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O MUNDO
COMO A PRODUÇÃO E CONSUMO DE ALIMENTOS NA
UE IMPACTA O PLANETA
A WWF é uma das maiores e mais conceituadas organizações
independentes de conservação do mundo, com mais de
30 milhões de seguidores e uma rede global ativa em
quase 100 países. A nossa missão é travar a degradação do
ambiente natural do planeta e construir um futuro no qual os
humanos vivam em harmonia com a natureza, preservando
a diversidade biológica mundial, garantindo que a utilização
dos recursos naturais renováveis é sustentável, e promovendo
a redução da poluição e o desperdício no consumo.
Autores:
Autor principal: Jabier Ruiz Mirazo (WWF European Policy
Office)
Contributos:
Muitos colegas da WWF deram um contributo muito
importante para este relatório, incluindo Corné van Dooren,
Antoine Meunier, Peter McFeely, Monica Schuster, Michael
Mulet, Stella Höynälänmaa, Anna Richert, Tanja Dräger
de Teran, Noora Laaksonen, Larissa Milo-Dale, Agnieszka
Korbel, Anke Schulmeister, Louis Lambrechts, Antonia
Leroy, Michael Berger, Tiago Luís, Celsa Peiteado, Franck
Hollander, e Philipp Kanstinger.
Edição
WWF Escritório de Políticas Europeias, 123 rue du
Commerce, 1000 Bruxelas, Bélgica
© Adobe Stock
Para além de criar uma crise humanitária de alimentos nas explorações agrícolas. Cerca
ESTER ASIN
DIRECTOR, WWF EUROPEAN
catastrófica, a guerra na Ucrânia criou ondas de 145 milhões de toneladas de alimentos não
POLICY OFFICE de choque através do sistema alimentar global, conseguem sair todos os anos das explorações
levando ao aumento dos preços dos alimentos e agrícolas europeias. Embora os esforços
à escassez dos principais factores de produção para aumentar a produção nas nossas
agrícola. A Ucrânia é um dos mais importantes explorações agrícolas produzam apenas
exportadores mundiais de alimentos, em ganhos marginais, existe um vasto
particular de alimentos básicos como as culturas potencial para aumentar o fornecimento
de cereais, e um importante fornecedor de de alimentos, resgatando uma parte desta
ajuda alimentar através do Programa Alimentar produção desperdiçada.
Mundial. A Rússia também é um exportador de
cereais, assim como de fertilizantes e de peixe com O reequilíbrio das nossas dietas e a redução do
baixo teor de gordura. desperdício - objetivos que um número sempre
crescente de cidadãos europeus apoia ativamente
ÂNGELA MORGADO Em resposta a estas carências, foi sugerido que a - podem preparar o terreno para práticas agrícolas
DIRETORA EXECUTIVA, UE diluísse os seus padrões ambientais de modo a mais sustentáveis. Isto inclui apoiar práticas
ANPLWWF
aumentar a sua própria produção e manter-se fiel agroecológicas mais diversificadas e amigas da
à sua missão de “alimentar o mundo”. Mas este natureza dentro da UE, e assegurar que o consumo
tipo de retórica é imperfeita e enganadora. da UE não conduza à perda de ecossistemas
naturais no estrangeiro.
De facto, como a investigação compilada neste
relatório mostra claramente, longe de alimentar o Em Portugal, e apesar de não se antever qualquer
mundo, a UE importa muito mais calorias e possibilidade de escassez de alimentos, as pressões
proteínas do que exporta e a nossa produção para flexibilizar as normas ambientais relativas a
interna depende fortemente das importações de restrições à produção agropecuária, já se começam
cereais e oleaginosas, bem como de fertilizantes a sentir, sob pretexto de ameaça à segurança
(e do gás utilizado para os fabricar). Tentar alimentar. Esta é uma realidade especialmente
aumentar a produção levará provavelmente preocupante na medida em que o próprio governo
apenas a importações mais elevadas e a uma maior português, defendeu já no Conselho de Agricultura
degradação ambiental a nível interno e externo. e Pescas o adiamento do cumprimento das metas
do Pacto Ecológico Europeu e remeteu esta questão
Para reforçar a segurança alimentar tanto para um futuro demasiado incerto.
