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INSTITUTO LATINO-AMERICANO DE CIÊNCIAS

DA VIDA E DA NATUREZA (ILACVN)

Curso: Biotecnologia – Bacharelado

Disciplina: Química Geral Experimental

Professora: Aline Theodoro Toci

RELATÓRIO DA PRÁTICA 3

“ANÁLISE DO EXPERIMENTO DE CHAMA BASEADO NO MODELO


ATÔMICO DE RUTHERFORD-BOHR”

Estudantes: Ana Clara Ferreira dos Reis

Gisselle Antonella Caballero Figueredo

José Henrique de Almeida Perão

Luiz Felipe da Trindade

Rodrigo David Ibañez Paez

Foz do Iguaçu, 07 de agosto de 2023


1. Introdução
A compreensão da estrutura atômica proposta por Rutherford-Bohr é essencial
para a análise e interpretação dos resultados observados no experimento de chamas
realizado na prática, pois é a partir da teoria e da observação da experimentação que se
entende um dos principais fenômenos físicos e químicos que regem o Universo.
O modelo Rutherford-Bohr foi desenvolvido por Ernest Rutherford em 1911 e
aprimorada por Niels Bohr em 1913. Rutherford propôs um modelo para o átomo, o qual
consistia em um núcleo central com uma carga elétrica positiva e que elétrons circulavam
o núcleo, apresentando carga negativa. Com esse modelo, Rutherford conseguiu explicar
o espalhamento a grandes ângulos de partículas α por átomos, entretanto, ele não discute
o problema da estabilidade do átomo (CARUSO; OGURI, 2016). Ou seja, caso os
elétrons circulassem o núcleo, eles estariam sendo constantemente acelerados,
consequentemente, perdendo energia por meio da radiação eletromagnética. Isso faria
com que as órbitas fossem diminuindo até que colidissem com o núcleo.
Essa inconsistência foi resolvida por Bohr, para solução, ele propôs que as órbitas
dos elétrons seriam estáveis, permitindo um valor específico de energia. Ou seja, cada
órbita corresponderia a uma quantidade de energia e, no caso de mudança de órbita, isso
só aconteceria quando os elétrons pulassem para outro nível de energia. Apesar das
restrições de natureza epistemológica, a principal contribuição de Bohr para a Física
Moderna foi demonstrar que a descrição clássica da matéria não era suficiente. Isso
despertou a consciência na comunidade científica de que uma nova teoria, a Mecânica
Quântica, precisava ser desenvolvida para explicar os fenômenos atômicos de forma
adequada (CARUSO; OGURI, 2016).
Nessa perspectiva, ao realizar os experimentos com sais metálicos, observamos as
cores características emitidas pelas chamas com base nos princípios fundamentais do
modelo de Rutherford-Bohr. Como mencionado anteriormente, quando esses sais entram
em contato com uma certa quantia de energia, eles passam por uma reação, onde os seus
elétrons oscilam entre as camadas de valência, conforme o valor específico de energia.
Nesse sentido, para mover um elétron de uma camada mais baixa, para outra mais elevada
requer que haja a absorção de energia. Ou seja, pode-se notar o processo oposto, quando
um elétron retorna para uma camada mais baixa e, consequentemente, emite energia. Esse
desempenho pode ser observado em forma de luz. A concordância entre a teoria e a
experiência é tomada como uma evidência de que o modelo atômico é válido (KOTZ et
al., 2013).

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2. Objetivos
Analisar e determinar as cores dos variados sais ao entrarem em contato com o fogo.
Relacionar os resultados obtidos com a teoria do modelo atômico de Rutherford-Bohr.

3. Materiais e métodos
3.1 Materiais:
3.1.1 Materiais e vidrarias:
1. Cadinho de porcelana
2. Palito de fósforo
3. Espátula de metal
4. Tubos de amostra contendo os sais
5. Pipeta Pasteur
6. Algodão
3.1.2 Amostras / Reagentes:
1. Metanol (álcool metílico)
2. Sulfato de cobre (CuSO4)
3. Cloreto de cálcio (CaCl2)
4. Cloreto de bário (BaCl2)
5. Cloreto de cobalto (CoCl2)
6. Cloreto de estrôncio (SrCl2)
7. Cloreto de lítio (LiCl)
8. Cloreto de potássio (KCL)
9. Cloreto de sódio (NaCl)
3.2 Métodos:
1. Para a reação de combustão, utilizaram-se um cadinho de porcelana, algodão,
metanol e fósforo. O algodão foi colocado dentro do cadinho de porcelana e,
em seguida, adicionado o metanol com a pipeta Pasteur. A combustão foi
iniciada pela ignição do fósforo, com o sal metálico sendo adicionado com a
espátula de metal em seguida. Após a conclusão das etapas, podemos notar uma
cor específica, característico do sal utilizado.
2. O procedimento continuou com o preparo inicial mencionado no tópico 1 do
índice 3.2, seguinte com a aplicação de outros sais, para concluir a análise e
coletar os dados das cores emitidas, dispostas na (Tabela 1).

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3.3 Modificações:
1. Foi necessário realizar uma modificação no uso dos materiais para o
experimento. O bico de Bunsen foi substituído pelo cadinho de porcelana com
algodão dentro, e foi aplicado metanol para combustão. Essa troca ocorreu para
evitar possíveis danos ao utilizar diretamente o bico de Bunsen na queima.

