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Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009


ISBN- 978-972-8746-71-1

COMPORTAMENTOS DE RISCO NA INTERNET POR PARTE DE JOVENS


PORTUGUESES: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO

Anabela Monteiro
Escola Secundária Joaquim Ferreira Alves
afmozam@gmail.com

Maria João Gomes


Universidade do Minho
mjgomes@iep.uminho.pt

Resumo:
A presença na Internet é uma constante no quotidiano de muitos dos nossos alunos, quer em casa quer
na escola. O acesso à Internet por parte de crianças e jovens coloca uma série de questões que urge
analisar. De facto, se novos horizontes, desafios, oportunidades e perspectivas se podem abrir aos
jovens no seu contacto com o mundo da Web, também novos riscos e problemas podem surgir. Como
tal, é necessário que as crianças e jovens adquiram uma literacia digital que ultrapasse as
competências de uso técnico e inclua dimensões associadas à adopção de comportamentos adequados
no ciberespaço, nomeadamente no sentido de evitarem práticas potencialmente fonte de perigos da
diversa natureza.
Na convicção de que o acesso à informação, ao conhecimento, às novas formas de comunicar e de
exercício da cidadania e intervenção social são valores associados à existência digital na Web,
importa maximizar as vantagens e potencialidades e reduzir os riscos e desvantagens que dai podem
advir. Partindo desta ideia, torna-se importante que as escolas, os professores, os pais e outros
educadores cumpram a sua função educativa também neste campo: educar com a Web e para a Web.
No sentido de contribuir para este objectivo, desenvolveu-se um estudo centrado na caracterização do
tipo de utilização que crianças e jovens portugueses fazem da internet, na caracterização de potenciais
comportamentos de risco e na identificação da percepção que estes possuem relativamente a esses
comportamentos. Nesta comunicação serão apresentados alguns dos dados decorrentes de um
levantamento, através de um inquérito por questionário, realizado a nível nacional, junto de crianças e
jovens que frequentam escolas portuguesas.

Introdução
Como refere Eliane Schlemmer (2006), muitos de nós talvez pertençam à geração "não mexer
que estraga". Porém, as gerações mais novas são gerações em que "para aprender, tem de se
mexer". Internet, correio electrónico, plataformas LMS, blogues, fotoblogs, chats, fóruns,
Wikipedia, Google, MSN, Orkut, myspace, hi5, web 2.0, outras redes sociais, entre tantas outras
ferramentas que entraram recentemente no nosso mundo, não exigiram das novas gerações
nenhum curso específico ou formação formal, ao contrário do que aconteceu com muitos dos
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informáticas de carácter utilitário como o processador de texto ou na exploração da Internet...
Os nossos alunos actuais aprendem tudo isso de forma interactiva e intuitiva (embora nem
sempre com o rigor desejável nem da forma mais adequada), perguntando aos amigos (virtuais
ou não) como se trabalha com esta ou aquela aplicação informática ou serviço da web. Estar

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sosj
ove
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Estar online, estar na net, navegar, twittar, conversar no messenger, seguir e criar blogues, são
algumas das actividades que integram o quotidiano de muitos jovens. Um recente estudo da
ANACOM (2008) indica que as actividades que os jovens portugueses referem realizar com
mais frequência na internet são o enviar e receber correio electrónico (referido por 90% dos
respondentes), interacções de natureza social com base em serviços como o Hi5 e o Messenger
(referido por 85% dos respondentes), pesquisar informação académica ou científica (referido
por 78% dos respondentes) e utilizar de serviços da web como os blogues, o Myspace e o
Youtube (referido por 62% dos respondentes).
A crescente omnipresença das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no quotidiano
das crianças e jovens, e o facto de, no contexto português, muitas destas crianças e jovens
p
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movimentam-se diariamente em ambientes tecnologicamente enriquecidos, não deve servir
como factor de desresponsabilização das escolas na alfabetização digital dos mesmos, não
apenas no que respeita à aquisição de competências funcionais relativamente às TIC, mas
também, e de modo significativo, no que respeita aos comportamentos de utilização das próprias
TIC, particularmente no que se reporta aos “
comp
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t”.
Pela sua importância educacional e pela nossa preocupação, quer em termos pessoais, quer em
termos profissionais, relativamente aos riscos para a segurança de crianças e jovens associados a
usos indevidos, ilegítimos ou inadequados da Internet, elegeu-se como problema de
investigação, a caracterização dos comportamentos de risco de crianças e jovens
relativamente ao uso da Internet. Neste sentido realizámos um estudo que descreveremos
brevemente e cujos resultados mais significativos apresentaremos neste texto. A extensão do
estudo não permite apresentar neste texto todos os dados recolhidos.

