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Farmacologia Básica e
Terapêu ca Veterinária:
um guia para a manipulação
de medicamentos
1ª Edição
2019
Farmacologia básica e terapêutica
veterinária: um guia para a
manipulação de medicamentos
Farmacologia básica e terapêutica veterinária: um guia para a
manipulação de medicamentos
1ª Edição
2019
1 ed.
Starosky, Gisele Luana; Piazera, Renata D’Aquino Faria. Farmacologia básica e terapêutica
veterinária: um guia para a manipulação de medicamentos. 1. ed. Jaraguá do Sul: 2019.
Registro 397/PR/19
INTRODUÇÃO
aa – aminoácidos
CoA – coenzima A
dL – decilitro
FOS – fruto-oligossacarídeos
g – grama
h – hora
HV — hospital veterinário
IgM – imunoglobulina M
IM – via intramuscular
IP – via intraperitoneal
mcg – microgramas
mL – mililitro
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M.V. – médico veterinário
ng – nanogramas
SC – subcutâneo
VO – via oral
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tab (tabella) – comprimido
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1. PRINCIPAIS CONCEITOS EM FARMACOLOGIA E TERAPÊUTICA VETERINÁRIA
Dose única – Dose única do medicamento capaz de ter eficácia comprovada no tratamento.
Droga – Qualquer substância química que possa agir em um organismo vivo, produzindo
alterações que podem ser tanto maléficas como benéficas.
Excipiente – substância inerte que pode ser incorporada em alguns medicamentos, a fim de
completar a massa do medicamento.
Fármaco – Termo que tem sido usado tanto como sinônimo de droga quanto de medicamento.
Na terminologia farmacêutica, fármaco é designado como uma substância química conhecida e
de estrutura química definida e que possui propriedades farmacológicas, ou seja, o princípio
ativo do medicamento.
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Farmacopeia Brasileira – Conjunto de informações técnicas (normas e monografias) de
farmoquímicos estabelecidas pelo Brasil.
Medicamento de venda livre – Medicamento cuja dispensação não requer receita expedida
pelo profissional.
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tratamento das doenças dos animais, incluindo os aditivos, suprimentos promotores,
melhoradores da produção animal, medicamentos, vacinas, antissépticos, desinfetantes de uso
ambiental ou equipamentos, pesticidas e todos os produtos que, utilizados nos animais ou no
seu hábitat, protejam, restaurem ou modifiquem suas funções orgânicas e fisiológicas, bem
como os produtos destinados ao embelezamento dos animais”.
Remédio – Tudo aquilo que cura, alivia ou evita uma enfermidade, abrangendo não só os
agentes químicos (medicamentos), como também os agentes físicos (duchas, massagens).
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2. PRESCRIÇÃO DE RECEITAS
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• Porte e peso: é importante considerar o porte e o peso do animal em questão. Em
animais obesos, por exemplo, é importante reajustar as doses de alguns medicamentos
que possuem baixa lipossolubilidade.
• Raças: algumas raças são particularmente sensíveis a determinados medicamentos.
Exemplo disso é a toxicidade da ivermectina para cães das raças Collie, Pastor de
Shetland, entre outros.
• Idade: a administração de alguns medicamentos para animais jovens ou idosos deve ser
feita com cautela, pois, devido a algumas particularidades, eles podem sofrer efeitos
colaterais.
• Sexo: é importante observar a administração de medicamentos para animais gestantes,
por exemplo.
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2.4 Siglas comuns utilizadas em prescrições
AMP.................................................. ampola
Ca...................................................... cálcio
CP/comp........................................... comprimido
Cr...................................................... creme
cx...................................................... caixa
EV..................................................... endovenosa
Fr...................................................... frasco
g....................................................... grama
Gts.................................................... gotas
h....................................................... horas
IM..................................................... intramuscular
IV...................................................... intravenoso
KCl................................................... cloreto de potássio
kg..................................................... quilograma
L....................................................... litro
mcg.................................................. micrograma
mEq.................................................. miliequivalente
mg.................................................... miligrama
Mg.................................................... magnésio
min................................................... minuto
mL..................................................... mililitro
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NaCl.................................................. cloreto de sódio
Seg.................................................... segundo
SC...................................................... subcutâneo
Sol..................................................... solução
Susp.................................................. suspensão
VO..................................................... via oral
VR..................................................... via retal
XP...................................................... xarope
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3. CÁLCULO DE DOSES DE MEDICAMENTOS
Exemplo
Cão: 20 kg
Posologia: 10 mg/kg
Exemplo
Cão: 10 kg
50 mg
mL necessários = = 0,25 mL
200 / mL
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – 1
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4. FARMACODINÂMICA
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Alguns indivíduos podem apresentar reações diferentes a determinados medicamentos,
as quais podem ser exacerbadas ou reduzidas. Algumas delas são explicadas na sequência:
• Hiper-reação: os indivíduos apresentam respostas a doses baixas de determinados
medicamentos, as quais não causam efeitos na maioria da população.
• Hiporreação: os indivíduos necessitam de doses maiores para desencadear
determinado efeito farmacológico do que aquelas normalmente utilizadas pela maioria
da população.
• Tolerância: baixa sensibilidade (hiporreatividade) que resulta de uma exposição prévia
ao medicamento, a qual causa alterações farmacocinéticas e/ou farmacodinâmicas e
promove com o passar do tempo uma resposta farmacológica menor.
• Dessensibilização: hiporreatividade que se desenvolve dentro de alguns minutos.
• Idiossincrasias: ocorrência de um efeito inesperado após o uso de um medicamento que
acomete pequena porcentagem dos indivíduos.
• Supersensibilidade: aumento do efeito de um medicamento, causado pela elevação da
sensibilidade de receptores sinápticos.
• Hipersensibilidade: efeito causado por reações alérgicas decorrentes da ligação
antígeno-anticorpo, o que promove a liberação de histamina.
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Princípio ativo Dose tóxica/efeitos de sobredose
Segundo alguns dados, cães que receberam 1,5 g/kg por via oral
desenvolveram êmese e tiveram diminuição da pressão arterial. Cães
Captopril
recebendo doses maiores que 6,6 mg/kg a cada 8 horas podem
desenvolver insuficiência renal.
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Cavalos normais recebendo doses de até 50 mg/kg/dia (50x) durante
Diclazurila 42 dias desenvolveram apenas efeitos marginais (diminuição do
ganho de peso, aumento da creatinina, BUN).
A dose letal aguda mínima em cães é >2 gramas/kg, via oral. Altas
Famotidina
doses podem causar hipotensão, taquicardia e colapso.
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A sobredosagem aguda pode causar problemas de equilíbrio de
eletrólitos e de água, efeitos no SNC, como letargia em coma e
Hidroclorotiazida
convulsões, e efeitos gastrointestinais (hipermotilidade, desconforto
gastrointestinal). Aumentos transitórios no BUN foram relatados.
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Os sinais clínicos mais predominantes esperados são hipotensão e
bradicardia. Outros efeitos possíveis podem incluir reações do SNC
Propranolol (consciência deprimida a convulsões), broncoespasmo, hipoglicemia,
hipercalemia, depressão respiratória, edema pulmonar, outras
arritmias ou assistolia.
