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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - SETOR PALOTINA

DEPARTAMENTO DE ENGENHERIAS E EXATAS


DISCIPLINA: QUIMICA GERAL EXPERIMENTAL

ÁTOMO DE BOHR E A ESTRUTURA ELETRÔNICA DOS ÁTOMOS


Prof°. Dr°. Isac George Rosset

Melissa Victoria Freitas


Sophia Lima Matias
Rafaela Kosinski

PALOTINA
2023
1. Introdução
O teste de chama é uma técnica amplamente utilizada na química para a
identificação qualitativa de elementos químicos presentes em uma substância. Essa
técnica baseia-se na emissão de luz característica por átomos excitados, quando
submetidos a uma fonte de calor, como uma chama. (FELTRE, 2004) A
compreensão dessa técnica está intrinsecamente ligada ao modelo atômico
proposto por Niels Bohr em 1913. O modelo atômico de Bohr revolucionou a
compreensão da estrutura atômica, ao propor que os elétrons orbitam em órbitas
circulares ao redor do núcleo do átomo, em níveis de energia quantizados. Quando
um elétron recebe energia suficiente, seja por meio do fornecimento de calor, ele
salta para uma órbita mais externa, em um estado de energia mais elevado,
chamado de estado excitado. No entanto, esse estado excitado é instável, e o
elétron tende a retornar ao seu estado fundamental, de energia mais baixa. Durante
esse processo de retorno, o elétron libera a energia excessiva na forma de luz,
emitindo fótons com comprimentos de onda específicos. Esses comprimentos de
onda estão relacionados aos diferentes níveis de energia dos elétrons e são
característicos de cada elemento químico. (ATKINS, 2001)
Assim, o teste de chama baseia-se na observação das cores emitidas pelos
elementos quando submetidos a uma chama, as quais são diretamente relacionadas
aos níveis de energia dos elétrons e podem ser utilizadas para identificar os
elementos presentes na amostra. Ao analisar o espectro de emissão de luz, é
possível identificar a presença de elementos específicos, cada um emitindo uma cor
característica. A relação entre o teste de chama e o modelo atômico de Bohr é
fundamental para a interpretação dos resultados obtidos. Por meio desse modelo,
podemos entender o mecanismo pelo qual a energia é absorvida pelos elétrons e
liberada na forma de luz. Essa conexão entre a teoria atômica e a técnica
experimental proporciona uma base sólida para a análise qualitativa de elementos
químicos por meio do teste de chama. (PERUZZO, 2003)
Outro fenômeno abordado neste relatório, baseado na teoria de Bohr, é a
Fluorescência. Ela ocorre quando determinadas substâncias, chamadas fluoróforos,
absorvem energia eletromagnética de uma fonte externa, como a luz ultravioleta
(UV), e emitem essa energia de volta na forma de luz visível. Neste experimento,
buscamos explorar a relação entre a luz ultravioleta e a emissão fluorescente de um
material específico. Colocamos um fluoróforo em contato com uma fonte de luz UV e
analisamos as características espectrais da luz emitida pelo material. (Maxwell)

2. Objetivos
O objetivo central foi provocar transições eletrônicas em átomos de elementos
químicos formadores de determinados compostos e identificá-los por meio das
colorações produzidas no teste de chama e gerar transições eletrônicas em
materiais fluorescentes e fosforescentes utilizando radiação (luz).

3. Materiais
Materiais e reagentes:
• Fio de platina;
• Bico de Bunsen;
• Isqueiro;
• Vidro de relógio;
• Sais dos metais utilizados (bário, sódio, cobre, potássio e cálcio);
• Solução de HCl 6 mol L -¹;
• Béquer;
• Álcool gel.
Para a observação de fosforescentes e fluorescentes:

• 1 lâmpada de luz fria;


• 1 lâmpada de luz negra (UV-A);
• Materiais fosforescentes e fluorescentes;
• Local escuro.

4. Procedimento experimental
Separou-se pequenas porções de sais com os elementos de bário (Ba), sódio (Na),
cobre (Cu), potássio(K) e cálcio (Ca) em vidros de relógio diferentes, logo em
seguida foi aceso a chama do bico de Bunsen e calibrado a entrada de ar para obter
uma chama azulada quase transparente. Um ponto importante do procedimento é a
verificação da limpeza dos fios de platina, para isso utilizou-se uma solução de HCl,
onde o fio foi submetido a vários mergulhos na solução, e em seguida foi aquecido
na chama do bico de Bunsen, conclui-se que o fio está pronto para a utilização
quando a chama não altere sua coloração.
Após a separação dos elementos utilizados, mergulhou-se o fio já limpo no álcool em
gel e em seguida nas porções de sal disposta no vidro de relógio. Depois de levar
cada substância à chama e observar sua coloração correspondente, anotou-se os
resultados obtidos em uma tabela e os comparou com a literatura abaixo:
TABELA 1. Cores emitidas

Elemento Cor emitida no teste de chama


Bário (Ba) Verde
Sódio (Na) Amarelo
Cobre (cu) Azul esverdeado
Potássio (K) Violeta
Cálcio (Ca) Vermelho tijolo

Por fim, foi observado a demonstração de um experimento, em um local escuro, com


materiais fosforescentes e fluorescentes, utilizou-se primeiramente, de uma lâmpada
comum para iluminar de forma isolada cada material utilizado (canetas do tipo
marca-texto e outros materiais neon) por cerca de 15 segundos, logo foi desligado a
fonte luminosa utilizada e registrado as observações. Repetiu-se o teste mais uma
vez, mas agora com a lâmpada de luz negra (UV-A), no mesmo local e com os
mesmos materiais, por aproximadamente 15 segundos também, logo observou-se a
diferença entre a exposição dos materiais em diferentes tipos de lâmpadas e em
como cada material se comportou após.

