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Prévia de Capítulo - ÁGUA ENERGIZADA NA AGRICULTURA

Este capítulo levantará, a partir de uma revisão de literatura, aspectos


relacionados aos efeitos do tratamento da força magnética, infravermelho longo
e ionização, na água utilizada na agricultura e na pecuária de corte e leiteira.
Tais tecnologias são inovadoras e ainda não há compreensão total sobre os seus
efeitos. Dessa forma, este capítulo é focado nas abordagens mais recentes,
publicadas principalmente na última década, que permitam uma melhor
compreensão desses mecanismos e de suas ações no campo. Para a
elaboração deste capítulo foram adotadas cinco bases de dados e uma biblioteca
virtual a fim de coleta de publicações científicas: Google Scholar, SCOPUS, Web
of Science, SpringerLink, Sciencedirect e o Portal de Periódicos CAPES. Essas
bases foram escolhidas tendo em vista a sua relevância e importância na área
do objeto desta pesquisa. Empregou-se como palavras-chave para a busca:
campo magnético, infravermelho longo, ionização da água, agricultura e água de
irrigação. Várias pesquisas foram levantadas, as quais enfatizam os efeitos
dessas tecnologias alternativas no desenvolvimento de plantas com melhores
qualidades morfológicas, fisiológicas e desempenho produtivo.

1- Água na agricultura e tecnologias inovadoras de tratamento


A água é um elemento essencial para o desenvolvimento e produção
agrícola, desempenhando papel primordial na fisiologia e nutrição das plantas,
assim como no seu crescimento e desenvolvimento vegetativo (PUTTI;
GABRIEL FILHO; KLAR; CREMASCO et al., 2013; PUTTI, 2014). Na produção
animal a água é utilizada para saciar e higienizar os animais, além de ser
utilizada para produzir os alimentos que eles consomem. Segundo a
Organização das Nações Unidas (ONU), o consumo de água potável na
agricultura representa aproximadamente 70% do consumo mundial, sendo que
no Brasil esse índice chega a 72%, valor oito vezes superior à taxa utilizada para
o abastecimento urbano (SILVA; MATTHIENSEN; BRITO; LIMA et al., 2018). Os
grandes desafios relacionados a esse precioso elemento na produção
agropecuária dizem respeito à sua quantidade e qualidade, e tem sido alvo
prioritário das políticas de controle racional de água. Em decorrência da crise
hídrica, do aumento da competição de outros setores pelo uso da água, além de
outras preocupações ambientais, o aporte de água agrícola por unidade de área
precisa ser reduzido (SURENDRAN; RAMESH; JAYAKUMAR; MARIMUTHU et
al., 2016), sendo esse tema pauta obrigatória para a discussão no setor.
Dados do Atlas Irrigação, lançado pela Agência Nacional de Águas e
Saneamento Básico (ANA) em 2021 indicam que, unicamente no Brasil, a área
irrigada chega a 8,2 milhões de hectares, dos quais, 64,5% são de água de
mananciais e 35,5% de área fertirrigadas com água de reuso. A área irrigada no
país deve aumentar em mais 4,2 milhões de hectares até 2040, atingindo 12,4
milhões de hectares, o que representaria 51% acima da área atual. A partir
desses valores, o consumo de água pela agricultura irrigada foi superior a 941
mil litros por segundo em 2019, correspondente a 29,7 trilhões de litros ao ano.
