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Os significados do trabalho

ARTIGO ARTICLE
em unidades de terapia intensiva de dois hospitais brasileiros

The meanings of working


in intensive care unities of two Brazilian hospitals

Davi Baasch 1
Aline dos Santos Laner 2

Abstract Health workers working in Intensive Resumo Profissionais de saúde que trabalham
Care Unities experience complex situations where em unidades de terapia intensiva (UTI) vivenci-
there is suffering due to patients suffering, among am situações complexas, em que há sofrimento
other factors. This article aimed to verify the decorrente do sofrimento alheio, além de outros
meanings and the satisfaction arising from the fatores. Este artigo propôs-se a verificar os signifi-
work of 80 ICU employees at a public hospital cados e a satisfação advinda do trabalho de 80
from Santa Catarina and a private one from Rio funcionários de UTI de um hospital público cata-
de Janeiro. For data collection, questionnaires and rinense e de um privado fluminense. Para a coleta
interviews were used and the analysis was made de dados, utilizaram-se questionários e entrevis-
by descriptive statistics. It is noteworthy that the tas. Para a análise, estatística descritiva. Pode-se
meanings of working at the ICUs researched var- ressaltar que os significados do trabalho nas UTI
ied around the notion of social contribution and pesquisadas orbitam em torno da noção de con-
responsibility and/or exchange. Social relations tribuição social e também no âmbito da respon-
at work were shown as a central dimension for sabilidade e/ou troca. As relações sociais no tra-
most of the individuals. Most of them consider balho se mostraram como uma dimensão central
working not as something negative, but as one of para a maioria dos pesquisados. A maior parte
the most important item of their lives, surpassing deles considera o trabalho não como algo negati-
even the idea of the payment that it originates. It vo, mas como um dos itens mais importantes de
was observed that the understanding of the mean- suas vidas, ultrapassando até mesmo a ideia de
ings assigned to work is an essential factor to remuneração dele advinda. Pôde-se observar que
achieve the emotional balance of workers at hos- a compreensão dos significados atribuídos ao tra-
pitals and to understand the conditioning causes balho é uma variável essencial para se alcançar o
of possible disruptions of this balance, which is a equilíbrio emocional dos trabalhadores nos noso-
1
Faculdade do Litoral crucial factor for the promotion of mental health cômios, bem como para se entender as causas con-
Catarinense. Rua Santa and life quality at work. dicionantes de eventuais rompimentos deste equi-
Catarina 151, Bairro dos Key words Meanings of working, Health work- líbrio, fator crucial para a promoção da saúde
Estados. 88339-005
Balneário Camboriu SC. ers, Satisfaction, Mental health mental e qualidade de vida no trabalho.
davidbaasch@gmail.com Palavras-chave Significados do trabalho, Tra-
2
Departamento de
balhadores da saúde, Satisfação, Saúde mental
Administração Pública,
Universidade do Estado de
Santa Catarina.
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Baasch D, Laner AS