Problema de investigação e objectivos do estudo.


Como acabamos de referir, o problema de investigação que esteve na base do estudo que
levamos a cabo foi a caracterização dos comportamentos de risco de crianças e jovens
relativamente ao uso da Internet. Neste sentido, desenvolvemos um estudo que aborda esta
problemática, considerando várias dimensões de análise que se identificam de seguida sobre a
forma de um conjunto de objectivos de investigação:

Identificar os principais locais e a frequência de acesso à Internet, dos alunos do 5º ao 12º


ano de escolaridade;

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Identificar os principais tipos de utilização que os alunos do 5º ao 12º ano de escolaridade


fazem da Internet;

Identificar os comportamentos dos alunos do 5º ao 12º ano de escolaridade, no que concerne


a comportamentos potencialmente perigosos associados à utilização da Internet:

Identificar a existência (ou não) de iniciativas por parte dos pais dos alunos do 5º ao 12º ano
de escolaridade, no que concerne à educação/formação/informação dos seus filhos,
relativamente a comportamentos potencialmente perigosos associados à utilização da
Internet;

Identificar a existência (ou não) de iniciativas por parte dos professores de alunos do 5º ao
12º ano de escolaridade no que concerne à educação/formação/informação dos seus alunos,
relativamente a comportamentos potencialmente perigosos associados à utilização da
Internet.

Desenho do estudo
O estudo que se descreve focalizou-se nos comportamentos de risco associados ao uso da
Internet, por parte dos alunos das escolas públicas portuguesas que no ano lectivo de 2008/2009
se encontravam a frequentar entre os 5º e 12º ano de escolaridade (inclusivé). Foram excluídos
deste estudo os alunos dos primeiros quatro anos de escolaridade, por entendermos que, pela
baixa faixa etária em que os mesmos se enquadram, não teriam condições de desenvolvimento,
nem domínio da leitura e da escrita que lhes permitisse responder ao questionário utilizado na
recolha de dados.
O estudo desenvolvido foi do tipo survey, tendo sido utilizado como técnica de recolha de dados
o inquérito através de questionário online. O questionário foi construído especificamente para
este estudo, tendo sido testado com um grupo de alunos e objectivo de um processo de
validação de constructo e de conteúdo junto de especialistas. A aplicação do questionário foi
devidamente autorizada pelo Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério da Educação, de
acordo com os normativos em vigor.
O questionário foi estruturado em torno de dez dimensões, cada uma das quais incluindo várias
questões. Na tabela 1 identificam-se as dimensões contemplados no questionário, apresentando-
se também uma breve descrição da natureza das questões colocadas relativamente a cada uma
dessas dimensões.

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Dimensão do questionário Objectivos:


Identificar e caracterizar os alunos respondentes de modo
1. Caracterização dos inquiridos a tentar identificar a existência de alguns traços comuns
entre os alunos.
Identificar e caracterizar as condições de acesso à
2. Condições de acesso à Internet Internet dos alunos respondentes, em termos de locais,
dispositivos tecnológicos e frequência de uso.
Identificar e caracterizar o tipo de uso que os alunos
3. Tipo de utilizações gerais da Internet
fazem da Internet.
4. Comportamentos referentes aos conteúdos Identificar e caracterizar comportamentos quanto ao tipo
consultados na Internet de conteúdos consultados pelos alunos.
Identificar e caracterizar comportamentos quanto à
natureza dos contactos que os alunos mantêm através
5. Comportamentos referentes ao tipo de
Internet e quanto à percepção que têm sobre a forma
contactos estabelecido através da Internet
como os seus professores e pais encarariam esses
contactos.
Identificar e caracterizar comportamentos quanto ao
6. Comportamentos referentes a situações de
comércio electrónico e publicidade com os quais os
comércio e publicidade via Internet.
alunos contactam.
7. Comportamentos dos alunos referentes a Identificar o tipo de sentimento ou comportamento
situações de controlo sobre o seu acesso à assumidos pelos alunos perante situações de controlo ou
Internet. limite do seu acesso à Internet.
8. Comportamentos referentes a situações de
Identificar comportamentos referentes a situações de
disponibilização e/ou acesso a informação
disponibilização e/ou acesso a informação das quais
dos quais podem decorrer situações danosas
podem resultar danos sobre terceiros.
ou ilegais.
9. Obtenção de informação/formação Identificar o papel dos pais e professores na informação
referentes a riscos potencialmente associados e formação quantos aos riscos potencialmente associados
ao uso da Internet. ao uso da Internet.
10. Percepção dos alunos sobre os seus Identificar a percepção dos alunos quanto aos seus
conhecimentos e comportamentos referentes próprios conhecimentos e comportamentos
ao uso seguro da internet. relativamente ao uso seguro da internet.

