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ATUAL DA AI
APLICAÇÃO DA
INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL AO DIREITO
AULA 3 – POSSIBILIDADES FUTURAS DE APLICAÇÃO
ATUAL DA AI
GUSTAVO MASCARENHAS LACERDA PEDRINA
INTRODUÇÃO .........................................................................3
1. A ANÁLISE PREDITIVA E O MIMETISMO DO
CÉREBRO HUMANO.............................................................4
2. POSSÍVEIS APLICAÇÕES DA IA PREDITIVA ...........9
CONCLUSÃO.......................................................................... 12
REFERÊNCIAS....................................................................... 13
INTRODUÇÃO
A cada nova conversa, aprendemos mais. Veja só: até agora, em apenas duas
aulas, você somou conceitos importantes sobre a inteligência artificial – sabe, por
exemplo, que o emprego de machine learning depende do acúmulo de grandes
quantidades de dados (big data) aos quais um robô algorítmico é aplicado, sendo
capaz de aprender os padrões corretos de resposta para replicá-los no futuro
de maneira autônoma. Você também já viu como a IA vem sendo aplicada no
direito, inclusive aqui no Supremo, com o VICTOR. Mais do que isso, sabe que a
inteligência artificial desenvolvida nesse Tribunal tem eficácia superior a 90%!!!
Isso é possível? Pode parecer algo complicado, mas você vai ver que é
bastante intuitivo.
Esta é a aula, portanto, na qual nos dedicaremos ao estudo dessa via mais
complexa da IA. Veremos como a linguagem é importante no caminho para a
simulação mais bem-acabada da inteligência artificial. A partir disso, vamos traçar
possíveis cenários do uso da tecnologia. Ao final, você terá somado ainda mais
conhecimento sobre o assunto.
BERWICK e CHOMSKY
(2017) sustentam que a linguagem SAIBA MAIS
é um sistema de organização
de pensamentos e que apenas Os autores chamam o processo de
a espécie humana é capaz de “merge”, que aqui traduzimos, por
aproximação, como “fusão”, mas
fundir pensamentos em forma de que é algo ainda mais complexo
linguagem gráfica. que propriamente uma fusão,
tratando-se de característica inata
ao ser humano, que o diferencia
Esse processo de fusão é enquanto espécie: é uma operação
estruturado, buscando sempre o que combina duas expressões para
caminho neural mais curto para gerar uma nova expressão mais
uma resposta concatenada. A complexa, sem que se modifiquem
ou descartem as duas expressões
estruturação dessa rede complexa originais.
é a resposta do sistema cognitivo,
fruto da evolução das redes
neurais do ser humano. É o que nos
diferencia do homem Neandertal, a quem faltava justamente isso, a capacidade
de fundir pensamentos em linguagem expressa. É o que nos diferencia ainda
hoje de outros mamíferos com cadeias neurais evoluídas, mas não ao ponto das
nossas.
Aqui, então, a nossa primeira premissa importante deve ser anotada para
entendermos o que é a inteligência: a linguagem gráfica é parte fundamental da
inteligência humana. Para simular a inteligência mais bem-acabada da natureza, a
humana, é preciso, portanto, que se crie uma aplicação lastreada em linguagem
gráfica.
NOTA
Linguagem
e
cognição
Redes Formação
neurais de
cultura
Desenvolvimento
do
cérebro
SAIBA MAIS
Alex
becomes
dead.
Figure 20: In the knife-brandishing version of a story raising a legal question, the elaboration
graph indicates knife the brandishing is connected to the killing, suggesting self defense.
(Figura 20: A versão da história envolvendo o erguer de uma faca levanta uma questão legal. O gráfico
elaborado [pelo robô algorítmico Genesis] indica que erguer a faca para alguém é uma ação que está
conectada com a morte de alguém, sugerindo que a pessoa que seria vítima dessa ação reagiu em
autodefesa.)
Hypothetical
Alex
becomes
dead.
Figure 21: In the hypothetical version, with the brandishing removed, Genesis presumes the
explanation for killing has to do with despising, suggesting guilt. At the concept level, self
defense becomes spiteful vengeance.
(Figura 21: Numa versão hipotética removendo a ação com a faca, o Genesis presume que a
explicação para a morte tem a ver com desprezo [já que não se trata de uma ação de
autodefesa, vez que não há do que se defender], sugerindo que a pessoa deve ser
considerada culpada pelo homicídio. Na mesma história, dessa vez sem a faca, o robô substitui
o conceito final de autodefesa para vingança por rancor.)
É assim também com o nosso cérebro, que aprende algo “novo” todos os
dias. Não é incrível?
SAIBA MAIS
Essas respostas não existem completamente hoje. Mas é certo que mesmo
a IA preditiva parte da capacidade humana de programar. Em último caso, o
programador dá respostas primárias para a máquina (não vou estragar a surpresa,
mas no final vamos falar mais sobre isso).
SAIBA MAIS
Bom, eu espero que, nesse momento, depois de nossas aulas, você pense nela muito
mais como uma ciência de dados, atrelada a algoritmos. Como imagino que, agora,
você deve estar nesse lado do campo, veja aqui uma reportagem interessante sobre
por que a visão da IA como um robô de corpo quase humano está equivocada. Leia a
matéria:
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BERWICK, Robert C.; CHOMSKY, Noam. Why only us: language and evolution.
Cambridge: MIT Press, 2017.