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Introdução

Plank e Einstein haviam postulado que a energia da luz não pode ser
transferida em qualquer quantidade e que essa transmissão só ocorrem em
frequências múltiplas inteiras de hv (a constante de plank vezes a frequência do
estado fundamental), o quantum de luz. Isso deu o entendimento necessário para
Bohr postular sua teoria atômica, que confirmava o postulado por Rutherford anos
antes de que elétron e núcleo estariam num sistema planetário (orbitais de elétrons).
Contanto Bohr calcula que esses orbitais eletrônicos podem existir em apenas
alguns níveis definidos de distância do núcleo (energia potencial).
Utilizando esse modelo (Figura 1), podemos entender o mecanismo da
emissão da luz. Quando em estado fundamental, os elétrons se organizam nos
níveis de energia menor, mais próximos do núcleo. Ao receber energia, seja
eletromagnética ou térmica, há uma excitação dos elétrons da camada mais
afastada do núcleo atômico podendo haver “saltos” de elétrons para níveis
superiores, com o fim do estímulo, os elétrons procuraram retornar para seus
orbitais de origem, liberando a energia extra em forma de ondas eletromagnéticas,
cujo comprimento de onda (e a frequência) hv=E superior −Einferior estão ligados
diretamente a diferença energética entre esses dois orbitais.
Os comprimentos de onda ou a frequência de uma onda de luz visível, está
relacionada a cor exibida por essa luz(Figura 2); enquanto ao valor da energia de
transição da última camada é único para cada elemento químico. A espectroscopia,
é a identificação de elementos por suas cores características é uma das técnicas
mais importantes da química. E o teste de chamas é a forma mais básica de
espectroscopia conhecida onde um elemento é exposto ao calor de uma chama
oxidante e é possível observar a mudança de cor do fogo para aquela luz emitida
pelas transições eletrônicas do material em questão.

Energia

Figura 1: Modelo de Bohr- Figura 2


Ruterford (1913)
Objetivo
Realizar o ensaio da chama em diferentes sais a fim de constatar os efeitos de
absorção e emissão de energia e verificar a cor emitida pelos diferentes cátions
testados.

Materiais e Reagentes
• Bico de Bunsen;
• Pinça de Madeira;
• Fio metálico de Níquel-Cromo
• Ácido Clorídrico (HCl) 1% m/m
• Sulfato de Cobre, PA (CuSO4 . 5H2O)
• Cloreto de Cálcio, PA (CaCl2 . 2H2O)
• Acetato de Chumbo, PA (Pb(CH3COO)2)
• Cloreto de Sódio, PA (NaCl)

Metodologia

Transferiu-se uma amostra qualitativa de cada sal acima listado para


Béqueres limpos e secos. Pela baixa concentração, o ácido clorídrico foi transferido
para um béquer e utilizado na bancada.
Realizou-se o acionamento do bico de bunsen, abrindo sua entrada de ar
totalmente a fim de se obter uma chama rica em oxigênio e oxidante para a
realização do experimento.
Para realizar o ensaio, primeiro realiza-se a limpeza do fio metálico o
inserindo no HCl, e realizando a secagem na chama até não ser observada emissão
de cor de eventuais resíduos, importante notar que essa limpeza deve ser sempre
feita entre cada amostra.
Então utiliza-se o fio metálico umedecido em HCl para aderir o sal no metal,
então com o auxílio de uma pinça de madeira, o material é levado a chama onde
imediatamente se observa a cor emitida pelo material.
Resultados e Discussão
No ensaio da chama, a energia do fogo é suficiente para desintegrar a rede
cristalina do sal, liberando seus átomos livres na forma de íons. Todo sal é formado
por um Cátion (átomo com um elétron a menos que seu estado fundamental) e um
Ânion (átomo com um elétron a mais de que seu estado fundamental). Então, o
cátion possuindo esse espaço disponível na sua camada de valência, ainda na ação
da chama, sofre saltos de elétrons para esse orbital vazio, que liberam luz ao
retornar. O ensaio produziu os dados tabelados abaixo.

Cátion Cor observada Comprimento de Onda


Cobre Verde 500 – 560 nm
Cálcio Vermelho 625 – 740 nm
Sódio Amarelo 565 – 590 nm
Chumbo Azul 440 – 485 nm

Observou-se que todas as cores observadas no experimento estão de acordo


com aquelas indicadas na literatura, todos os materiais apresentaram coloração forte
na chama com exceção do chumbo que produziu uma cor muito sutil e fraca, o que
provavelmente pode ser explicado pelo fato do contra-íon do sal ser uma molécula
multiatômica, que pode mascarar a emissão do chumbo por causa da grande
quantidade de átomos alheios na chama.

Conclusão
O ensaio da chama é a forma mais simples de observar diretamente as
consequências do modelo atômico atual, no experimento observamos que os
diferentes elementos químicos emitem cores únicas ao serem expostos a uma fonte
de calor oxidante, pois a energia necessária para mover o elétron entre o gap
energético presente entre orbitais difere entre todos os elementos químicos. E
quando a chama força uma transição eletrônica, podemos relacionar a cor da luz
emitida com a energia necessária para se realizar essa transição.
Referências

PAULING, Linus et al. Química geral. Ao Livro Técnico e Editôra da Universidade de


São Paulo, 1966.
RUSSEL, John B. Química Geral São Paulo. 1981.

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