Introdução etc. O hospital privado é também uma referência


na região em que atua e é um dos mais modernos
Os profissionais de saúde que trabalham em uni- centros de prevenção, diagnóstico e tratamento
dades críticas, como no caso das unidades de te- do Estado do Rio de Janeiro. Para tanto, este hos-
rapia intensiva (UTI), vivenciam situações com- pital conta com uma unidade de emergência, um
plexas, pois seu cotidiano envolve casos de emer- centro cirúrgico, uma UTI geral com dez leitos,
gência, tempo prolongado de hospitalização e risco uma unidade cardiointensiva, etc.
de morte, dentre outros agravantes. Além disso,
o sofrimento do trabalhador da equipe de saúde
é também decorrente do sofrimento alheio, prin- As unidades de terapia intensiva
cipalmente quando a sua possibilidade de pro-
porcionar alívio a esse sofrimento é limitada. De As unidades de terapia intensiva contemporâne-
um lado, há uma satisfação pelo alívio do sofri- as, especificamente, são consideradas unidades
mento do outro; de outro, o sofrimento com as críticas para os ambientes hospitalares. De acor-
condições e limites pessoais, pelo ambiente de tra- do com Orlando et al.4, dentro das unidades de
balho ou pela patologia presente no paciente. Nas terapia intensiva, existe uma convergência multi-
UTI de hospitais encontramos, portanto, traba- profissional eminente e os resultados das ativi-
lhadores enfrentando situações de satisfação-so- dades desempenhadas nestas unidades depen-
frimento. Ou seja, é no cotidiano do seu processo dem sensivelmente do estreito relacionamento
de trabalho, no atendimento aos pacientes inter- entre os membros das equipes de trabalho e da
nados, em que se dá a dinâmica satisfação-sofri- colaboração interdisciplinar. O atendimento é
mento1. O papel dos profissionais de saúde, lon- voltado ao atendimento de pacientes com “efeti-
ge de se revestir de um significado meramente as- vo ou potencial comprometimento de funções
sistencial, se inscreve numa prática pluridimensi- vitais, devido à falha de um ou mais sistemas
onal. Vale lembrar que, da mesma forma como orgânicos, como consequência de doenças, trau-
sugere Wanderley Codo2, entendemos que, para matismos ou intoxicações”4. Trata-se de cuida-
compreendermos as causas do sofrimento psí- dos progressivos, podendo-se considerar a tera-
quico e, portanto, da saúde do trabalhador, deve- pia intensiva o nível mais complexo e avançado
mos analisar as atividades humanas geradoras dentro da hierarquia dos serviços hospitalares.
de significado: “[...] Por isso é preciso procurá-las A UTI é considerada uma unidade de elevada ten-
também no trabalho” 2. Borges e Argolo3 tam- são, “com incertezas no tocante à sobrevivência e
bém apontam que a motivação e o significado do ao aparecimento de eventos catastróficos, o que
traba-lho são importantes na preservação da saú- produz ansiedade, facilmente traduzida em es-
de mental dos trabalhadores e que se deve des- tresse” 4. A verdadeira meta da terapia intensiva é
pender especial atenção sobre o papel das variá- a redução da morbidade e mortalidade.
veis inerentes à relação do indi-víduo com o seu Campos e Orlando5 enaltecem a morte como
trabalho e com as organizações. o momento que mais desgasta a rotina do profis-
Este artigo é fruto de uma pesquisa de mes- sional de UTI, no cotidiano de sua atuação pro-
trado sobre os sentidos e a satisfação no traba- fissional. “Mesmo naquelas situações em que ela
lho, desenvolvida nas UTI de um hospital público já é esperada, sua comunicação formal aos fami-
situado na região de Florianópolis e de um hospi- liares produz, invariavelmente, reações emocio-
tal privado situado na cidade do Rio de Janeiro. O nais, às quais o intensivista não é absolutamente
hospital público é uma instituição com aproxi- imune”5. E estes autores acrescentam que a “ar-
madamente 1.200 trabalhadores efetivos e con- madura” que se vai construindo ao longo dos
tratados (excluem-se deste número aqueles que anos, como mecanismo de defesa emocional, não
prestam serviços para empresas terceirizadas) e é invulnerável. Além disso, a notícia de um óbito
recebe diariamente pacientes com diferentes pa- inesperado, súbito, é ainda (muito) mais descon-
tologias, oriundos de diversas localidades, especi- fortável. Trevisan1 destaca também o tempo pro-
almente porque executa atendimentos de emer- longado de permanência no local de trabalho, risco
gência e porque se localiza próximo a uma rodo- de morte, dentre outros agravantes.
via federal, onde muitos acidentes com fraturas Orlando et al.4 também mencionam que as
acontecem frequentemente. Este hospital conta equipes de trabalho nas UTI, desde alguns anos,
ainda com uma unidade de emergência, um cen- vêm-se ampliando sensivelmente, com a atuação
tro cirúrgico, uma UTI geral com cinco leitos, uma de enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas,
UTI neonatal, uma maternidade, ambulatórios, psicólogos, administradores e pessoal em trei-
