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Análise Psicológica (1999), 3 (XVII): 547-558

Escala de Satisfação com o Suporte


Social (ESSS)

JOSÉ LUIS PAIS RIBEIRO (*)

O suporte social é, actualmente, um dos prin- tem da adequação, e da satisfação com a dimen-
cipais conceitos na psicologia da saúde (Dunbar, são social da sua vida.
Ford & Hunt, 1998). Como referem Rodin e Sa- Suporte social define-se, grosso modo, como
lovey (1989) o suporte social alivia o distress em «a existência ou disponibilidade de pessoas em
situação de crise, pode inibir o desenvolvimento quem se pode confiar, pessoas que nos mostram
que se preocupam connosco, nos valorizam e
de doenças e, quando o indivíduo está doente
gostam de nós» (Sarason, et al., 1983, p. 127).
tem um papel positivo na recuperação da doença.
Cobb (1976) num texto clássico, define suporte
O âmbito vasto do social é hoje aceite, indis- social como informação pertencente a uma de
cutivelmente, como importante, tanto para a três classes: informação que conduz o sujeito a
saúde como para as doenças, embora se continue acreditar que ele é amado e que as pessoas se
a discutir o que é que pode ser considerado como preocupam com ele; informação que leva o indi-
variável social no vasto domínio do social (Berk- víduo a acreditar que é apreciado e que tem va-
man, 1984; Bruhn & Philips, 1984; Cassel, 1976; lor; informação que conduza o sujeito a acreditar
Cobb, 1976; Cohen, 1988; Kaplan, et al., 1977; que pertence a uma rede de comunicação e de
Taylor, 1990): a investigação tanto se refere a as- obrigações mútuas. Dunst e Trivette (1990) de-
pectos objectivos do social tais como, número de fendem que o suporte social se refere aos recur-
amigos, frequência de contactos, intensidade de sos ao dispor dos indivíduos e unidades sociais
(tais como a família) em resposta aos pedidos de
contactos, existência ou não de amigos íntimos,
ajuda e assistência.
de redes sociais (contactos sociais mesmo que
Diferentes autores fazem a distinção entre
não seja com amigos), como a aspectos sub- diversos tipos de suporte social. Por exemplo,
jectivos tais como a percepção que o indivíduo suporte social psicológico e não-psicológico, o
primeiro referindo-se ao fornecimento de infor-
mação e o segundo ao suporte social tangível
(Cohen & McKay, 1984).
(*) Faculdade de Psicologia e de Ciências da Edu- Cramer, Henderson e Scott (1997) distinguem
cação da Universidade do Porto. Instituto Superior de suporte social percebido versus suporte social
Psicologia Aplicada, Lisboa. recebido. O primeiro para se referir ao suporte