5. Resultados e discussões
Teste de chama:
Ao submeter os sais ao calor gerado pela chama, foi possível observar uma
mudança na coloração da chama, onde cada sal apresentou uma coloração
diferente, como anotado na tabela a seguir.
TABELA 2. Resultados experimentais

Sal Coloração Comprimento da onda


Potássio (K) Laranja 590 nm – 620 nm
Bário (Ba) Amarelo/verde 570 nm – 590 nm
Sódio (Na) Laranja 590 nm – 620 nm
Cobre (Cu) Verde 495 nm – 570 nm
Cálcio (Ca) Vermelho 620 nm – 750 nm

Os sais apresentaram colorações diferentes, alguns mostraram uma coloração mais


forte e notável que outros. Um exemplo foi o Cobre, que de imediato não mostrou
uma cor tão significativa, mas ao mergulhar o fio metálico em uma pequena
quantidade do sal e aproximá-la a chama sua coloração verde se mostrou muito
forte e visível.
Figura 1 – Registro do momento que o sal com elemento de cobre (Cu) entra em contato
com a chama.

Ao observarmos a tabela 1, onde contém a cor que cada elemento deveria


apresentar, nota-se que nem todos os resultados foram condizentes, como o
exemplo do potássio (K), que segundo a tabela 1 deveria emitir uma coloração
violeta, mas durante o experimento se mostrou alaranjada, isso pode acontecer por
conta da validade dos sais e as condições dos fios de platina, alguns dos resultados
podem não ser exatos.
Fluorescência e fosforescência:
Os itens fluorescentes e fosforescentes, foram em um primeiro momento
submetidos a uma luz branca comum, onde não foi possível observar mudanças
significativas, pois o brilho dos elementos sumia rapidamente, já ao submetê-los a
uma lâmpada de luz negra, os itens apresentaram uma luz específica de itens
fluorescentes e fosforescentes, foi possível ver a marca na nota de dois reais, a
escrita em tinta invisível na folha e outros objetos com brilho neon. Após ser
desligada a luz negra, os itens fosforescentes continuaram a emitir um leve brilho
devido a fosforescência, pois os materiais absorvem energia da luz negra e
armazenam essa energia em seus elétrons, que ficam excitados e em um estado de
alta energia por algum tempo antes de retornarem ao seu estado de energia original,
liberando a energia na forma de luz visível.

6. Conclusão
A partir dos experimentos realizados no laboratório, foi observado que a coloração
da chama variou de acordo com os sais utilizados e que cada elemento presente nos
sais emitiu uma cor característica quando submetido ao calor da chama do bico de
Bunsen. No entanto, houve algumas divergências entre os resultados obtidos e as
cores esperadas de acordo com a literatura. Na demonstração de fluorescência e
fosforescência, ao utilizar uma lâmpada de luz negra (UV-A), os materiais
apresentaram uma luz específica, destacando características como marcas
fluorescentes em notas, tintas invisíveis e objetos com brilho neon.

7. Referências bibliográficas
ATKINS, Peter; JONES, Loreta; Princípios de Química: questionando a vida
moderna e o meio ambiente, Porto Alegre: Bookman, 2001.
FELTRE, Ricardo, Química Orgânica, Ed. Moderna, 6ª Edição, São Paulo, 2004.
MAXWELL. Disponível em: >https://www.maxwell.vrac.puc-
rio.br/15676/15676_3.PDF<
PERUZZO, Francisco; CANTO, Eduardo Leite, Química na abordagem do
Cotidiano, Ed. Moderna, 3ª Edição, São Paulo, 2003.

8. Questões
Explique se suas observações podem ser sustentadas pelo que foi descrito na
literatura.
Como é descrito na literatura ao ser aquecido o sal é excitado e ao voltar ao seu
estado natural libera ondas, que são possíveis de identificar através da cor da
chama. A maioria dos resultados de cor batem com o da tabela de referência, exceto
o potássio (K).
Qual a região do espectro foi utilizada nessa aula?
O espectro da luz visível.
Quais foram os cuidados necessários durante a realização da prática?
Uso de óculos, jaleco e luvas.
Qual a região do Bico De Bunsen foi utilizada?
A região mais próxima a saída do gás, pois é a região mais quente da chama.
Por que a lâmpada comum e a lâmpada de luz negra provocam resultados
diferentes nos materiais testados?
A diferença ocorre graças a um aumento nos níveis de energia dos elétrons,
causados pela radiação ultravioleta emitida pela luz negra.

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