É importante que se busquem alternativas de otimização do uso e
aproveitamento deste recurso para que se possa obter um melhor
desenvolvimento e aproveitamento das culturas e, de preferência, com maior
economia da água utilizada (FLORES, 2019). Esforços agrícolas modernos
buscam a otimização da ‘produtividade da água’, que é o indicador que quantifica
o quanto de um alimento é produzido por unidade de volume de água utilizado
na sua produção (MAHESHWARI e GREWAL, 2009; PERES; BOSCHI; SOUZA;
MENDONÇA, 2016). Nesse tocante, a utilização de água tratada com
magnetismo e infravermelho longo na irrigação é uma proposta para tal
otimização, uma vez que representam procedimentos geralmente de baixo custo
de instalação e que não exigem nenhum outro processo de energia (RASHIDI;
YADOLLAHPOUR; SHIRALI; RAJASHEKAR, 2016; SURENDRAN; RAMESH;
JAYAKUMAR; MARIMUTHU et al., 2016).
A tecnologia da água magnetizada tem sido amplamente estudada e
adotada no campo da agricultura em muitos países (AL-SHROUF, 2014),
objetivando-se a economia no abastecimento de água, o que ajudará a lidar com
a sua escassez no futuro. Khoshravesh, Mostafazadeh-Fard, Mousavi e Kiani
(2011) realizaram pesquisas em regiões áridas e semiáridas na Província de
Gorgan (Irã) e constataram que o magnetismo melhora a retenção de água no
solo e a absorção de água pela planta e, consequentemente, podem ser
reduzidos o número e o intervalo de irrigação. Outros países como Austrália,
Bulgária, China, Inglaterra, Japão, Polônia, Portugal, Rússia, Turquia e Estados
Unidos, também têm estudado essas tecnologias aplicadas na agricultura, cujas
pesquisas vêm demonstrando que há melhorias no desenvolvimento das plantas
e qualidade dos cultivados (RASHIDI; YADOLLAHPOUR; SHIRALI;
RAJASHEKAR, 2016).
Além dos efeitos diretos nas plantas, essa tecnologia também pode
auxiliar na redução de problemas operacionais no setor agrícola, como os
ocorridos nos sistemas de irrigação por gotejamento. Sabe-se que esse tipo de
irrigação proporciona economia de água e insumos. Todavia, problemas
relacionados com o entupimento de mangueiras e a precipitação de sais
inviabilizam o seu uso em algumas regiões, principalmente onde as águas
provêm de rochas calcárias (FERNANDES; SILVA e FRAGA JÚNIOR, 2017).
Latva, Inkinen, Ramo, Kaunisto et al. (2016) estudaram a influência do campo
magnético na concentração de cálcio nas tubulações de água, e verificaram em
sistema piloto de laboratório que o campo magnético diminuiu o acúmulo de
cálcio em 15% nas tubulações estudadas. Dessa forma, essa aplicação pode
tornar a irrigação uma prática viável, com menos problemas operacionais,
propiciando mais lucro e sustentabilidade em regiões acometidas por esse
problema.
Alguns autores defendem que o uso da água para irrigação pode ser
reduzido devido a um aumento no rendimento graças ao tratamento magnético
e outras tecnologias. Generoso, Martinez, Rocha e Hamakawa (2017)
observaram que ao utilizar essa tecnologia na irrigação, foram relatadas
alterações no pH do solo, na condutividade elétrica, na disponibilidade de fósforo
(P) e potássio (K) extraídos pela cultura, além do aumento na concentração de
íons disponíveis na solução do solo, gerando benefícios para o cultivo.