4.4.1 Sinergismo
26
4.4.2 Antagonismo
27
Anticoncepcionais Redução da atividade terapêutica e sangramento de
orais/Carbamazepina escape
Redução da atividade terapêutica e sangramento de
Anticoncepcionais orais/Fenitoína escape
Anti-hipertensivos/Fenotiazínicos Hipotensão
Anticolinérgicos/Antidepressivos Íleo adinâmico
Amicacina e gentamicina/AINEs Aumento do risco de nefrotoxicidade
Aminoglicosídeos/Digoxina Redução da absorção da digoxina
Bradicardia, parada sinusal e diminuição do débito
Amiodarona/Diltiazem e verapamil cardíaco
Amiodarona/Propranolol e
metoprolol Hipotensão arterial, bradicardia e parada cardíaca
Amiodarona/Lidocaína Convulsão
Amiodarona/Amitriptilina ou
domperidona ou levofloxacino ou
claritromicina Arritmias ventriculares
Amiodarona/Ondansetrona Hipopotassemia, hipomagnesemia e risco de arritmias
Amiodarona/Digoxina Náuseas, êmese e arritmia (toxicidade pela digoxina)
Ampicilina/Doxiciclina Diminuição da eficácia da ampicilina
Anfotericina B/Ciclosporina Aumento do efeito nefrotóxico da ciclosporina
Diminuição do efeito anti-hipertensivo do
Atenolol/ampicilina betabloqueador
Atracúrio/aminoglicosídeos Potencialização dos efeitos do relaxante muscular
B
Barbitúricos/Naloxona Bloqueio da depressão do Sistema Nervoso Central
Barbitúricos/Propranolol Aumento da biodisponibilidade e meia-vida
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Corticosteroides/Rifampicina Redução dos efeitos dos corticosteroides
Corticosteroides/Carbamazepina Redução dos efeitos dos corticosteroides
Corticosteroides/Fenitoína Redução dos efeitos dos corticosteroides
D
Digoxina/Espironolactona Toxicidade digitálica
E
Risco de disfunção renal e diminuição do efeito anti-
Enalapril/AINEs hipertensivo
Enalapril e Aumento da diurese, aumento do efeito seguido e
captopril/Espironolactona hiperpotassemia grave
Enalapril/Trimetoprima Aumento da hiperpotassemia
Enrofloxacina/Teofilina Redução da concentração plasmática de teofilina
Prolongamento da meia-vida de ambos os
Enrofloxacina/Flunixina meglumina medicamentos
Possível toxicidade devido ao aumento dos efeitos dos
Eritromicina/Corticosteroides corticosteroides
Eritromicina/Varfarina Aumento do efeito anticoagulante
Eritromicina/Alfentanila Aumento dos níveis plasmáticos de alfentanila
F
Fenilbutazona/Anticoagulantes
(orais) Redução do efeito anticoagulante
I
Aumento dos níveis plasmáticos de ciclosporina em
Itraconazol/Ciclosporina quase 40%
L
Lidocaína/Tramadol Aumento do risco de convulsões
Lidocaína/Succinilcolina Apneia prolongada
M
Marbofloxacino/Teofilina Redução da concentração plasmática de teofilina
Medetomidina/atipamazol Reversão dos efeitos sedativos
Meperidina/Cetoprofeno Ação analgésica
Risco de convulsão aumentado, aumento dos efeitos
Metoclopramida/Tramadol sedativos
Metoclopramida/Midazolam Aumento dos efeitos sedativos
Metoclopramida/Morfina Aumento dos efeitos sedativos
Metronidazol/Anticoagulantes Redução dos efeitos anticoagulantes
O
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Prolongamento da meia-vida de ambos os
Omeprazol/Teofilina medicamentos
Prolongamento da meia-vida de ambos os
Omeprazol/Verapamil medicamentos
P
Penicilinas/Antiácidos Má absorção no sistema gastrointestinal
Penicilinas/Metoclopramida Má absorção no sistema gastrointestinal
Penicilinas/Neomicina Má absorção no sistema gastrointestinal
R
Rifampicina/Anticoagulantes Redução do efeito do anticoagulante
Rifampicina/Corticosteroides Redução dos efeitos dos corticosteroides
Rifampicina/fenitoína Risco aumentado de convulsões
S
Sulfonamidas/Metotrexato Reação tóxica exagerada, hipertireoidismo
Suplementos de
K+/Espironolactona Hiperpotassemia pronunciada
T
Tetraciclina/Antiácidos Diminuição do efeito das tetraciclinas
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5. FARMACOCINÉTICA
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do carreador de acordo com o gradiente de concentração. Um exemplo desse tipo de transporte
é a entrada de glicose nas células.
Já no transporte ativo, o medicamento é movido por transportadores específicos contra
o gradiente de concentração e, dessa forma, há gasto de energia. Como exemplo, podemos
mencionar a glicoproteína P, que transporta uma série de substâncias químicas para fora das
células e impede o acúmulo delas no meio intracelular.
Para que um medicamento alcance seu efeito terapêutico, é necessário que o mesmo
alcance o órgão-alvo em uma concentração satisfatória. Para tanto, algumas barreiras biológicas
devem ser ultrapassadas para que o medicamento seja transportado até o seu local de ação.
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• Barreira placentária: a estrutura anatômica da placenta varia conforme as espécies
animais em níveis macro e microscópicos, e essas diferenças se refletem nos
mecanismos de troca de substâncias. A classificação das placentas são: endocorial
(carnívoros), hemocorial (primatas e roedores) e epiteliocorial (ruminantes, suínos e
equinos). Nesta última, existem camadas tissulares espessas que impedem a passagem
de anticorpos maternos para o feto, explicando o fato de que o colostro é extremamente
importante para esses animais. A transferência de substâncias químicas de baixo peso
molecular e lipossolúveis pela barreira placentária pode ocorrer por difusão simples,
facilitada, transporte ativo ou até mesmo pinocitose.
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Para que um medicamento seja absorvido pelas vias digestivas, é necessário que ele seja
liberado da sua forma farmacêutica e que tenha a capacidade de atravessar as barreiras
celulares do sistema gastrointestinal. As vias digestivas são: oral, sublingual, retal e ruminal.
• Via oral: mais segura que outras vias, porém, deve-se considerar a variação entre as
espécies na biodisponibilidade oral. Formas farmacêuticas disponíveis por essa via
incluem soluções, líquidos, suspensões, géis, pastas, cápsulas, tabletes, bólus ruminal,
pós e grânulos para a adição no alimento, pós solúveis para adição na água de bebida e
premix, adicionado no alimento.
Preparações revestidas (entéricas): o revestimento entérico, também conhecido
como gastrorresistente, é uma técnica utilizada para proteger o medicamento do
ácido gástrico e liberando-o apenas no intestino, onde ocorre sua dissolução e
liberação. Esse revestimento é muito utilizado para medicamentos que são instáveis
em meios ácidos (p. ex., omeprazol) e para medicamentos irritantes ao estômago (p.
ex., ácido acetilsalicílico).
Preparações de liberação prolongada: medicamentos com essa ação têm
revestimentos ou substâncias especiais que controlam sua liberação e permite,
assim, uma absorção mais lenta e uma duração de ação mais longa do efeito. Essas
preparações podem ser administradas com menor frequência, facilitando o manejo
do animal.
• Via sublingual: essa via permite uma absorção rápida de pequenas doses de alguns
medicamentos, devido à vasta vascularização sanguínea e à pouca espessura da mucosa
sublingual, o que possibilita a absorção direta na corrente sanguínea. Além disso,
proporciona a retenção do fármaco por tempo mais prolongado.
• Via retal: por essa via, o medicamento absorvido sofre efeito de primeira passagem de
forma parcial, uma vez que não passa pela veia porta, e segue para sua distribuição no
organismo. Sua utilização é restrita em Medicina Veterinária, já que possui
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desvantagens na absorção (irregular e incompleta) e pode ocorrer irritação da mucosa
retal. Um exemplo de prescrição é de diazepam para felinos que sofrem de epilepsia.
• Via ruminal: restrita a medicamentos que agem no rúmen, como é o caso dos anti-
helmínticos, administrados diretamente no rúmen com uso de aplicador e agulha
específicos.
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Intra-articular: utilizada em casos em que se deseja causar efeito anti-inflamatório
de forma local, em determinadas articulações.
Vias tópicas são utilizadas para obter efeito terapêutico localizado, isto é, não sistêmico.
É considerada uma via muito segura, mas podem ocorrer casos de intoxicação quando o
medicamento é absorvido mesmo através da pele íntegra. Deve-se considerar, ainda, que a pele
dos animais varia conforme a espécie e também conforme a região onde o medicamento é
aplicado.
• Via transdérmica: nessa via, os medicamentos são liberados continuamente, mantendo
uma concentração plasmática desejável para uma duração específica. Essa via pode ser
utilizada para administração de medicamentos de ação mais local, como anti-
inflamatórios não esteroidais (AINEs), ou até medicamentos antidepressivos e
corticosteroides. Após a aplicação e absorção cutânea, o medicamento atinge regiões
mais profundas ou mesmo a corrente sanguínea, para uma ação sistêmica.
