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Anabela Monteiro
Escola Secundária Joaquim Ferreira Alves
afmozam@gmail.com
Resumo:
A presença na Internet é uma constante no quotidiano de muitos dos nossos alunos, quer em casa quer
na escola. O acesso à Internet por parte de crianças e jovens coloca uma série de questões que urge
analisar. De facto, se novos horizontes, desafios, oportunidades e perspectivas se podem abrir aos
jovens no seu contacto com o mundo da Web, também novos riscos e problemas podem surgir. Como
tal, é necessário que as crianças e jovens adquiram uma literacia digital que ultrapasse as
competências de uso técnico e inclua dimensões associadas à adopção de comportamentos adequados
no ciberespaço, nomeadamente no sentido de evitarem práticas potencialmente fonte de perigos da
diversa natureza.
Na convicção de que o acesso à informação, ao conhecimento, às novas formas de comunicar e de
exercício da cidadania e intervenção social são valores associados à existência digital na Web,
importa maximizar as vantagens e potencialidades e reduzir os riscos e desvantagens que dai podem
advir. Partindo desta ideia, torna-se importante que as escolas, os professores, os pais e outros
educadores cumpram a sua função educativa também neste campo: educar com a Web e para a Web.
No sentido de contribuir para este objectivo, desenvolveu-se um estudo centrado na caracterização do
tipo de utilização que crianças e jovens portugueses fazem da internet, na caracterização de potenciais
comportamentos de risco e na identificação da percepção que estes possuem relativamente a esses
comportamentos. Nesta comunicação serão apresentados alguns dos dados decorrentes de um
levantamento, através de um inquérito por questionário, realizado a nível nacional, junto de crianças e
jovens que frequentam escolas portuguesas.
Introdução
Como refere Eliane Schlemmer (2006), muitos de nós talvez pertençam à geração "não mexer
que estraga". Porém, as gerações mais novas são gerações em que "para aprender, tem de se
mexer". Internet, correio electrónico, plataformas LMS, blogues, fotoblogs, chats, fóruns,
Wikipedia, Google, MSN, Orkut, myspace, hi5, web 2.0, outras redes sociais, entre tantas outras
ferramentas que entraram recentemente no nosso mundo, não exigiram das novas gerações
nenhum curso específico ou formação formal, ao contrário do que aconteceu com muitos dos
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informáticas de carácter utilitário como o processador de texto ou na exploração da Internet...
Os nossos alunos actuais aprendem tudo isso de forma interactiva e intuitiva (embora nem
sempre com o rigor desejável nem da forma mais adequada), perguntando aos amigos (virtuais
ou não) como se trabalha com esta ou aquela aplicação informática ou serviço da web. Estar
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Estar online, estar na net, navegar, twittar, conversar no messenger, seguir e criar blogues, são
algumas das actividades que integram o quotidiano de muitos jovens. Um recente estudo da
ANACOM (2008) indica que as actividades que os jovens portugueses referem realizar com
mais frequência na internet são o enviar e receber correio electrónico (referido por 90% dos
respondentes), interacções de natureza social com base em serviços como o Hi5 e o Messenger
(referido por 85% dos respondentes), pesquisar informação académica ou científica (referido
por 78% dos respondentes) e utilizar de serviços da web como os blogues, o Myspace e o
Youtube (referido por 62% dos respondentes).
A crescente omnipresença das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no quotidiano
das crianças e jovens, e o facto de, no contexto português, muitas destas crianças e jovens
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movimentam-se diariamente em ambientes tecnologicamente enriquecidos, não deve servir
como factor de desresponsabilização das escolas na alfabetização digital dos mesmos, não
apenas no que respeita à aquisição de competências funcionais relativamente às TIC, mas
também, e de modo significativo, no que respeita aos comportamentos de utilização das próprias
TIC, particularmente no que se reporta aos “
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Pela sua importância educacional e pela nossa preocupação, quer em termos pessoais, quer em
termos profissionais, relativamente aos riscos para a segurança de crianças e jovens associados a
usos indevidos, ilegítimos ou inadequados da Internet, elegeu-se como problema de
investigação, a caracterização dos comportamentos de risco de crianças e jovens
relativamente ao uso da Internet. Neste sentido realizámos um estudo que descreveremos
brevemente e cujos resultados mais significativos apresentaremos neste texto. A extensão do
estudo não permite apresentar neste texto todos os dados recolhidos.
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Identificar a existência (ou não) de iniciativas por parte dos pais dos alunos do 5º ao 12º ano
de escolaridade, no que concerne à educação/formação/informação dos seus filhos,
relativamente a comportamentos potencialmente perigosos associados à utilização da
Internet;
Identificar a existência (ou não) de iniciativas por parte dos professores de alunos do 5º ao
12º ano de escolaridade no que concerne à educação/formação/informação dos seus alunos,
relativamente a comportamentos potencialmente perigosos associados à utilização da
Internet.
