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CURSO DE PSICOLOGIA

AVALIAÇÃO G3 DE SAÚDE COLETIVA

Professor: Fernando Tenório


Aluna: Maria Luiza Dantas Bertine (Matrícula: 1313419)
A Área Programática 4.1

Sou residente no endereço Rua Ituverava, n° 960, apt°. 303, no bairro da Freguesia/Anil
(algumas correspondências vêm como Anil e outras como Freguesia, pois resido na divisa
entre os dois bairros). Dessa forma, pertenço à A.P. 4.1.

Os bairros da A.P. 4.1:


Jacarepaguá
Anil
Gardênia Azul
Curicica
Freguesia
Taquara
Tanque
Praça Seca
Vila Valqueire
Cidade de Deus

Características da A.P. 4.1:


Esta região conta com cerca de 600.000 habitantes. Região urbana, em grande crescimento
populacional nos últimos anos, tendo havido na última década um aumento nos
empreendimentos imobiliários e comerciais. Cada bairro tem regiões onde habitam pessoas
das mais variadas classes sociais, quanto ao poder aquisitivo, indo de pequenas vilas de
casas humildes e até pequenos sítios mais afastados, aos conjuntos residenciais de prédios
ou de casas luxuosas. Temos também muitas favelas, como a Cidade de Deus, a Favela
André Rocha (Taquara) e a Favela da Covanca (Tanque).
Aqui, temos uma grande incidência de clínicas e hospitais particulares de referência, como
o Rio’s D’or. Na rede pública, contamos com unidades de todos os níveis de atenção à
saúde, sendo as primárias e secundárias distribuídas nos diversos bairros e para a atenção
terciária temos como referência o Hospital Federal Cardoso Fontes (sendo que muitos dos
residentes daqui, dependendo da região, também utilizam o Hospital Municipal Lourenço
Jorge em emergências e procedimentos de alta complexidade, mesmo pertencendo a outra
A.P.)
A A.P. 4.1 é a região de amarelo mais claro neste mapa:

A unidade de atendimento relativa ao meu endereço é a CMS JORGE SALDANHA no bairro


do Tanque, a 6,2km de minha casa.

Listarei aqui os serviços disponíveis em toda a área programática 4.1:

Gardênia Azul:
SMS CF Padre José de Azevedo Tiuba - Atenção primária

Jacarepaguá:
SMS CF Otto Alves de Carvalho - atenção primária
SMS CMS Hamilton Land - Atenção secundária
SMS CMS Newton Bethlem - Atenção primária
SMS CMS Santa Maria - Atenção primária
Hospital Estadual Cardoso Fontes - Atenção terciária

Tanque:
CMS Jorge Saldanha Bandeira de Mello - Atenção secundária
SES Hospital de Dermatologia Sanitária - atenção secundária e terciária-> Este hospital
atende casos de pessoas que ja estão em tratamento para fisioterapia e atende também
casos agudos, dispondo de exames complexos como biópsias e tomografia
computadorizada.
Cidade de Deus:
UPA 24H Cidade de Deus - atenção secundária

Taquara:
CAPSIJ Eliza Santa Rosa - Atenção secundária

CDR Taquara CL de Nefrologia - atenção secundária e terciária (Ambulatório de alta


complexidade) -> Esta clínica é especializada em tratamento para pacientes com afecções
nos rins. Mesmo não sendo um hospital de grande porte, realiza procedimentos complexos,
como diálise

SES RJ HESM - Hospital Estadual Santa Maria - atenção secundária -> Este hospital é
referência em tratamento para tuberculose. É um hospital de grande porte, mas tem
atendimento ambulatorial, apenas internação. Ele faz o tratamento completo de pacientes
com tuberculose, isolando-os e internando-os por longos períodos que compreendem o
tempo do tratamento para a tuberculose.

UPA 24H Jacarepaguá - atenção secundária

Meu histórico de saúde e doença e minha relação com o SUS:

Na época de meu nascimento, meus pais contavam com plano de saúde. Minha mãe, em
especial, era usuária de um plano de saúde com um custo mais elevado e com uma grande
disponibilidade de hospitais. Ela comenta que começou a pagar esse plano de saúde
porque estava se preparando para engravidar de mim e queria que o parto fosse em um
hospital de renome, por isso nasci na Clínica Perinatal de Laranjeiras.
Ao nascer, não tive nenhum agravamento ou condição específica de saúde, mas meus pais
fizeram para mim também um plano de saúde, um pouco mais básico, para que eu pudesse
ter um acompanhamento nos meus primeiros anos de vida. Tive plano de saúde até mais ou
menos os 16 anos de idade, mas nunca o utilizei muito, apenas para consultas esporádicas,
essas que muitas vezes eram feitas em intervalos muito longos, porque eu sempre fui uma
criança muito saudável, não apresentando sinais de doenças. Tive, pelo SUS, a minha
carteira completa de vacinação, como a maioria das crianças.