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namento em hospitais universitários e centros lho, atributos descritivos, atributos valorativos e
formadores. Este fato reflete o aumento de com- hierarquia dos atributos. Os significados atribu-
plexidade no atendimento dispensado aos paci- ídos ao trabalho são atos dos indivíduos e muitas
entes críticos, “em grande parte alavancado pela vezes das organizações, do grupo e/ou da ocupa-
vertiginosa evolução tecnológica, com a conse- ção, fazendo parte efetiva da vida no trabalho9.
quente necessidade cada vez maior de especiali- Na abordagem humanista, verificam-se os
zação” 4. E a importância desta troca de informa- estudos comparativos sobre sentidos do traba-
ções é bastante visível também no relacionamen- lho realizados em diferentes países pela profes-
to entre os profissionais da UTI: enquanto em sora canadense Estelle Morin. Nestes, os aspec-
outras unidades de um hospital essa relação usu- tos mais valorizados encontrados foram os se-
almente se limita à execução, por parte dos pro- guintes: percepção das pessoas de realizarem ati-
fissionais de enfermagem, da prescrição médica, vidades pautadas na ética; compreensão do ob-
“na UTI o desempenho e a comunicação refle- jetivo; autonomia; autoavaliação satisfatória
tem-se diretamente nos resultados da Unidade”4. quanto à eficiência; geração de prazer e emoções
positivas e a possibilidade de experienciar rela-
ções humanas satisfatórias10. De acordo com
Os sentidos do trabalho Morin10 e Antonello11, três condições trazidas por
Hackman e Oldham contribuem para obter-se
A temática dos sentidos do trabalho tem sido pes- um trabalho com sentido. São elas: variedade das
quisada por diferentes autores em diversas ver- tarefas; identidade com o trabalho e a possibili-
tentes epistemológicas ao redor do mundo. Por dade de realizar algo do começo ao fim com re-
esta razão, buscamos inicialmente definir os ter- sultados; o significado do trabalho sobre o bem
mos satisfação e sentido através de suas etimolo- das pessoas, da organização e/ou da sociedade.
gias. O verbo satisfazer tem sua origem no latim: Estas autoras salientam ainda que os represen-
satis (suficiente) + facere (fazer) e pode também tantes da escola sociotécnica consideram neces-
ser entendido como “descarga completa, repara- sárias seis características para que um trabalho
ção, sentido de contentamento”. Para Santos6, a tenha sentido: ter variedade e ser desafiador; pos-
satisfação é um estado de realização, preenchi- sibilitar aprendizagem contínua; permitir auto-
mento. Já a palavra sentido vem do latim sensus, nomia e decisão; possibilitar reconhecimento e
compreendido como “faculdade da percepção, apoio; trazer uma contribuição social e permitir
significado ou interpretação, percepção, sentimen- um futuro desejável.
to, empreendimento”, ou do verbo sentire: “per-
ceber, sentir, saber”7. Como se pode ver, ambas as
definições remetem, sobretudo, à análise e com- Metodologia
preensão dos indivíduos. É válido lembrar que,
neste artigo, considera-se trabalho “[...] uma re- No intuito de analisar a relação que se estabelece
lação de dupla transformação entre o homem e a entre os significados do trabalho e a satisfação
natureza, geradora de significado”8. que os profissionais de saúde das UTI pesquisa-
De acordo com Tolfo et al. 9, a temática dos das, aplicou-se um questionário. Este instrumento
sentidos do trabalho começou a ser mais inten- foi traduzido e adaptado do questionário do
samente pesquisada depois da década de setenta Meaning of Working, do MOW International Re-
e, desde então, “diferentes correntes epistemoló- search Team12, grupo de pesquisa internacional
gicas deram suporte aos estudos. Dentre as prin- que desde a década de setenta tem unido esfor-
cipais vertentes contemporâneas, destacam-se as ços voltados à compreensão dos significados do
seguintes: sócio-histórica, construcionista, cog- trabalho. Além disso, baseamo-nos também nas
nitivista e humanista” 9. Este trabalho não ado- narrativas de cada um dos sujeitos durante as
tou, em essência, nenhuma das quatro aborda- entrevistas semi-estruturadas, as quais tinham
gens, muito embora tenha utilizado mais pres- como roteiro algumas perguntas que convida-
supostos das abordagens cognitivista e huma- vam os entrevistados a discursarem sobre suas
nista, sinteticamente apresentadas a seguir. atividades laborais.
Na perspectiva cognitivista, o significado do De modo similar ao proposto por Altenfel-
trabalho é definido como uma cognição multifa- der13, nesta etapa agrupamos em cada uma das
cetada, que tem caráter histórico, dinâmico e sub- narrativas os aspectos que julgávamos pudes-
jetivo. Os significados do trabalho são compos- sem ser agrega-dos, incluindo as falas mais fre-
tos por quatro variáveis: centralidade do traba- quentes ou que geraram maior motivação, emo-
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Baasch D, Laner AS