Desenho do estudo
O estudo que se descreve focalizou-se nos comportamentos de risco associados ao uso da
Internet, por parte dos alunos das escolas públicas portuguesas que no ano lectivo de 2008/2009
se encontravam a frequentar entre os 5º e 12º ano de escolaridade (inclusivé). Foram excluídos
deste estudo os alunos dos primeiros quatro anos de escolaridade, por entendermos que, pela
baixa faixa etária em que os mesmos se enquadram, não teriam condições de desenvolvimento,
nem domínio da leitura e da escrita que lhes permitisse responder ao questionário utilizado na
recolha de dados.
O estudo desenvolvido foi do tipo survey, tendo sido utilizado como técnica de recolha de dados
o inquérito através de questionário online. O questionário foi construído especificamente para
este estudo, tendo sido testado com um grupo de alunos e objectivo de um processo de
validação de constructo e de conteúdo junto de especialistas. A aplicação do questionário foi
devidamente autorizada pelo Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério da Educação, de
acordo com os normativos em vigor.
O questionário foi estruturado em torno de dez dimensões, cada uma das quais incluindo várias
questões. Na tabela 1 identificam-se as dimensões contemplados no questionário, apresentando-
se também uma breve descrição da natureza das questões colocadas relativamente a cada uma
dessas dimensões.
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maioria dos alunos possuem computador, 741 (96,4 %) e acesso à Internet a partir da sua
residência , 702 (91,3 %). Adicionalmente, 461 (63,0%) acede a partir da escola, quer
exclusivamente, quer em alternativa a outros locais como seja o acesso residencial. Como locais
a partir dos quais costumam aceder à Internet a partir da sua residência familiar, os respondentes
assinalaram o quarto de dormir 522 (82,2%), seguindo-se a sala de estar/jantar com 268
(42,2%). De acordo com o estudo, só 12,9% dos alunos necessitam de pedir autorização aos pais
para acederem à Internet, ou seja, 82 alunos, sendo que os restantes, 555 (87,1%) acede sem
necessidade de autorização prévia. No que diz respeito à frequência de acesso à Internet,
verificou-se que mais de metade dos alunos respondentes afirmam aceder diariamente, 397
alunos (54,23%).
Quanto ao número de horas por semana despendidas no acesso à Internet, 196 (26,8%) dos
alunos diz que a utiliza mais de 19 horas por semana. Uma grande parte dos alunos revelaram
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utilizar um computador portátil 572 (78,1%) como local de acesso à Internet, sendo que o uso
do computador de secretária é referido por 438 (59,8%).
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ao tipo de utilizações gerais que fazem da Internet, estão sintetizadas na tabela 2. No estudo
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uso da Internet. Contudo, e com grande número d
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contactos com estranhos na Internet.
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Quanto a comportamentos referentes ao tipo dec
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De acordo com a tabela 3, o tipo sites que os alunos mais visitam na Internet, com elevado
número de respondentes a assinalarem as opções de r
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a(sites de bandas musicais, sites com
ficheiros de música, etc.), seguindo-se sites sobre cinema, espectáculos e/ou actores e sites com
informação relacionada com trabalhos da escola o que indicia uma tendência para consulta de
conteúdo potencialmente positivos e formativos. Contudo, as respostas dos alunos sobre a
consulta de sites com conteúdos inadequados e até referentes a comportamentos e atitudes
inadequadas e até eventualmente ilegais também têm a sua expressão. Nos casos em que isso
sucede, a categoria assinalada com maior frequência corresponde a consu
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todas as outras categorias têm alguma expressão.
Um total de 242 alunos reconhecem que visitam sites de carácter sexual sendo que destes 83 o
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Outros sites consultados, com conteúdos em princípio inadequados para as crianças e jovens do
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Salienta-se que o acesso a estes sites, para além das eventuais consequências nefastas do acesso
a informação imprópria é susceptíveis de abrir caminho a outras situações de risco, como
contactos com estranhos ou comércio de produtos ilegais.
Da análise cuidada da tabela 3, outras leituras interessantes podem ser feitas mas sobre as quais
não nos debruçaremos por razões de dimensão deste texto.
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Opções
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inquiridos respondem que usam este serviço diariamente. Só 86 (12,5%) é que respondem
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Ainda sobre a utilização do MSN, ou outros serviços de conversação online (Google Talk, etc.),
532 (89,4%) dos alunos dizem fazê-lo para contactar com colegas da escola e/ou professores e
569 (95,6%) diz fazê-lo para contactar com amigos e/ou familiares. A utilização do serviço para
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A maioria dos inquiridos afirma já ter feito amigos entre pessoas que só conhecia na Internet
326 (54,8%) e 164 (27,6%) afirma que já se encontraram com pessoas que só conhecia através
da Internet, valor este que consideramos algo preocupante pelo risco potencial que esses
contactos podem implicar.
