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Aspectos do desenvolvimento do

cultivo de macroalgas com


ênfase na produção do gênero
Porphyra
Revista Eletrônica

Macroalgas marinhas, cultivo, produção, economia,


ambiente.
1
Vol. 18, Nº 03, maio/jun de 2021 Marco Antonio Igarashi
ISSN: 1983-9006
www.nutritime.com.br
1
PhD pela Universidade de Kitasato (Japão). Professor Associado do
A Nutritime Revista Eletrônica é uma publicação bimestral Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará
da Nutritime Ltda. Com o objetivo de divulgar revisões de (UFC), Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: igarashi@ufc.br.
literatura, artigos técnicos e científicos bem como resulta-
dos de pesquisa nas áreas de Ciência Animal, através do
endereço eletrônico: http://www.nutritime.com.br.
Todo o conteúdo expresso neste artigo é de inteira res-
ponsabilidade dos seus autores.

RESUMO
ASPECTS OF DEVELOPMENT OF SEAWEED
Este trabalho de revisão bibliográfica informa o
FARMING WITH EMPHASIS ON PRODUCTION OF
status do cultivo de macroalgas marinhas
THE GENUS PORPHYRA
relacionado com seu desenvolvimento, apresentando
ABSTRACT
a sua grande importância na geração de lucros e o
This review paper provides information on the status
considerável potencial para o desenvolvimento do
of seaweeds farming related with its development,
cultivo no Brasil. Leva em conta, para isso, a
presenting the great importance that this industry has
introdução de novos processos de produção ao
in generating profits and the considerable potential
longo dos últimos anos na Ásia a qual tem trazido
for the development of seaweeds culture in Brazil. It
consideráveis resultados para o sucesso da
takes into account, for that, the introduction of new
atividade principalmente o gênero Porphyra. Conclui
production processes along the last years in Asia
que a indústria do cultivo de macroalgas marinhas
that has brought considerable results for the success
deve se unir em torno de um manejo adequado e da
of the activity mainly the genus Porphyra. It
conservação dos recursos ambientais para
concludes that industry should unite itself around an
sobreviver e prosperar.
appropriate management and conservation of the
Palavras-chave: macroalgas marinhas, cultivo,
environmental resources to survive and thrive.
produção, economia, ambiente.
Keyword: seaweeds, culture, production, economy,
environment.

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Artigo 539 - Aspectos do desenvolvimento do cultivo de macroalgas com ênfase na produção do gênero Porphyra