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social que o indivíduo percebe como disponível mentos de vida normativos e não-normativos. As
se precisar dele, e o segundo descreve o suporte redes de suporte social formal abrangem tanto as
social que foi recebido por alguém. Outra distin- organizações sociais formais (hospitais, progra-
ção feita pelos mesmos autores é entre suporte mas governamentais, serviços de saúde) como os
social descrito versus avaliado, o primeiro refe- profissionais (médicos, assistentes sociais,
rindo-se à presença de um tipo particular de psicólogos, etc.) que estão organizados para for-
comportamento de suporte e o segundo para se necer assistência ou ajuda às pessoas necessita-
referir a uma avaliação de que esse comporta- das.
mento de suporte é percebido como sendo satis-
fatório ou que serviu de ajuda. Componentes, aspectos e dimensões do su-
Wethingston e Kessler (1986) realizaram uma porte social
investigação, com uma amostra de 1269 indiví- Tende a haver consenso geral que o domínio
duos, visando determinar se as variáveis de saú- de suporte social é multidimensional e que as-
de estavam associadas com a percepção de su- pectos diferentes do suporte social têm impacto
porte social ou com os aspectos objectivos do so- diferente nos indivíduos ou grupos. Dunst e
cial, verificando que os resultados de saúde Trivette (1990) sugerem a existência de cinco
eram explicados melhor pela percepção de su- componentes de suporte social interligados. Os
porte social do que pelos aspectos tangíveis. componentes identificados são: componente
Ridder e Schreurs (1996) afirmam que doen- constitucional (inclui as necessidades e a con-
tes crónicos expressam satisfação com o suporte gruência entre estas e o suporte existente), com-
social emocional e prático, enquanto o suporte ponente relacional (estatuto familiar, estatuto
social informativo, especialmente quando pro- profissional, tamanho da rede social, participa-
vém de amigos e familiares é visto como interfe- ção em organizações sociais) componente fun-
rência indesejável. cional (suporte disponível, tipo de suporte tais
Singer e Lord (1984) esclarecem que o supor- como emocional, informacional, instrumental,
te social pode ser informacional, emocional ou material, qualidade de suporte tal como o desejo
material e, em termos de quem o fornece, pode de apoiar, e a quantidade de suporte), compo-
ser pessoal ou interpessoal, fornecido por ami- nente estrutural (proximidade física, frequência
gos, familiares, conhecidos: pode ser relativa- de contactos, proximidade psicológica, nível da
mente formal, fornecido por organizações e asso- relação, reciprocidade e consistência), e compo-
ciações tais como grupos religiosos, ou organiza- nente satisfação (utilidade e ajuda fornecida).
ções não governamentais de base comunitária: Weiss (1974) propunha seis dimensões do
ou pode ser do tipo profissional em termos de suporte social: intimidade, integração social, su-
consulta ou terapia. No âmbito específico da saú- porte afectivo, mérito, aliança e orientação.
de e das doenças, Kessler et al. (1985) explicam Dunst e Trivette (1990) apresentam as seguintes
que suporte social se refere aos mecanismos pe- dimensões de suporte social que, consideram, se
los quais as relações interpessoais, presumivel- têm mostrado importantes para o bem-estar:
mente, protegem os indivíduos dos efeitos dele-
térios do stress. Esta variável é muito abrangen- 1. Tamanho da rede social, abrangendo o
te, englobando um grande conjunto de compo- número de pessoas da rede de suporte so-
nentes e de aspectos, recorrendo a procedimen- cial;
tos de avaliação muito diversos. 2. Existência de relações sociais, abrangen-
do das relações particulares tais como o
Suporte social formal e informal casamento, às gerais como as que decor-
Segundo Dunst e Trivette (1990), distinguem- rem da pertença a grupos sociais tais co-
se duas fontes de suporte social: informal e mo clubes;
formal. As primeiras incluem, simultaneamente, 3. Frequência de contactos, para designar
os indivíduos (familiares, amigos, vizinhos, quantas vezes o indivíduo contacta com
padre, etc.) e os grupos sociais (Clubes, Igreja, os membros da rede social tanto em grupo
etc.) que são passíveis de fornecer apoio nas como face a face;
actividades do dia a dia em resposta a aconteci- 4. Necessidade de suporte, para designar a

