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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM

INSTITUTODE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – ICET


LICENCIATURA PLENA EM QUÍMICA E BIOLOGIA
DOCENTE: NÍVEA GUEDES

RELATÓRIO: ABSORÇÃO ATÔMICA – TESTE DA CHAMA (IDENTIFICAÇÃO DE


METAIS)

ITACOATIARA – AM
2023
INGRID HAIMÊ DE S. DA SILVA
JOSÉ DOUGLAS
JULIANA DOS ANJOS
MAIZA LEVY
WILDERCLEY MARQUES

RELATÓRIO: ABSORÇÃO ATÔMICA – TESTE DA CHAMA (IDENTIFICAÇÃO DE


METAIS)

Relatório para obtenção da nota parcial da


disciplina Química Analítica Instrumental,
ministrada pela professora Nívea Guedes.

ITACOATIARA – AM
2023
1 INTRODUÇÃO

A configuração eletrônica normal de átomos ou íons de um elemento é


conhecida como estado fundamental. Neste estado mais estável, todos os elétrons
estão nos níveis de energia mais baixos disponíveis. Quando os elétrons absorvem
energia eles se movem para os estados excitados. Esta configuração é instável e os
elétrons voltam ao seu estado fundamental liberando a energia na forma de luz. Os
testes de chama têm importância histórica porque foram usados na detecção de certos
elementos em amostras de minerais (AMORIM et al., 2008). Atualmente há técnicas
bem mais modernas com maior precisão e sensibilidade. Alguns materiais, quando
absorvem radiação ultravioleta ou outras formas de radiação, emitem de volta luz
visível. Esse fenômeno é chamado de luminescência. Quando o fenômeno ocorre
após a incidência da radiação ultravioleta, é chamado de fluorescência; mas se a
emissão demorar segundos ou horas, temos a fosforescência. Quando a emissão
ocorre após uma reação química que libera energia sob a forma de luz, temos a
quimiluminescência. (ESTRUTURA..., 2020)
A realização desse experimento, teve como objetivo a observação da cor da
chama obtida pelo aquecimento de sais como; sulfato ferroso, cloreto de potássio e
permanganato de potássio, com as mudanças de níveis energéticos do átomo.
O teste envolveu a exposição das soluções em uma chama e a observação da
cor resultante para cada espectro de emissão. Aplicou-se energia através de calor, a
chama, fornecida a cada solução, para explicar o princípio de que parte dos elétrons
da última camada de valência absorvam a energia produzida que chamamos de
estado de excitação, passando para um nível de energia mais elevado, e emitem luz
ao voltar ao estado fundamental da cor e intensidade, que podem ser verificadas
através da observação visual da chama.
Ao receber energia térmica do exterior, o elétron sair do seu estado original
para um nível de energia mais elevado, ou seja, salta de um orbita mais interna para
outra mais externa, porem de acordo com Mior et al. (2013), a quantidade de energia
que ele recebe e bem definida, ao retornar da orbita mais externa para outra mais
interna, ou seja o seu estado fundamental, o eletro emite energia na forma de luz de
cor bem definida ou outra radiação.
2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Materiais
• Becker
• Bico de Bunsen
• Fio de níquel cromo com argola na ponta
• Palitos
• Algodão
• Pisseta

2.2 Reagentes
• Permanganato de potássio
• Cloreto de potássio
• Sulfato ferroso
• Ácido clorídrico
• Água destilada

Procedimentos
Antes de iniciar o experimento, o fio de níquel cromo com argola na ponta foi
lavado com água destilada por três vezes e secado na chama do bico Bunsen e em
seguida, submetido no ácido clorídrico para confirmar se o material estava livre de
contaminação.
Para o teste do Permanganato de potássio analisado nos diferentes níveis de
calor da chama para confirmar o teste, foi realizado em estado sólido, em seguida foi
observado e anotado.
Para o teste do cloreto de potássio, repetiu o mesmo processo de lavagem do
fio de níquel cromo com argola na ponta, para evitar a contaminação do mesmo e
interferência na leitura do sal posterior, feito isto, utilizou-se o Cloreto de potássio
líquido e sólido para confirmar o teste com o sal em pauta.
Seguindo a mesma lógica de limpeza do fio níquel cromo com argola na ponta
utilizando água destilada e HCL e submetido na chama, e por fim, testou-se o Sulfato
ferroso aquoso e sólido, por fim, foi observado e anotado.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O experimento consistiu em colocar pequenas quantidades das soluções de
sais na chama e observar as cores que cada sal emitiu quando em contato com a
fonte de calor, para confirmar a cor emitida fez-se o teste com o sal na sua forma
sólida.

FIGURA 1: Representação das regiões da chama fornecida por um bico de bünsen.

FIGURA 2: Sais utilizados no experimento (sulfato ferroso, cloreto de potássio e


permanganato de potássio).

