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A escolha dentre os diversos protocolos pelo Perito exige uma metodologia bem
definida que confere rigor científico à análise da Comportamento Não Verbal; que
permita ao analista (perito) codificar e decodificar o observável, colocando-o em
um contexto preciso, analisando o vídeo existente, levantando hipóteses sobre a
presença ou ausência de determinadas situações e concluindo quaisquer pistas a
seguir ou ações a serem tomadas.
No nível forense esta análise tem que permitir encurtar o tempo dos processos, dar
uma visão clara ao julgador e identificar antecipadamente eventuais inconsistências
comportamentais e declarativas das pessoas envolvidas.
O que se deve observar, pelo Perito, é o contexto, nos vários canais não verbais.
Mais um que ganha bastante importância são os micro movimentos, chamados
microexpressões faciais, descobertos por Hagard e Isaacs em 1966 e depois
aprofundados e cientificadas por Ekman. Este último, juntamente com Wallace V.
Friesen, codificou as expressões emocionais e não emocionais, mapeando os 43
músculos faciais envolvidos e inserindo-os no sistema de codificação FACS (Facial
Action Coding System), EMFACS (Emotional FACS), FACSAID (FACS Affect Interpretation
Dictionary), que é usado como base do protocolo como o SCAnS e o NBAM.
Esses pequenos movimentos musculares duram entre 1/15 (um quinto) e 1/25 (um vinte
cinco avos) de segundo e são a base da expressão emocional humana e da análise do
comportamento não verbal. São involuntários, aparecem na face com maior ou menor
intensidade, podem aparecer somente em parte dos músculos faciais, não exigindo a
prototipagem padrão da emoção sentida e estão relacionados com a emoção primária.
Ao contrário da expressão facial completa, são muito difíceis de controlar,
manipular ou impedir de aparecer, principalmente se conflitarem com outros canais
de comportamento e comunicação.
O texto pode parecer confuso para iniciantes, mas pode-se afirmar que todo esse
conhecimento é baseado em processos cognitivos, motivacionais e emocionais,
relacionados à percepção consciente e inconsciente de estímulos.
O Perito não conseguirá identificar com certeza a motivação que pode levar uma
pessoa a tentar controlar determinada expressão emocional, muitas vezes invisível.
Ele se limitará a identificar a existência de tais expressões, observando em
particular se a conduta é intencional, automática (como no caso das
microexpressões), ausente ou com tentativa de controle fracassada.
O estudo do contexto dará a emoção que provavelmente deveria ser estimulada pela
situação específica que o indivíduo está vivenciando. Esta então será comparada com
a expressão facial realmente apresentada, ou até mesmo a sua ausência. Todos esses
dados serão utilizados para a conclusão do Perito.
CONCLUSÕES
Com a evolução das descobertas neurocientíficas no estudo do comportamento humano,
houve também o desenvolvimento progressivo de ferramentas e metodologias objetivas
para apoiar o trabalho de Perito em Análise de Credibilidade. Essas ferramentas,
atualmente, são adotadas pelos diversos órgãos de segurança e do Judiciário em todo
o mundo para desenvolver hipóteses e tornar suas investigações e julgamentos mais
confiáveis.
BIBLIOGRAFIA
1. Darwin C. A expressão das emoções no homem e nos animais. Nova York: Appleton
and Company, 1872.
2. Lorenz K. Evolução e modificação do comportamento. Chicago: University of
Chicago Press, 1975.
4. LaBarre W. A base cultural das emoções e dos gestos. J Pers 1947; 16: 49-68.
7. Ekman P, Friesen WV, Hager C. Sistema de Codificação de Ação Facial. EUA, 2002.
8. Ekman P, Friesen WV. O sistema de codificação da ação facial (FACS): uma técnica
para a medição da ação facial. Palo Alto: Consulting Psychologists Press, 1971.
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