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necessidade de suporte expressa pelo in- lizada por Broadhead et al. (1983), concluiu-se
divíduo; pela existência de forte correlação entre as duas
5. Tipo e quantidade de suporte, para de- variáveis. Schwarzer, e Leppin (1989; 1991), em
signar o tipo e quantidade de suporte dis- revisão de investigações mostram, numa meta-
ponibilizado pelas pessoas que compõem -análise sobre 55 estudos (publicados entre 1976
as redes sociais existentes; e 1987) que incluíam uma amostra total de
6. Congruência, para referir a extensão em 32739 indivíduos e 83 correlações baseadas em
que o suporte social disponível emparelha amostras independentes, acerca da relação entre
com a que o indivíduo necessita; suporte social e saúde, valores das correlações
7. Utilização, para referir a extensão em que entre suporte social e má saúde (mortalidade
o indivíduo recorre às redes sociais quan- incluída) entre r = -0,60 e r = +0,23. A meta-
do necessita; -análise confirmou que a má saúde era mais pro-
8. Dependência, para exprimir a extensão nunciada entre os que tinham falta de suporte
em que o indivíduo pode confiar nas redes social, e que este estava mais associado à saúde
de suporte social quando necessita; nas mulheres do que nos homens. Verificaram
9. Reciprocidade, para exprimir o equilíbrio que o grau de associação entre as variáveis de-
entre o suporte social recebido e forneci- pendia das circunstâncias, da população, dos
do; conceitos e das medidas utilizadas para avaliar o
10. Proximidade, que exprime a extensão da suporte social e a saúde.
proximidade sentida para com os mem- Berkman e Syme (1979), com os resultados
bros que disponibilizam suporte social; do Estudo Alameda mostram evidências fortes
11. Satisfação, que exprime a utilidade e nível entre os padrões de interacção social e níveis de
de ajuda sentidos pelo indivíduo perante o suporte social, e quer a longevidade quer a mor-
suporte social. talidade. Sarason et al. (1985) concluem que a
satisfação com o suporte social disponível é
Aspectos diferenciais do suporte social uma dimensão cognitiva com um importante
A investigação tem demonstrado que os as- papel na redução do mal estar. Hohaus e Berah
pectos, componentes ou dimensões do suporte (1996) verificaram que a satisfação com o supor-
social têm impacto diferente consoante o grupo te social é uma das variáveis que estão associa-
etário. Olsen et al. (1991) verificaram que os ele- das à satisfação com a vida.
mentos mais importantes no fornecimento de Ganster et al. (1986), numa investigação em
suporte social dependia do grupo etário, com o que pesquisa o papel do suporte social enquanto
conjugue a exercer maior influência no grupo moderador do impacto das condições de traba-
30-49 anos, e a família a exercer maior influên- lho, conclui haver relação entre componentes do
cia no caso de jovens e idosos. Vilhjalmsson suporte social e queixas somáticas.
(1994) verificou que nos adolescentes, a família, Kessler et al. (1985), numa revisão de inves-
neste caso os pais, constituíam a principal fonte tigação concluem que os resultados sugerem
de suporte. O mesmo padrão foi encontrado por que o suporte social pode proteger os indivíduos
Henly (1997). Ribeiro (1994a), num estudo com em risco de subsequentes perturbações mentais.
jovens em que cruza várias medidas susceptíveis O mesmo é defendido por Ornelas (1996). Ell et
de avaliar diferentes dimensões de suporte so- al. (1992), num estudo abrangendo uma amostra
cial, fornecidas por vários agentes, confirma sequencial de 369 doentes com cancro, concluem
que, para a população portuguesa a fonte de su- que há evidência substancial de relação entre o
porte social mais importante é a família. suporte social e as relações sociais, e a sobrevi-
vência de pessoas com cancro. Hanson et al.
Suporte social, saúde e doenças (1989), num estudo envolvendo 621 indivíduos
A crença que o suporte social tem efeitos me- idosos, concluem «haver um efeito causal entre
diadores na protecção da saúde está bem apoiada as redes sociais e o suporte social e a mortalida-
(Rutter & Quine, 1996). Numa revisão de de» (p. 109). Thomason et al. (1996) verificam
investigação acerca de evidências epidemiológi- que o suporte social, embora mediado por outras
cas da relação entre suporte social e saúde, rea- variáveis influencia a emergência de sintomas