• Pour-on ou spot-on: na forma pour-on, o medicamento é aplicado sobre o dorso do
animal e, na forma spot-on, na cernelha do animal. Essa via é utilizada principalmente
para controle de ectoparasitas, tanto em pequenos como em grandes animais. O
medicamento se espalha sobre a camada de gordura existente sobre a epiderme dos
animais e, assim, age por toda a superfície corporal.
• Via inalatória: via restrita a utilização para anestesia inalatória.
VIA DE
VANTAGENS DESVANTAGENS
ADMINISTRAÇÃO
Segurança
Alimentos podem interferir na
Economia
absorção
Oral Diversas formas farmacêuticas
Efeito de primeira passagem
disponíveis
Necessária adesão do paciente
Facilidade na administração
Imprópria para substâncias
Rápida absorção de substâncias
Sublingual irritantes ou de sabores
hidrossolúveis
desagradáveis
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Redução de biotransformação do
princípio ativo no fígado, já que atinge
diretamente a circulação sistêmica
Evita parcialmente o efeito de
primeira passagem Irritação na mucosa retal
Retal
Evita a inativação do medicamento Não aceitação do paciente
pela acidez gástrica
Permite a administração de altas
Riscos de embolias e infecções
doses
por contaminação
Obtenção rápida de efeitos
Impróprias para substâncias
Intravenosa farmacológicos
oleosas
Ideal para situações de emergência
A maioria das substâncias deve
Possibilita melhor controle de dose
ser injetada lentamente
administrada
Dor e aparecimento de lesões
Absorção relativamente rápida musculares
Intramuscular Adequada para veículos oleosos e Deposição errática do
certas substâncias irritantes medicamento no tecido
adiposo ou nos planos fasciais
Facilidade de produzir
Apropriada para medicamentos que
sensibilização
Subcutânea precisam ser absorvidos lenta e
Dor e necrose quando
continuamente
utilizadas substâncias irritantes
Alguns pacientes podem ser
Indolor alérgicos
Evita o efeito de primeira passagem Limitação de fármacos, já que
Transdérmica
Aumento da adesão do paciente ao nem todos os ativos que
tratamento podem ser manipulados nessa
forma
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medicamento é analisada pela medida de fármaco que chega à corrente sanguínea e pela
velocidade com que isso ocorre.
Informações sobre biodisponibilidade são utilizadas para determinar a quantidade de
um fármaco absorvido a partir de uma determinada forma farmacêutica; a velocidade de
absorção do medicamento; a permanência da substância no organismo; a correlação com as
respostas farmacológicas e/ou tóxicas; a posologia e identificação da melhor forma
farmacêutica para determinado princípio ativo.
Deve-se considerar que medicamentos com administração intravenosa estão 100%
biodisponíveis para atuar no organismo. Já as substâncias administradas por via intramuscular
ou por via oral, por exemplo, nunca estarão disponíveis 100%, já que necessitam de um percurso
maior (diversas barreiras biológicas) até chegar à corrente sanguínea.
5.5.2 Biotransformação
5.5.3 Excreção
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Após sua biotransformação ou até mesmo na forma inalterada, o medicamento é
removido do organismo pela excreção. Os principais sítios de excreção de medicamentos são os
rins, nos quais ocorre o principal processo de eliminação de medicamentos; o fígado, que pode
excretar os medicamentos pela bile; e os pulmões, onde ocorre a excreção de medicamentos
voláteis.
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6. FLUIDOTERAPIA
6.2 Fluidos
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Na rotina veterinária são utilizados diversos fluidos, porém os mais comuns são os
coloidais e os cristaloides. Nessa terapia, é importante selecionar os fluidos que se concentram
no compartimento corporal onde há carência de volume. Os líquidos administrados são
divididos em duas categorias: cristaloides e coloides.
6.2.1 Cristaloides
6.2.2 Coloides
Coloides são soluções aquosas com alto peso molecular que não conseguem atravessar
a membrana capilar, permanecendo no espaço intravascular (EIV). Considera-se que os coloides
sejam fluidos para reposição de volume intravascular e os cristaloides, soluções para reposição
de volume intersticial.
Os coloides de uso clínico são denominados de expansores plasmáticos, utilizados
quando há necessidade de se aumentar de forma rápida o volume intravascular. Seu uso é
efetivo principalmente em casos de atropelamentos, em que o paciente se encontra
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politraumatizado e hipovolêmico; casos de queimaduras extensas; pacientes hipovolêmicos e
com edema cerebral e/ou pulmonar; pacientes em choque. Existem os coloides naturais (p. ex.
plasma, albumina ou sangue total) e os sintéticos (p. ex. dextrana, hidroxietilamido (HEA) e
hemoglobina livre de estroma).
Todos os animais que recebem fluidos devem ser monitorados por meio de exame físico,
avaliação da hidratação e do peso corporal, pelo menos duas vezes ao dia. A administração
excessiva de cristaloides pode se manifestar em uma série de sinais clínicos. Alguns dos sinais
mais comuns são aumento da frequência e esforço respiratórios, secreção serosa nas narinas,
quemose, distensão ou pulsações das veias jugulares, tremores, edema, hipertensão (> 140 a
150 mmHg), aumento da pressão venosa central (PVC) (> 8 a 10 cm H2O), aumento significativo
do peso corporal (> 12 a 15%) e diminuição rápida e/ou dramática no VG e sólidos totais.
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6.4 Cálculo de fluidoterapia (VIANA et al., 2006)
A soma das três etapas anteriores é a quantidade total de líquido que deve ser
administrado durante 24 horas, devendo ser recalculado diariamente.
A velocidade de infusão depende principalmente da gravidade do quadro clínico. A
seguir, está descrito o limite de infusão endovenosa para as diferentes espécies.
Caninos: 60-80 (90) mL/kg/h
Felinos: 50-55 mL/kg/h
Bovinos adultos: 10-20 mL/kg/h
Bezerros: 40-50 mL/kg/h
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Equídeos: 10-20 mL/kg/h
É recomendado que a taxa de infusão seja diminuída após as primeiras horas de
fluidoterapia, a fim de evitar sobrecarga hídrica e outras possíveis complicações.
A quantidade de fluido , em mililitros por minuto (um mililitro tem em torno de
24 gotas), é dada pela divisão do volume total de fluido pelo tempo de infusão.
Exemplo
Fluidoterapia para um cão macho, sem raça definida, com dois anos de idade e pesando
8,5 kg. Como sinais clínicos, o animal apresenta quadro de gastroenterite hemorrágica com
vômitos e diarreia. O grau de desidratação considerado para esse paciente foi de 6%.
1. Determinar a necessidade basal de líquidos
8,5 x 50 = 425 mL
2. Determinar a necessidade de reposição em função da desidratação
8,5 x 6 x 10 = 510 mL
3. Determinar as perdas hídricas contínuas
8,5 x 60 = 510 mL
4. Calcular o volume final e a velocidade de infusão
Volume total: 425 + 510 + 510 = 1.445 mL/dia
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7. MANIPULAÇÃO VETERINÁRIA
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• Princípio ativo: substância principal da fórmula que possui finalidade terapêutica. As
formulações podem ter mais de um princípio ativo.
• Adjuvantes: substâncias que auxiliam a preparação da fórmula farmacêutica (por
exemplo: conservantes, estabilizantes, diluentes, desagregantes, aglutinantes etc.),
essas substâncias devem ser inócuas para não prejudicar a eficácia terapêutica do
medicamento.
• Corretivos: substâncias adicionadas em formulações orais para tornar o medicamento
mais agradável. Alguns exemplos são os edulcorantes, que corrigem o sabor, e os
flavorizantes, que corrigem o sabor e o odor.
• Veículo ou excipiente: meio no qual o princípio ativo é colocado para que seja
completado o volume ou a massa do medicamento, sendo o termo veículo empregado
para líquidos, e o termo excipientes, para sólidos. É utilizada a abreviatura q.s.p.
(quantum sufficit para = quantidade suficiente para) que se refere à quantidade que
deve ser acrescentada.
Exemplo de formulação:
Pimobendan...............0,1-0,3 mg/kg/cápsula
Benazepril................0,25-0,5 mg/kg/cápsula
Cápsulas...........................q.s.p. 30 unidades
Modo de usar: Administrar uma cápsula por V.O., a cada 12 horas.