A maioria dos alunos inquiridos respondeu ser utilizador de uma rede social 492 (72,6%). Das
redes sociais, a mais referenciada foi, sem dúvida, o Hi5, com 332 (90,2%), seguindo-se com a
rede Myspace 10 (2,7%) sendo que as raparigas revelam maior adesão a este tipo de serviços.
Não deixa de ser preocupante e relevante, o facto de 301 (61,7%) dos inquiridos terem os seus
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Cerca de 79 (16,2%) dos alunos que possuem em espaço pessoal numa destas redes sociais
indicam ter no mesmo a indicação dos seus números de telemóvel e do telefone da residência,
com 426 (87,3%), a indicar que disponibilizam na sua rede pessoal fotografias suas e/ou de
amigos. 296 (60,7%) dos respondentes afirma também participar com comentários ou de outra
forma em espaços no Hi5, ORKUT ou outras redes sociais de pessoas que não conhecem
presencialmente.
Estes dados revelam também que os alunos não têm uma consciência clara e plena dos possíveis
perigos da colocação de dados e fotos pessoais nos seus espaços, nas redes sociais e indiciam
ser este tipo de serviços uma outra forma de contacto com desconhecidos
Relativamente a opinião dos alunos sobre o que pensariam os seus pais e professores sobre o
tipo de uso que fazem do Hi5, ORKUT, Twitter, myspace ou facebook, as respostas obtidas
sugerem que bastantes alunos pensam que os pais não concordariam com esse uso, sendo que
um número também relativamente elevado não tem opinião sobre essa questão (ver tabela 4). Os
dados indiciam que, pelo menos relativamente a este aspecto da utilização das redes sociais na
Internet, os alunos tendem a fazer usos das mesmas mesmo de formas que consideram que os
seus professores e pais consideram desaconselháveis.
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Na tua opinião, o que pensariam os teus pais e professores sobre o tipo de uso que fazes do Hi5 e do
ORKUT,Twitter, myspace ou facebook ?
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- no Hi5, ORKUT, Twitter, myspace, facebook ou outra rede pessoal.
Teres fotografias tuas e/ou de amigos teus no Hi5, ORKUT ou outra
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rede pessoal.
Teres online, no Hi5, ORKUT, Twitter, myspace, facebook ou outra
rede social informações e/ou imagens que não gostarias que os teus 55 275 45 111 486
pais e/ou professores vissem.
Participares com comentários ou de outra forma em espaços no Hi5,
ORKUT, Twitter, myspace, facebook ou outra rede social de pessoas 61 192 98 135 486
que não conheces presencialmente.
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telefónicos, músicas, etc.), e te dão acesso a versões experimentais ou de demonstrações
gratuitas, mas exigem que te registes com o nome, a morada, a data de nascimento e o teu e-
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confrontado com este tipo de publicidade, contudo, com um valor próximo, temos com 273
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sujeitos ao contacto na Internet com publicidade referente a produtos e/ou serviços
relativamente aos quais consideram que os seus pais e professores não gostariam que eles
contactassem.
Quanto aos comportamentos referentes a situações de controlo ou limitações do acesso à
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Procurando caracterizar algumas das reacções dos alunos relativamente à existência de situações
de controlo quanto ao acesso à internet foram colocadas algumas questões sobre o tema.
Quando questionados sobre o seu comportamento quando os pais e/ou professores os proíbem
de navegar na Internet, 332 (50,9%) por cento dos alunos responderam que obedecem à
indicação recebida. Contudo, 181 (27,8%), afirmar aceder na mesma à Internet quando sabem
que não os estão a ver. 139 (21,3%) dos inquiridos, declaram que insistem com os pais e/ou
professores no sentido que conseguir que os autorizem a aceder à Internet.
Inqueridos sobre a forma como se sentem quanto têm vontade de aceder à Internet e são
proibidos de o fazer, 4
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mas não demasiado, enquanto que 127 (19,5%) dos alunos afirmam ficar mesmo zangados. Os
dados recolhidos indicam também que as raparigas declaram em maior número reagir
No sentido de tentar conhecer qual o comportamento dos alunos quando se debatem com o
dilema entre a vontade de aceder à Internet e o senti de responsabilidade relativamente à
realização de uma obrigação ou dever, como por exe
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metade dos alunos 374 (57,4%) revela sentido de responsabilidade, indicando que deixam a
Internet e vão fazer os trabalhos de casa. Contudo, 124 (23,6%) alunos responderam que deixam
os trabalhos de casa para fazer mais tarde.