2- Utilização da água submetida ao magnetismo, ionização e


infravermelho longo agricultura
A composição da água é formada por um átomo de oxigênio e dois átomos
de hidrogênio. A ordenação dessas moléculas não é linear, mas sim em formato
angular de aproximadamente 104,5°. A desigualdade entre as cargas de
hidrogênio e oxigênio resultam em interações muito fortes entre as moléculas,
que podem resultar em aglomerados na forma de tetraedro, os quais recebem o
nome de clusters (Figura 1). Esses aglomerados tornam a água pesada para a
sua utilização na irrigação das culturas, podendo levar a uma deficiência no
desenvolvimento das plantas, por não permitir o aproveitamento correto dos
nutrientes e minerais por suas estruturas (ELIAS, 2015; AGUILERA e MARTÍN,
2016).

Fonte: LUDWIG, 2001

Nota: À esquerda, o alinhamento de uma molécula de água e à direita um possível arranjo da


rede para conter um soluto. Trata-se de alterações ou rearranjo de formas mais fracas de
associações intermoleculares ou clusters.

Figura 1. Arranjos da molécula de água.

As tecnologias como campo magnético, infravermelho longo e ionização


podem atuar no enfraquecimento ou ruptura das ligações de hidrogênio,
proporcionando rearranjos de clusters, de forma a deixá-los menores e mais
organizados, favorecendo a sua permeação nos tecidos vegetais, beneficiando
de forma total o aproveitamento dos nutrientes e minerais contidos na água
(BONTEMPO, 2015; ELIAS, 2015; ZHANG; HAN; LI; WANG et al., 2020; LIU;
QIN; YUAN; GAO et al., 2021).
Alguns estudos mostram que quando a água é exposta a essas
tecnologias, algumas das suas propriedades são alteradas, incluindo a óptica, o
eletromagnetismo, a termodinâmica e a mecânica; além de ocasionar mudanças
na constante dielétrica, viscosidade, força de tensão superficial, congelamento e
pontos de ebulição e condutividade elétrica em comparação com a água sem
tratamento. Por isso, a água magnetizada possui extensas aplicações na
indústria, agricultura e medicina (MAHESHWARI; GREWAL, 2009; SELIM; EL-
NADY, 2011; DA SILVA e DOBRÁNSZKI, 2014; DA SILVA e DOBRÁNSZKI,
2016; LIU; QIN; YUAN; GAO et al., 2021).
As alterações induzidas no pH, na condutividade elétrica e nos sólidos
totais dissolvidos, assim como nos níveis de salinidade em água de irrigação
tratadas magneticamente, resultam em atividade biológica acentuada nas
plantas e, consequentemente, influenciam o seu crescimento. O campo
magnético de alto gradiente pode ativar mais rapidamente enzimas e hormônios
durante o processo de crescimento, podendo melhorar a mobilização e o
transporte de nutrientes para as mesmas (MAHESHWARI e GREWAL, 2009;
SURENDRAN; SANDEEP; MAMMEN; JOSEPH, 2013). Costa (2006) constatou
um maior desenvolvimento do sistema radicular das amostras de roseiras que
receberam a irrigação com condicionamento magnético em comparação ao
grupo controle (Figura 2). Surendran, Sandeep e Joseph (2016) observaram
maior umidade do solo quando foi utilizada a irrigação com água magnetizada
(força de 1800 a 2000 Gauss) em comparação com o controle.

Fonte: Costa (2006)

Figura 2. Sistema radicular da roseira. Raiz A: roseiras irrigadas com solução condicionada
magneticamente. Raiz B: roseiras do grupo controle.

Várias hipóteses científicas são apresentadas sobre os efeitos biológicos


do campo magnético na água e nas plantas (GIUDICE; FLEISCHMANN;
PREPARATA; TALPO, 2002; HOLYSZ; SZCZES; CHIBOWSKI, 2007;
POINAPEN; BROWN; BEEHARRY, 2013; PANG, 2014; SHEYKINA e IEEE,
2016; DA SILVA e DOBRÁNSZKI, 2016):

● Modificação da permeabilidade da membrana e fluxo iônico;


● Orientação de partículas ferromagnéticas;
● Efeitos nos processos enzimáticos;
● Modificação das vias metabólicas dos processos relacionados com
crescimento, divisão celular e diferenciação de plantas;
● O campo magnético aplicado à água de irrigação melhora as
características de crescimento da planta e funcionalidade da raiz;
● Influência marcante na composição química das plantas;
● Influência na disponibilidade de nutrientes do solo.