As formulações magistrais para uso veterinário são classificadas de acordo com a via de
administração:
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Dentre as formas farmacêuticas sólidas, as cápsulas, os biscoitos e as pastas orais são as
mais utilizadas e se caracterizam por serem mais estáveis que as formas líquidas e, assim, são
preferidas para utilização com princípios ativos pouco estáveis.
• Cápsula
As cápsulas têm tamanhos diferentes que variam conforme a dose total necessária do
medicamento, ou seja, um medicamento com dose baixa pode ser colocado em uma cápsula
pequena. É importante que elas sejam incolores, a fim de minimizar possíveis riscos de alergias.
Essa forma farmacêutica conta ainda com as cápsulas gastrorresistentes, também
conhecidas como cápsulas entéricas, que são destinadas a medicamentos que necessitam
passar intactas pelo suco gástrico para que ocorra a liberação apenas no intestino. Outra
possibilidade é a de manipular medicamentos fotossensíveis em cápsulas opacas.
Veja um exemplo de prescrição magistral de cápsulas:
47
• Biscoito medicamentoso
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• Pasta oral
A pasta oral é destinada principalmente para os felinos e pode ser aplicada diretamente
na boca do animal ou nas patas, pois os gatos, ao se lamberem, ingerem o medicamento. Mas
ela também pode ser feita para cães e equinos (booster). Assim como ocorre com os biscoitos,
essa forma farmacêutica contém flavorizantes para facilitar a adesão dos animais ao tratamento.
O cálculo de uma prescrição de pasta oral é feito por dose, ou seja, se o animal tem 5 kg
e o médico veterinário deseja prescrever 5 mg/kg de itraconazol, cada dose administrada terá
25 mg de itraconazol.
Veja um exemplo de prescrição magistral de pasta oral:
49
• Suspensão oral
A forma líquida garante facilidade na deglutição, podendo ser utilizada para diversos
medicamentos. A suspensão é composta pelas fases líquida e sólida, devendo ser agitada para
que as partículas sólidas, insolúveis no líquido, sejam suspensas. A adição de flavorizantes
permite a correção do sabor, principalmente para fármacos amargos.
Outra vantagem dessa forma farmacêutica é a possibilidade de prescrição para animais
diabéticos, já que o veículo pode ser manipulado à base de edulcorantes em vez de açúcares.
Além disso, outra possibilidade interessante é a escolha do sabor de preferência do animal,
tornando a forma farmacêutica ainda mais atrativa.
Veja um exemplo de prescrição magistral de suspensão oral:
50
• Filme oral
O filme oral é uma forma farmacêutica que pode agir de forma local ou sistêmica,
liberando rapidamente os princípios ativos de sua formulação. Por ser um polímero solúvel em
água, hidrata-se e dilui-se rapidamente quando em contato com a cavidade oral, sem que haja
necessidade de ingerir água após a administração. Essa forma farmacêutica é limitada a
princípios ativos potentes empregados em doses baixas.
Veja um exemplo de prescrição magistral de filme oral:
51
• Xarope
Forma farmacêutica líquida e doce, que forma uma solução hipertônica. Dentre suas
vantagens, estão a boa conservação e a possibilidade de mascarar sabores desagradáveis de
alguns medicamentos amargos.
Pó é uma forma farmacêutica finamente dividida e seca, preferida para pacientes com
dificuldade de deglutição. O tamanho das partículas contidas nos pós medicamentosos
influencia diretamente na biodisponibilidade do medicamento, contribuindo com a velocidade
de solubilização em água no trato gastrointestinal.
• Sachê
• Formas cosméticas
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Creme: forma semissólida destinada ao uso externo, que pode conter um ou mais
princípios ativos dissolvidos ou emulsionados em uma base adequada.
Veja um exemplo de prescrição magistral de creme:
53
Géis: forma semissólida de aspecto translúcido constituída de soluções ou
dispersões de partículas ou grandes moléculas em bases hidrofílicas ou
hidrofóbicas (dispersão sólida em fase líquida).
Veja um exemplo de prescrição magistral de gel:
54
Soluções tópicas: destinadas à aplicação tópica, geralmente aquosas, podendo
conter álcoois ou outros solventes orgânicos com ou sem princípios ativos
incorporados, também podem ser conhecidas como “loções”.
Veja um exemplo de prescrição magistral de solução tópica (spray):
55
Xampu: a manipulação de xampus medicamentosos é muito comum na farmácia
magistral. Essa forma farmacêutica é considerada interessante, pois podem ser
associados a ela diversos princípios ativos que têm ação local e outras substâncias
com ação hidratante e emoliente, que melhoram a eficácia terapêutica. Também é
possível a manipulação de xampus hipoalergênicos, que são formulados sem
56
ingredientes que causam irritações na pele de cães alérgicos, como parabenos e
essências.
Veja um exemplo de prescrição magistral de xampu:
57
• Gel transdérmico
Nessa forma farmacêutica, podem ser manipulados diversos medicamentos que têm
absorção transdérmica, desde os ativos de ação local, como também AINEs, antidepressivos e
corticoides. Os medicamentos são liberados de forma contínua e, após a absorção cutânea,
podem causar efeitos sistêmicos.
Para a administração de medicamentos por essa via, são necessários alguns
conhecimentos quanto aos fatores de passagem na barreira cutânea, como a absorção
transcutânea, o sítio de ação do medicamento, a estabilidade e as doses indicadas.
Normalmente recomenda-se a aplicação em áreas de pouco pelo e onde o animal não alcance
facilmente, como os lóbulos de orelha e o dorso. É importante ressaltar que o tutor deve usar
luvas na hora da aplicação do medicamento no animal, impedindo assim a absorção pela pele
humana.
Veja um exemplo de prescrição magistral de gel transdérmico:
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – 2
2) Prescrever uma receita magistral para um cão de 9,5 kg que necessita de doxiciclina
(8 mg/kg/S.I.D./V.O. por 30 dias). Forma farmacêutica: biscoitos.
4) Prescrever uma receita magistral para um gato de 4,2 kg que necessita de tramadol
(3 mg/kg/T.I.D/V.O., durante 3 dias). Forma farmacêutica: cápsulas.
59
7.4 Vantagens da manipulação de medicamentos na Medicina Veterinária
60
Os medicamentos manipulados passam por um rigoroso controle de qualidade, que
assegura todo o processo de manipulação, sendo consideradas desde as questões físico-
químicas e microbiológicas, como a aquisição de matérias-primas e de embalagens, a
manipulação, a conservação, até o momento de dispensação do produto final.
mg → mcg = multiplicar por 1.000 (ex.: 1 mg x 1.000 = 1.000 mcg; 0,25 mg x 1000 = 250 mcg)
mcg → mg = dividir por 1.000 (ex.: 250 mcg ÷ 1.000 = 0,25 mg)
mg → g = dividir por 1.000 (ex.: 100 mg ÷ 1.000 = 0,1 g)
61
Em 10 mL 0,1 grama, 100 mg
Em 1 mL 0,01 grama, 10 mg
Em 0,1 mL 0,001 grama, 1 mg
62
7.6.1 Exemplo de princípio ativo que necessita de fator de correção:
*Peso molecular
Para calcular o fator de equivalência (FEq), divide-se o peso molecular do sal pelo peso
molecular da base. Dessa forma:
Usando como exemplo o SAMe: aplica-se o fator quando o princípio ativo adquirido for
o dissulfato tosilato de ademetionina. Dessa forma:
• Peso molecular SAMe dissulfato tosilato: 766,79
• Peso molecular SAMe base: 398,44
766,79
FEq = → FEq = 1,92
398,44
63
Peso molecular do gluconato de manganês: 481,27
Peso molecular do manganês puro: 54,938
481,27
FEq = → FEq = 8,7602
54,938
10,46
FEq = → FEq = 1,194
8,7602
Para o cálculo do fator de correção é necessário dividir 100 pelo teor da substância ou
do elemento. Usaremos como exemplo o betacaroteno.
Prescrição: betacaroteno10 mg/cápsula
Substância disponível: betacaroteno 11 %
100
FCr = → FCr = 9,09
11
Cálculo:
10 mg x 9,09 = 90,9 mg de betacaroteno 11% por cápsula.
