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1ª edição 2019
Destino Marcado
Catalogação na Publicação
Branco, Teobaldo
– Destino Marcado - Teobaldo Branco, cidade de Ijuí, Estado
do Rio Grande do Sul, Brasil.
– História dos imigrantes no Sul; Política de guerra entre
Chimangos e Maragatos, no município de Pitangal
- Episódios de Jose Saldanha e Bibiano Saraiva
ISBN –
Prefácio .......................................................................................
Marcas no tempo ........................................................................
Município de Pitangal .................................................................
Capítulo 1 – As imigrações ........................................................
Capítulo 2 – Legado dos pioneiros ............................................
Capítulo 3 – Igreja das Missões antes da destruição ................
Capítulo 4 – Memorável história de amor ..................................
Capítulo 5 – Sepé Tiaraju ...........................................................
Capítulo 6 – Um amor impossível ..............................................
Capítulo 7 – Os campos do Sul .................................................
Capítulo 8 – Memórias inesquecíveis ........................................
Capítulo 9 – A história da imortalidade ......................................
Capítulo 10 – A torre política ......................................................
Capítulo 11 – Epopeia gaúcha ...................................................
Capítulo 12 – Ventos do destino ................................................
Capítulo 13 – Prodígios do espírito ............................................
Mensagem ..................................................................................
Prefácio
As imigrações
tipo de problema.
Assim, passaram o dia até que as visitas foram embora.
Capítulo 2
Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida (Sócrates).
A despedida
Sepé Tiaraju
Um amor impossível
Os campos do Sul
Memórias inesquecíveis
A história da imortalidade
1
Para mais detalhes, ver "Ata do recolhimento do crânio de Gumercindo Saraiva", 8 de outubro de
1894.
Um líder na imortalidade
João Grande conversava sobre seu avô com seu filho, que
não o conheceu.
– Papai! Quem eram os amigos do vovô (falecido) que ele
mais falava?
– Ah! Ele não tinha amigos especiais, respeitava todos de
maneira igual.
– Pai! Qual era o esporte do vovô?
– Filho! Se, o seu mundo era as matas e campos, seu
esporte era a caça. Ele gostava de ouvir o vocal de dois cães
a perseguirem a caça numa corrida. Também lidar no campo
com animais.
– Que tipo de roupas o vovô usava?
– Usava, de preferência, bombachas listradas, escuras,
camisas brancas ou claras. Também usava chapéu de abas
largas e botas, mas, em casa, andava de tamancos. Seu lenço
era vermelho, por ser do Partido Maragato, seguidor de Silveira
Martins.
– Ele usava?
– Não.
– Por quê?
– Os motivos eram os reveses políticos. Ele escondeu seu
lenço por muito tempo. Os movimentos revolucionários não
perdoavam políticos contrários.
– Como era a casa do vovô?
– Ah! Ele possuía uma propriedade de terras que ganhou
de herança. Ali construiu sua casa e criou cinco filhos.
– O vovô não usava seu lenço por caso da política, por
quê?
– Sobre política eu gostaria que ele mesmo respondesse,
mas ele já foi embora deste mundo.
– O senhor pode contar?
– Sim! Ele tinha dois companheiros, líderes políticos e
revolucionários. Eles eram do Partido Maragato (do império),
oposição ao Partido político do governo (republicano),
chamado de Chimango.
– Eles eram os amigos do vovô?
– O seu avô contava que os líderes que frequentavam a
sua casa eram José Saldanha e Bibiano Saraiva. Os mesmos
eram perseguidos pelas autoridades do governo.
– Como eu gostaria de ter conhecido o vovô!
– Bem! Não foi possível; assim foi o destino.
Sobre José Saldanha, há uma história inesquecível
contada por João Grande, conhecedor do mundo regional: ele
dizia que José Saldanha era um fazendeiro no distrito de Águas
Brancas e líder político disciplinado, que sabia tratar os
adversários políticos. Na sua fazenda tratava todos com
respeito nas revoltas com seu exército. Quando rendia o
inimigo, ele procedia a interrogatórios, mas com respeito, não
maltratava. Era um soldado, tinha preparo físico e treinava as
habilidades e destrezas caso houvesse precisão de uso em
combates, mas era um homem amoroso para a família e
pessoas de suas relações em sua fazenda e com qualquer
cidadão.
Ao perguntarem como era este seu amigo, João Grande
dizia:
– José Saldanha era um homem alto, elegante, de
bigodinho, de barba aparada; seus cabelos eram castanho-
claros e lisos, às vezes compridos. Nas jornadas pelos campos,
com tropas, ele usava uma fita vermelha amarrada na cabeça.
