeira fase da moeda de
papel é a moeda representativa e, de seguida, passa a ser a
moeda fudiciária.
• Moeda representativa- notas em circulação que correspondem ao
valor exato depositado em metal precioso nos cofres dos bancos.
(corresponde a um certificado representativo, uma determinada
quantia em ouro ou prata previamente depositada )
• Moeda fiduciária- notas convertíveis emitidas num montante
superior ao valor efetivamente depositado. (confiança no banco
ao depositar no mesmo, não levantam o valor depositado em
metal)
• Papel-moeda- notas inconvertíveis de curso forçado imposto pelo
Estado.
• Moeda escritural- é usada através de movimentos de escrita,
constituída pelos depósitos bancários, os valores depositados
podem ser movimentados através de cheques, transferências,
ordens de pagamento ou cartões de multibanco (moeda
eletrónica). Atualmente, utiliza-se bastante o computador para
movimentar depósitos bancários, pois é possível efetuar
transferências ou ordens de pagamento através da Internet
(moeda informática).

Desmaterialização da moeda- a forma mais utilizada hoje em dia é a moeda


escritural ( os cartões bancários, os cheques e as instruções informáticas
aos bancos substituíram o dinheiro “vivo”), os proprietários deixam cada vez
mais de possuir um bem corpóreo para passar a ter apenas documentos
comprovativos da sua posse.

Funções de moeda

• Meio de pagamento geral e definitivo- a moeda é um bem de


aceitação generalizada que é utilizado como intermediário geral
das trocas, sendo considerado definitivo qualquer pagamento
efetuado em moeda.
• Medida de valor- o valor dos bens e serviços é expresso através
da moeda, que funciona como uma unidade de conta.
• Instrumento de reserva de valor- pode-se guardar moeda por um
determinado período de tempo, conservando-se assim um valor.
O valor reservado no momento presente pode ser usado para
adquirir bens e/ou serviços no futuro.

A nova moeda portuguesa - o euro 



O escudo deixou de ser a moeda portuguesa no dia 1 de Janeiro de 1999, e passou então o
euro em circulação. Durante o período de transição, que terminou no dia 31 de Dezembro
de 2001, o euro e o escudo coexistiram em paralelo, funcionando o euro como moeda
escritural e o escudo como moeda de papel (notas) e moeda divisionária (de trocos). As
notas e moedas em euros só entraram em circulação no início de 2002.

A partir do dia 1 de Janeiro de 1999, a condução da política monetária na Zona Euro passou
a ser da responsabilidade do Banco Central Europeu (a nova instituição supranacional).
Nessa data 11 países passaram as responsabilidades das polítivas monetárias para o
BCE. Para integrarem a Zona Euro, os Estados
membrostiveramdecumpriroscritériosdeconvergênciaprevistosnoTratadodeMaastricht,
que estabeleciam as condições prévias para os países poderem integrar a União
Económica e Monetária (UEM).

A Área do Euro, inicialmente, era formada pela Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha,
Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e Portugal. Em 2001
aderiu a Grécia; em 2007 a Eslovénia; em 2008 o Chipre e Malta; em 2009 a
Eslováquia; em 2011 a Estónia. A Área do Euro passou a ser assim formada por 17
países.

Vantagens do euro: 

• Facilitou as trocas entre os países com a mesma moeda
(eliminando-se assim os encargos com a transação de divisas
moeda estrangeira- e as diferenças cambiais);
• Possibilitou uma maior estabilidade de preços (que permitiu uma
redução de taxas de juro, que beneficia as famílias e as
empresas;
• Proporcionar maior transparência ao mercado (facilitando a
comparação de dados entre os diversos países aderentes).

Desvantagens do euro:
• Perda de autonomia em matéria de política monetária (uma das
mais apontadas desvantagens, os governos deixam de poder
usar a desvalorização da moeda como estratégia que permitia
aumentar a competitividade das exportações);
• Maior transparência de mercado (pode gerar choques
assimétricos entre as regiões);
• Restrições em matéria orçamental (critérios de convergência
orçamental que dificultam a condução de políticas económicas
dentro de cada Estado-membro);
• Tiveram de ser suportados os encargos relacionados com: a
implementação e adaptação da nova moeda, a aquisição de
equipamentos, substituição de programas informáticos e a
formação, entre outros.