100
FCr =
100 – teor de umidade
100 100
FCr = → FCr = → FCr = 1,09
100 – 8 92
64
8. NECESSIDADES NUTRICIONAIS EM MEDICINA VETERINÁRIA
8.1 Proteínas
Cães e gatos têm necessidades proteicas que dependem do estado fisiológico em que
se encontram (crescimento, gestação, lactação, nível de esforço físico), atuando em fenômenos
de construção ou renovação importantes.
8.1.1 Aminoácidos
65
Deve-se considerar que, em determinadas condições fisiológicas ou patológicas, alguns
aminoácidos não essenciais não são sintetizados em quantidades suficientes e passam a ser
suplementos indispensáveis.
• Arginina
66
• Glutamina
Apesar de não ser um aminoácido essencial, uma vez que pode ser sintetizada pelo
organismo a partir de outros aminoácidos, a glutamina tem um papel importante na proliferação
e no desenvolvimento de células que têm renovação rápida, como é o caso das células dos
sistemas gastrointestinal e imunológico.
Informações: em situações de estresse, exercícios intensos ou doenças, a demanda
metabólica desse aminoácido fica prejudicada no organismo. A suplementação é recomendada,
pois a baixa concentração de glutamina pode permitir indivíduos fiquem mais propensos às
infecções.
Funções desempenhadas: aumento da resposta imune, síntese das proteínas do DNA
celular, síntese hepática de substâncias, fonte de energia para as células da mucosa intestinal.
*Uma suplementação com esse aminoácido é importante na recuperação de síndromes
digestivas, já que atua no reparo da mucosa intestinal.
• Lisina
• Tirosina e fenilalanina
67
• Taurina
• Carnitina
68
gestação e a lactação, aumentando o peso dos recém-nascidos e o número de animais por
ninhada.
8.2 Lipídeos
O ácido linoleico é indispensável para a síntese das membranas celulares. Sua carência
afeta a integridade da barreira cutânea e causa alteração na pelagem dos animais.
Informações: do ácido linoleico derivam outros dois ácidos graxos de cadeia longa,
chamados GLA (ácido gamalinolênico) e ácido araquidônico.
Funções desempenhadas: são indispensáveis à síntese de prostaglandinas e, como são
moléculas de atividade hormonal, atuam sobre a saúde da pele e pelo, assim como sobre o
sistema reprodutivo.
69
O GLA tem ação em problemas de origem inflamatória, principalmente em afecções
dermatológicas.
Informações: permite manter a fluidez das membranas celulares, necessária para
realizar as trocas vitais entre células. Uma suplementação com esse ácido graxo favorece a
produção de prostaglandinas de tipo 1, com efeitos anti-inflamatórios conhecidos.
• EPA e DHA
70
• cognição — propriedades únicas para a bicamada lipídica das membranas neuronais,
facilitando a neurotransmissão e reduzindo a perda de memória;
• desenvolvimento visual — importantes durante o desenvolvimento da retina;
• cardiovascular — manutenção dos níveis normais de triglicérides, regularizando o ritmo
cardíaco e melhorando a função dos vasos sanguíneos;
• pele e pelagem — atuação nas doenças inflamatórias cutâneas de cães e gatos, controle
do prurido e inflamação cutânea em processos alérgicos;
• renal: controle de proteinúria, prevenção da hipertensão glomerular e redução da
produção de eicosanoides pró-inflamatórios.
• câncer: redução da taxa de crescimento tumoral e de metástase e aumento da eficácia
e da tolerância do tratamento quimioterápico.
8.3 Carboidratos
71
*A suplementação com FOS na alimentação de cadelas reprodutoras permite aumentar
o teor de anticorpos (IgM) presentes no leite, favorecendo melhor imunidade dos filhotes.
Fontes: é sintetizado a partir do fungo Aspergillus nigricans na presença de açúcar. Esse
fungo secreta uma enzima que permite a adição de moléculas de frutose suplementares para
formar o FOS.
8.3.3 Mucilagens
8.4 Vitaminas
72
solubilidade: as solúveis em lipídeos são chamadas de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), e as
solúveis em água são chamadas vitaminas hidrossolúveis (complexo B — B1, B2, B3, B5, B6, B7,
B9 e B12 —, vitamina C e colina).
Assim como outros nutrientes, o requerimento de vitaminas é maior em fases como o
crescimento, a prenhez e a lactação, e durante doenças infecciosas, inflamatórias etc. A carência
ou o desequilíbrio de vitaminas no organismo animal podem causar as chamadas
hipovitaminoses, mas o excesso no consumo faz com que elas se acumulem no organismo e
tornem-se tóxicas.
8.4.1 Vitamina A
8.4.2 Vitamina D
8.4.3 Vitamina E
73
A principal função metabólica da vitamina E envolve sua ação antioxidante, sendo muito
utilizada para prevenir ou tratar doenças causadas pelo estresse oxidativo das células.
Informações: vitamina lipossolúvel. Pertence ao grupo dos tocoferóis (alfa, beta e
deltatocoferol), sendo o alfatocoferol o mais ativo. As principais fontes de vitamina E são o óleo
de gérmen de trigo, óleos de sementes e gordura animal.
Funções desempenhadas: além de sua alta capacidade antioxidante, podendo
minimizar os efeitos tóxicos de radicais livres sobre as células em geral, a vitamina E também
participa da proteção da membrana dos eritrócitos, da prevenção da degeneração muscular e
da necrose hepática. Essa vitamina ainda influencia no metabolismo de ácidos graxos e
nucleicos, melhora dos efeitos de suplementações com vitamina A (impede sua oxidação) e
apresenta ação na síntese de hormônios.
8.4.4 Vitamina K
A vitamina K natural disponível para uso terapêutico é a vitamina K1, que também é
conhecida como filoquinona/fitonadiona e é convertida no organismo em vitamina K2.
Informações: vitamina lipossolúvel. A deficiência dessa vitamina normalmente ocorre
por alterações na absorção intestinal e pelo uso de antibióticos de largo espectro que inibem a
microbiota bacteriana intestinal, como as sulfas, por exemplo.
Funções desempenhadas: importante para ativação de inúmeras enzimas, sendo
indispensável para certos fatores de coagulação sanguínea. Também é importante no
metabolismo das proteínas, pois permite a fixação do cálcio nos ossos. Tem ação anti-
hemorrágica, sendo utilizada em equinos, de forma empírica, na prevenção e no tratamento da
hemorragia pulmonar induzida por exercício. A vitamina K1 também é utilizada como
antagonista farmacológico da intoxicação por anticoagulantes, como no caso de rodenticidas.
8.4.5 Vitamina B1
74
importante ainda na prevenção e tratamento de doenças nervosas degenerativas e afecções
cardíacas.
8.4.6 Vitamina B2
8.4.7 Vitamina B3
8.4.8 Vitamina B5
75
envolvida em todo o metabolismo para produção de energia, além de atuar na produção de
hormônios adrenais. Ainda, auxilia a utilização de outras vitaminas, desempenhando importante
papel com relação à proteção cutânea.
8.4.9 Vitamina B6
8.4.10 Vitamina B7
8.4.11 Vitamina B9
76
8.4.12 Vitamina B12
8.4.13 Vitamina C
8.4.14 Colina
A classificação da colina como vitamina tem sido questionada, porém ainda assim é um
potente nutriente e sua suplementação é necessária para os animais.
8.5 Minerais
77
e oligoelementos (ferro, zinco, manganês, cobre, iodo, selênio, etc.), participndo em diferentes
funções no organismo.
8.5.1 Cálcio
Algumas fases da vida do animal podem exigir níveis maiores de cálcio no organismo,
como é o caso da lactação e do crescimento. Porém a suplementação só é indicada quando o
indivíduo apresenta carência nutricional desse mineral.
Informações: o cálcio é um macroelemento muito importante para o organismo. A
relação entre cálcio (Ca) e fósforo (P) deve estar perfeitamente equilibrada.
Funções desempenhadas: o cálcio apresenta papel fundamental na ossificação dos
animais, em conjunto com o fósforo. O mineral também atua em funções biológicas como a
contração muscular, a mitose, a coagulação sanguínea e a transmissão do impulso nervoso ou
sináptico.
8.5.2 Fósforo
8.5.3 Potássio
78
8.5.4 Citrato de potássio
8.5.5 Sódio
8.5.6 Magnésio
79
Funções desempenhadas: da mesma maneira que o cálcio e o fósforo, o magnésio
também participa da formação do esqueleto, porém a quantidade de magnésio no organismo é
muito menor do que as quantidades de cálcio e fósforo. Possui ainda participação na condução
nervosa e nas contrações musculares.