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Note-se que estamos perante um comportamento que os alunos reconhecem (como é aliás
referido na questão que lhe foi colocada) ser um comportamento punível do ponto de vista legal.
Quanto à obtenção de informação/formação referente a riscos potencialmente associados
a
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Quando inquiridos sobre a questão, 168 (25,9%) dos alunos afirmam que nunca nenhum
professor lhes falou dos potenciais riscos associados ao uso da Internet. Nos casos em que isso
aconteceu, as respostas dos alunos indicam, em primeiro lugar está o professor de TIC do 9º ano
320 (49,3%) seguido por o professor da área de projecto de 8ºano 178 (27,4%) e depois pelos
professores de Português 137 (21,1%). Importa ter presente que a leitura destes dados deve ser
cautelosa, dado algum enviesamento da amostra, como representatividade diferente dos
diferentes níveis de escolaridade, entre outros aspectos. Apesar disso, parece ser compreensível
que sejam os professores de TIC e de área de projecto, relativamente à qual, particularmente no
8º ano de escolaridade, existentes indicações superiores para integração das TIC.
Verificou-se também que os rapazes 99 (30,3%) mencionaram que nenhum professor lhes ter
falado dos potenciais riscos associados ao uso da Internet, e as raparigas 69 (21,4%), deram a
mesma resposta.
Em relação à disciplina da área de projecto do 8º ano, verifica-se que 67 (37,6%) dos alunos que
referido ter este tema sido abordado na discipl
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Em relação à disciplina de T.I.C. de 9º ano, v
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Informática. Contudo, apesar da Internet estar explicitamente identificada como parte do
conteúdo programático da disciplina a ser leccionado, não é referido explicitamente a
problemática dos os possíveis riscos associados ao seu uso. Das respostas obtidas, 304 (71,0%)
dos alunos refere que o professor comunicou oralmente os possíveis perigos da Internet. 123
(28,7%) dos alunos disse que o professor deu exemplos e mostrou os exemplos que se
encontram na própria internet. Só 46 (10,7%) dos professores deram apontamentos. Verificamos
que são mais as raparigas que mencionam o facto de o professor ter comunicado oralmente 170
(74,9%), mas são elas também que indicam que o professor deu exemplos e mostrou-os na
própria internet 69 (30,4%), como também mostrou sites específicos sobre os perigos na
Internet 35 (15,4%).
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Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009
ISBN- 978-972-8746-71-1
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se pelas restantes opções de resposta revelando diferentes graus de abordagem do tema pelos
pais. Se considerarmos que 24,3% dos pais nunca abordaram este tema como os seus filhos,
importa assegurar que estes têm contacto com o tema ao nível do sistema escolar.
Quanto à percepção que os alunos possuem sobre os seus próprios conhecimentos e
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Uma grande parte dos alunos (87,6%), consideram que estão bem informados sobre os possíveis
riscos associados ao uso da Internet. Das 606 respostas obtidas, 225 (37,1%) dos alunos
consideram que não têm nunca comportamentos de risco o que significa que 62,9% dos alunos
assume ter comportamentos de risco apesar de que 21,5% (130) do total dos alunos afirmar que
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atenção até porque os valores em causa corre
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podendo existir adicionalmente comportamentos de risco relativamente aos quais os próprios
alunos não têm consciência.
No que respeita aos anos de escolaridade são mais os alunos do 8ºano que se colocam em risco
44 (14,9%) sendo que é entre os alunos do 10º ano que se encontram os valores mais elevados
de alunos que afirmam nunca terem comportamentos de risco no uso da Internet.
Considerações finais
O uso das TIC, nomeadamente a Internet, tem transformado profundamente a forma como os
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interagem, tanto nas relações pessoais como na escola. A Internet traz novas possibilidades e
benefícios, nomeadamente no acesso ao conhecimento, na colaboração entre alunos e escolas,
na inclusão social, entre muitos outros aspectos que poderiam ser referidos. No entanto, é
necessário assegurar mecanismos e estratégias apropriados para que o uso da Internet por parte
das crianças e jovens seja feita maximizando o seu potencial e minimizando a adopção de
potenciais comportamentos de risco associados ao uso da mesma.
Torna-se imperioso que os alunos possuam uma literacia digital completa, que não se situe
apenas nas competências técnicas de cada um, mas que os torne capazes de ter comportamentos
adequados no uso das mesmas. O estudo descrito neste texto e relativamente ao qual se
apresentaram parte dos dados recolhidos Este estudo sobre os comportamentos de risco no uso
da Internet, mostrou que os alunos possuem noção do tipo de comportamentos de risco que
podem acorrer mas revela também que mesmo assim um número não despiciendo dos mesmo
mantém esses comportamentos de risco. Estes dados sugerem a necessidade de ser aprofundar o
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Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009
ISBN- 978-972-8746-71-1
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