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em doentes com SIDA. Blaney et al. (1997) veri- preta a relação positiva entre o suporte recebido
ficaram que o aumento do suporte social tem im- e o distress psicológico como um efeito espúrio
pacto positivo nas manifestações psicológicas que derivaria destas duas variáveis estarem asso-
associadas à SIDA. ciadas a uma terceira, que seria os acontecimen-
tos de vida stressantes.
Efeitos do suporte social na saúde A hipótese da desigualdade defende que os
Os estudos que se têm debruçado sobre a re- indivíduos preferem manter relações com os ou-
lação entre suporte social e saúde podem englo- tros que sejam equilibradas. A teoria defende
bar-se em quatro grandes categorias (Singer & que se as trocas são desequilibradas (um recebe
Lord, 1984): mais ajuda do que a que deu) ambos sofreriam
stress e este manter-se-ia até que o equilíbrio
1 - O suporte social protege contra as pertur- fosse restabelecido.
bações induzidas pelo stress – Agrupa A hipótese da ameaça à estima defende que o
uma versão forte e uma versão fraca. A suporte social, ou falta dele, seria stressante via o
primeira afirma que esta variável impede impacto que teria na auto-estima.
que o stress afecte negativamente o indi-
víduo, enquanto a fraca afirma que o stress O social variável independente versus va-
afecta toda a gente, mas que na existência riável dependente da saúde
de suporte social esse efeito é reduzido. O Para além do suporte social enquanto variável
suporte social é visto como mediador ou independente de algo que temos vindo a intitular
moderador do stress; de «Saúde» ou de inúmeras doenças, o suporte
2 - A não existência de suporte social é fonte social pode, ainda, ser considerado uma variável
de stress – Considera que a falta de supor- dependente e avaliada como tal quando se avalia
te social é ela própria geradora de stress; a saúde. Estudos clássicos como os de Berkman
3 - A perda de suporte social é um stressor – e Breslow (1983) e o de Brook et al. (1979),
Considera que se se tem suporte social e se consideraram o domínio social variável depen-
o perde o stress surge; dente da saúde, ou seja, este tipo de investigação
4 - O suporte social é benéfico – É uma pers- responde à questão «qual é o impacto da saúde
pectiva de certo modo oposta às anteriores, no suporte social?». Isto acrescenta um novo
no sentido em que considera que o suporte problema neste tipo de investigação, que é o de
social torna as pessoas mais fortes e em em que campo (e quais) devemos incluir as va-
melhor condição para enfrentar as vicissi- riáveis sociais, se devemos considerar os as-
tudes da vida, ou seja, que o suporte social pectos, componentes ou domínios do social co-
é um recurso, quer perante, quer na ausên- mo variáveis dependentes da saúde ou como va-
cia, de fontes de stress. riáveis independentes.
Stewart (1993) para se referir às dimensões a
Modelos de impacto negativo do suporte integrar como variáveis dependentes na avalia-
social ção da saúde, afirma: «poucos discordam acerca
Como ficou dito antes, a investigação tem evi- das dimensões de saúde físicas e mentais, mas é
denciado que, tanto se verifica que o suporte so- controverso se a saúde social é conceptualmente
cial é um amortecedor dos impactos do stress na equivalente a estas duas dimensões» (p. 12). Por
saúde, como que ele está associado com redução exemplo, no Medical Outcome Study (Riesen-
do bem-estar, ou com o agravamento do efeito berg & Glass, 1989), uma investigação com
dos stressores (Dunbar, Ford & Hunt, 1998). uma grande amostra destinada a avaliar os resul-
Dunbar, Ford e Hunt, (1998) seleccionam três tados de saúde, ou o impacto na saúde, das inter-
teorias para explicar porque é que o suporte so- venções realizadas em contexto de saúde hospi-
cial surge associado com o distress e com o mal talares, em que a dimensão «saúde» foi avaliada
estar. Sumariam três hipóteses: hipótese de mo- com o recurso a técnicas que são uma evolução
bilização do suporte, hipótese da desigualdade; do estudo de Brook et al. (1979), são assumidas
hipótese da ameaça à estima. duas dimensões de saúde, saúde física e saúde
A hipótese de mobilização do suporte inter- mental, e os aspectos sociais são utilizados como