Sempre sorridente, dentadura natural, de olhar hipnotizante, de
cabeça erguida, lábios cerrados, de olhos fitos ao horizonte,
como se fosse elevar o pensamento para o futuro imaginário,
pressentindo o bem-estar ou o adverso; até parecia pressagiar
o futuro de seu caminho.
Continuava dizendo:
A torre política
– Joel! Por favor não façam isso. Por favor não e não.
Gritou Andreia.
Eles correram na cozinha onde estava Andreia e:
– Mãe, por que gritou desse jeito. Nós somos namorados
mãe. O que a senhora viu? Fiquei preocupado. Disse Joel.
– Filho do céu. Essa menina é sua irmã. Ela é sua irmã.
Vocês são filhos do mesmo pai. É um segredo que guardo há
muitos anos, filho. Eu guardo no meu coração por quase 20
anos, a sua idade, Joel.
– Mãe. Diga que não é verdade isso que a senhora está
dizendo. Alegou Joel.
– Dona Andreia, explique melhor esse assunto para nós
entender. Eu estou pasma com essa notícia. O meu pai nunca
falou nada. Declarou Mariana.
– Joel, Mariana: Eu irei contar toda a verdade. Eu pensei
que o José, meu irmão, tivesse contado ao Bibiano, porque
eles eram muito amigos. Querido irmão José, que teve um final
trágico, infelizmente, que deixou todos nós tristes de
sofrimento.
– Dona Andreia, o seu irmão José era muito amigo do meu
pai. Eu pouco sabia disso. Poucas vezes vi ele, mas não sabia
quem era, agora estou sabendo. Que coisa triste. Ouvi meu pai
falar do dito assassinato, pois ele organizou um exército de
soldados e foi lá. Mariana informou.
– Mãe, explique isso de dizer que eu e Mariana somos
irmãos. Tenho o direito de saber. Porque a senhora não me
contou quem era meu pai? Me escondeu todo esse tempo.
Reclamou Joel.
- Desculpa, mas eu tenho que declarar meus sentimentos.
O Bibiano veio com meu irmão José da academia Militar de São
Paulo, eles eram ainda jovens. O Bibiano morou quase um ano
lá em casa, na fazenda, e eu me apaixonei por ele, acho que
ele também. Meu pai, para romper a nossa amizade, enviou-
me para um convento e, certo dia ele foi me visitar. Saímos fora
do convento num espaço isolado, num pequeno bosque, e nos
rolamos na intimidade do amor. Ele foi embora e eu fiquei
grávida. Quando minha barriga começou a crescer a freira
mandou chamar meu pai. O seu avô, Joel, prometeu matar
Bibiano. Preocupada, combinei com seu tio José para avisar
da ameaça a Bibiano. Por isso permanecemos no silêncio e ele
não sabe. É um segredo de todos lá em casa. Eu fui levada
para a fazenda e você nasceu e cresceu e hoje está aqui. Peço
que me perdoe. Declarou Andreia.
– Mãe, e nós como ficamos? Perguntou Joel.
– Filho, o amor de vocês é amor de irmãos. Devem se
respeitar como irmãos. Hoje o segredo foi descoberto. Não é
mais segredo. Veja, o destino é uma estrada que devemos
passar, e este é traçado por Deus.
– Dona Andreia, e o meu pai? Estou pensando nele; eu
amo meu pai. O que devemos fazer? Eu não quero deixá-lo
nervoso. Queixou-se Mariana.
– Mariana, a verdade existe como coisa real de um sistema
de valores que está dentro de cada pessoa. Portanto ninguém
consegue escondê-la. Siga seu coração, seu pensamento, sua
razão. Respondeu Andreia.
– Mãe! Agora tenho pai? Será que ele não foi avisado?
– Sim, você tem pai, meu filho. Penso que ele não foi
avisado. Eu me arrependo de ter guardado tanto tempo este
segredo. Peço perdão por isso.
– Você me ama?
– Ele perguntou: Por quê?
– Porque eu te amo. Respondeu Lidiane.
Epopeia gaúcha
Encontro:
– Mariana! Como foi de férias? Perguntou Joel.
– Olha Joel, pensei muito no que aconteceu. Também falei
sobre a nossa relação com minha mãe e com o vovô. Informou
Mariana.
– O que seu avô disse Mariana? Questionou Joel.
– Ele levou um choque, ficou perturbado, por que nunca
esperava que um fato desses podia acontecer com a família
dele. Ficou muito nervoso, mas hoje não tem aquele mesmo
poder de autoridade que tinha; está velho. A única coisa que
disse sobre nós é que irmãos não podem se casar, é contra a
lei de Deus. Respondeu Mariana.