8.5.7 Oligoelementos
• Zinco
• Ferro
• Cobre
80
Informações: o mineral faz parte dos fatores antianêmicos nos quais se encontram os
folatos, a vitamina B12 e o ferro. Quando há um acúmulo dele no fígado, esse nutriente pode se
revelar tóxico.
Funções desempenhadas: além de suas funções sobre as metaloenzimas, o cobre ainda
participa da produção, qualidade e pigmentação de pelos, atua na eritropoiese facilitando a
absorção intestinal do ferro e a sua incorporação na hemoglobina; também tem participação da
síntese do colágeno dos tendões e da mielina do sistema nervoso.
• Selênio
81
9. MANIPULAÇÃO DE FITOTERÁPICOS
9.1.1 Boswellia
82
Farmacologia: ação anti-inflamatória (inibição de substâncias químicas pró-inflamatórias e
síntese de leucotrieno). Outras ações citadas incluem efeitos antirreumáticos, analgésicos,
antibacterianos, imunossupressores e antidiarreicos.
Uso terapêutico: reumatismo, osteoartrite, bronquite e asma, colite ulcerativa, tumor cerebral.
Precauções e contraindicações: não informado na literatura consultada.
Efeitos adversos: há relatos de erupções cutâneas, diarreia e náusea como possíveis efeitos
adversos, porém relatos adversos são raros na literatura.
Interações: não informado na literatura consultada.
83
Farmacologia: sua principal ação é a antimicrobiana, principalmente atuando na inibição da
adesão da E. coli nas células epiteliais do trato urinário.
Uso terapêutico: prevenção e tratamento de infecções do trato urinário, prevenção de urolitíase
(estruvita e carbonato de cálcio), adjuvante na cistite aguda e crônica, cirurgia pós-uretrostomia.
Precauções e contraindicações: administrar com cuidado em pacientes com insuficiência renal.
Também deve ser evitado em pacientes com cálculos de urato ou oxalato de cálcio, devido ao
alto teor de oxalato do cranberry.
Efeitos adversos: não há efeitos adversos conhecidos.
Interações: as informações são baseadas na utilização em humanos. O excesso de cranberry
pode aumentar a excreção ou reduzir os níveis sanguíneos de alguns medicamentos
(antidepressivos, antipsicóticos e analgésicos a base de morfina).
84
Uso terapêutico: reduz a absorção de colesterol e triglicerídeos, aumenta a sensação de
saciedade.
Precauções e contraindicações: não informado na literatura consultada.
Efeitos adversos: não informado na literatura consultada.
Interações: não informado na literatura consultada.
85
Principais constituintes: lactonas esteroidais (withanolídeos, withaferinas), alcaloides e
flavonoides, saponinas, aminoácidos e ferro.
Farmacologia: propriedades anti-inflamatórias, antitumorais, antioxidantes,
imunomoduladoras, hematopoiéticas e rejuvenescedoras.
Uso terapêutico: aspergilose, osteoartrite, disfunção cognitiva. adjuvante à quimioterapia,
anemia, doença hipotireoideana e hipertensão. Doenças crônicas, especialmente de origem
inflamatória, prevenção de câncer.
Precauções e contraindicações: altas doses têm propriedades abortivas.
Efeitos adversos: desconforto gastrointestinal, diarreia e vômitos.
Interações: precaução ao administrar em conjunto com sedativos ou ansiolíticos. A
ashwagandha pode potencializar os efeitos dos barbituratos.
86
Uso terapêutico: antioxidante e fonte de suplementação vegetal de ômega 3 e 6. O ômega 3 é
precursor para as cadeias longas de ômega 3, conhecidas como ácidos eicosapentanoico (EPA)
e docosa-hexanoico (DHA).
Precauções e contraindicações: não informado na literatura consultada.
Efeitos adversos: não informado na literatura consultada.
Interações: não informado na literatura consultada.
9.1.12 Passiflora
9.1.13 Resveratrol
9.1.14 Valeriana
87
Uso terapêutico: ansiedade, insônia e adjuvante no tratamento de pacientes com epilepsia.
Pode ser útil em gatos com cardiomiopatia hipertrófica.
Precauções e contraindicações: não informado na literatura consultada.
Efeitos adversos: alguns autores relatam excitação paradoxal ou superestimulação após ser
utilizada.
Interações: incluem barbitúricos e outros depressores do sistema nervoso central. Também
pode aumentar os efeitos das benzodiazepinas.
88
10. FLORAIS DE BACH
Os Florais de Bach são reconhecidos como tratamento natural pela Organização Mundial
de Saúde (OMS) desde 1956, e assim como outras terapias complementares, a utilização de
florais também vem ganhando destaque na Medicina Veterinária nesses últimos anos. Os florais
de Bach foram desenvolvidos na década de 30 pelo médico homeopata Edward Bach, que
estudou e desenvolveu 38 essências vegetais terapêuticas, que podem ser utilizadas de forma
isolada ou combinadas.
Os Florais de Bach são considerados formas de tratamento suaves, sutis, profundos e
vibracionais, sendo compostos energéticos que quando absorvidos no organismo são capazes
de restabelecer desequilíbrios através de suas propriedades. Cada essência floral atua em um
problema específico, deste modo, deve ser feita uma avaliação minuciosa sobre o
comportamento do animal para que haja então a restauração do equilíbrio físico e emocional.
Deve-se considerar que os Florais de Bach são sistemas terapêuticos diferentes daqueles
utilizados na homeopatia, apesar de que Edward Bach tenha recebido grande influência de
Hahnemann (médico que criou a homeopatia). Ainda segundo Bach, a origem de qualquer
patologia deve ser analisada previamente através das manifestações emocionais, uma vez que
as doenças podem ser consequências de conflitos entre a alma e a mente.
Dentre as vantagens, as essências florais podem ser utilizadas principalmente em
alterações comportamentais como ansiedade, agressividade, medo, angústia, tristeza e
depressão. Seu modo de ação se dá através de reversão de movimentos negativos da psique e
direcionando-os opostamente, ou seja, produzindo movimentos positivos. De forma contrária
aos humanos, os animais reagem às essências de forma muito mais rápida, apresentando muitas
vezes respostas já nas primeiras doses administradas.
As 38 essências desenvolvidas por Bach são divididas em sete grupos, de acordo com os
seus usos:
1. Medo
• Mimulus
• Rock Rose
• Aspen
• Cherry Plum
• Red Chestnut
89
2. Incerteza e da insegurança
• Cerato
• Scleranthus
• Gentian
• Gorse
• Hornbean
• Wild Oat
3. Falta de interesse no presente
• Clematis
• Honeysuckle
• Wild Rose
• Mustard
• Chestnut Bud
• White Chestnut
• Olive
4. Grupo da solidão
• Water Violet
• Impatiens
• Heather
5. Grupo da hipersensibilidade a influências e opiniões externas
• Agrimony
• Centaury
• Walnut
• Holly
6. Grupo do desalento e desespero
• Larch
• Pine
• Elm
• Sweet
• Star of Bethlehem
• Willow
• Oak
• Crab Apple
7. Grupo do cuidado excessivo com os outros
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• Chicory
• Vervain
• Vine
• Beech
• Rock Water
Agrimony: tratamento de sofrimentos mentais ou físicos não demonstrados de forma clara, seja
pela aparência ou pelo comportamento. Indicado para cães com preocupação excessiva em
agradar seu dono.
Aspen: tratamento de medos e apreensões sem causa definida (animais ansiosos, nervosos, com
tremores, respiração ofegante, suor, micção, orelhas e cauda baixas, corpo encolhido,
comportamento arredio e latidos sem motivo). A essência Aspen tranquiliza o animal, melhora
a respiração e reduz a tensão muscular.
Centaury: tratamento da submissão. Indicado para animais inseguros e ansiosos que
apresentam postura de submissão e chegam até mesmo a urinar devido à subserviência.
Cerato: indicado para animais totalmente dependentes dos tutores, que não sabem o que fazer
e para onde ir sem o dono.
