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Árvore da Ciência do Bem e do Mal

A árvore da Ciência do Bem e do Mal[1] é citada na Bíblia, nos capítulos iniciais do livro do
Gênesis, correspondendo a um importante elemento da criação segundo a crença judaico-cristã.
— Gênesis 2:9; 2:16-17; 3:1-24. No Jardim do Éden, Deus utilizou duas árvores com objetivos
simbólicos: a "árvore da vida" e "a árvore da Ciência do Bem e do Mal". Não respeitar o decreto
de Deus referente a esta última árvore teria resultado na queda do homem.[2]

Pintura de Paul Gauguin, Paris - Eva e


árvore da ciência

Também conhecida como Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, ou simplesmente Árvore


da Ciência, foi plantada, segundo o relato bíblico, no Jardim do Éden, tendo seus frutos sido
proibidos ao homem por Deus. Segundo o mesmo relato, após ser interpelada pela serpente, a
mulher (Eva), desobedecendo a ordem de Deus, come do fruto, oferecendo posteriormente ao
homem (Adão), que também o come, provocando o que se chama de pecado original da
humanidade.

Uma interpretação dos Doutores da Igreja colocam Adão e Eva como um homem só, sendo que
Eva representa os sentimentos e paixões, e Adão, a inteligência e razão. Desta forma, de acordo
com os ensinamentos da Igreja Católica e de outras tradições que diz que os demônios não
possuem acesso direto à inteligência do homem, a serpente só poderia tentar o homem (Adão e
Eva) pelos sentimentos e paixões, por Eva representados. Eva, então, leva a tentação até a
inteligência, por Adão representada.[3]

O fruto proibido

Várias tradições fazem referências ao fruto proibido de diversas maneiras:

O modo invertido da ordem que Deus colocou no universo, de modo de que, ao aceitar a
proposta da serpente, o homem passou a atribuir valores intrínsecos de bom ou ruim às
coisas e passou a atribuir um valor relativista para a única coisa que ele tinha certeza que era
bom, ou seja, Deus.

Símbolo de relações sexuais representadas por uma fruta;

Como significando o reconhecimento do certo e do errado;

Como conhecimento adquirido por se alcançar a madureza por experiência;

Símbolo do direito que o Criador do homem teria de especificar aos seres humanos o que é
“bem” e o que é “mal”, exigindo a prática do que é bom e a rejeição do que é mal, a fim de
continuarem aprovados por Ele.

Como a ciência propriamente dita - com as descobertas científicas, o homem deixa seu
estado natural de equilíbrio com a natureza e passa a ter que trabalhar para garantir a sua
sobrevivência. No jardim do Éden o ser humano não precisava trabalhar; quando Deus expulsa
o homem do Paraíso devido ao fato de Adão e Eva terem comido o fruto, ele os amaldiçoa
afirmando que a partir daquele momento terão que trabalhar pelo seu sustento. Outra
passagem do Gênesis que demonstra este fato é quando é afirmado que os filhos de Adão e
Eva após a saída do Éden, Caim e Abel, eram, respectivamente, agricultor e pastor.

Muitos acreditam que após comer do fruto do conhecimento do bem e do mal, é criado um
pecado que faz com que os seus olhos se tornem capazes de aprender a maldade, por isso o
termo "seus olhos foram abertos"' e este mesmo pecado separa o homem do seu criador.

Ainda outros argumentam que, em vista da ordem de "serem fecundos e tornarem-se muitos, e
de encherem a terra" [4], o fruto da árvore não poderia ser o símbolo de relações sexuais, visto
que esta seria a única maneira de haver procriação. Também há a argumentação de que não
podia significar apenas a faculdade de reconhecer o certo e o errado, porque a obediência à
ordem de Deus exigia esta discriminação moral. Quanto a referir-se ao conhecimento obtido ao
atingir a madureza, argumenta-se que não seria pecado por parte do homem atingir este
estágio, nem lógico que seu Criador o obrigasse a continuar imaturo.

A Árvore do Bem e do Mal figura na Bíblia como um simbolismo colocado, sob forma física, a
Adão e Eva, onde a aceitação desta (isto é, o comer do seu fruto) seria o "assinar embaixo" da
humanidade em aceitar o pecado, enquanto que o não-fazê-lo seria o aceitar estar com Deus.
Por consequência, tem-se que o mal, na prática, já existia, tendo vindo com a queda de Lúcifer à
Terra descrita no capítulo 12 de Apocalipse; o fruto da árvore apenas seria a porta de entrada
para que este mal entrasse também na vida do ser humano. Sob certo ponto de vista, a
desobediência do homem aos mandamentos de Deus deve ter sido o primeiro pecado oficial da
humanidade, no entanto sob outro aspecto foi o de sucumbir à tentação que veio primeiro, uma
vez que, antes de cometer a desobediência em si (o comer do fruto), Eva já havia sucumbido à
tentação para, então, descumprir.
Muitos simbolizam a maçã como o fruto proibido, embora não haja relatos na Bíblia/Tanach de
que isso seja verdade.

Ver também

When God Was a Woman

Jardim do Éden

Árvore da vida

Adão e Eva

Pecado

Referências

1. «Por que Deus colocou a árvore do conhecimento do bem e do mal no meio do Jardim?» (h
ttp://www.estudosbiblicos.org/por-que-deus-colocou-a-arvore-do-conhecimento-do-bem-e-
do-mal-no-meio-do-jardim/) . estudosbiblicos.org. Consultado em 18 outubro 2014

2. Knight 1990, p. 930, Tree of Knowledge.

3. Santo Agostinho - Comentários ao Genesis

4. Gênesis 1:28

Bibliografia

Knight, Douglas A (1990). «Tree of Knowledge». In: Watson E. Mills. Mercer Dictionary of the
Bible (http://books.google.com.au/books?id=goq0VWw9rGIC&pg=PA176&dq=Mercer+Diction
ary+of+the+Bible+Cosmology&hl=en&ei=yDvUTrjHOcW8iAedsumbDw&sa=X&oi=book_result&
ct=result&resnum=1&ved=0CDEQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false) (em inglês). Macon,
Geórgia: Mercer University Press. ISBN 0-86554-402-6. Consultado em 14 de novembro de
2012

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