ção ou envolvimento dos sujeitos. O agrupamen- to, que nas UTI estudadas, a exigência por esco-
to destas falas foi possibilitando a criação de laridade é alta e a mão de obra é qualificada.
núcleos de significação. As questões isoladas e/
ou muito pouco frequentes narradas pelas indi-
víduos não foram incluídas neste artigo. A pes- Resultados
quisa caracterizou-se como descritiva. A análise
dos dados obtidos caracterizou-se por ser hori- Apresentaremos a seguir, inicialmente, os resul-
zontal, com corte transversal. tados obtidos através do questionário. Quando
Foram pesquisados, ao todo, oitenta sujei- questionados sobre a importância de seis áreas
tos: quarenta no hospital privado e quarenta no (a saber: lazer, comunidade, trabalho, formação,
hospital público, todos eles aleatoriamente esco- religião e família), verificou-se que os sujeitos
lhidos em cada setor. Destes, havia catorze médi- consideraram a família como a área mais im-
cos, dezessete enfermeiros, 34 técnicos de enfer- portante, tendo esta área obtido como nota me-
magem, três técnicos administrativos e doze au- diana, em escala decimal (variando, portanto, de
xiliares de enfermagem. As idades destes varia- 0 a 10), equivalente a 10 pontos (Q1/4 = 10 e Q3/4
ram de 21 a sessenta anos, com mediana igual a = 10). O trabalho veio em segundo lugar, com 6
35 anos (com quartil inferior, 25° percentil ou pontos (Q1/4 = 6 e Q3/4 = 8). Esta ordem de im-
“Q1/4” = 30 anos, e quartil superior, 75° percentil portância também foi encontrada por estudos
ou “Q3/4” = 43 anos). É importante sublinhar internacionais12,14, 15 e por Bastos et al.16 na Bahia.
que os resultados deste estudo não apresenta- Quanto ao significado atribuído ao trabalho
vam distribuição normal. Desta forma, optou- - não só à função atual, mas a toda vida profis-
se por utilizar medianas (e não médias) e quartis sional do indivíduo -, seis alternativas eram apre-
superiores e inferiores (e não desvios padrão), sentadas aos sujeitos. A saber: trabalhar lhe dá
uma vez que tais medidas representam os indiví- status e prestígio; trabalhar lhe fornece o susten-
duos típicos de um grupo e oferecem leituras mais to necessário; trabalhar mantém você ocupado;
fidedignas dos dados encontrados. trabalhar permite que você tenha contatos im-
Dentre os sujeitos pesquisados, havia 28 ho- portantes com outras pessoas; trabalhar é um
mens e 52 mulheres. Esta proporção de homens importante modo de você servir a sociedade; tra-
e mulheres reforça o debate acerca das profis- balhar por si só é basicamente interessante e sa-
sões de cuidado (medicina, enfermagem, dentre tisfatório para você. Os resultados desta questão
outras) serem predominantemente femininas. A são apresentados a seguir, na Tabela 1.
mediana de anos trabalhados por cada sujeito De acordo com os dados anteriormente apre-
no hospital pesquisado foi de sete anos (com Q1/ sentados, nesta questão, os resultados do traba-
4
= 2,12 anos e Q3/4 = 15 anos); já na unidade lho mais apropriados para os sujeitos pesquisa-
(UTI), a mediana de anos trabalhados foi de cin- dos no hospital público foram, respectivamente:
co anos (com Q1/4 = 2 e Q3/4 = 11,75 anos). No “trabalhar lhe fornece o sustento necessário”, “tra-
tocante ao estado civil destes oitenta sujeitos, 54 balhar por si só é basicamente interessante e sa-
deles eram casados, vinte eram solteiros, três, vi- tisfatório”, “trabalhar é um importante modo de
úvos e três eram divorciados. Nas UTI pesquisa- você servir a sociedade”, “trabalhar permite ter
das, os turnos de trabalho são usualmente de contatos importantes com outras pessoas”. Es-
doze horas, divididos em diurno e noturno. Cada tes resultados nos permitem inferir que os traba-
trabalhador deve trabalhar dez plantões por mês, lhadores de saúde, antes de mais nada, preocu-
usualmente trabalhando doze horas em um dia e pam-se com a dimensão econômica do trabalho
folgando, posteriormente, sessenta horas (2 dias (pagamento adequado, importância do rendi-
e meio). Alguns trabalhadores, por motivos es- mento como um resultado valorizado do traba-
peciais (como estudos, outras atividades labo- lho e o papel significativo do dinheiro). Também
rais, etc.), trabalham somente seis horas por dia, se pôde observar que, para os entrevistados, o
cinco vezes por semana. trabalho se reveste de uma conotação positiva (o
A maior parte dos sujeitos (44) apresenta es- trabalho é interessante e satisfatório) e que as
colaridade elevada (com nível superior completo tarefas do trabalho apresentam uma orientação
ou incompleto/em andamento e/ou pós-gradu- social (contribuição social) acentuada. Isso pa-
ados), 27 trabalhadores têm nível técnico (curso rece ter relação com a própria função que os tra-
técnico de enfermagem), seis concluíram o ensi- balhadores têm dentro da UTI. Trata-se de ativi-
no médio e apenas três concluíram somente o dades cuja representação social predominante é
ensino fundamental. Pode-se perceber, portan- o cuidado. Ou seja, o “servir à sociedade” dá-se
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na medida em que os pacientes recebem os aten- perceberam que uma dimensão dominante se
dimentos. apresentava, na qual indivíduos que definem
Com o objetivo de verificar o que cada sujei- abundantemente trabalho em termos de fardo e/
to entende como trabalho, foram apresentadas ou obrigação enfatizam custos para o indivíduo;
catorze frases. Cada sujeito deveria assinalar, den- indivíduos que definem abundantemente traba-
tre as catorze, as quatro que melhor definem lho como termos de responsabilidade e troca
quando uma atividade é vista como trabalho. A enfatizam relações de recíproca troca entre o in-
Tabela 2 mostra o total de votos que cada frase divíduo e a organização/sociedade; indivíduos
recebeu em cada hospital. que definem abundantemente trabalho como ter-
A partir dos resultados anteriormente apre- mo de contribuição social enfatizam os benefíci-
sentados, pode-se perceber que os indivíduos os sociais de trabalhar.
pesquisados predominantemente definem uma No intuito de verificar a centralidade absoluta
atividade como trabalho em termos de uma con- do trabalho na vida de cada um dos responden-
tribuição social, em primeiro lugar, e de respon- tes, foi solicitado aos participantes que assinalas-
sabilidade ou troca, em segundo. É também vital sem uma escala de importância do trabalho (va-
destacar que a dimensão fardo e/ou obrigação riando de 1 até 7). A mediana das respostas obti-
foi pouco assinalada por estes entrevistados (“não das nesta questão (transformada para escala de-
é prazerosa”, por exemplo, recebeu apenas 1 voto). cimal), foi igual a 10 (Q1/4 = 8,33 e Q3/4 = 10). Isso
Ruiz-Quintanilla e England17 constataram que, demonstra que o trabalho tem desempenhado
ao perguntar aos sujeitos de sua pesquisa quan- um papel central na vida dos respondentes. Har-
do consideram uma atividade como trabalho, paz e Fu18 argumentam ainda que valores altos de