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O questionário esteve disponível online entre 1 de Junho de 2009 e 19 de Junho de 2009. O


curto período de tempo associado à recolha de dados foi a principal limitação do estudo e
decorreu da morosidade do processo de construção, validação e obtenção da autorização da
DGIDC para a sua utilização junto das escolas, tendo este processo ficado concluído em 19 de
Junho de 2009. Dada a data de conclusão do período lectivo nas escolas dos 2º e 3º ciclos e do
ensino secundário ocorrer, no máximo até 19 de Junho, não foi possível alargar o período de
recolha de dados.

Apresentação dos dados recolhidos


Neste texto apresentaremos de forma sucinta os dados mais significativos recolhidos com o
questionário.

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Responderam ao questionário novecentos e dezasseis indivíduos. Embora não possamos


considerar esta amostra estatisticamente significa relativamente ao universo em causa pensamos
que os dados obtidos podem ser um indicador, fonte de reflexão sobre a temática.
A apresentação e análise dos dados foi organizada de acordo com as diferentes dimensões em
que se estruturou o questionário.

Quanto à caracterização dos sujeitos inquiridos… Pa


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das
quanto ao grau de significância estatística da amostra, importa ainda referir que a distribuição
dos respondentes pelas diferentes zonas geográficas do país também não foi a desejável desse
ponto de vista. A maioria dos alunos que responderam ao inquérito correspondem a escolas que
se localizam na região do Porto, 607 alunos (66,3%), seguido de Aveiro com 55 (6.0%), Douro
Sul com 40 (4,4%) e Algarve com 35 (3,8%). Dos novecentos e dezasseis inquéritos
respondidos, destaca-se o concelho de Vila Nova de Gaia, com quatrocentos e trinta e sete
questionários preenchidos. Dos sujeitos respondentes, 391 (50,3%) são do sexo masculino e 386
(49,7%) são do sexo feminino. Relativamente ao ano de escolaridade que, no ano lectivo
2008/2009, os sujeitos se encontravam a frequentar, a grande maioria frequentava o 9ºano com
286 (36,8%), logo seguido por alunos do 10ºano com 153 (19,7%) e, finalmente, alunos do 8º
ano com 145 (18,7%).
A distribuição em relação à idade revelou que a idade mais frequente corresponde aos 14 anos
com 184 (23,7%), seguindo-se os 16 anos com 142 (18,3%), e os 15 anos com 137 (17,6%). As
idades dos inqueridos situaram-se entre os 10 e os 22 anos.

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t…Os dados recolhidos demonstram que a grande
maioria dos alunos possuem computador, 741 (96,4 %) e acesso à Internet a partir da sua
residência , 702 (91,3 %). Adicionalmente, 461 (63,0%) acede a partir da escola, quer
exclusivamente, quer em alternativa a outros locais como seja o acesso residencial. Como locais
a partir dos quais costumam aceder à Internet a partir da sua residência familiar, os respondentes
assinalaram o quarto de dormir 522 (82,2%), seguindo-se a sala de estar/jantar com 268
(42,2%). De acordo com o estudo, só 12,9% dos alunos necessitam de pedir autorização aos pais
para acederem à Internet, ou seja, 82 alunos, sendo que os restantes, 555 (87,1%) acede sem
necessidade de autorização prévia. No que diz respeito à frequência de acesso à Internet,
verificou-se que mais de metade dos alunos respondentes afirmam aceder diariamente, 397
alunos (54,23%).
Quanto ao número de horas por semana despendidas no acesso à Internet, 196 (26,8%) dos
alunos diz que a utiliza mais de 19 horas por semana. Uma grande parte dos alunos revelaram

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utilizar um computador portátil 572 (78,1%) como local de acesso à Internet, sendo que o uso
do computador de secretária é referido por 438 (59,8%).
Qua
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t… As respostas referentes às questões quanto
ao tipo de utilizações gerais que fazem da Internet, estão sintetizadas na tabela 2. No estudo
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uso da Internet. Contudo, e com grande número d
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epode ser indicador de possíveis perigos e
contactos com estranhos na Internet.

