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Choro que, em geral, se inicia tímido – uma ou outra lágrima insistindo em cair – e ganha
volume à medida em que a experiência de separação se aproxima.
Certamente é choro de ser livre, sem amarras, mas envolto em afeto. Tudo ao seu redor se
mostra novo, desde a temperatura, o cheiro, o toque, o hálito e o hábito de seus pais, e então
passa a viver o inédito. Ao trocar os braços dos pais pelos da educadora, a criança nasce de
novo para um outro mundo e a expressão de seus sentimentos é mais do que legítima, é
necessária.
Assim como seus pulmões devem estar prontos para o parto, para, durante o choro, se
inflarem de vida, todos nós, educadores e pais devemos estar prontos também. A construção
das relações entre a criança e a escola será definida, em parte, na transição serena que há
de haver entre o colo dos pais e o da professora.
Que todos choremos, em nossas intensidades individuais, mas que sejamos sabedores que:
tanto na maternidade quanto na porta da escola, o choro é anúncio de novos tempos, de
ingresso em nova vida...