Tabela 1. Significado do trabalho.

Trabalhar... Nota mediana Q1/4 Q3/4


lhe dá status e prestígio 2 0 6
lhe fornece o sustento necessário 8 6 10
mantém você ocupado 2 0 4
permite ter contatos importantes com outras pessoas 4 4 6
é um importante modo de você servir a sociedade 6 4 8
por si só é basicamente interessante e satisfatório 6 4 10

Tabela 2. Quando uma atividade é vista como trabalho.

Uma atividade é vista como trabalho se... Frequência das respostas


você a desempenha em um ambiente de trabalho 44
alguém lhe diz quais atividades você deve fazer 12
é fisicamente desgastante 11
pertence à sua tarefa 28
você a desempenha para contribuir à sociedade 50
através dela, você obtém o sentimento de inserção social 33
é mentalmente desgastante 6
você a desempenha em um horário determinado 34
acrescenta valor a alguma coisa 31
não é prazerosa 1
você ganha dinheiro por fazê-la 42
você tem que contar com ela 8
você tem que fazê-la 13
outros lucram através dela 7
Total 320
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centralidade do trabalho se mostraram positiva- nº 26, por exemplo, afirmou o seguinte: “Claro
mente relacionados à satisfação no trabalho. que dinheiro... a gente trabalhar por dinheiro, mas
Embora os sujeitos não citem o trabalho (mas também tem que trabalhar por prazer. Então, pra
sim a família) como a principal variável quando mim, é as duas coisas.”
valoram aspectos da sua vida, quando o avaliam Digno de destaque também foi o sentimento
individualmente, aferem a ele uma importância positivo que os entrevistados expuseram em vir-
muito elevada, o que reforça a centralidade do tude da disponibilidade de recursos (condições,
trabalho como uma variável determinante da equipamentos, salário, estrutura, etc.) em seus
constituição da identidade dos sujeitos. É impor- locais de trabalho. Um número de 21 sujeitos
tante resgatar que a “[…] Centralidade do Tra- mencionaram esta variável durante suas entre-
balho é definida como o grau de importância que vistas: “Porque as outras UTI por onde eu passei
o trabalho tem na vida de um indivíduo em qual- eram, assim, muito pobrezinhas, arcaicas. Não ti-
quer momento. A centralidade do trabalho lida nha o que tinha aqui, entendeu? Tudo de ponta.
com a questão: ‘Quão central ou importante é o Então eu fiquei maravilhada com tudo que eu vi
papel do trabalho na vida de alguém’?” 14. aqui. Cada um com o seu respirador, seu leito. Eu
Com relação aos resultados obtidos pelas fiquei maravilhada”. (Entrevistado nº 51).
entrevistas semi-estruturadas feitas com os oi- Complementando esta evidência, vimos que
tenta sujeitos, abordaremos a seguir os núcleos 24 pessoas relataram sentimentos negativos em
de significação mais significativos. virtude da falta de recursos (condições, estrutu-
O envolvimento emocional com o trabalho ra, salário, equipe de trabalho, etc.) no trabalho,
(com os colegas, com os pacientes atendidos, etc.) como demonstra a seguinte fala: “Também tem a
foi comentado por dezoito trabalhadores das falta de recursos. A gente tem que ficar enjambran-
UTI pesquisadas. O relato do entrevistado nº 27 do.” (Entrevistado nº 9). Estes resultados tam-
ilustra um pouco deste envolvimento: “Mas tem bém se aproximam daqueles encontrados pelas
dia que, por mais que tu não queiras, tu te envol- variáveis MOW que objetivavam medir a orien-
ves assim. Aí eu tento não misturar. Porque às tação econômica dos trabalhadores.
vezes tu sai daqui um pouco atormentada, até por- O seguinte núcleo de significação mostrou-se
que tu teve um dia agitado, ou porque aconteceu muito frequente nas entrevistas realizadas: senti-
alguma coisa, ou porque a família te envolve. Por mentos e/ou pensamentos positivos com relação