4. Resultados e discussão
4.1 Resultados:
A tabela 1 apresenta os resultados das cores observados a partir da queima dos
diferentes sais. Cada chama observada é resultado das características da substância
aquecida, ou seja, a substância é formada por diferentes átomos que possuem camadas
eletrônicas com valores de energia bem definidos. Esses resultados serão discutidos e
comparados no tópico 4.2.
Tabela 1 – Resultados obtidos da atividade experimental teste de chama com
diferentes sais

Nome do sal Fórmula Química Cor observada

Sulfato de Cobre CuSO4 Verde


Cloreto de Cálcio CaCl2 Vermelho alaranjado
Cloreto de bário BaCl2 Amarelo esverdeado
Cloreto de Cobalto CoCl2 Azul
Cloreto de estrôncio SrCl2 Vermelho
Cloreto de lítio LiCl Rosa
Cloreto de potássio KCl Lilás
Cloreto de sódio NaCl Amarelo alaranjado

4.2 Discussão:
Observou-se no experimento, ao colocar os sais no fogo, o salto para um nível de
energia mais externo, ou seja, entrou em um estado mais excitado, e por isso realizou o
salto quântico. Entretanto, quando o elétron salta para um nível mais próximo ao núcleo,
ele libera energia, que fica visível em forma de luz. A teoria de Bohr permite explicar
esses espectros. Essa energia radiante obriga o elétron a mover-se de um estado menor
para um maior. Quando o contrário acontece, no retorno para a menor camada, a energia
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na forma de fóton é emitida. O movimento quantizado do elétron de um estado de energia
para outro é análogo ao movimento de uma bola de tênis subindo ou descendo um
conjunto de degraus (CHANG; GOLDSBY, 2013).
Por exemplo, durante a prática em laboratório, quando foi colocado o Sulfato de
Cobre (CuSO4) na chama, foi observado a cor verde, e o Cloreto de Cálcio (CaC12), uma
cor vermelha alaranjada. Essas cores emitidas são ondas eletromagnéticas e, cada uma
delas, possui um comprimento específico, apresentando cores diferentes dentro do
espectro visível. Esse experimento teve importância histórica como um dos testes
empregados na detecção de certos elementos em amostras de minerais (PERUZZO;
CANTO, 2009). A luz liberada em cada elemento apresentou um comprimento de onda
diferente, o que resulta em suas respectivas cores, isso acontece, devido ao fato de cada
elemento ser formado por átomos diferentes, e possuírem consequentemente camadas
eletrônicas com valores de energia já definidos. Este brilho visível corresponde à porção
do seu espectro de emissão captada pela visão humana (CHANG; GOLDSBY, 2013).
A fórmula utilizada para calcular a cor emitida dentro do espectro é dado pela
relação de energia de um sistema, a radiação eletromagnética, frequência e comprimento
de onda.
ℎ𝑣
Δ𝐸 =
λ
Onde:
Δ𝐸: é a diferença de energia entre dois níveis envolvidos de transição;
ℎ: é a constante de Planck (6,626 x 10-34 J s-1);
𝑣: é a frequência da radiação eletromagnética (Hz);
λ: É o comprimento de onda da radiação (μm).
A fórmula permite calcular a diferença de energia entre os níveis de energia
permitidos em um átomo. As transições estão relacionadas aos níveis de energia
quantizados do átomo, resultando em um espectro específico de linhas, conforme
proposto por Bohr em sua teoria dos átomos de hidrogênio. A frequência de radiação e a
constante de Planck são constantes fundamentais da natureza. A energia do fóton está
diretamente relacionada à frequência da radiação. Quanto maior a frequência da radiação,
maior será a energia do fóton e, consequentemente, menor será o comprimento de onda.

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5. Conclusões
Com essa prática dos diferentes sais metálicos podemos observar suas cores
quando submetidos ao fogo, permitindo constatar que os elétrons saltam para níveis de
energia mais externos (excitados) e, ao retornarem para níveis mais próximos ao núcleo,
liberam energia visível na forma de luz. Essas cores estão relacionadas aos elementos
presentes nos sais, que possuem camadas eletrônicas com valores de energia específicos.
O estudo confirma e permite observar a teoria de Bohr, que explica as transições
eletrônicas quantizadas nos átomos e suas relações com as cores emitidas. A análise dos
espectros contribui para a compreensão da estrutura atômica e a natureza quântica da
matéria, consolidando o conhecimento nas áreas de Física e Química, permitindo
entender e captar futuras características e resultados dentro de experimentações no
laboratório.

6. Referências
CARUSO, Francisco; OGURI, Vitor. Física Moderna: Origens Clássicas e
Fundamentos Quânticos. 2. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth. Química. 11. Ed. Porto Alegre: AMGH,
2013.
ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princípios de Química: questionando a vida
moderna e o meio ambiente. 5. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
PERUZZO, Francisco; CANTO, Eduardo. Química na abordagem do cotidiano. 5. Ed.
São Paulo: Moderna, 2009.
KOTZ, J.; TREICHEL, P. M.; WEAVER G. C.. Química Geral e reações químicas. 6.
Ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

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