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indicadores destas duas dimensões (Stewart, uma metodologia mail type, com uma percen-
1993). Ou seja, os aspectos sociais continuam, tagem de retornos de 86%.
hoje, a ser objecto de controvérsia, tanto no que
diz respeito ao modo de os avaliar, como, que Material
aspectos sociais adoptar, como, ainda, se precede A versão final da ESSS é constituída por 15
ou procede a saúde. Os instrumentos de avalia- frases que são apresentadas para auto-preenchi-
ção que são utilizados nas investigações para mento, como um conjunto de afirmações. O su-
avaliar as diferentes variáveis reflectem a panó- jeito deve assinalar o grau em que concorda com
plia de social que há no social. a afirmação (se ela se aplica a ele), numa escala
de Likert com cinco posições, «concordo total-
Avaliação do suporte social mente», «concordo na maior parte», «não con-
O suporte social é uma variável importante cordo nem discordo», «discordo na maior parte»,
para a saúde mas não há uniformidade quanto à e «discordo totalmente».
maneira de o avaliar, nem é clara a relação exis- Recorreu-se a um conjunto de medidas que
tente entre as diversas estratégias e técnicas uti- expressam saúde, bem-estar ou mal estar ou que
lizadas para de o avaliar. A variedade destas estão intimamente ligadas a essas variáveis. As
técnicas reflecte a complexidade da concepção medidas utilizadas para validação do ESSS fo-
de suporte social. Existem inúmeras técnicas de ram as seguintes: Auto conceito geral avaliado
avaliação que, cada uma por si, consideram os com a adaptação portuguesa do self perception
diversos aspectos componentes ou dimensões, profile for college students (Ribeiro1994b). É
mas nenhuma, só por si, resolveu o problemas de um questionário de auto preenchimento com 54
contemplar o suporte social na sua globalidade. itens que se agrupam em 12 sub-escalas, e a res-
Como dizem Sarason e Sarason (1984) «impor- posta é dada numa escala de likert. Neste estudo
tante como parece, não há concordância acerca considerou-se somente a nota total.
da maneira de avaliar o nível pessoal de suporte Gravidade que atribui aos acontecimentos de
social» (p. 288). vida, avaliado pela intensidade que considera
Heitzmann e Kaplan (1988), numa revisão que o acontecimento de vida que mais afectou a
àcerca das técnicas de avaliação do suporte so- sua vida no último ano, variando numa escala
cial que são utilizadas em contexto de saúde, tipo Likert de nove posições, variando entre na-
verificaram que as propriedades psicométricas da e totalmente.
dos instrumentos revistos eram, na generalidade Acontecimentos de vida avaliados com um
fracas, e que as técnicas avaliavam diferentes inventário de 23 problemas adaptados à popu-
concepções de suporte social. lação jovem em que os respondentes assinalam
A presente investigação propõe-se construir todos os que ocorreram no último ano. A nota
uma escala de avaliação da satisfação com o su- final é dada pela soma do número de aconteci-
porte social existente. É uma medida de per- mentos assinalados.
cepção de suporte social, na assunção que esta A avaliação da auto eficácia geral foi reali-
percepção é uma dimensão fundamental nos zada com uma adaptação portuguesa da escala
processos cognitivos e emocionais ligados ao (Ribeiro, 1995). A escala é de auto-preenchi-
bem estar e à qualidade de vida. mento e inclui 15 itens que são respondidos nu-
ma escala de likert distribuídos por três factores.
Neste estudo considerou-se somente a nota total.
MATERIAL E MÉTODOS Saúde geral avaliada com recurso a um item
na tradição do que é utilizado na avaliação do
Participantes estado de saúde em que o sujeito responde numa
609 estudantes, entre os 11.º ano e final da escala tipo likert de sete pontos, variando entre o
Universidade, com idades entre os 15 e 30 anos excelente e o péssimo, qual o estado de bem es-
(47% do sexo masculino), de nove escolas per- tar físico actual.
tencentes à Universidade do Porto e três escolas Sintomas físicos de mal estar avaliados com
do ensino secundário da cidade do Porto, respon- recurso a um inventário que inclui 19 itens que
deram a um questionário, anónimo, segundo constituem sintomas físicos de mal estar a que os