Os sais em experimento foram submetidos à chama, mais especificamente na


zona oxidante superior, e ao entrar em contato com a fonte de calor cada sal emitia
uma cor específica. Isso porque os átomos no estado fundamental ao entrar em
contato com a chama absorveram radiação de comprimento de onda característico, e
consequentemente emitiram cor no espectro visível.
TABELA 1: comprimento de onda aproximados das cores da luz visível

Cor Intervalo de comprimento de onda correspondente (em nm)


Vermelha 780 - 622
Laranja 622 - 597
Amarela 597 - 577
Verde 577 - 492
Azul 492 - 455
Violeta 455 - 380

Quando uma determinada quantidade de energia é fornecida a um elemento


químico os elétrons da última camada de valência absorvem essa energia passando
para o nível de energia mais elevado, ou seja, fica no estado excitado. Quando esses
elétrons excitados retornam ao estado fundamental emite uma quantidade de energia
radiante igual a energia absorvida cujo comprimento de onda é característica do
elemento e da mudança eletrônica. Ressalta -se que a chama só tem energia
suficiente para promover transição eletrônica para níveis mais elevados apenas para
os metais alcalinos e alguns alcalinos terrosos pois esses elementos são menos
eletronegativos que os ametais. (KRUG et al 2004)

Permanganato de potássio: ao entrar em contato com a chama emitiu a cor


violeta, de acordo com a tabela acima o comprimento de onda correspondente desse
composto está entre 455 - 380 nm. Considerando a distribuição eletrônica do potássio
19K = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1, o elétron 4s1 é o mais externo e pode ser facilmente
elevado para o 4p, ocorrendo a excitação eletrônica. O elétron excitado apresenta
tendência a voltar a seu estado normal, 4s1, emitindo uma quantidade de energia bem
definida e uniforme como a coloração violeta.
FIGURA 3 – Teste da chama com permanganato de potássio (experimento em sala de aula)

Fonte: Próprio autor, 2023.

Cloreto de potássio: ao entrar em contato com a chama emitiu uma cor violeta
clara. Nesse composto o ânion Cl- que possui distribuição eletrônica Cl17: 2s2 2p6 3s2
3p5, por ser um átomo muito eletronegativo a chama não tem energia suficiente para
promover transição eletrônica na camada de valência do cloro como tem energia pra
promover transição na camada de valência do potássio, portanto a cor emitida foi
violeta clara juntamente com essa pequena característica de cor amarela.

FIGURA 4 – Teste da chama com cloreto de potássio (experimento em sala de aula)

Fonte: Próprio autor, 2023.


Sulfato ferroso: ao entrar em contato com a chama emitiu uma cor laranja tijolo
e observou-se a emissão de pequenas “faíscas”. O Ferro possui distribuição eletrônica
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6 e é um metal de transição pouco eletronegativo, no entanto
sua última camada de valência é muito energética (3d6), ou seja, a energia promovida
pela chama faz com que os elétrons se excitem e voltem no estado fundamental
emitindo essa característica como pequenas “faíscas” de cor laranja. Segundo a
tabela 1 o comprimento de onda correspondente está entre 622 – 597 nm.
FIGURA 5 – Teste da chama com sulfato ferroso (experimento em sala de aula)

Fonte: Próprio autor, 2023.

4 CONCLUSÃO
Diante disso, no teste da chama, a energia fornecida as soluções, no caso a
chama, que e a energia em forma de calor, produziu o que chamamos de estado
excitado para alguns elétrons da última camada de valência, que ao observarem essa
energia passou para um nível mais elevado. Ao voltar para o estado fundamental,
alguns desses elétrons liberam a energia recebida anteriormente na forma em forma
de radiação (luz). Cada elemento libera a radiação em um comprimento de onda
caraterístico. Pois a quantidade de energia necessária para excitar um elétron é única
para cada elemento. Ao observar a cor da chama obtida pelo aquecimento das
soluções, verificou-se que a quantidade de energia necessária para excitar um elétron
e única para cada elemento químico para outro. Sendo assim cada elemento
apresenta seu espectro característico, como se fosse uma impressão digital.
REFERÊNCIAS
AMORIM, Fábio Alan Carqueija et al. Espectrometria de absorção atômica: o caminho
para determinações multi-elementares. Química nova, [S. l.], v. 31, p. 1784-1790, 11
set. 2008. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/qn/a/wwp65HYGJMp8T6SWg7DnBxM/?lang=pt&format=pdf.
Acesso em: 25 jan. 2023.
ESTRUTURA atômica: Teste da chama e Luminescência. Química na pratica, [S. l.],
p. 1-4, 30 ago. 2020. Disponível em: http://www.quimica.ufpr.br/paginas/quimica-na-
pratica/wp-content/uploads/sites/35/2020/08/chama_Lumin.pdf. Acesso em: 24 jan.
2023.
KRUG, Francisco José et al. Espectrometria de Absorção Atômica. São Paulo, 2004.
Disponível em < https://www.ufjf.br/baccan/files/2011/05/AAS-geral-parte-1-
revisada.pdf > Acesso em: 22 jan, 17h 50 min
MIOR, Renata et al. DESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO ANALÍTICO BASEADO
EM MICROEXTRAÇÃO LÍQUIDOLÍQUIDO PARA A DETERMINAÇÃO DE CROMO
(VI) EM AMOSTRAS AQUOSAS COM DETECÇÃO POR ESPECTROMETRIA DE
ABSORÇÃO ATÔMICA EM CHAMA. Química Nova, [S. l.], v. 36, p. 942-946, 15 abr.
2013. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/qn/a/MTsrY9rHMghLX9CGgTr33zh/?format=pdf. Acesso em:
24 jan. 2023.

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