Mais especificamente sobre a ação do infravermelho em plantas, muitas


pesquisas indicam que a luz vermelha de baixa intensidade atua nas células por
meio de um fotorreceptor primário, representado pelo citocromo c oxidase, que
é a enzima terminal da cadeia transportadora de elétrons. Essa cadeia
respiratória ocorre nas membranas internas das mitocôndrias, que são as
"usinas de energia" da célula, as quais quebram moléculas de ‘combustível’ e
capturam a energia gerada na respiração celular. Quando a enzima citocromo c
oxidase é estimulada por uma luz de baixa intensidade, o transporte de elétrons
na cadeia respiratória é acelerado, levando a um aumento da produção de uma
molécula universal que transporta energia, denominada de ATP (HAMBLIN e
DEMIDOVA, 2006; TAFUR e MILLS, 2008). A luz vermelha é importante para o
desenvolvimento do aparelho fotossintético das plantas e pode aumentar a
acumulação de amido inibindo a translocação de produtos da fotossíntese para
fora das folhas (SCHUERGER; BROWN; STRYJEWSKI, 1997). Isso se torna
ainda mais importante quando aplicado às mitocôndrias das células de tecidos
não fotossintéticos, como as raízes, que não recebem luz solar direta e podem
usufruir do benefício gerado pelo infravermelho quando aplicado à água de
irrigação.
No Brasil também há estudos (PUTTI; GABRIEL FILHO; KLAR; DA SILVA
JUNIOR et al., 2015; FERNANDES; SILVA; FRAGA JÚNIOR, 2017) que
comprovam a eficácia dessas tecnologias, em que culturas irrigadas com água
submetida ao magnetismo e infravermelho longo, comparadas à irrigação com
água convencional, apresentam benefícios e maior produtividade. A esses
resultados soma-se também, não somente por parecem ser economicamente
viáveis, o fato de serem ecologicamente corretas, pois dispensam o uso de
quaisquer agrotóxicos ou aditivos químicos. Tal fato, em consonância com o
advento da sustentabilidade ambiental e de forma inovadora, pode contribuir
com a conservação de água e energia, minimizando os impactos ao meio
ambiente. Os estudos nas diferentes áreas do setor agrícola, assim como em
diferentes culturas, serão abordados nos tópicos a seguir.

2.1 - Horticultura
No cultivo da alface, que representa uma das mais importantes culturas
folhosas no Brasil, cuja área ocupada pode ultrapassar 86,8 mil hectares
cultivados por mais de 670 mil produtores (PESSOA e JUNIOR, 2021), obteve-
se maior produção quando foi irrigada com água submetida ao magnetismo e
infravermelho longo. Putti, Gabriel Filho, Klar, da Silva Junior et al. (2015) fizeram
o experimento em dois ciclos da cultura e concluíram que a produção foi 63%
maior na cultura irrigada com a água tratada por magnetismo e infravermelho
longo, quando comparada com as irrigadas com água convencional.
Estudos realizados na China indicam que a irrigação com água
magnetizada em berinjelas possui o potencial de melhorar a qualidade do solo,
alterar a estrutura da comunidade das bactérias benéficas e melhorar o
crescimento, produção e qualidade dos frutos. Além disso, os autores
constataram aumentos dos conteúdos de nutrientes, incremento em 24% na
diversidade bacteriana presente no solo e aumento de 29% no tamanho, largura
e peso fresco dos frutos (CUI; LIU; JING; ZHANG et al., 2020).
Alguns estudos com morangos e tomates submetidos à aplicação de
campos magnéticos, têm mostrado que há um aumento no número de flores,
precocidade e de produtividade (EŞITKEN e TURAN, 2004, DANILOV; BAS;
ELTEZ; RIZAKULYEVA, 1993). Na cultura do tomate, que representa no Brasil
(dados de 2019) área plantada de aproximadamente 55 mil ha e produtividade
de 718,4 t/ha (FAOSTAT, 2021c), quando foi aplicado um campo magnético de
1200 Gauss na água de irrigação, observou-se aceleração da porcentagem da
germinação (incremento de 36%), estimulação da altura da planta (incremento
de 97%), e aumento de 12% no diâmetro do caule e de 5% no número de folhas
verdadeiras. Os resultados deste estudo comprovaram uma estimulação
significativa do crescimento na fase de germinação e desenvolvimento de
mudas, como consequência do tratamento magnético da água de irrigação
(AGUILERA e MARTÍN, 2016).
Para a cultura do café, que representa no Brasil (dados de 2019) área
plantada de aproximadamente dois milhões de ha e produtividade de 16,5 t/ha
(FAOSTAT, 2021a), a tecnologia de magnetização da água para irrigação gera
novas possibilidades para o aumento da produção e para a redução do consumo
de água na agricultura. Nesse tocante, após estudos em quatro safras
consecutivas de café, Fernandes, Silva e Fraga Júnior (2017) concluíram que a
utilização da água magnetizada promoveu significativos aumentos na
produtividade do cafeeiro, cujos valores eram 46% maiores quando a cultura foi
irrigada totalmente com água tratada magneticamente.
Pesquisa realizada por Surendran, Sandeep e Joseph (2016) que
avaliaram o tratamento magnético (com dois ímãs permanentes com a força de
1800–2000 Gauss) da água de irrigação (normal, salina e dura) sobre os
parâmetros de crescimento e produtividade de feijão-caupi e berinjela, revelou
que o tratamento magnético dos tipos de água de irrigação propiciou melhoria
no crescimento nos parâmetros de produtividade do feijão. Em relação à
berinjela, o magnetismo da água normal e salina causou incremento no
rendimento de 25,8 e 17,0%, respectivamente, quando comparado ao controle.
No cultivo de pimentões, que representa no Brasil área plantada de mais
de 35 mil ha e produção de 110 mil toneladas em 2019 (FAOSTAT, 2021b),
Borges (2012) observou influência da água energizada no crescimento das
plantas, na produtividade de frutos e nas características pós-colheita do
pimentão híbrido amarelo. Em estudo realizado por Lorenzoni, Rezende, Vidal,
Nalin et al. (2019), que utilizaram um campo magnético de 1000 Gauss na água
de irrigação de sementes de pimentão, observaram que a germinação das
sementes irrigadas com água tratada magneticamente ocorreu antes das
sementes irrigadas com água sem tratamento e que houve maior número de
sementes germinadas com a aplicação de água submetida ao tratamento
magnético.