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sujeitos respondem quanto à frequência com bach) das escalas assim construídas. Inspeccio-
que os sentem (de diária, vária vezes por sema- nou-se, depois, a validade discriminante, ou seja,
na, semanal, uma vez por mês, ou menos de uma verificou-se se a correlação dos itens com a es-
vez por mês) e, quando ocorrem qual a intensi- cala a que era suposto pertencerem era superior à
dade com que se manifestam em cinco posições das restantes escalas, e a validade concorrente
de «extremamente incómodo» até «não é proble- com vários indicadores de saúde.
ma». Foi apenas considerada a nota dada pela
frequência dos sintomas. Resultados
Saúde mental: avaliado com recurso ao inven- Procedeu-se à ACP seleccionando os itens
tário de saúde mental, adaptação portuguesa com uma carga factorial superior a 0,40. Per-
(Ribeiro, 1998) do Mental Health Inventory maneceram na equação 15 itens que se apre-
(Veit & Ware, 1983). É um inventário com 38 sentam no Quadro 1. A solução factorial assim
itens, auto-preenchidos, que avaliam cinco di- escolhida inclui quatro factores que explicam
mensões, depressão, ansiedade, comportamento 63,1% da variância total. A consistência interna
e controlo emocional, afecto positivo, com con- (alfa de Cronbach) da escala total é de 0,85. As
sistências internas (para a versão portuguesa) escalas geradas empiricamente estão de acordo
dominantemente na casa dos 0,80 a 0,90 e com a com os constructos para que os itens foram
um alfa da escala total de 0,96. A resposta é dada gerados e parecem medir os seguintes aspectos
numa escala de Likert variando entre cinco e seis do suporte social: O primeiro factor, baptizado
posições. Neste estudo considerou-se somente a «satisfação com os amigos», mede a satisfação
nota total. com as amizades/amigos que tem, inclui cinco
Percepção geral de saúde: avaliada com recur- itens, que têm uma consistência interna de 0,83.
so a uma adaptação da General Health Per- Este factor explica 35% da variância total. O
ception Battery (Brook et al., 1979), inclui 32 segundo factor, baptizado «intimidade», mede a
itens auto preenchidos, agrupados em oito di- percepção da existência de suporte social íntimo.
mensões, que são respondidos numa escala tipo Inclui quatro itens que têm uma consistência
Likert com cinco posições. Neste estudo consi- interna de 0,74 e o factor explica 12,1% da
derou-se somente a nota total. variância total. O terceiro factor, baptizado «sa-
tisfação com a família», mede a satisfação com o
Procedimento suporte social familiar existente. Inclui três itens,
A ESSS foi construída para medir a satisfação que têm uma consistência interna de 0,74 e o
com o suporte social existente, assumindo, como factor explica 8,7% da variância total. O último
defendem Wethingson e Kessler (1986), que as factor gerado, baptizado «actividades sociais»,
medidas de percepção de suporte social explicam mede a satisfação com as actividades sociais que
melhor a saúde do que as de suporte social tangí- realiza. Inclui três itens que têm uma consistên-
vel. Seleccionaram-se 20 itens que reflectissem a cia interna de 0,64 e o factor explica 7,3% da
satisfação dos indivíduos com a sua vida social, variância total. O Quadro 1 mostra os valores da
nomeadamente com a que têm com os actores carga factorial acima de 0,40, de cada item no
sociais com quem interagem, tais como familia- factor em que permaneceu na solução final.
res e amigos, e com as actividades sociais que Em geral, a carga factorial dos itens da ESSS
desenvolvem. Para garantir a validade de con- é elevada. Apenas um item apresenta uma carga
teúdo os itens foram inspeccionados e corrigidos factorial inferior a 0,50. Este item tem uma
por três juizes. Seguidamente estes itens foram carga factorial mais elevada noutro factor e,
passados aos participantes. Seguidamente proce- com base na revirificação do conteúdo do item
deu-se à análise de componentes principais decidiu-se que era mais adequado ficar colocado
(ACP) para verificar, como, de modo empírico, nesta sub-escala.
os itens se distribuem pelas escalas. Após a O factor que melhor explica o resultado da
ACP verificou-se se o agrupamento de itens a escala é o primeiro «satisfação com amizades/
partir da ACP estava de acordo com os cons- /amigos» com mais de metade da variância total
tructos iniciais. De seguida procedeu-se à ins- explicada.
pecção da consistência interna (alfa de Cron-

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QUADRO 1
Carga factorial dos itens por factor, variância de cada factor e consistência interna
dos itens de cada factor

ITENS SA IN SF AS

Os amigos não me procuram tantas vezes quantas eu gostaria 0,72


Estou satisfeito com a quantidade de amigos que tenho 0,74
Estou satisfeito qom a quantidade de tempo que passo com os meus 0,79
amigos
Estou satisfeito com as actividades e coisas que faço com o meu 0,74
grupo de amigos
Estou satisfeito com o tipo de amigos que tenho 0,56
Por vezes sinto-me só no mundo e sem apoio 0,50
Quando preciso de desabafar com alguém encontro facilmente 0,78
amigos com quem o fazer
Mesmo nas situações mais embaraçosas, se precisar de apoio de 0,76
emergência tenho várias pessoas a quem posso recorrer
Às vezes sinto falta de alguém verdadeiramente íntimo que me 0,69
compreenda e com quem possa desabafar sobre coisas íntimas
Estou satisfeito com a forma como me relaciono com a minha 0,79
família
Estou satisfeito com a quantidade de tempo que passo com a 0,73
minha família
Estou satisfeito com o que faço em conjunto com a minha 0,83
família
Não saio com amigos tantas vezes quantas eu gostaria 0,42
Sinto falta de actividades sociais que me satisfaçam 0,68
Gostava de participar mais em actidades de organizações 0,84
(p. ex. clubes desportivos, escuteiros, partidos políticos, etc.)
Eighenvalue 5,24 1,81 1,30 1,09
Variância (total = 63%) 35% 12.1% 8,7% 7,3%
Consistência interna (Alfa de Cronbach) (total = 0,85) 0,83 0,74 0,74 0,64
SA – Satisfação com amizades; IN – Intimidade; SF – Satisfação com família; AS – Actividades sociais

