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Portefólio de Carla Sofia Domingues Nunes

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Índice

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Introdução

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História de Vida
Chamo-me Carla Sofia, sou casada e mãe de dois rapazes. Sou muito ativa, detesto
estar sem fazer nada e sou muito alegre.
Nasci em Castelo Branco e a minha terra natal é o Troviscainho, uma pequena aldeia
situada na Beira Baixa, onde havia pinheiros de mais de 100 anos que serviam para as
pessoas tirarem resina e cortar madeira para vender. Desde que passou o lume, em
2003, a paisagem passou a ser de eucaliptos. O eucalipto desenvolve-se mais rápido
que os pinheiros, mas é considerado uma espécie invasora, uma árvore que consome
grandes quantidades de água. Quando há incêndios, a combustão é maior e mais difícil
de apagar.
Os transportes que havia e que ainda há, são os transportes públicos, o autocarro, das
8h da manhã, que leva as pessoas até à Sertã e traz novamente às 17horas, de volta ao
Troviscainho.
No Troviscainho temos apenas a associação de festas em honra da Nossa Senhora do
Carmo, onde se realizam passeios de motas e a festa do ano que se realiza em julho.
Na freguesia, que é o Troviscal, temos a Junta, o Centro Médico, a escola e o Centro de
dia.
Nesta aldeia, as pessoas conhecem-se todas e são todas como se fosse uma só família.
Tenho muitas recordações dos meus primeiros anos de vida.
Sempre vivi a minha infância com os meus 3 irmãos, a Helena, o Nuno e o Miguel, que
são mais velhos que eu, e a minha avó materna Nazaré, pois a minha mãe faleceu
quando eu tinha 3 anos, e o meu pai sempre foi emigrante em França.
A minha irmã ensinou-me a fazer comida, a limpar a casa, etc… e também me ajudava
nos trabalhos de casa e a estudar e a nadar. Com o meu irmão aprendi a andar de
bicicleta, a plantar batatas e entre outras coisas.
Lembro-me de ter tido uma infância feliz. Tenho lembranças de no verão ir tirar as
cabritas com a minha avó Nazaré para a ribeira do porto do Troviscal. Ela ensinou-me a
ordenhar as cabras para fazer o queijo. Colocavam-se algumas gotas de coalho no leite
morno e esperávamos cerca de meia hora até coalhar, ou seja, ficar uma massa.
Depois retirávamos a massa para o cincho. De seguida ia para o frigorífico durante 2
dias.

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Enquanto ela as guardava, eu brincava na água e ia com as minhas primas e com os


meus tios para as hortas. Tomávamos banho, nas represas de água que serviam para
regar a horta.
Na minha família sempre foram festejados os aniversários de todos, com muita alegria.
Nos meus Natais em família sempre recebia umas prendinhas, mas sem dúvida que há
uma que eu não vou esquecer, que foi a minha primeira bicicleta oferecida pelos meus
irmãos. Ainda hoje está na casa do meu pai.