Resultados obtidos relativamente ao tipo de actividades que costumam realizar na Internet.

Opções n=

Jogar, jogos on-line 133 309 88 76 101 8 715


Pesquisar informação para a escola 47 257 223 94 76 18 715
Visitar e/ou comentar páginas do Hi5, Orkut, Twitter,
107 188 123 117 165 15 715
myspace, facebook, etc.
Navegar na Internet por gosto, procurar temas que me
38 225 177 114 152 9 715
interessam
Ver imagens, vídeos, filmes ou ouvir músicas 17 117 182 150 239 10 715
Fazer o download de ficheiros de imagem, vídeo, filmes ou
110 212 137 101 145 10 715
músicas
Partilhar imagens, vídeos, filmes ou músicas com outras
171 288 112 70 63 11 715
pessoas na Internet
Conversar com os amigos (MSN ou outros programas) 43 98 109 117 337 11 715
Conversar com outras pessoas (MSN ou outros programas) 260 208 63 45 125 14 715
En
via
rer
ece
bere
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il’
s 43 241 152 120 150 9 715
Consultar sites indicados pelos professores 128 342 109 63 53 20 715
Consultar a página ou plataforma Moodle da escola 182 285 99 62 45 42 715
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Quanto a comportamentos referentes ao tipo dec
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ult
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t…
De acordo com a tabela 3, o tipo sites que os alunos mais visitam na Internet, com elevado
número de respondentes a assinalarem as opções de r
esp
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obr
emú
sic
a(sites de bandas musicais, sites com
ficheiros de música, etc.), seguindo-se sites sobre cinema, espectáculos e/ou actores e sites com
informação relacionada com trabalhos da escola o que indicia uma tendência para consulta de
conteúdo potencialmente positivos e formativos. Contudo, as respostas dos alunos sobre a
consulta de sites com conteúdos inadequados e até referentes a comportamentos e atitudes
inadequadas e até eventualmente ilegais também têm a sua expressão. Nos casos em que isso
sucede, a categoria assinalada com maior frequência corresponde a consu
lta
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àsve
zes
”ma
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todas as outras categorias têm alguma expressão.
Um total de 242 alunos reconhecem que visitam sites de carácter sexual sendo que destes 83 o
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t”.
Outros sites consultados, com conteúdos em princípio inadequados para as crianças e jovens do
e
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ses
empr
e”
e“
semp
re”)
.
Salienta-se que o acesso a estes sites, para além das eventuais consequências nefastas do acesso
a informação imprópria é susceptíveis de abrir caminho a outras situações de risco, como
contactos com estranhos ou comércio de produtos ilegais.
Da análise cuidada da tabela 3, outras leituras interessantes podem ser feitas mas sobre as quais
não nos debruçaremos por razões de dimensão deste texto.

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Respostas correspondentes ao tipo de conteúdos/sites que costumam visitar na Internet.

Opções
n=

Visito sites com informação relacionada com trabalhos da


77 368 155 49 48 697
escola
Visito sites de carácter sexual 425 154 35 26 57 697
Visito sites com informação sobre música (sites de bandas
46 204 219 119 109 697
musicais, sites com ficheiros de música, etc.)
Visito sites sobre cinema, espectáculos e/ou actores 128 292 153 70 54 697
Visito sites sobre moda e beleza 358 206 63 42 28 697
Visito sites sobre dietas / formas de emagrecer 523 112 31 11 20 697
Visito sites sobre crimes e violência 412 199 44 17 25 697
Visito sites sobre racismo 468 173 23 12 21 697
Visito sites sobre substâncias ilícitas (drogas) 467 156 32 14 28 697
Visito sites sobre medicamentos 539 111 21 9 17 697
Ta
bel
a3–Ti
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it
esma
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os