Validade discriminante escala a que pertence (em carregado) e a magni-


A validade discriminante de um item eviden- tude do segundo valor de correlação com outra
cia-se pela diferença entre a correlação do item escala. O segundo valor mais elevado é, sempre,
com a escala a que pertence por comparação com o resultado da escala total que resulta da so-
com a correlação do item com as escalas a que ma de todas as escalas.
não pertence. A validade discriminante dos itens O Quadro 3 apresenta a correlação entre a no-
ESSS é mostrada no Quadro 2. ta da escala total e as notas das sub-escalas que
A observação do Quadro 2 mostra que o ín- compõem a ESSS.
dice de discriminação dos itens é superior a 20 Verifica-se que as sub escalas que melhor
pontos entre a magnitude da correlação com a explicam a satisfação com o suporte social são as

553
QUADRO 2
Validade discriminante dos itens do EPSS

ITENS SA IN SF AS Tot

Os amigos não me procuram tantas vezes quantas eu gostaria 0,76 0,44 0,11 0,46 0,65
Estou satisfeito com a quantidade de amigos que tenho 0,80 0,48 0,18 0,40 0,68
Estou satisfeito qom a quantidade de tempo que passo com os meus 0,80 0,41 0,26 0,50 0,70
amigos
Estou satisfeito com as actividades e coisas que faço com o meu 0,81 0,46 0,24 0,46 0,71
grupo de amigos
Estou satisfeito com o tipo de amigos que tenho 0,70 0,47 0,17 0,28 0,60
Por vezes sinto-me só no mundo e sem apoio 0,45 0,68 0,27 0,37 0,62
Quando preciso de desabafar com alguém encontro facilmente 0,49 0,78 0,11 0,28 0,61
amigos com quem o fazer
Mesmo nas situações mais embaraçosas, se precisar de apoio de 0,47 0,77 0,21 0,29 0,63
emergência tenho várias pessoas a quem posso recorrer
Às vezes sinto falta de alguém verdadeiramente íntimo que me 0,35 0,76 0,10 0,37 0,56
compreenda e com quem possa desabafar sobre coisas íntimas
Estou satisfeito com a forma como me relaciono com a minha 0,18 0,21 0,79 0,08 0,38
família
Estou satisfeito com a quantidade de tempo que passo com a 0,21 0,15 0,78 0,11 0,38
minha família
Estou satisfeito com o que faço em conjunto com a minha 0,24 0,19 0,85 0,17 0,45
família
Não saio com amigos tantas vezes quantas eu gostaria 0,50 0,37 0,10 0,74 0,59
Sinto falta de actividades sociais que me satisfaçam 0,51 0,44 0,14 0,80 0,65
Gostava de participar mais em actidades de organizações 0,25 0,20 0,09 0,75 0,43
(p. ex. clubes desportivos, escuteiros, partidos políticos, etc.)

SA – Satisfação com amizades; IN – Intimidade; SF – Satisfação com família; AS – Actividades sociais; Tot – Escala total

QUADRO 3
Correlação entre as notas das sub-escalas e escala total

Escala e sub-escalas do EPSS SA IN SF AS

Escala total 0,86 0,80 0,50 0,72


Satisfação com amizades 0,58 0,25 0,55
Intimidade 0,22 0,44
Satisfação com família 0,15

SA – Satisfação com amizades; IN – Intimidade; SF – Satisfação com família; AS – Actividades sociais

554
relativas aos amigos, com cada uma delas por si indicadoras de mal estar. Simultaneamente os
só a explicar mais de dois terços da variância da valores da correlação, embora significativos,
escala total. Tal parece contrariar a investigação não devem ser tão elevados de molde a parecer
já referida que afirma que o suporte social mais que são a mesma medida. O valor critério consi-
importante nos jovens é a família. derado é que não deve exceder valores de corre-
lação de 0,60, ou seja uma nota não deve pre-
Validade concorrente dizer mais de um terço da outra. O Quadro 4
Investigou-se a validade concorrente com me- mostra a correlação entre as diversas medidas
didas de saúde e bem-estar e com medidas de consideradas.
mal-estar. A ideia subjacente é a de que a EPSS Genericamente a correlação entre o resultado
deve estar associada a medidas de saúde na di- da escala total e as medidas critério é maior do
recção esperada, ou seja, deve predizer resulta- que a das sub-escalas. Com excepção para as
dos positivos (correlação positiva estatistica- medidas de acontecimentos de vida (tanto a
mente significativa) das medidas indicadoras de existência como a intensidade).
saúde e resultados negativos (correlação negati- A análise do Quadro evidencia valores contro-
va estatisticamente significativa) com medidas versos em que as sub-escalas ligadas aos amigos