– E você Joel? Falou em casa sobre isso; que somos
irmãos.
– Falei e me disseram o mesmo.
– E o seu pai, Mariana?
– Olha Joel, relutei muito, pois eu amo meu pai. Passei
todas as férias e, já no final, resolvi contar para meu pai. Pedi
para ele me levar na biblioteca a fim de uma pesquisa que tinha
de entregar no início das aulas. Ele estranhou e até me
perguntou: – Porque, se outras vezes você ia sozinha, e hoje
eu tenho de ir junto? Inventei que o assunto era sobre militares.
Ele aceitou e fomos. Contou Marina.
– Mariana, fale logo como você contou e qual foi a reação?
Insistiu Joel.
– Está bem. Perguntei se ele tinha um filho fora do
casamento. Ele disse que não. Daí comecei a relatar toda a
história desde nosso namoro, se é que havia mesmo. Ele
perturbou-se, tendo um choque emocional em saber de uma
notícia que, inicialmente, não aceitou como verdade. Depois
disse que sentiu um calafrio que mexeu com as suas emoções,
algo de muitos anos passados. Explicou Mariana.
– E daí? O que falou sobre minha pessoa, seu filho? Quis
saber Joel.
– Ele quer falar com sua mãe, mas sente-se mal Joel, para
averiguar a verdade. Ele lembra-se com dor o que aconteceu
no passado entre eles e disse que vai ser pesado enfrentar o
real; que no seu imaginário o passado voltou como uma
cobrança. Relatou Mariana.
– Eu estou ansioso para conhecer meu pai, mas, ao mesmo
tempo, receoso do que poderá vir pela frente em nosso destino.
Declarou Joel.
– Joel, devemos pensar numa data para esse encontro
familiar. Propôs Mariana.
– Certo, Mariana. Vamos fazer mais rápido possível para
sairmos desse impasse ansioso. Concordou Joel.
Ventos do destino
Prodígios do espírito
Obras editadas:
1- A Dama Estrela: Romance infanto-juvenil. Editora e Gráfica GD, Ijuí/RS,
1999. 2 Ed. 24horas, 2018, SP.
2- Poemas e Recordações. Coletânea de poesias. (Gráfica, Ijuí/RS), 1999.
3- Memórias de um Soldado: Romance histórico regionalista. Editora,
iEditora, São Paulo, 2002.
4- A Improvisação na cultura do Gaúcho: Livro acadêmico. Editora Unijuí
/ RS, 2006.
5- Além da Tocaia: Romance histórico. Editora Unijuí, RS / 2007.
6- Confidências de um guerrilheiro: Documentário. Editora do Maneco,
Caxias do Sul / RS, 2008.
7- Odisseia de um subversivo: Documentário romântico. Ed. do Maneco,
Caxias do Sul / RS, 2009.
8- O Fantástico no mundo literário de Erico Veríssimo: Livro acadêmico.
Editora do Maneco, Caxias do Sul, RS, 2010.
9- Legado Eterno de uma Existência. Autobiografia, Editora Lexia, SP,
2010.
10- Passado sem conserto. Conserto. Um conjunto de contos e poemas,
editora24horas, SP, 2014.
Orelha 1
Aos olhos da história vemos o passado como um mistério ao observar
e ler os destinos das pessoas e da sociedade de uma época.
Esta obra percorre um período de tempo de várias décadas de história
da sociedade, presenciando as reviravoltas de fatos e acontecimentos de
confrontos humanos sob o poder do mundo político partidário, refletindo os
erros e acertos na formação cultural das gerações.
Neste contexto, os imigrantes também participaram do
desenvolvimento da sociedade, que mostra as imagens da comédia
humana representadas pelas conjunturas sociais por intermédio das
ousadias e dos desafios dos homens em busca de seus interesses e pelo
egoísmo de seus ideais.
Esperamos que a obra “Destino Marcado” seja um conjunto de
memórias com conteúdo que possa identificar um contexto na história
cultural de um novo tempo.
A partir desta história pensamos ter retratado um enredo de fatos e
acontecimentos de uma sociedade que representou o mundo político de
uma época.
Desejamos que o tema seja útil como informação e sirva de incentivo
para fortalecer o estímulo à leitura e à escrita.
Orelha 2
As civilizações do mundo sempre foram pautadas pelo poder político,
que marcou, em todos os momentos, o domínio idealizado como centro
gerador dos conflitos humanos. Esta é a verdade no contexto universal da
história dos homens em todos os tempos. Assim ocorreu nesta história
literária.