A minha Pré-Escola foi na freguesia do Troviscal. Ia de carrinha, que nos vinha buscar e
levar.
Lembro-me de haver muitas crianças e de brincarmos às escondidas, saltar à corda e à
cabra cega. Foi uma alegria muito grande para todos nós. Foi aqui que pela primeira
vez andei de baloiço e escorrega, pois a Junta de Freguesia construiu o parque.
Instituições como a Junta de Freguesia são importantes porque asseguram um
conjunto de serviços de apoio às populações, como tratar de papéis, ter um Centro de
Dia para apoiar idosos e também a tratar de equipamentos desportivos, de lazer,
educativos e culturais. Graças à intervenção da Junta de Freguesia houve também
melhoramentos na piscina natural do Troviscal.
O nosso almoço era dado no Centro de Dia, que ficava ao fundo da rampa e íamos
sempre contentes e a cantar. Infelizmente sei que agora há poucas crianças .
Atualmente a natalidade diminuiu bastante, talvez devido ao custo de vida e os
ordenados em muitos casos também são baixos.
O meu primeiro ciclo continuou na freguesia do Troviscal, só mudei de bloco. Lá havia
2 salas de aulas. Na primeira sala, era o 1º e 2º ano e na segunda era 3º e 4º. A minha
professora chamava-se Helena e acompanhou-me até ao 4º ano.
Lembro-me das festas de Natal, que eram preparadas e onde fazíamos peças de
teatro. Os magustos eram uma alegria porque podíamos ir todos mascarrados para
casa e no Carnaval fazíamos as máscaras com balões e colávamos papéis para fazer a
máscara. O resto eram roupas velhas que em casa se arranjavam.
A primeira vez que chumbei foi no 3º ano e lembro-me de ficar triste. As diferenças
que encontro do tipo de ensino na altura, para o atual é que não tínhamos internet,
nem computadores.
No 2º ciclo fui estudar para a Sertã. Ia de autocarro. A escola era completamente
diferente e havia mais responsabilidade pois tínhamos o cartão do aluno, de tirar a
senha do almoço todos os dias, o passe uma vez por mês e quando saía da escola tinha
de ir apanhar o autocarro à Estação da Rodoviária.
As disciplinas de que mais gostava eram Educação Física, Educação Musical, Educação
Visual e TIC a partir do 7ºano. Sempre tive muitas dificuldades em memorizar. Até
podia estudar muito, mas quando chegava a hora do teste, tirava notas baixas.
Como chumbei alguns anos, quando cheguei ao 9º ano tornei a chumbar. O meu pai
mandou-me para França, para a campanha da maçã, no mês de agosto e quando
regressei decidi que já não queria mais estudar e fui trabalhar.
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Estive apenas um ano numa pequena serração e fazia paletes à mão. Como entretanto
fiquei grávida, decidi sair e fiquei por 3 anos em casa, a cuidar do meu primeiro filho, o
André, que neste momento, tem 15 anos. Sempre segui tudo à risca, como a
vacinação, que sempre fui a favor para prevenção de doenças. Com a ajuda do
pediatra, aprendi a fazer as primeiras sopas e tomar atenção se o bebé teria alguma
reação alérgica aos alimentos. Aprendi também a dar paracetamol, quando tinha
febre.
De seguida fui trabalhar para a fábrica dos bonecos STEIFF, em Oleiros. Comecei pelos
bordados. Tinha de bordar o nariz e a boca. Um trabalho muito ao pormenor porque a
medida tinha de estar certa.

Como não me adaptei muito bem nestas funções, passei para o controlo final, ou seja,
pentear e dar forma ao boneco. Explicando melhor, tinha de pentear primeiro o
boneco todo, a seguir começava a dar a forma e a ver se algo não estava bem no
boneco. Por exemplo: o olho tinha de estar certo, os braços e as pernas iguais e
quando não estavam tinha de mandar os bonecos para traz, para cada secção.
Trabalhei com alguns utensílios próprios, os pentes e as cebelas. Trabalhei na Steiff
durante 3 anos, infelizmente fechou. Gostei muito de aqui trabalhar e ainda guardo os
bonecos que recebi.
Quando fomos informadas que a fábrica iria fechar, tivemos todos os nossos direitos
assegurados. Alguns desses direitos era podermos faltar para irmos procurar novo
trabalho; termos os papéis para o fundo de desemprego; a carta de recomendação e
tivemos também direito à nossa indemnização, que na altura era um ordenado por
cada ano de trabalho. Gostei muito de trabalhar nesta empresa.

Durante o tempo que estive nesta fábrica, fiquei grávida, do meu segundo filho, o
Duarte, que tem atualmente 10 anos, em mim não mudou muita coisa pois sempre fui
muito descontraída. Tudo era mais fácil ,já não havia tantos medos , já havia pratica e
mais organização, não havia tanto medo de ele ficar doente ou preocupação de não
querer comer. Mas sim passei a ter de saber em dar atenção aos 2 filhos o que por
vezes não era fácil.