QUADRO 4
Correlação entre EPPS e medidas critério

SA IN SF AS Tot

r = 0,41 r = 0,44 r = 0,29 r = 0,35 r = 0,51


Auto conceito (576) (579) (574) (575) (565)
p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001
Gravidade dos r = -0,12 r = -0,14 r = -0,28 n.s. r = -0,21
acontecimentos (249) (249) (247) (245)
p < 0,005 p < 0,03 p < 0,0001 p < 0,002
r = -0,11 r = -0,13 r = -0,23 r = -0,11 r = -0,19
Acontecimentos (547) (551) (546) (547) (536)
p < 0,006 p < 0,002 p < 0,00001 p < 0,02 p < 0,0001
r = 0,38 r = 0,43 r = 0,25 r = 0,27 r = 0,46
Auto eficácia (586) (590) (586) (586) (576)
p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001
r = 0,18 r = 0,14 r = 0,10 r = 0,15 r = 0,19
Saúde (605) (608) (603) (604) (594)
p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,009 p < 0,0001 p < 0,0001
r = -0,18 r = -0,25 r = -0,28 r = -0,18 r = -0,30
Mal estar (580) (584) (579) (580) (569)
p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001
r = 0,40 r = 0,50 r = 0,34 r = 0,36 r = 0,55
Saúde mental (593) (584) (593) (594) (584)
p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001
r = 0,21 r = 0,25 r = 0,21 r = 0,17 r = 0,29
Percepção de saúde (589) (593) (589) (589) (579)
p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001 p < 0,0001

SA – Satisfação com amizades; IN – Intimidade; SF – Satisfação com família; AS – Actividades sociais; Tot – Escala total.
Auto conceito - Auto conceito geral; Gravidade dos acontecimentos – Gravidade que atribui aos acontecimentos de vida;
Acontecimentos – Acontecimentos de vida; Auto eficácia – Auto eficácia geral; Saúde – Saúde geral; Mal estar – Sintomas físicos
de mal estar; Saúde mental – Saúde mental; Percepção de saúde – Percepção geral de saúde.

555
apresentam maior correlação com algumas me- Cohen, S., & McKay, G. (1984). Social suport, stress,
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correlação com outras medidas de saúde, bem-
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estar, ou mal estar. Tal resultado aponta para a Inc., Publishers.
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O estudo apresentado propõe uma escala de tial effectiveness of electromyograph feedback,
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com várias diemensões, que é sensível e válida. Cramer, D., Henderson, S., & Scott, R. (1997). Mental
Tal, no entanto, não dispensa a necessidade de health and desired social support: a four-wave pa-
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behavior, 27, 78-89. disease. A sample of young healthy people, 47% ma-
les, was used. A scale with 15 items was built, with Li-
kert type response, with a basis on content validity of
each item, in order to evaluate the level of satisfaction
RESUMO regarding the social support received from different
sources, and with social activities. The scale includes
O objectivo é construir uma escala de avaliação da four sub-scales with internal consistency values
satisfação com o suporte social recebido. Assume-se varying between 0,64 and 0,83, with a value of 0,85
que o suporte social percebido tem um papel impor- for the total scale. The discriminating validity as well
tante na saúde e no bem-estar tanto das pessoas sem as the concurrent validity of the items was analysed
doença, como nas que estão em recuperação ou vivem with measures related to health, both on the positive as
com uma doença. Recorreu-se a uma amostra de well as the negative side. The values found that con-
jovens sem doença, 47% homens. Construiu-se uma firm the validity of the scale in evaluating perceptions
escala com 15 itens, com resposta tipo likert, com base of social support within a health context.
na validade de conteúdo de cada item para avaliarem a Key words: Social support, health, chronic disease.

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