mais que a gente não deseje, a gente se envolve um ao trabalho (ex.: gosto do meu trabalho, traba-
pouco. Eu tento não... mas às vezes nem sempre dá lhar é importante, é agradável, é tudo pra mim,
pra separar. Às vezes a gente vai pra casa, às vezes a etc.); cinquenta pesquisados mencionaram esta
gente chega a sonhar com paciente! Como esses variável em seus relatos, também ilustrado no
pacientes que ficam muito tempo aqui assim. A depoimento a seguir: “O trabalho, pra mim, é a
gente acaba se envolvendo com a família e, no fim, coisa mais importante que existe. O meu trabalho
até quando tu pegas férias, tu fica: ‘o que será que é a coisa mais importante. E eu gosto daquilo que
aconteceu?’ Tu não consegues te desligar completa- eu faço. Eu não iria trabalhar se não fosse isso”.
mente, entendeu?” (Entrevistado nº 26). É importante aqui mencio-
A sensação de cansaço, sobrecarga, desgaste nar que, de acordo com os resultados encontra-
(físico e/ou mental) no trabalho foi destacada dos por Morin et al.19, um trabalho com sentido
por 38 pessoas das UTI analisadas. Muitos sujei- dá prazer a quem o exerce: o indivíduo que tra-
tos lembraram que, além do habitual desgaste balha gosta de suas atividades, aprecia o que faz.
que um plantão de doze horas costuma trazer, Estes resultados têm relação com os encontra-
há também um desgaste físico incremental, de- dos através das variáveis MOW de centralidade e
corrente das mudanças de decúbito e demais tra- de orientação expressiva do trabalho.
balhos “braçais” com os pacientes, como ilustra Experiências positivas oriundas de relaciona-
o entrevistado nº 56: “Depois [do trabalho], eu mentos interpessoais no trabalho (ex.: coleguis-
fico cansado, né? Bate o cansaço, mas ao mesmo mo, união da equipe, etc.) foram também relata-
tempo dá aquela sensação de dever cumprido tam- das por quarenta entrevistados, o que pode ser
bém. Dá uma sensação de cansaço, mas um cansa- demonstrado pela seguinte narrativa: “Então, eu
ço bom. Cansaço que foi por uma coisa produtiva, acho que [o que me deixa feliz é] o ambiente, as-
que valeu a pena. “ sim. Eu acho que o coleguismo, a amizade entre as
Alguns trabalhadores (14) manifestaram pre- pessoas, desde a zeladoria aos médicos e a outros
ocupação com sua própria qualidade de vida, profissionais que entram aqui na UTI. Acho isso
bem-estar ou saúde no trabalho. O entrevistado bem importante.” (Entrevistado nº 5). A antítese
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deste núcleo de significação, ou seja, aborrecimen- latos dentre os sujeitos estudados. Quanto à pre-
to ou tristeza em virtude de relacionamentos in- ocupação pelo feedback alheio, Trevisan1, em seu
terpessoais no trabalho, foi relatada por 27 sujei- estudo, revela que, no processo de cuidado, a re-
tos. Se somarmos, teremos 67 pessoas (83,75% cuperação e a visita dos pacientes trazem satisfa-
de 80) atribuindo importância aos relacionamen- ção para os trabalhadores de saúde, que se con-
tos interpessoais em seus discursos. É importante sideram gratificados por não serem esquecidos
pôr em evidência que os respondentes tchecos, do cuidado que prestaram.
eslovacos e húngaros do estudo MOW também
enfatizaram a dimensão social do trabalho, espe-
cialmente a importância de bons relacionamen- Considerações finais
tos com supervisores e colegas de trabalho14,15.
Por semelhante modo, Morin et al.19 também in- Percebe-se que a ideia de contribuição social atra-
dicam que os entrevistados de sua pesquisa rela- vés do trabalho deve ser levada em consideração
taram o trabalho como uma importante fonte de em se tratando de profissionais de saúde. Trata-
relacionamento entre pessoas. Estas autoras ain- se de um significado socialmente construído e