internamente como no estrangeiro, a UE não
deve concentrar-se em produzir mais, A importância de transformar o nosso sistema
mas sim em produzir e consumir de forma alimentar é reconhecida numa vasta gama de
diferente. Precisamos de reduzir o nosso iniciativas recentes da UE, incluindo a Estratégia
consumo excessivo de produtos de origem animal Do Prado Ao Prato e a Estratégia de Biodiversidade
animais, que depende da alimentação do gado da UE para 2030 e a próxima legislação sobre
com grandes quantidades de culturas importadas desflorestação, restauro e pesticidas. Em vez
e produzidas domesticamente. Isto não só de nos fazer questionar esta transição, a
reduziria a nossa dependência das importações guerra na Ucrânia deveria servir como
e a nossa pegada ambiental, como também um lembrete de quão vulnerável é o nosso
melhoraria a saúde humana através de dietas mais atual sistema alimentar, e quão vital é
equilibradas. que construamos um sistema alimentar
resistente e sustentável para garantir a © Shutterstock
Precisamos também de combater o escândalo segurança alimentar a longo prazo para
do desperdício alimentar - incluindo a perda todos.
© Shutterstock
EQUILÍBRIO DO COMÉRCIO AGROALIMENTAR: IMPORTAÇÕES DE PRODUTOS AGROALIMENTARES (€122 MIL MILHÕES DE EUROS)
UM DÉFICE NUTRICIONAL
(16%)
Algumas das nossas principais exportações pouco Para além das mercadorias em grande escala, outras PRINCIPAIS CATEGORIAS DE PRODUTOS EXPORTADOS OTHER
contribuem para a segurança nutricional mundial: importações europeias também têm impactos
vinho, bebidas espirituosas e licores, por exemplo, são ambientais e sociais complexos a nível internacional.
exportações de topo da UE em termos de valor.4 Mas As culturas agrícolas de alto valor não competem
mesmo a exportação de alimentos básicos como o trigo ou necessariamente com a produção alimentar interna, podendo
certos produtos de origem animal, onde a UE também se aumentar os rendimentos das famílias8, ajudando no combate
destaca, pode tornar-se uma faca de dois gumes. A venda à pobreza. Contudo, a produção orientada para os mercados
de cereais, frango e produtos lácteos excedentes a países em de exportação pode afetar a segurança alimentar local, na
desenvolvimento pode apoiar a sua segurança nutricional qual as comunidades perdem o acesso à terra através de AUSTRALIA
NORUEGA
a curto prazo, mas também tem sido amplamente criticada aquisições empresariais ou aumento dos preços. Os impactos (2%)
(3%)
por prejudicar os produtores nacionais e enfraquecer a negativos no abastecimento de água, saúde do solo, perda de
CHINA
TOP 10 DESTINATIONS
capacidade de estes países se alimentarem a si próprios a espécies nativas e biodiversidade podem também prejudicar
longo prazo.5, 6 a resiliência local.9 (10%)
UK
(23%)
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA RÚSSIA
(12%) SUÍÇA
ARÁBIA SAUDITA (4%) CANADÁ
(5%) JAPÃO
(2%) (2%)
(4%)
Fonte: Comissão Europeia (2021)10, 11
DESFLORESTAÇÃO IMPORTADA:
DESTRUIR ECOSSISTEMAS CHINA (24%) UE (16%) ÍNDIA (9%) EUA (7%) JAPÃO (5%)
25.2
Entremilhões de2017,
toneladas
cercadede CO2, o equivalente a dedefloresta
40%
Entre 2005
2005ee2017, cerca de3,5
3,5milhões
milhõesdedehectares
hectares florestaforam
foramdestruídos
destruídos
para
paraproduzir
produzirprodutos
produtosagrícolas
agrícolaspara
paraoomercado
mercadodadaUE.