2.2 Pecuária de corte e de leite


No contexto da pecuária, a atenção com a qualidade da água deve ser
trabalhada em todos os pontos da cadeia produtiva das diferentes espécies e
nas diversas frentes do sistema de produção. A qualidade da água contribuirá
para o bem-estar dos animais e impactará os resultados de produção e a
qualidade dos subprodutos. Nesse ramo, a água é utilizada para saciar e
higienizar os animais, além de ser utilizada para produzir os alimentos que eles
consomem. Dessa forma, o livre acesso à água de qualidade é condição básica
e essencial para as boas práticas de produção e para o bem-estar animal. Na
pecuária leiteira a água contaminada pode veicular bactérias causadoras de
mastite em vacas e também bactérias que contaminam o leite (SILVA;
MATTHIENSEN; BRITO; LIMA et al., 2018).
Neto, Nogueira, da Graça Pinheiro, Engracia Filho et al., (2013) após
submeterem vacas da raça Jérsey à ingestão de água expostas ao campo
magnético, observaram aumento do pH do sangue desses animais, provocando
redução da produção de bicarbonato e, consequentemente, menor excreção de
amônio, o que resultou em aumento do nitrogênio uréico no leite. Segundo os
autores, uma maior retenção de nitrogênio é desejável e deve ser considerada
na nutrição animal por favorecer a redução de custos e do impacto ambiental da
atividade pecuária.

2.3 Avicultura
No setor de aves, a água e a otimização de seu consumo também é foco
de pesquisas, já que os frangos normalmente consomem água em uma taxa de
1,5 a 2 vezes a mais do que consomem ração. Assim, o acesso à água de
qualidade pode manter o bom desempenho do rebanho (BELL; WEAVER;
NORTH, 2002), uma vez que impurezas e contaminantes presentes na água do
bebedouro exercem uma influência prejudicial no desempenho e imunidade das
aves. Nos últimos anos, o tratamento magnético e a ionização da água vêm
sendo amplamente utilizados em granjas avícolas para atingir vários objetivos,
incluindo o aumento da produção e manutenção da saúde das aves (EL-
SABROUT e HANAFY, 2017; EL SABRY; CHARAL; MCMILLIN; LAVERGNE,
2018).
Pesquisadores estudaram o efeito do uso de água magnetizada em
características produtivas de galinhas ‘Lohmann Brown’ durante o período de
produção de ovos (um mês) e observaram, nas condições do experimento, que
a água magnetizada melhorou a qualidade da casca do ovo, aumentando a sua
espessura e o seu peso. No entanto, não se observou diferença estatística
significativa (P <0,05) entre os resultados de rendimento de ovos entre os grupos
de galinhas tratadas com água magnetizada e o tratado com água convencional
de torneira (EL-SABROUT e HANAFY, 2017).
Os benefícios da aplicação dessa tecnologia em pintos semi-rústicos
(5148 animais), divididos em dois grupos (experimental e controle), também
foram analisados por Zaldívar, Quintero e Virellesa (2020) quando ofereceram
água potável tratada (magnetizador HP com velocidade de 0,6 a 2,5 m/s) ao
grupo experimental, e água sem tratamento ao grupo controle. Os resultados
mostraram que os animais que receberam água tratada submetida ao campo
magnético apresentaram aumento significativo do peso corporal, incluindo o
peso dos órgãos (fígado, baço, coração) e o comprimento do desenvolvimento
esquelético (tíbia, fêmur, tarso), e também melhoraram os valores de viabilidade.
Nesse estudo foi demonstrada a ação benéfica do uso da água tratada com
campo magnético sobre os indicadores produtivos em aves semi rústicas,
recomendando-se essa aplicação para aumentar o desempenho de produção
das aves para consumo humano.
Em outro estudo, realizado por Al-Mufarrej, Al-Batshan, Shalaby e Shafey
(2005), em que água tratada com magnetismo (aproximadamente 500 Gauss)
foi oferecida a aves de corte, concluiu-se que houve redução do consumo de
água pelos animais, mesmo assim, não houve influência significativa no
desempenho, na composição da carcaça e no sistema imunológico de frangos
de corte. Porém, a água tratada magneticamente reduziu a diferença no
desempenho entre os sexos de frangos de corte a um nível não significativo.

