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AULA PRÁTICA 4 – MANUSEIO DE BICO DE BUNSEN E TRANSIÇÕES ELETRÔNICAS:


ENSAIO DE CHAMA

Objetivo

Aprender a operar o bico de Bunsen.

Introdução Teórica

O bico de Bunsen é utilizado em laboratório como fonte de calor para diversas finalidades,
como por exemplo, no aquecimento de soluções aquosas não inflamáveis, na secagem de sais
hidratados, em calcinações, no estiramento e preparo de peças de vidro entre outros.
O gás combustível é geralmente o G.L.P (gás liquefeito de petróleo) e o comburente, via de
regra, é oxigênio do ar atmosférico, que em proporção otimizada permite obter uma chama de alto
poder energético.

A Figura 1 mostra um esquema do bico de Bunsen.

Figura 1 – Esquema do bico de Bunsen (FONTE: SANTOS, F.K.G., ROCHA, M.V.P., SILVA, M.L.P.)

Como pode ser visualizado na Figura 1, com o regular de ar primário parcialmente fechado,
distingui-se três zonas de chama:

a) Zona Externa: apresenta cor violeta-pálido, quase invisível, e nela os gases sofrem
combustão completa, resultando CO2 e H2O. Esta zona é denominada zona oxidante;

b) Zona Intermediária: é a região mais luminosa, e caracterizada por combustão incompleta,


devido à deficiência do suprimento de O2. O carbono forma CO (monóxido de carbono) o
qual decompõe-se pelo calor, resultando diminutas partículas de C (carbono) que,
incandescente dão luminosidade à chama. Esta zona é denominada zona redutora.

c) Zona Interna: é limitada por uma “casca” azulada , contendo os gases que ainda não
sofreram combustão. Esta zona é denominada zona neutra.
o
Dependendo do ponto da chama, a temperatura pode atingir 1560 C.
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Procedimento Experimental

1. Fechar a janela do bico de Bunsen. Em seguida, abra a torneira do gás e acenda o bico. Observar
a combustão incompleta do gás (chama amarela);

2. Abrir gradativamente a janela do bico. Observe as alterações que ocorrem nas cores da chama;

3. Às vezes, quando se utiliza o bunsen, é necessário reduzir a intensidade da chama. Isso é feito
diminuindo-se a entrada de gás, operação que pode provocar a queima do gás dentro do cilindro,
produzindo um ruído característico e aquecendo a peça. Caso isso ocorra, feche a torneira do gás e
regule a entrada de ar; após acenda novamente o fogo;

4. Para apagar o fogo, feche a janela do bico e reduza a chama girando a torneira do gás até fechá-
la.

Segunda Etapa: Transições eletrônicas: ensaio de chama

Objetivo: Identificar alguns metais através de sua radiação visível

Introdução:

Em 1913, o cientista dinamarquês Niels Henrik David Bohr (1885-1962) elaborou uma nova
teoria sobre a distribuição e o movimento dos elétrons. Quando um elétron recebe energia suficiente
do exterior, ele salta para outra órbita. Este salto do elétron pode ser utilizado para ensaios
preliminares numa análise química, como o chamado teste ou análise de chama.
Seu princípio fundamenta-se nas diferentes transições permitidas dos elétrons nos diferentes
elementos. Sabe-se que ao excitar um átomo, por meio de chama ou descarga elétrica, seus elétrons
absorvem energia em quantidades discretas, saltando para níveis mais elevados. O átomo com seus
elétrons excitados tende a retornar a seu estado fundamental (todos os elétrons estão nos níveis
mais baixos disponíveis), emitindo energia na forma de radiação eletromagnética (luz ou calor),
correspondente ao que absorvera na etapa anterior. Em razão da diferença na estrutura dos
elementos, os saltos sofridos pelos elétrons de átomos de elementos diferentes serão diferentes e
conseqüentemente as energias absorvidas na excitação e liberadas no retorno ao estado
fundamental serão diferentes. Este fato leva a que os espectros emitidos pelos diversos elementos
sejam diferentes. Se o comprimento de onda da radiação estiver na faixa de 400 a 760 nm,
observaremos a emissão de luz visível.

Comprimentos de onda aproximados das cores:

Violeta 400-450 nm amarelo 570-590 nm

azul 450-500 nm alaranjado 590-620 nm

Verde 500 – 570 nm vermelho 620-760 nm

Em geral, os metais, sobretudo os alcalinos e alcalinos terrosos são os elementos cujos


elétrons exigem menor energia para serem excitados, por isso foram escolhidos sais de vários destes
elementos para a realização deste experimento.
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Alguns cátions e suas respectivas colorações de chama:

Cátion Cor da chama Cátion Cor da chama


+ ++
Na Amarelo ouro Cu verde ou azul
+ ++
K lilás Pb azul fraco
++ ++
Ca combinação do alaranjado com verde; Zn Verde esbranquiçado
++
Ba Verde-limão
Obs: A análise quantitativa pode ser feita por fotometria de chama, que é uma técnica de
emissão atômica para determinar íons metálicos. A determinação é feita pela medida da emissão
presente na chama de soluções contendo estes íons. A solução é aspirada na chama, que evapora o
solvente e excita elétrons da camada de valência dos íons metálicos. A fotometria de chama é uma
técnica simples, relativamente barata, sendo muito utilizada para análises clínicas, biológicas e
ambientais.
Materiais e Reagentes
Bico de Bunsen Cloreto de potássio, KCl
Pinça de madeira e fio de níquel-cromo Cloreto de cálcio, CaCl2
Ácido clorídrico, HCl, 6 mol/L Cloreto de bário, BaCl2
Cloreto de lítio, LiCl Cloreto cúprico, CuCl2
Cloreto de sódio, NaCl

Procedimento Experimental
• Dobrar uma das pontas do fio níquel- cromo, formando uma alça;
• Em uma placa de porcelana, adicionar soluções aquosas dos sais;
• Mergulhar a ponta do fio de níquel-cromo no HCl e aquecer o fio na região mais quente
da chama, até nenhuma cor visível aparecer;
• Mergulhar a ponta dobrada do fio na solução aquosa e retornar à chama;
• Observar a cor da chama produzida pelo metal e anotar no quadro do relatório;
• Repetir as operações descritas para as demais amostras.

Perigo: ácido clorídrico tem forte efeito corrosivo na pele e em mucosas em geral. Os gases
desprendidos, se inalados, podem afetar a mucosa nasal e os pulmões.

1. Complete a tabela a seguir:

Amostra Coloração cátion Comprimento de onda aprox.


1- LiCl
2- NaCl
3 - KCl
4 - CaCl2
5 - BaCl2
6 - CuCl2

Questões:
1) Qual dos íons é responsável pela coloração da chama, o cátion ou o ânion?
2) Por que utilizamos ácido clorídrico nos testes com amostras sólidas?
3) Discutir as diferenças possíveis dos tipos de chama produzidas num bico de gás,
considerando as proporções relativas dos gases.

Referências Bibliográficas:
CHORNOBAI, C.A. Notas de aula de química geral e experimental. UTFPR – Campus Ponta Grossa.
SANTOS, F.K.G., ROCHA, M.V.P., SILVA, M.L.P., SANTOS, Z. M. Laboratório de química geral.
Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró – RN.

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