da supõem que possa haver perda de significado compartilhado por trabalhadores deste segmen-
do trabalho em situações que as relações inter- to. À guisa de exemplo, verifica-se que alguns
pessoais possam ser fonte de frustração. profissionais desta área relataram insatisfação
Um núcleo de significação também muito fre- quando impossibilitados de contribuir com a
quente nos relatos das entrevistas semi-estrutu- sociedade através de suas atividades no traba-
radas foi o sentimento de impotência ou frustra- lho. Tais trabalhadores ficam aborrecidos ao
ção no trabalho (em virtude de não poder resol- exercerem atividades “burocráticas”, ao preen-
ver algum problema ou devido à falta de liberda- cherem formulários desnecessários ou cumpri-
de/autonomia, por exemplo). Tal percepção foi rem normas cujo propósito é desconhecido. Al-
compartilhada por 28 indivíduos. Como eviden- guns profissionais mencionaram também que,
ciado na seguinte fala: “E o que me aborrece às anteriormente, quando trabalhavam em outros
vezes é tu não poderes ajudar um doente por falta setores (como na emergência ou em ambulatóri-
de equipamentos ou recursos ou porque às vezes os), sentiam-se entristecidos quando eram pri-
não tem mesmo o que fazer. Tu te sentes impotente vados da oportunidade de prestar cuidados de
em não poder ajudar, porque não depende só da saúde a pacientes necessitados, “atendendo por
gente.” (Entrevistado nº 11). Em um trabalho atender”. Atender pacientes que verdadeiramen-
sobre a díade sofrimento-satisfação de uma equi- te necessitam de atendimento médico é, ao con-
pe de saúde no atendimento a crianças queima- trário, algo visto positivamente. Assim sendo, não
das, Trevisan1 alerta que o sofrimento do traba- se pode desconsiderar esta informação em se tra-
lhador da área de saúde é também decorrente do tando de saúde mental e qualidade de vida de
sofrimento do outro, principalmente quando a trabalhadores de instituições hospitalares.
sua possibilidade de proporcionar alívio a esse Vale acentuar ainda que o trabalho não é
sofrimento é limitada. “De um lado, há uma sa- compreendido, pela maioria dos sujeitos das duas
tisfação pelo alívio do sofrimento do outro; por instituições, como uma forma de obrigação ou
outro lado, o sofrimento com as condições e li- fardo; ou seja, algo que traz sacrifícios e desmo-
mites pessoais, pelo ambiente de trabalho ou pela tivação aos sujeitos, exemplificando o trabalho
patologia presente no outro” 1. O sofrimento pela como algo negativo.
patologia presente nos pacientes das UTI ou um No que tange às questões explicitadas pelas
sentimento de zelo e/ou preocupação pelo próxi- entrevistas, é importante destacar que o senti-
mo pôde ser observado nos relatos em mais da mento de impotência, tristeza, frustração oriun-
metade das entrevistas realizadas. Muitos dos do da impossibilidade de se resolver alguns pro-
entrevistados também parecem concordar com blemas no trabalho persegue frequentemente a
Trevisan1, quando este autor afirma que “depois rotina dos trabalhadores em UTI e também tem
do cuidado, poder gerar saúde e condições de relação direta com os recursos de trabalho ofere-
melhora para as crianças e para a família é praze- cidos pela instituição. Instituições cuja oferta de
roso para a equipe de saúde”. recursos de trabalho é maior (frequentemente
A preocupação com a opinião alheia (reco- hospitais privados, como ocorreu nesta pesqui-
nhecimento e/ou gratidão por parte de pacientes sa) comumente abrandam tais sentimentos. Em
ou colegas de trabalho, por exemplo), ou a au- nosocômios onde os recursos costumam ser mais
sência desta opinião, foi alvo de muitos (18) re- escassos (hospitais públicos), por outro lado, a
1104
Baasch D, Laner AS