Quanto aos comportamentos referentes ao tipo de contactos estabelecido através da


I
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niãodospr
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s…
No que diz respeito à frequência de utilização do e-mail, a maior parte utiliza o e-mail, e só 37
(5,3%) dos inquiridos é que dizem nunca ut
il
iz
ar.Com aop
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uti
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zodeve
zemq
uan
do”
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obtivera-se 186 (26,7%) das respostas e os que afirmam utilizar diariamente situam-se nos 174
(25,0%).
Com o intuito de averiguar o risco por utilização do e-mail, colocou-se uma questão sobre o
fornecimento de dados pessoais quando solicitados, à qual 578 (88,2%) dos inquiridos
responderam negativamente. Os dados obtidos mostram que 59 (18,2%) dos rapazes indicariam
os seus dados pessoais, enquanto apenas 26 (7,9%) das raparigas de mostram dispostas a fazê-
lo. Uma grande parte dos alunos responderam fazer uso do e-mail para contactar com colegas,
professores, amigos e familiares. O estudo mostra que as raparigas já fizeram mais contactos
com pessoas que não conhecem pessoalmente 54 (83,6%), do que os rapazes 111 (65,8%).
Quando se questionam os alunos sobre o que, na sua opinião, pensariam os seus pais e
professores relativamente ao tipo de uso que fazem do correio electrónico, as respostas mostram
que os alunos têm consciência de que os professores e os pais não teriam reservas ao contacto
com amigos e conhecidos, mas discordariam dos contactos com desconhecidos (ver tabela 4).
Relativamente ao uso do MSN ou outro sistema de conversação online (sistema de chat), 602
(87,5%) dos inquiridos declarar usar esse tipo de serviço sendo que 239 (34,7%) dos alunos

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inquiridos respondem que usam este serviço diariamente. Só 86 (12,5%) é que respondem

nunc
aut
il
izo
”.
Ainda sobre a utilização do MSN, ou outros serviços de conversação online (Google Talk, etc.),
532 (89,4%) dos alunos dizem fazê-lo para contactar com colegas da escola e/ou professores e
569 (95,6%) diz fazê-lo para contactar com amigos e/ou familiares. A utilização do serviço para

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esp
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as.
A maioria dos inquiridos afirma já ter feito amigos entre pessoas que só conhecia na Internet
326 (54,8%) e 164 (27,6%) afirma que já se encontraram com pessoas que só conhecia através
da Internet, valor este que consideramos algo preocupante pelo risco potencial que esses
contactos podem implicar.
A maioria dos alunos inquiridos respondeu ser utilizador de uma rede social 492 (72,6%). Das
redes sociais, a mais referenciada foi, sem dúvida, o Hi5, com 332 (90,2%), seguindo-se com a
rede Myspace 10 (2,7%) sendo que as raparigas revelam maior adesão a este tipo de serviços.
Não deixa de ser preocupante e relevante, o facto de 301 (61,7%) dos inquiridos terem os seus
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adospe
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eut
il
iza
m.
Cerca de 79 (16,2%) dos alunos que possuem em espaço pessoal numa destas redes sociais
indicam ter no mesmo a indicação dos seus números de telemóvel e do telefone da residência,
com 426 (87,3%), a indicar que disponibilizam na sua rede pessoal fotografias suas e/ou de
amigos. 296 (60,7%) dos respondentes afirma também participar com comentários ou de outra
forma em espaços no Hi5, ORKUT ou outras redes sociais de pessoas que não conhecem
presencialmente.
Estes dados revelam também que os alunos não têm uma consciência clara e plena dos possíveis
perigos da colocação de dados e fotos pessoais nos seus espaços, nas redes sociais e indiciam
ser este tipo de serviços uma outra forma de contacto com desconhecidos
Relativamente a opinião dos alunos sobre o que pensariam os seus pais e professores sobre o
tipo de uso que fazem do Hi5, ORKUT, Twitter, myspace ou facebook, as respostas obtidas
sugerem que bastantes alunos pensam que os pais não concordariam com esse uso, sendo que
um número também relativamente elevado não tem opinião sobre essa questão (ver tabela 4). Os
dados indiciam que, pelo menos relativamente a este aspecto da utilização das redes sociais na
Internet, os alunos tendem a fazer usos das mesmas mesmo de formas que consideram que os
seus professores e pais consideram desaconselháveis.