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Após a saída da fábrica, tive cerca de 2 anos no fundo de desemprego, o que ajudou
enquanto estive à procura de emprego e assim, tive novamente ajuda financeira e
depois entrei para a serração de José Afonsos &Filhos, S.A.
Aqui comecei na secção, Nova Lenha, onde tinha de ir com material de proteção como
botas de biqueira de aço e auriculares, pois assim estaria a proteger-me de acidentes
de trabalho. O meu trabalho era a embalar os briquetes, que é um bloco denso e
compacto de matérias energéticas feito a partir de serradura.
A seguir passei para outra secção, a serração propriamente dita, onde fazia diversas
coisas como fazer paletes à mão, escolher madeira, atar e pintar paletes.
Aqui também tínhamos de utilizar o material obrigatório de proteção como as botas de
biqueira de aço, luvas, auriculares, capacete e auriculares.
Um dia tive um acidente de trabalho: fui atropelada por um empilhador que levava
uma palete de madeira. O condutor apanhou-me pelas costas. Lembro-me de cair e de
já no chão ver as rodas e gritei.
A palete apanhou-me a perna e o pé, e graças a ter as botas de proteção, não fiquei
com o meu pé esmigalhado apesar de a bota ainda me ter cortado.
Estive de baixa meio ano e depois estive a trabalhar mais 6 meses e acabei por me
despedir pois sentia sempre medo em tudo e o meu psicológico começou a ficar
afetado.
Depois comecei a fazer umas horas nas limpezas, a cuidar também de um casal de
idosos onde faço tudo: desde limpezas, a comida, aos banhos e a ir com eles ao
médico, bem como a ajudar com a medicação. Que por vezes as receitas vem para o
meu telemóvel, tenho a vantagem de ter um PACOTE DA MEO onde inclui televisão
internet em casa, e 2 telemóveis incluídos onde também tenho internet ,assim posso
fazer videochamadas compras online mas nunca faco o pagamento online mas sim
através do multibanco, pelo risco de poderem piratear o numero do cartão.
Costumo utilizar as redes sociais como Facebook e Instagram.

Vivo no concelho de Oleiros, num apartamento que foi uma herança do meu sogro
quando me casei. Eu e o meu marido tivemos de ir às finanças e conservatória registá-
la em nosso nome e pagar as respetivas taxas.
A casa é constituída por um hall de entrada, 1 sala de estar, 1 casa de banho, 2
quartos, 1 cozinha com despensa e 1 pequena varanda. As janelas são de PVC simples.
Para poupar eletricidade coloquei todas as lâmpadas LED e tenho todos os
eletrodomésticos da classe A. Cá em casa também contribuímos para o meio
ambiente fazendo a reciclagem: o papel no ecoponto azul, o vidro no ecoponto verde,
o plástico e metal no amarelo e as pilhas no vermelho. Os restos de comida levo para
os meus animais. Também colocamos as tampinhas num garrafão para quando for

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necessário dar, para um bem maior, como ajudar alguém que precise de uma cadeira
de rodas ou dar aos bombeiros.
A vegetação que atualmente se encontra no nosso concelho, são os pinhais e
eucaliptos que ocupam a maior percentagem da área florestal. Os matos são
compostos pela carqueja, pelo sargaço amarelo, ainda que também surjam, com
alguma frequência, a torga, o tojo e os fetos.
Algumas das principais ofertas, na área do turismo são a praia fluvial, a piscina
municipal, o Hotel de Santa Margarida, a aldeia de xisto de Álvaro, o Floating Álvaro e
os passadiços do Orvalho.
A gastronomia de Oleiros sempre foi muito rica.  Os sabores do pinhal incluem
variados pratos típicos, como o famoso cabrito estonado, a chanfana e a sopa de
castanha.

Quanto às sobremesas, podemo-nos deliciar com o bolo de mel, as papas de milho, as


filhós, a tigelada e as cavacas, elaboradas segundo receitas antigas.