2.4 Sementes em geral


Aplicações de energias, como o campo magnético em sementes, pode ser
uma ferramenta promissora para melhorar a produção agrícola, uma vez que
não requer custo adicional com energia. Segundo Zúñiga, Benavides, Salazar e
Jiménez et al. (2016), essa tecnologia tem revelado efeito significativo na
germinação de sementes e está relacionada com aumento da absorção de água
pelas plantas, o que pode ser justificado pelo aumento das espécies reativas de
oxigênio (ROS) que agem como um sinal que proporcionam a uma melhor
germinação de sementes (SHINE; GURUPRASAD; ANAND, 2011).
Em sálvia e calêndula, que são plantas com propriedades medicinais, a
taxa de germinação e a porcentagem de emergência das sementes no
tratamento controle (água convencional) foram inferiores às dos tratamentos
magnéticos aplicados, concluindo-se que os campos magnéticos estacionários
podem ser usados para melhorar a germinação das sementes dessas culturas
(FLOREZ; MARTINEZ; CARBONELL, 2012).
Na cultura da soja, avaliou-se a aplicação também desta tecnologia
(campo magnético estático de 200 mT) por 1 hora em sementes antes do plantio,
tendo sido observado um impacto positivo no crescimento da planta, no processo
de fotossíntese, metabolismo de nitrogênio e da produção, inclusive quando
estas sementes estavam sob estresse hídrico (BAGHEL; KATARIA;
GURUPRASAD, 2018).
Sementes de sorgo tratadas com água submetidas ao magnetismo e
infravermelho longo mostraram maiores taxas de germinação e maior índice de
velocidade de emergência quando comparadas com o controle, apresentando
diferença estatística entre os tratamentos. As sementes tratadas com a água de
torneira submetidas àquelas tecnologias apresentaram redução de 5,5% no
tempo médio de germinação em relação ao controle. Além disso, a aplicação do
magnetismo e do infravermelho longo na água de irrigação reduziu a evaporação
da água do solo. A evapotranspiração, que indica um melhor aproveitamento de
água, apresentou o menor valor quando foi utilizada a água submetida a essas
tecnologias (FLORES, 2019).

Considerações finais
Esses resultados indicaram o efeito benéfico da água de irrigação tratada
pelas tecnologias de magnetismo, infravermelho longo e ionização sobre o
crescimento, produtividade e qualidade das lavouras e da pecuária. Essas
tecnologias podem ser empregadas em todas as regiões, inclusive aquelas que
são desprovidas de água de qualidade (como água dura ou salina), propiciando
o cultivo de hortaliças e de frutas.
Apesar dos estudos destinados à utilização da água magnetizada na
agricultura irrigada, faz-se necessário que outras pesquisas sejam
desenvolvidas, principalmente no que se refere a propor maior rentabilidade aos
produtores agrícolas, diminuindo os custos com a plantação, aumentando a
produtividade e a eficiência em absorção dos nutrientes necessários para o
desenvolvimento da cultura (BROETTO; MINHONI; OLIVEIRA, 2018).
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