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ISBN- 978-972-8746-71-1

Na tua opinião, o que pensariam os teus pais e professores sobre o tipo de uso que fazes do Hi5 e do
ORKUT,Twitter, myspace ou facebook ?

Opções n=

Ter
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oais–no me , idade,escol a-n
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88 186 85 127 486
Twitter, myspace, facebook ou outra rede pessoal.
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56 308 36 86 486
- no Hi5, ORKUT, Twitter, myspace, facebook ou outra rede pessoal.
Teres fotografias tuas e/ou de amigos teus no Hi5, ORKUT ou outra
86 120 151 129 486
rede pessoal.
Teres online, no Hi5, ORKUT, Twitter, myspace, facebook ou outra
rede social informações e/ou imagens que não gostarias que os teus 55 275 45 111 486
pais e/ou professores vissem.
Participares com comentários ou de outra forma em espaços no Hi5,
ORKUT, Twitter, myspace, facebook ou outra rede social de pessoas 61 192 98 135 486
que não conheces presencialmente.
Ta
bel
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o que possui um espaço em uma rede social

Quanto aos comportamentos referentes a situações de comércio e publicidade via


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No que se refere à realização de compras online, verifica-se que mais de metade dos alunos
responderam nunca terem efectuado compras por este processo 534 (79,5%). Através dos dados
recolhidos constata-se que são mais os rapazes dos que as raparigas a efectuar compras online.
De entre os alunos que já efectuaram compras online verifica-se que 51 (37%) dessas compras
se referem a vestuário e/ou calçado, 43 (31,2%) a jogos, e 32 (23,9%) à compra de livros e/ou
material escolar. Com os dados obtidos verificamos também que os rapazes adquirem mais
livros não escolares 35 (41,7%), e as raparigas vestuário e calçado 28 (51,9%). Uma grande
parte dos alunos que realizam compras na Internet dizem que o fazem com o conhecimento dos
pais 113 (81,9%).
Quanto à forma de pagamento das compras online, obtivemos como resposta os seguintes
d
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:71(
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Usa
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ãodecrédito dos meus pais, com a autorização
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lun
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fazem compras online indicaram que lêem cuidadosamente todas as informações sobre as
condições de venda, bem como sobre possíveis reclamações e possível uso dos dados facultados
no processo de compra.

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telefónicos, músicas, etc.), e te dão acesso a versões experimentais ou de demonstrações
gratuitas, mas exigem que te registes com o nome, a morada, a data de nascimento e o teu e-
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fazia a inscrição com dados fictícios.
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sobre produtos com os quais o
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obtivemos como resposta um valor de 284 (42,8%) de alunos que declara nunca se ter
confrontado com este tipo de publicidade, contudo, com um valor próximo, temos com 273
(
41,
2%)q
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nde
ram“
Àsve
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”.Es
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adopode ser indicador de que os alunos estão
sujeitos ao contacto na Internet com publicidade referente a produtos e/ou serviços
relativamente aos quais consideram que os seus pais e professores não gostariam que eles
contactassem.
Quanto aos comportamentos referentes a situações de controlo ou limitações do acesso à
I
nte
rne
t…
Procurando caracterizar algumas das reacções dos alunos relativamente à existência de situações
de controlo quanto ao acesso à internet foram colocadas algumas questões sobre o tema.
Quando questionados sobre o seu comportamento quando os pais e/ou professores os proíbem
de navegar na Internet, 332 (50,9%) por cento dos alunos responderam que obedecem à
indicação recebida. Contudo, 181 (27,8%), afirmar aceder na mesma à Internet quando sabem
que não os estão a ver. 139 (21,3%) dos inquiridos, declaram que insistem com os pais e/ou
professores no sentido que conseguir que os autorizem a aceder à Internet.
Inqueridos sobre a forma como se sentem quanto têm vontade de aceder à Internet e são
proibidos de o fazer, 4
50(
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osa
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dos
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mas não demasiado, enquanto que 127 (19,5%) dos alunos afirmam ficar mesmo zangados. Os
dados recolhidos indicam também que as raparigas declaram em maior número reagir
No sentido de tentar conhecer qual o comportamento dos alunos quando se debatem com o
dilema entre a vontade de aceder à Internet e o senti de responsabilidade relativamente à
realização de uma obrigação ou dever, como por exe
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metade dos alunos 374 (57,4%) revela sentido de responsabilidade, indicando que deixam a
Internet e vão fazer os trabalhos de casa. Contudo, 124 (23,6%) alunos responderam que deixam
os trabalhos de casa para fazer mais tarde.