impossibilidade de se resolver problemas no tra- ras a patologias que não permitem tal solução.
balho tende a aumentar. Além disso, a remuneração pecuniária se apre-
Deve-se frisar ainda a importância das rela- senta como um item importante para a ausência
ções sociais no trabalho. Não raras vezes os su- de insatisfação no trabalho, mas a ideia de se re-
jeitos entrevistados relataram sentimentos posi- alizar um trabalho, produzir bons resultados, pa-
tivos advindos de relacionamentos interpessoais rece ultrapassar este item. É importante, pois, per-
no trabalho. Muitos sujeitos também demons- mitir que este objetivo seja contemplado pelos
traram sentimentos negativos em virtude de re- sujeitos atuantes na área hospitalar.
lacionamentos interpessoais no ambiente de tra- Por fim, evidencia-se a importância da con-
balho. Além disso, muitos indivíduos demons- tribuição desta pesquisa sobre os profissionais
traram sentimentos positivos em virtude de feed- da saúde. Buscou-se demonstrar uma realidade
back de outras pessoas, não só colegas de traba- vivida por trabalhadores de unidades de terapia
lho, mas também pacientes ou familiares. Desta intensiva em hospitais brasileiros. Evidentemen-
forma, pode-se observar que a dimensão social te, pode-se compreender que a compreensão dos
do trabalho mostrou-se central para a maioria significados atribuídos ao trabalho é uma variá-
absoluta dos entrevistados. vel essencial para se alcançar o equilíbrio emocio-
A partir dos resultados revelados por este tra- nal dos trabalhadores nos nosocômios, bem
balho, pode-se ressaltar que os sentidos do tra- como para se entender as causas condicionantes
balho nas UTI pesquisadas, em linhas gerais, dos (eventuais) rompimentos deste equilíbrio.
orbitam em torno da noção de cuidado para com Desta forma, espera-se contribuir para a saúde
o próximo, da preocupação social, do zelo pela do trabalhador e, também, possibilitar possíveis
qualidade dos serviços prestados, da frustração intervenções em cujo norte jaz a ideia de melho-
ou sentimento de impotência originados ora pela res padrões de atendimento à saúde e melhor
escassez de recursos (sobretudo no setor públi- qualidade de vida no trabalho aos sujeitos que
co) ora pela impossibilidade de se equacionar cu- atuam nesta direção.

Colaboradores

D Baasch trabalhou na pesquisa, na interpreta-


ção dos dados e na redação final. AS Laner tra-
balhou na concepção da pesquisa, metodologia
e análises dos resultados.
1105

Ciência & Saúde Coletiva, 16(Supl. 1):1097-1105, 2011


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