Preço- quantidade de moeda que é necessário despender para se obter um


determinado bem ou serviço; representa o valor do bem ou serviço
expresso numa determinada unidade monetária; depende de um
conjunto de fatores: custos de produção, as margens de lucro, custos
relacionados com a distribuição, o número de compradores e de
produtores, a tecnologia, etc.

Custos de produção- reflete todos os encargos suportados com a produção


dos respetivos bens e serviços; englobam os custos diretos e indiretos
suportados pelas unidades produtivas.

• Custos diretos- todos os encargos relacionados com a produção


(ex. gastos com as matérias primas ou remuneração dos
trabalhadores).

• Custos indiretos- todos os encargos que a unidade produtiva tem


de suportar mas que não estão diretamente relacionados com a
produção (ex.despesas de água, eletricidade, telecomunicações,
publicidade, seguros, rendas).
Número de compradores- quando um bem, por exemplo, tem grande
procura em épocas específicas é normal que ocorra um aumento do
seu preço.

Número de produtores- o preço de um bem, por exemplo, vai diminuindo à


medida que aumenta a quantidade oferecida pelos produtores.

Tecnologia- quanto mais tecnologia se incorpora nos processos produtivos,


maior é a eficiência da produção (os avanços tecnológicos permitem
produzir mais quantidades com custos médios inferiores), originando
uma redução de preço, sem perda de margem de lucro.

Inflação- subida inesperada, contínua e generalizada do preço dos bens e


serviços . Uma das suas consequências é a depreciação do valor da
moeda.

• Depreciação do valor da moeda- uma determinada quantidade


de moeda já não permite adquirir o mesmo número de bens
que permitia anteriormente; está associado à perda de poder
de compra.
• Poder de compra-quantidade de bens e serviços que um
rendimento permite adquirir.

Quando se analisa a evolução do produto gerado por um país ao longo do


tempo, devemos ter em consideração o efeito da inflação. É possível
calcular o valor desse produto de duas formas diferentes: a preços
correntes ou a preços constantes.

• Preços correntes- a produção é registada aos preços que vigoram


no mercado num determinado momento. Nesse caso, os preços
refletem a inflação ocorrida.
• Preços constantes- pretende analisar a evolução real do produto,
retira o efeito da inflação (deflacionar).

Índice de Preços no Consumidor (IPC)- média ponderada dos preços de um


cabaz de bens considerados representativos do consumo médio de uma
família. O IPC é um instrumento de medição da inflação em Portugal.

Índice Harmonizado de Preços (IHPC)- Índice que compara a inflação entre


os diferentes países da União Europeia.

Taxa de Inflação- taxa de crescimento do Índice de Preços no Consumidor


entre duas datas.

Taxa de Inflação Mensal- taxa que compara o valor da inflação entre dois
meses consecutivos.

Taxa de Infalação Homóloga- taxa que compara o valor da inflação de um


mês com o mesmo mês do ano anterior.

Taxa de Inflação Média dos últimos 12 meses- média simples das últimas
dozes taxas comparada com a média das doze taxas homólogas.

- Mais conceitos:

Desinfalação- diminuição da taxa de inflação. ( desacelaração do ritmo de
crescimento dos preços )

Deflação- quebra inesperada, contínua e generalizada do preço dos bens e


serviços. (associada a uma restrição da procura, da produção e do
emprego)

Estagflação- situação em que uma inflação elevada é associada à


estagnação da atividade económica. (abrandamento do crescimento
económico, isto é, o menor crescimento do investimento, do consumo, da
exportação e produção, não originando um menor crescimento dos preços
dos bens)

Cunhagem da moeda- inscrição gravada numa moeda metálica com


marcas representativas de um determinado valor facial ou nominal.

Desmaterialização da moeda- perda do conteúdo material da moeda


gerada pela crescente utilização da moeda escritural.

Você também pode gostar