UE.Isto
Istolibertou
libertoucerca
cercadede1,807
1,807
A dependência da UE de bens importados vem A importação de óleo de palma é o segundo maior
milhões milhões de toneladas
milhõesdedetoneladas
toneladasdedeCO2,
CO2,ooequivalente
equivalenteaa
40%
associada a um alto impacto ambiental. Ao longo fator de desflorestação, sendo as importações da UE de soja importada para
dos anos, a procura da UE resultou na perda de milhões responsáveis pela destruição de aproximadamente 69 000
a UEde
milhões
milhões para ser utilizada
detoneladas
toneladas
de hectares de florestas, savanas e prados, nomeadamente hectares de floresta tropical por ano, entre 2005 e 2017. A das emissões anuais da UE na alimentação
em zonas tropicais, destruindo ecossistemas valiosos e destruição destas florestas tropicais ricas em biodiversidade dedesoja
sojaimportada
importadaparapara
contribuindo significativamente para as alterações climáticas e carbono contribui pouco para a produção de alimentos: animal
aaUEUEpara em
paraser 2020-21
serutilizada
utilizada
e para a perda de biodiversidade. em 2018, quase dois terços do óleo de palma importado das
dasemissões
emissõesanuais
anuaisdadaUEUE nanaalimentação
alimentação
– mais de 5 milhões de toneladas – foi queimado como
A UE é o segundo maior importador de produtos biocombustível.15
animal
animalemem2020-21
2020-21
agrícolas associados à desflorestação nos trópicos, a
seguir à China.12 Entre 2005 e 2017, cerca de 3,5 milhões de A desflorestação e a conversão das terras
hectares de floresta foram destruídos para produzir produtos apresentam impactos ambientais e sociais
agrícolas para o mercado da UE, equivalendo a uma área devastadores. Desde o fomento das alterações
0.9
maior do que os Países Baixos. Tal emitiu, aproximadamente, climáticas e incêndios florestais até às perdas catastróficas
1,807 milhões de toneladas de CO2, equivalente a 40% das na biodiversidade, as consequências ambientais da
0.9
emissões anuais da UE. desflorestação estão bem documentadas. A expansão agrícola,
31%
inclusive nas regiões de onde provêm as fontes da UE, pode A soja foi responsável por
A soja é o produto agrícola importado que mais também constituir uma ameaça para os direitos humanos,
desflorestação provoca. Entre 2005 e 2017, foi para os meios de subsistência e para a vida dos povos milhões de toneladas
31%
responsável por 31% da desflorestação tropical envolvida nas indígenas e comunidades locais. A ONG Global Witness AAsoja
sojafoifoiresponsável
responsávelpor
por de soja produzida
importações da UE: uma média de 89 000 hectares por ano. registou um aumento dos conflitos entre comunidades locais
na UE em 2020-21
E tal não inclui a conversão contínua de outros ecossistemas, e produtores pecuários e de soja: entre 2012 e 2020, pelo da desflorestação tropical incorporada milhões
milhõesdedetoneladas
toneladas
como o Cerrado no Brasil, a Pampa Argentina e as Grandes menos 151 ativistas foram mortos por defenderem os seus nas importações da UE entre dedesoja
sojaproduzida
produzida
Planícies norte-americanas, todos eles fornecedores de soja direitos à terra e aos recursos naturais contra o setor do
2005 e 2017 - uma média de nanaUEUEem
em2020-21
2020-21
para o mercado da UE. agronegócio. 16 dadadesflorestação
desflorestaçãotropical
tropicalincorporada
incorporada
89,000 hectares por ano.
Um europeu consome, em média, 61 kg de soja por nas
nasimportações
importaçõesdadaUEUEentre
entre
ano, sendo que 90% da mesma se encontra “escondida” 2005
2005ee2017
2017- -uma
umamédia
médiadede
no consumo de produtos de origem animal.13 A maior 89,000 hectares por ano.
89,000 hectares por ano.
parte da soja é triturada para produzir óleo, utilizado como
alimento ou combustível, e uma farinha altamente proteica Em média, cada cidadão
utilizada para alimentação animal no contexto da agricultura europeu consome
61 kg
intensiva. Em 2020-21, a UE utilizou 25,2 milhões de
toneladas de farinha de soja importada para alimentação Em
Emmédia,
média,cada
cadacidadão
cidadão
animal, sendo que a produção interna foi de apenas 0,9 europeu
europeuconsome
consome
61
61 kg
kg
milhões de toneladas.14
de soja por ano, sendo
90% "escondidos" no
consumo de produtos
dedesoja por
porano,
sojaorigem
de ano,sendo
sendo
animal.
90%
90%"escondidos"
"escondidos"nono
consumo
consumodedeprodutos
produtos
dedeorigem
origemanimal.
animal.