Cherry Plum: indicado para animais que apresentam comportamentos descontrolados e
compulsivos. Administrado em animais muito nervosos, histéricos, destruidores e
descontrolados, que apresentam ataques de fúria e até mesmo convulsões. Também pode ser
indicado para animais que apresentam comportamento autodestrutivo.
Chestnut Bud: melhora o aprendizado, fazendo o animal aprender com os próprios erros e
aproveitar as suas experiências. Sua indicação é para animais em período de treinamento e
adestramento.
Chicory: tratamento da carência excessiva, possessividade e dependência. Possui indicação
também para animais que destroem tudo para chamar a atenção dos donos.
Clematis: trata a falta de interesse, melhorando a concentração dos animais. Indicado para
animais em treinamento.
Crab Apple: indicado para animais que ingerem fezes, lambem-se compulsivamente e
apresentam parasitas, infecções e intoxicações.
Elm: indicado para animais com sobrecarga de trabalho, em exposições, adestramento ou
quando o dono é muito exigente.
Gentian: tratamento de fraqueza, desânimo, tristeza e falta de apetite.
91
Gorse: indicado para animais apáticos e para fêmeas que perderam seus filhotes.
Heather: indicado para animais que querem chamar a atenção por se sentirem solitários,
aqueles que fazendo barulhos, latem de forma compulsiva, destroem objetos e choram.
Também pode ser administrado em animais que não escutam seus donos ou seu treinador.
Holly: tratamento de raiva, inveja, ciúme e egoísmo.
Honeysuckle: trata a saudade que o animal tem do ambiente, de outros animais ou de pessoas.
Indicado para animais que ficam deprimidos longe de casa.
Hornbean: trata a preguiça, a fraqueza, o cansaço ou a fadiga. Tem indicação para animais que,
após longo período de descanso, precisam voltar ao trabalho.
Impatients: para animais impacientes e irritados. Indicado para os hiperativos, inquietos e
impacientes em aprender.
Larch: tratamento da baixa autoestima, perda da confiança e insegurança com relação a erros.
Indicado a animais que sofreram traumas ou foram abandonados.
Mimulus: indicado para animais que sentem medo de escuro, água, barulho, fumaça, inseto,
carro, avião etc.
Mustard: tratamento da depressão sem motivo aparente.
Oak: indicado para animais que, mesmo cansados e sem disposição, continuam cumprindo seu
dever.
Olive: trata a fadiga, o cansaço absoluto, a falta de energia vital. Indicado para animais que
tiveram doenças há pouco tempo e animais idosos.
Pine: trata a culpa e o arrependimento.
Red Chestnut: indicado para animais superprotetores. Trata aqueles que sentem medo da
perda, seja de animais ou pessoas, e ainda apresentam preocupação excessiva com eles.
Rock Rose: tratamento de medos extremos. Indicado para aqueles animais que ficam em estado
de inconsciência, agressivos e até descontrolados por medo excessivo.
Rock Water: indicado para animais teimosos, metódicos, dominadores e que não aceitam
mudanças na rotina.
Scleranthus: indicado para animais com desequilíbrio, temperamento instável e indecisos.
Star of Bethlehem: tratamento de traumas físicos e emocionais (acidentes e maus-tratos, por
exemplo).
Sweet Chestnut: indicado para animais deprimidos por sentirem falta do dono, que se recusam
a comer e se automutilam.
Vervain: trata a hiperatividade, o entusiasmo em excesso e a impulsividade. Indicado a animais
hiperativos, que não conseguem relaxar, vivem em estado de alerta e que apresentam dores
musculares.
92
Vine: para animais com comportamento dominante. Indicado para animais dominantes e
agressivos, que marcam território e não toleram outros animais.
Walnut: tratamento para a dificuldade de mudanças e adaptações (mudanças de casas,
condições novas, por exemplo).
Water Violet: indicado para animais antissociais, reservados e indiferentes ao que ocorre ao
redor.
White Chestnut: indicado para animais com comportamentos compulsivos, insônia,
preocupação e e inquietação.
Wild Oat: indicado para animais cujo desempenho é menor que sua capacidade e para
mudanças de função.
Wild Rose: indicado para animais que não têm prazer em viver, que estão sempre tristes,
entediados, indiferentes e apáticos.
Willow: trata animais irritados, mal-humorados e rancorosos.
Rescue Remedy (Floral de emergência): composição de cinco dos 38 Florais de Bach, sendo eles:
Clematis + Rock Rose + Impatiens + Cherry Plum + Star of Bethlehem. Esse floral pode ser
associado ainda com mais cinco florais. Essa composição atua na reintegração imediata do
sistema psicoenergético, restabelecendo o equilíbrio emocional. Trata o estresse, o sofrimento
e a tensão. Indicado principalmente para situações de choque, traumas e estresse.
Floral Indicações
Agrimony Sofrimentos mentais ou físicos
Aspen Medo de coisas desconhecidas. Animais selvagens ou nervosos.
Beech Intolerância com outros animas, pessoas ou situações.
Centaury Dificuldade em dizer não.
Cerato Falta de confiança nas próprias decisões.
Cherry Plum Picos de agressividade. Animal descontrolado.
Incapacidade a aprender com os próprios erros. Estimula a memória
Chestnut Bud emocional do animal e sua capacidade de fixar o treinamento e não
repetir os erros.
93
Holly Ódio, inveja, raiva e ciúme.
Honeysuckle Saudade.
Hornbean Cansaço, preguiça.
Impatiens Impaciência. Animais extremamente inquietos, que destroem coisas.
Larch Falta de confiança, para aumentar a autoestima.
Mimulus Medo de coisas conhecidas e timidez.
Mustard Tristeza profunda e sem motivo aparente.
Oak Equilíbrio do animal persistente que avança os limites de sua capacidade.
Olive Falta de energia. Exaustão após o esforço físico e mental.
Pine Culpa.
Red Chestnut Desapego de ente querido. Para animais que latem demais, ficam
agitados ou depressivos longe do dono.
Rock Rose Terror e medo. Pânico e barulho, fogos.
Rock Water Inflexibilidade e teimosia.
Scleranthus Incerteza e desequilíbrio.
Star of Bethlehem Traumas, choque.
Sweet Chestnut Angústia mental. Falecimento de outro animal.
Vervain Animal hiperativo, excesso de entusiasmo.
Vine Excesso de autoridade. Para animais que querem dominar outros mais
fracos provocando brigas constantes.
Walnut Adaptação a situações de mudança. Adaptação de nova casa, adoção.
Water Violet Equilíbrio de personalidades reservadas e distantes.
White Chestnud Ideias fixas, pensamentos indesejáveis.
Wild Oat Dúvida.
Wild Rose Animal apático, resignado.
Willow Mau humor e comportamento rancoroso.
Composto de emergência (Star of Bethlehem + Cherry Plum + Rock Rose
Rescue Remedy
+ Clematis + Impatiens).
Terapias complementares como os florais são uma nova possibilidade para tratamento
ou prevenção de doenças de natureza física, mental, comportamental ou emocional, baseando-
se na busca pelo equilíbrio entre esses estados. Esse tipo de tratamento pode ser administrado
concomitantemente aos tratamentos alopáticos, além de não possuírem contraindicações
devido a sua ação vibracional.
94
95
11. HOMEOPATIA
96
• Não interferir nas agravações homeopáticas, a não ser que sejam impeditivas ao
paciente e desproporcionadas à gravidade de seu caso.
• O tratamento deve ser iniciado com potências médias (18 a 30 centesimais). Potências
baixas (6 a 12 centesimais) são indicadas para os casos mais orgânicos ou lesionais;
médias para casos não muito graves e funcionais e altas (200, 1.000, 10.000 centesimais)
para os casos predominantemente mentais.
• As doses não devem ser repetidas na mesma potência. Para repetições, deve ser
utilizado o método plus, consistindo na diluição dos glóbulos ou gotas de medicamento
homeopático dinamizado e, cada vez que se administra a nova solução, esta deve sofrer
uma nova sucussão, agitando-se a mesma de 6 a 8 vezes.
• A regra geral em casos agudos é utilizar potências baixas, sendo regulada a frequência
das doses de acordo com o prognóstico da doença.
• Em fases agudas das doenças mentais, é preferível utilizar potências da escala 50
milesimal em doses repetidas ou no método plus, ou ainda utilizar as altas potências
centesimais em doses repetidas no método plus.