Umas das receitas que faço é o bolo de mel que passo a citar:

● 150 g de mel
● 250 g de farinha
● 150 g de açúcar
● 100 g Margarina
● 6 Ovos
● 1 colher de chá de fermento
● Canela em pó q.b.
● Margarina para untar
● Farinha para polvilhar

Unto uma forma de buraco com margarina e polvilho com farinha. Entretanto, ligo o
forno a 180º graus.

Numa tigela junto o mel com o açúcar e a margarina e bato tudo muito bem. Junto
depois os ovos, um a um, batendo sempre.

Numa tigela à parte, coloco o fermento com a farinha e a canela, envolvo tudo muito
bem e junto ao preparado anterior.

A seguir coloco o preparado na forma e levo ao forno pré-aquecido, cerca de 30


minutos. Vou verificando, com um palito, se está cozido. Retiro do lume, desenformo e
deixo arrefecer.

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As festas mais importantes são as festas dos santos populares, da Santa Margarida. Em
Oleiros existem algumas lendas: a lenda da Santa Margarida, a lenda de São João
Batista e a lenda da Horta da Santa.

A lenda da santa Margarida foi me contada por uma senhora de idade, cá de Oleiros:
“Conta o povo que um dia uma praga de gafanhotos invadiu a região, devorando tudo,
o povo de Oleiros pediu à Santa que o livrasse de tão terrível flagelo. Esta atendeu ao
seu pedido e os gafanhotos, fazendo longas filas, encaminharam-se para a ribeira,
onde morreram afogados.
O povo, agradecido, decidiu fazer todos os anos uma grade festa em honra da Santa
Margarida”
No dia 24 de julho é dia da festa religiosa e a “Santa Marida”, fica na Igreja Matriz até
Domingo da festa.
Tenho uma pequena horta com um pouco de tudo, no Vale Souto. Planto alface,
couves, tomates, feijão e pepinos, batatas, pimentos. Tenho também animais como
galinhas, patos, um porco e quatro ovelhas, que andam sempre no campo, protegidas
por uma grande vedação.
A minha horta é quase biológica pois costumo colocar estrume dos animais para a
adubar, e o meu marido, quando é preciso, faz as respetivas curas. As curas é quando
se coloca o inseticida que serve para matar insetos e ovos destes, para não estragarem
os legumes.
A nossa alimentação é feita muito através do que sai da nossa horta e a carne que
comemos também é da que criamos. Costumo fazer grelhados, carne estufada, tudo
em cru, sem refogar nada. Costumo fazer sempre sopa, que pode ser de couve, feijão
verde, espinafre ou repolho. Assim acabo por não ir comprar ao supermercado,
poupando dinheiro e acabo por comer alimentos mais saudáveis sem químicos e sem
produtos para conservar as carnes.

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Uma das vantagens de ter uma horta é armazenar para consumir em outras alturas.
Gosto de fazer massa de pimentão com os pimentos. Cozo os pimentos, deixo
escorrer, trituro, coloco 3 copos de massa para 1 de sal, depois de tudo bem misturado
coloco em frascos bem fechados. Com os tomates, congelo-os bem maduros para
durante o ano colocar nos guisados e na sopa de peixe. Também faço doce de tomate.
Para o doce, começo por tirar a pele e as sementes. Peso a quantidade de tomate e
depois coloco só metade do peso dos tomates, em açúcar. De seguida levo tudo ao
lume e vai apurando devagarinho. Coloco também pau de canela. Quanto às sementes,
guardo-as para secar e assim, na época própria, torno a fazer o canteiro.
Também tenho árvores de fruta como a macieira e pereiras. Faço também doce de
pêra, da mesma forma que o de tomate, e tenho também videiras e oliveiras.
Sempre gostei de fazer caminhadas e quando tenho tempo também vou ao ginásio,gosto
também de fazer ponto cruz.
Sou uma pessoa saudável, por isso vou só uma vez por ano ao medico, para fazer analises de
rotina e ecografia ao nodulo que tenho no peito.
Na minha opinião os hospitais estão com muitas falhas,

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Reflexão Final

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WebGrafia

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