Fonte: Elaborado pela WWF com base em referências17, 18, 19, 20
de origem animal nas dietas poderia reduzir as mortes Enquanto a UE produz 70% do nitrogénio que utiliza,
prematuras em cerca de 20%.24 o processo de produção depende de uma outra grande
importação: o gás natural.29 Os recentes picos de preços As importações de alimentação animal e fertilizantes em zonas onde o gado é criado. O excesso de nitrogénio
Com os atuais níveis elevados de consumo de carne, e escassez de gás e fertilizantes minerais desencadearam perturbam os ciclos de nutrientes, causando graves e fósforo proveniente de estrume animal, bem como a
a UE produz mais produtos de origem animal do pedidos de apoio público por parte do setor agrícola, problemas de poluição. Quando importamos culturas escorrência de fertilizantes, constitui uma grave ameaça aos
que os que são consumidos. A produção da UE de carne destacando a elevada dependência da agricultura da UE alimentares para consumo animal, importamos também os ecossistemas marinhos e à biodiversidade adaptada a níveis
de porco, laticínios, carne de aves e carne de vaca excede o destes elementos críticos. nutrientes utilizados no seu cultivo, os quais se concentram de nutrientes mais baixos.30
PESCADO: CONSUMO
EM MÉDIA, CADA EUROPEU CONSOME 24 KG DE PESCADO POR ANO
SUPERIOR À CAPTURA
A DEPENDÊNCIA DA UE DAS IMPORTAÇÕES É
PARTICULARMENTE ACENTUADA A NÍVEL DO PESCADO
A Europa importa quase o dobro da quantidade de A crescente importância da aquacultura proporciona
pescado que produz. Em 2019, a produção total da pesca e igualmente desafios de sustentabilidade no mar e
aquacultura na UE atingiu 5,1 milhões de toneladas, enquanto na terra. Em 2019, a produção mundial de pescado atingiu
9,5 milhões de toneladas foram importadas.39 Cada cidadão um novo pico de 214 milhões de toneladas. Contudo, a
europeu consome, em média, 24 kg de marisco por ano e a UE produção proveniente de capturas de pescado selvagem tem
é o maior mercado mundial de marisco em termos de valor, permanecido relativamente estável desde o final dos anos
mas a taxa de autosuficiência da UE em marisco, que mede a 80: o crescimento contínuo do consumo de pescado tem
capacidade dos Estados-Membros para satisfazer a procura sido possível devido à aquacultura. Em 2019, a piscicultura
com a sua própria produção, é apenas de cerca de 40%.40 Este produziu 120 milhões de toneladas de pescado, em
valor tem vindo a diminuir nos últimos anos, refletindo tanto comparação com 94 milhões de toneladas capturadas em meio
a redução da produção dentro da UE como o aumento das selvagem.49
importações.
A aquacultura fornece quase um quarto de todo o
O consumo de pescado na Europa apresenta impactos pescado consumido na UE, principalmente salmão, mas
ambientais e sociais em todo o mundo. Mais de um terço também mexilhões, camarões e trutas. Contudo, a UE não é
dos recursos pesqueiros mundiais são explorados para além um grande produtor do setor da aquacultura, representando
Equipamento
Especificações ou técnicas
dos retalhistas
102
WWF,66 em mais de 11 000 adultos em nove países europeus, total de vendas que atingiu os 3,6 mil milhões de euros.