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Quanto a comportamentos referentes a situações de disponibilização e/ou acesso a


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Relativamente a esta dimensão do questionário foram colocadas diversas questões referentes a
situações distintas mas às quais podem estar associados comportamentos dos quais decorram, de
forma directa ou indirecta, situações das quais resultem danos sobre terceiros, sejam esses dados
de natureza legal ou ética. Reportaremos aqui os dados recolhidos em algumas dessas questões.
Quando inquiridos sobre se alguma vez utilizaram a Internet para divulgar imagens ou
informações desagradáveis sobre colegas, 561 (86,0%) dos alunos responderam que não,
contudo 91 alunos (14%) respondeu que sim. Apesar deste não ser um valor elevado é algo
preocupante pois pode configurar a existência de fenómenos de ciberbullying. Verificou-se que
os rapazes são os que mais responderam ter usado a Internet para divulgar imagens ou
informações desagradáveis sobre 67 colegas (20,3%).
Numa questão similar mas em relação à divulgação de imagens ou informações desagradáveis
sobre professores, 588 (90,2%) dos alunos declararam nunca o ter feito não e 9,8% responderam
que sim, o que indica que alguns dos professores destes alunos já estiveram expostos na
internet, através de fotografias e/ou informações desagradáveis colocadas pelos alunos. Mais
uma vez, de acordo com os dados recolhidos, verificou-se que são mais os rapazes 48 (14,5%) a
usar a Internet para fazer danos a terceiros do que as raparigas 16 (5,0%).
Dentro desta dimensão do questionário, consideramos também a possibilidade de
comportamentos ilegais ou pouco éticos referentes ao uso da informação disponível na Internet.
Os dados recolhidos revelam a falta de cuidado e rigor no uso da informação tirada da Internet,
nomeadamente no que se refere aos direitos de autor e de propriedade intelectual. Relativamente
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nformação ou imagens retiradas da Internet,
identificas sempre o site de onde retiraste a i
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8%) dos alunos respondeu

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indica que muitos alunos utilizam informação de outras pessoas para realizar os seus deveres,
trabalhos escolares ou não, sem terem o cuidado de referir a fonte de tal informação.
Relativamente à questão sobre se já tinham, alguma vez, retirado trabalhos da Internet e

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(41,4%) já o fez nem que seja uma única vez, o que indicia um comportamento que, podendo
não ser ilegal, revela pelo menos ausência de ética relativamente a esta questão tão relevante no
contexto escolar.
Relativamente à questão sobre se já tinham retirado ficheiros de música/vídeos/jogos ou
software da Internet, mesmo sabendo que isso não era legal, apenas 219 (33,6%) dos alunos diz
nunca o ter feito, sendo que 127 (19,5%) responderam “
Semp
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11,
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e”.