• Dar atenção a possíveis contratempos que podem dificultar a cura, como as condições
de higiene, com relação ao medicamento (origem e a conservação), horários de
administração e a dieta.
• A prescrição de estimulantes e desbloqueadores da energia vital, tanto nos casos agudos
como nos casos crônicos, é indicada por Hahnemann, dentre eles o Sulphur, Hepar
sulphuris, Mercurius.
Exemplo de prescrição magistral de homeopatia:
97
98
12. TERAPÊUTICA EM FELINOS
Aciclovir: pode ocorrer acúmulo do medicamento, uma vez que sua principal forma de
eliminação é pela via renal. Tem pouca absorção e produz toxicidade, podendo causar
leucopenia e anemia.
Ácido acetilsalicílico: gatos apresentam deficiência em metabolizar os salicilatos de forma
rápida, devido à deficiência das enzimas glicuroniltransferase. Assim, a administração de doses
elevadas pode causar quadros de intoxicação.
99
Álcool benzílico: o acúmulo do metabólito da fase 1 do ácido benzoico é capaz de levar à
intoxicação, que pode ocorrer quando se usa 0,45 g de ácido benzoico/kg ou 0,2% da substância
ou mais na dieta do animal.
Amitraz: seu uso não é recomendado em felinos. Os principais sinais de intoxicação são sedação,
hipotermia, bradicardia, bradiarritmias, hipotensão, bradipneia, midríase e hiperglicemia.
Amprólio: devido à deficiência de tiamina, provoca de forma mais comum distúrbios no
metabolismo da glicose, encefalopatias, hemorragias do tronco cerebral, ataxia, depressão e
alterações no nervo óptico.
Analgésicos opioides: devido à variação nos graus de sedação que essa espécie apresenta, são
pouco utilizados pois ocasionam recuperações incertas. A sobredose de morfina, por exemplo,
pode acarretar excitação, espasmos tônicos, ataxia e até mesmo a morte. A sensibilidade dos
felinos pode estar relacionada ao estímulo de receptores dopaminérgicos. Esses analgésicos
podem, entretanto, ser utilizados de forma segura em doses recomendadas. Outros analgésicos
que devem ser utilizados com cautela são: oximorfina, meperidina, tartarato de butorfanol.
Azatioprina: gatos têm uma sensibilidade particular à toxicidade medular da azatioprina,
resultando muitas vezes em leucopenia e trombocitopenia. Dessa forma, o uso do medicamento
deve ser monitorado por meio de hemograma.
Cloranfenicol: por sofrer biotransformação hepática e excreção renal, a meia-vida desse
medicamento é longa e dose-dependente. Nota: o cloranfenicol está proibido para
manipulação veterinária, conforme IN n. 9, de 27 de junho de 2003.
Clorpropamida: durante o uso do medicamento deve ser feito um acompanhamento por meio
de exames laboratoriais e uma dieta alimentar regular precisa ser mantida, uma vez que esse
medicamento pode causar hipoglicemia.
Codeína: uso deve ser cauteloso devido à hipersensibilidade que os gatos têm aos analgésicos
narcóticos. Assim, somente doses baixas podem ser utilizadas. Os profissionais devem atentar
para as associações da codeína geralmente encontradas em fórmulas que podem ser tóxicas
para felinos.
Compostos fenólicos: gatos são sensíveis a esses compostos devido à característica da difícil
conjugação com o ácido glicurônico, levando à rápida saturação do mecanismo de detoxificação.
Dessa forma, há retenção desses compostos não metabolizados e acúmulo de quinonas tóxicas.
Dipirona: devido ao seu metabolismo lento, a administração de doses elevadas em gatos pode
levar a intoxicações.
Enrofloxacina: há relatos de alguns casos de degeneração retiniana aguda e cegueira após o uso
da enrofloxacina na espécie felina.
Estreptomicina e diidroestreptomicina: podem induzir neurotoxicidade nos gatos.
100
Fenitoína: pouco utilizada em gatos devido à escassez metabólica.
Griseofulvina: não deve ser administrado em fêmeas prenhes no primeiro terço de prenhez, já
que possui efeito teratogênico. Durante o tratamento com esse medicamento, é necessário
manter o monitoramento por meio de exames hematológicos, pois seu uso pode desenvolver
anormalidades hematológicas e hepáticas.
Hexaclorofeno: não deve ser administrado em filhotes, animais com feridas, em casos de
insuficiências hepáticas e renal e colestase.
Iodeto de sódio e potássio: felinos são mais suscetíveis a esse princípio por desenvolverem
efeitos colaterais ligados ao iodismo.
Iodo e iodóforos: pode ocorrer intoxicação devido ao hábito de lambedura dessa espécie. O
tratamento de feridas em gatos com antissépticos polivinilpirrolidona-iodo (povidine tópico e
tintura) na concentração a 1% e 10% pode causar irritação e necrose tecidual, por isso
recomenda-se a diluição desse composto a 0,1 e 0,5%.
Lidocaína: gatos são mais sensíveis e apresentam maiores efeitos no neurológicos e
respiratórios, como agitação, fasciculações musculares, convulsões generalizadas e parada
respiratória.
Loperamida: felinos são sensíveis a analgésicos narcóticos e o uso desse princípio ativo de ser
feito de forma cautelosa.
Metronidazol: quando administrado em doses altas, pode causar intoxicação do SNC podendo
atravessar a barreira hematoencefálica e acumular-se no SNC.
Naproxeno: devido aos seus efeitos nefrotóxicos, pode causar insuficiência renal aguda.
Organofosforados: gatos são mais susceptíveis aos efeitos tóxicos dos organofosforados,
ocorrendo acúmulo de acetilcolina.
Peróxido de benzoíla: o uso não deve ultrapassar 2,5% em felinos.
Piroxicam: deve ser utilizado com cautela, pois pode causar insuficiência renal aguda, já que é
uma droga nefrotóxica.
Propiltiouracil: alguns efeitos colaterais têm sido relatados com o uso desse medicamento em
gatos. Para o tratamento do hipertireoidismo felino, o metimazol é o fármaco de escolha.
Propofol: esse anestésico, derivado do fenol, pode levar à oxidação eritrocitária quando
administrado aos felinos durante vários dias seguidos.
Quinolonas: as de primeira geração causam maior toxicidade que as quinolonas de segunda e
terceira gerações. Doses altas podem causar cristalúria, devido à sua solubilidade em soluções
ácidas.
Salicilatos: devido à dificuldade que os felinos têm em metabolizar salicilatos de forma rápida,
apresentam uma meia-vida plasmática extremamente longa (+- 44,6 horas), sendo dose-
101
dependentes. A maioria das intoxicações em gatos ocorre devido à administração de doses
indicadas para cães ou humanos.
102
Fosfato de sódio (enema): devido ao risco de desenvolver hipernatremia, hiperfosfatemia,
hiperglicemia, hipocalcemia e sinais gastrointestinais, esse acidificante urinário é contraindicado
em felinos.
Oxifenilbutazona: pode causar graves distúrbios gastrointestinais, hepatotoxicidade e
nefropatias.
Primidona: a meia-vida desse medicamento em gatos é muito longa, além disso é metabolizado
no fígado, sendo incapaz de sofrer biotransformação.
Progestágenos sintéticos: risco de desenvolvimento de neoplasias mamárias benignas e
malignas em gatos após a administração de acetato de megestrol e medroxiprogesterona.
103
13. LEGISLAÇÕES IMPORTANTES
104
animais tratados com esses produtos, uma vez que cada manipulação possui uma fórmula
específica, o que inviabiliza a realização de estudos de depleção residual do medicamento.
105
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107
ANEXO
Preciso administrar ao animal 1,2 mL, 1 vez ao dia. Como o tratamento tem duração de 3 dias,
precisarei de 3,6 mL do medicamento. Sendo assim, já que cada frasco contém 10 mL, será
necessário apenas 1 frasco.
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Respostas exercícios de fixação – 2
4) 4,2 kg x 3 mg/kg = 12,6 mg (dose total necessária). 3 cápsulas por dia por 3 dias:
9 cápsulas.
Obs.: receita de uso controlado. Necessita de 3 vias (proprietário, farmácia e
veterinário).
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