euros gastos anualmente
três em cada cinco pessoas (61%) afirmaram que tentaram Na Alemanha, as vendas de substitutos de carne à base de
em alimentos biológicos
escolher alimentos menos prejudiciais para o ambiente, mas plantas aumentaram 226%.71 As vendas globais de produtos
por cidadão da UE
apenas 46% acreditam que o fazem realmente.67 A maioria lácteos e alternativas à carne, à base de plantas, atingiram
considera as opções sustentáveis geralmente mais caras, 29,4 mil milhões de dólares em 2020, e deverão aumentar
indisponíveis, pouco atrativas ou com rótulos pouco claros. para 162 mil milhões de dólares até 2030.72
Um relatório recente, realizado pela Organização Mundial da
Saúde, confirma a influência da comercialização de alimentos O mercado europeu de alimentos biológicos
duplicou na última década, refletindo a crescente procura
15.1% de taxa de crescimento em 2020
na escolha do consumidor, contribuindo frequentemente
para dietas pouco saudáveis.68 de produtos sustentáveis e de qualidade. Entre 2010 e 2019, o
66% defendem
valor do mercado de produtos biológicos na e no Reino Unido
que comer alimentos sustentáveis
Estes resultados são apoiados por outro inquérito da cresceu ano após ano, atingindo 41,5 mil milhões de euros. é a chave para combater as alterações Os países da UE com os maiores mercados para alimentos
Organização Europeia dos Consumidores, o qual constatou Cerca de 14,6 milhões de hectares de terreno na UE e no climáticas e a perda de biodiversidade biológicos em 2020 (em mil milhões de euros)
que a maioria dos consumidores em toda a Europa estão Reino Unido – 8,1% da área agrícola total – são cultivados em
dispostos a mudar os seus hábitos alimentares, mas Modo de Produção Biológico por quase 350 000 produtores.73
precisam de escolhas alimentares sustentáveis para ser um As considerações de saúde encontram-se entre os principais
Alemanha 15.0
processo mais fácil.69 Duas em cada cinco pessoas inquiridas motores do crescimento das vendas de alimentos biológicos
afirmaram ter reduzido o seu consumo de carne vermelha por na Europa,74 e a procura tem aumentado desde o início da
razões ambientais, embora um terço não estivesse preparado pandemia de Covid-19.75 Com perfeita consciência destas França 12.7
para o fazer. tendências de mercado, as empresas alimentares estão cada
vez mais envolvidas na produção alimentar positiva para Itália 3.9
Os europeus querem remover a desflorestação a natureza, na agricultura regenerativa e em padrões mais
do mercado da UE e não querem ser cúmplices elevados a nível do bem-estar animal. Espanha 2.5
na destruição da natureza. No mesmo inquérito do
Eat4Change, três quartos dos inquiridos (73%) consideraram A pandemia de Covid-19 alterou os comportamentos
que a legislação da UE deveria assegurar que todos os alimentares dos europeus. Dificuldades financeiras, Áustria 2.3
produtos vendidos na mesma são sustentáveis e não causam medidas de confinamento e o reconhecimento da importância
perda da biodiversidade.70 Querem que a UE redobre o seu de estilos de vida saudáveis levaram a mudanças substanciais Dinamarca 2.2
Fonte: Elaborado pela WWF com base em referências77 Fonte: Elaborado pela WWF com base em referências78
Seguindo estes passos, a recente resposta da Comissão Adicionalmente, esta nova lei é uma oportunidade para
Europeia aos impactos da guerra na Ucrânia sobre o aumento estabelecer processos de formulação de políticas mais
dos preços dos alimentos e a segurança alimentar mundial inclusivos e participativos. O envolvimento de todos os
reconhece a dependência da UE de mercadorias agrícolas intervenientes do sistema alimentar, nomeadamente
importadas, tal como salientado no presente relatório, e aqueles menos representados, pode criar um quadro político
confirma a necessidade de reorientar a alimentação e a mais adaptável e reativo que a complexidade dos sistemas
agricultura da UE para a sustentabilidade. alimentares exige. Com ações necessárias a múltiplas escalas
e níveis de governação, o quadro legislativo da UE para
Sabendo até que ponto a Europa está a “comer o mundo”, sistemas alimentares sustentáveis deve também orientar e
só uma mudança em grande escala no consumo alimentar apoiar iniciativas e decisores locais, regionais e nacionais,
pode tornar esta reorientação possível. Embora a UE se tenha ajudando a criar caminhos para uma transição justa.
historicamente focado no apoio à produção de alimentos
e na regulação dos mercados, não pode continuar a evitar
tomar medidas decisivas para acelerar mudanças alimentares
positivas e reduzir os impactos do nosso consumo alimentar.
© Adobe Stock
20. Buffet, L. 2019. Almost two-thirds of palm oil consumed in the EU 46. Cheung, W., Reygondeau, G. and Fröhlicher, T. 2016. Large 74. Euromonitor. 2021. Health, Sustainability and New Priorities
is burned as energy – new data. Transport and Environment. benefits to marine fisheries of meeting the 1.5°C global warming Drive Organic Food Sales
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livestock? Scientific Reports 11: 14259.
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A NOSSA MISSÃO É TRAVAR A
DEGRADAÇÃO DO AMBIENTE
NATURAL DO PLANETA E
CONSTRUIR UM FUTURO NO
QUAL OS HUMANOS VIVAM EM
HARMONIA COM A NATUREZA.
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