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Note-se que estamos perante um comportamento que os alunos reconhecem (como é aliás
referido na questão que lhe foi colocada) ser um comportamento punível do ponto de vista legal.
Quanto à obtenção de informação/formação referente a riscos potencialmente associados
a
ous
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nte
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Quando inquiridos sobre a questão, 168 (25,9%) dos alunos afirmam que nunca nenhum
professor lhes falou dos potenciais riscos associados ao uso da Internet. Nos casos em que isso
aconteceu, as respostas dos alunos indicam, em primeiro lugar está o professor de TIC do 9º ano
320 (49,3%) seguido por o professor da área de projecto de 8ºano 178 (27,4%) e depois pelos
professores de Português 137 (21,1%). Importa ter presente que a leitura destes dados deve ser
cautelosa, dado algum enviesamento da amostra, como representatividade diferente dos
diferentes níveis de escolaridade, entre outros aspectos. Apesar disso, parece ser compreensível
que sejam os professores de TIC e de área de projecto, relativamente à qual, particularmente no
8º ano de escolaridade, existentes indicações superiores para integração das TIC.
Verificou-se também que os rapazes 99 (30,3%) mencionaram que nenhum professor lhes ter
falado dos potenciais riscos associados ao uso da Internet, e as raparigas 69 (21,4%), deram a
mesma resposta.
Em relação à disciplina da área de projecto do 8º ano, verifica-se que 67 (37,6%) dos alunos que
referido ter este tema sido abordado na discipl
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Em relação à disciplina de T.I.C. de 9º ano, v
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professor abordou esse tema de forma formal, comoc
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34,
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dos alunos que responderam a esta disciplina ref
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50,de
Informática. Contudo, apesar da Internet estar explicitamente identificada como parte do
conteúdo programático da disciplina a ser leccionado, não é referido explicitamente a
problemática dos os possíveis riscos associados ao seu uso. Das respostas obtidas, 304 (71,0%)
dos alunos refere que o professor comunicou oralmente os possíveis perigos da Internet. 123
(28,7%) dos alunos disse que o professor deu exemplos e mostrou os exemplos que se
encontram na própria internet. Só 46 (10,7%) dos professores deram apontamentos. Verificamos
que são mais as raparigas que mencionam o facto de o professor ter comunicado oralmente 170
(74,9%), mas são elas também que indicam que o professor deu exemplos e mostrou-os na
própria internet 69 (30,4%), como também mostrou sites específicos sobre os perigos na
Internet 35 (15,4%).

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osresponderam que não e os restantes dividiram-
se pelas restantes opções de resposta revelando diferentes graus de abordagem do tema pelos
pais. Se considerarmos que 24,3% dos pais nunca abordaram este tema como os seus filhos,
importa assegurar que estes têm contacto com o tema ao nível do sistema escolar.
Quanto à percepção que os alunos possuem sobre os seus próprios conhecimentos e
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Uma grande parte dos alunos (87,6%), consideram que estão bem informados sobre os possíveis
riscos associados ao uso da Internet. Das 606 respostas obtidas, 225 (37,1%) dos alunos
consideram que não têm nunca comportamentos de risco o que significa que 62,9% dos alunos
assume ter comportamentos de risco apesar de que 21,5% (130) do total dos alunos afirmar que

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onouso da Internet. Este aspecto é merecedor de
atenção até porque os valores em causa corre
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”pe
loa
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os,
podendo existir adicionalmente comportamentos de risco relativamente aos quais os próprios
alunos não têm consciência.
No que respeita aos anos de escolaridade são mais os alunos do 8ºano que se colocam em risco
44 (14,9%) sendo que é entre os alunos do 10º ano que se encontram os valores mais elevados
de alunos que afirmam nunca terem comportamentos de risco no uso da Internet.

Considerações finais
O uso das TIC, nomeadamente a Internet, tem transformado profundamente a forma como os
a
luno
svi
vem os
euqu
oti
dia
no–c
omo a
pre
nde
m,trabalham, ocupam os tempos livres e
interagem, tanto nas relações pessoais como na escola. A Internet traz novas possibilidades e
benefícios, nomeadamente no acesso ao conhecimento, na colaboração entre alunos e escolas,
na inclusão social, entre muitos outros aspectos que poderiam ser referidos. No entanto, é
necessário assegurar mecanismos e estratégias apropriados para que o uso da Internet por parte
das crianças e jovens seja feita maximizando o seu potencial e minimizando a adopção de
potenciais comportamentos de risco associados ao uso da mesma.

Torna-se imperioso que os alunos possuam uma literacia digital completa, que não se situe
apenas nas competências técnicas de cada um, mas que os torne capazes de ter comportamentos
adequados no uso das mesmas. O estudo descrito neste texto e relativamente ao qual se
apresentaram parte dos dados recolhidos Este estudo sobre os comportamentos de risco no uso
da Internet, mostrou que os alunos possuem noção do tipo de comportamentos de risco que
podem acorrer mas revela também que mesmo assim um número não despiciendo dos mesmo
mantém esses comportamentos de risco. Estes dados sugerem a necessidade de ser aprofundar o

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conhecimento sobre o tema e de identificar formas mais eficazes de informar, formar e


consciencializar as crianças e jovens para esta problemática, estimulando a adopção do novas
iniciativas e metodologias de educação/formação neste domínio por parte das escolas e dos seus
professores, bem como de uma postura mais informada por parte dos pais e encarragados de
educação.

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