Meu pai deixou de ter plano de saúde, acredito, por volta dos meus 8 anos de idade e
quando fiz 11 anos ele sofreu um grave acidente de trabalho e fraturou duas vértebras da
coluna. Ele foi atendido no Hospital Municipal Lourenço Jorge na emergência e lá ficou
durante dois dias imobilizado, até que foi encaminhado para uma cirurgia para colocar
próteses na coluna. A cirurgia foi muito bem sucedida e meu pai, que poderia ter ficado
paraplégico, não teve nenhuma sequela grave desse acidente. Ele mandou fazer um colete
imobilizador, que teve que utilizar durante toda sua recuperação ao longo de 2 ou 3 meses,
nos quais não pôde sair da cama e, próximo ao terceiro mês, começou a levantar
gradualmente com nossa ajuda e com orientação de um médico que era da família do
cliente a quem estava prestando serviço (de obra) quando se acidentou. Esta foi a situação
de saúde mais importante na minha história, na qual houve uma importância fundamental e
extremamente positiva do SUS.
Dali em diante, nossa condição econômica mudou muito, inclusive por conta desse período
em que meu pai não pôde trabalhar. Nos anos que se seguiram, foi progressivamente
piorando a nossa situação financeira e aos 16 anos, além de outras mudanças, eu não tive
mais plano de saúde.
Sem o plano de saúde, eu também estive, durante muito tempo, sem acompanhamento
médico e até hoje há muitos anos que não faço os exames de “check up”. Isso porque pela
forma como me era passado por todos que eu conhecia, eu sempre tive uma impressão
muito ruim do sistema público de saúde e, como eu não apresentava nenhum sinal de
doença, simplesmente não tinha essa preocupação. A única especialidade médica que eu
costumava utilizar era a ginecologista, que passei a ir anualmente ou de 6 em 6 meses
quando iniciei minha vida sexual, em uma clínica popular próxima da minha casa, cuja
consulta girava em torno de 80 a 100 reais.
Os anos se passaram. Por volta de 2017 fui atendida na UPA da Cidade de Deus, pois
estava com moderadas dores renais. Fiz lá um exame de urina e fui medicada. O médico
que me atendeu disse que era apenas uma infecção urinária que tinha se estendido aos
rins. Em 2019, tive um atendimento de emergência no Hospital Lourenço Jorge, quando tive
uma lesão na coluna praticando exercícios físicos. Fui atendida na emergência, fiz um raio x
e após verificarem que não houve nenhuma lesão grave, administraram um medicamento
intravenoso (um antiinflamatório) e receitaram o mesmo antiinflamatório via oral para tomar
na recuperação, em casa. Em outras situações de agravamento de saúde eu preferi não
comparecer a nenhum atendimento.
Em 2021, é claro, fui vacinada da primeira e da segunda dose para a vacina contra a
Covid-19 na Clínica da Família Otto Alves de Carvalho. Ainda não tomei as doses de
reforço.
No mês de agosto desse ano fiz pela primeira vez o meu cartão do SUS, pois estou com
alguns sintomas sobre os quais prefiro não comentar no momento, pois não sei ainda qual
será o diagnóstico, e possivelmente precisarei de acompanhamento médico. Ainda não
consegui a consulta que preciso, pois na minha unidade de atendimento não estão
realizando marcações e preciso comparecer em um dia pela manhã para tentar uma
desistência para falar com um clínico geral, o que só terei a disponibilidade de fazer quando
entrar o período de férias na faculdade. Esta situação me deixou um pouco desapontada, já
que pelos sintomas posso estar com uma condição grave, mas ainda sim, principalmente
após cursar esta disciplina, tenho muita convicção de que, ao conseguir a primeira consulta
com o clínico geral, eu receberei o tratamento adequado de acordo com o diagnóstico.

Vejo o SUS, para além da minha experiência pessoal, como uma verdadeira riqueza de que
dispõe a população de nosso país, pois é um modelo de saúde pública no qual os
pressupostos da horizontalidade, de uma visão complexa do que é a saúde, da garantia de
direitos fundamentais, entre tantos outros aspectos, puderam ser verdadeiramente
protegidos pela lei e pelas práticas em um país tão problemático quanto ao funcionamento
de suas instituições como é o Brasil. Isto é verdadeiramente muito importante para mim. E,
mais importante, entender que esse sistema de saúde realmente impacta, não só os
indicadores de saúde de nossa população, mas a melhora real da qualidade de vida ou
mesmo a proteção da própria vida de cada indivíduo. Sinto grande otimismo em ver, por
exemplo, na fila da minha unidade de saúde, pessoas comentando sobre tratamentos de
longo prazo que vêm fazendo, tendo já ali suas consultas marcadas, seus
encaminhamentos e que, de certa forma, participam ativamente das suas práticas de saúde
e se articulam dentro das organizações, exercitando sua cidadania e sua liberdade, com a
garantia de seus direitos e com a possibilidade de diálogo, mesmo que não tão fácil, com os
agentes de saúde e com os assistentes sociais.

BIBLIOGRAFIA:

https://www.ademi.org.br/IMG/pdf/doc-533.pdf

https://www.saude.rj.gov.br/rede-de-atendimento

https://wikifavelas.com.br/index.php/Lista_de_Favelas_do_Rio_de_Janeiro

https://cebes.com.br/ses-hospital-de-dermatologia-sanitaria-2270617/

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