INTRODUÇÃO desse gênero (MOURITSEN, 2013; PEREIRA &


A utilização de macroalgas para consumo humano CORREIA, 2015). A produção de Porphyra sp. para
tem registros escritos desde o século 4° D.C. no fabricação de "nori" é sem dúvida a mais importante
Japão e 6 D.C. na China (LOUREIRO, 2013). Cerca atividade econômica (MOURITSEN, 2013).
de 110 gêneros de algas marinhas têm sido
utilizados para alimentação humana na forma de Pela sua riqueza mineral e proteica, sabor intenso,
consumo direto, em maior parte nos países orientais, aroma característico e textura suave, o “nori” é uma
mas também em alguns países ocidentais (BOLD & das algas mais apreciadas e a de mais elevado
WYNNE, 1985; REVIERS, 2006); merecem preço (GUIRY; BLUNDEN, 1991). Paula et al. (2007)
destaque os gêneros das algas vermelhas Porphyra, relataram que a Porphyra spp. (nome comum “nori”)
popularmente conhecido como “nori”, no Japão, e é usada principalmente no preparo do sushi, prato
Palmaria, conhecido com “dulse”, na Europa e típico da cozinha japonesa e tem uma longa história
América do Norte (HOLANDA, 2016). de cultivo entre os povos da China e do Japão. De
acordo com os mesmos autores no Japão, o cultivo
O cultivo de macroalgas marinhas é denominado de “nori” envolve populações de pescadores que em
algicultura ou ficocultura (GELLI, 2019). A cultura de determinada época do ano dedicam-se ao cultivo
algas teve início no Japão há quase 200 anos; desta alga e, em outras épocas, à pesca. A maioria
Pescadores japoneses empilhavam lâminas de da nori consumida no mundo vem de cultivos feitos
Porphyra nas zonas costeiras (no patamar no mar do Japão (BERCHEZ, 2012).
médiolitoral) de forma a aumentar a sua produção
(PEREZ et al., 1992). Neste contexto o primeiro Portanto, o desenvolvimento do cultivo de
cultivo de Porphyra começou muito antes das macroalgas na Ásia vem apresentando alternativas
práticas modernas de aquicultura e remonta a 960- econômicas de produção de alimentos. Na verdade,
1289 A.D. (depois de Cristo) na China e 1596-1616 a maioria dos produtores e consumidores pode estar
no Japão (BLOUIN et al., 2011). No início o método desinformada sobre os efeitos positivos do cultivo de
consistia apenas em colocar um feixe de gravetos macroalgas ao promover o desenvolvimento social e
espetados em águas rasas (no Japão) ou limpando econômico, mediante geração de novos empregos,
as rochas em águas rasas, para retirar aumento de divisas, bem estar da população e
competidores, promovendo o estabelecimento de outras oportunidades, com a implementação do
esporos (na China) (FACCINI, 2007). cultivo de macroalgas de natureza empresarial.
Desta maneira, este trabalho, propõe-se a analisar,
O cultivo moderno do gênero Porphyra só ocorreu sob o ponto de vista da produção e tecnologia, a
após 1960, em consequência da elucidação de seu situação atual do cultivo de macroalgas
ciclo de vida e a descoberta da fase de conchocelis principalmente a espécie Porphyra.
(QUEIROZ, 2005). Portanto um grande passo neste
sentido foi dado pela descoberta do ciclo de vida METODOLOGIA
total desta alga, realizada por Drew em 1949 Este artigo é uma revisão bibliográfica com pesquisa
(FACCINI, 2007), de acordo com Lavik (2016) não foi descritiva utilizando materiais bibliográficos
até a descoberta de Kathleen Drew (DREW, 1949) do publicados entre 1949 e 2019. Foram realizadas
ciclo de vida do Porphyra os pesquisadores pesquisas em diversos periódicos, livros, teses,
japoneses conseguiram controlar completamente a dissertações com informações relevantes sobre
história de vida do Porphyra e desenvolver o cultivo cultivo de macroalgas, abordando os aspectos do
comercial moderno em larga escala (REDMOND et seu desenvolvimento principalmente o
al., 2014; BLOUIN et al., 2011). Leite (2017) relatou gênero Porphyra.
que as algas, do gênero Porphyra spp., constam
entre as mais consumidas no mundo, em especial, DESENVOLVIMENTO
sob a forma de folhas de "nori" e a palavra japonesa Produção
"nori" era um termo genérico para designar algas Bezerra (2017) com dados da FAO (2016) (Food and
marinhas, entretanto, com o tempo, ela passou a Agriculture Organization of the United Nations)
designar o produto feito a partir de algumas algas relatou que a produção aquícola mundial vem crescen-
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do significativamente nos últimos anos, sendo que (agarófitas) (KIM et al., 2017).
em 2014 foi produzido cerca de 101,1 milhões de
toneladas de peixes e plantas aquáticas, o TABELA 1- Produção mundial das macroalgas
equivalente a US$ 165.8 bilhões. marinhas cultivadas (toneladas) e preços de venda
-1
(US$.kg )
A produção global de macroalgas cultivadas cresceu
de 13,5 milhões de toneladas em 1995 para mais de
30 milhões de toneladas em 2016 (FAO, 2018),
portanto com estatísticas que demonstram seu
crescimento (PEREIRA, 2019). Nos últimos cinco
anos o cultivo das macroalgas marinhas passou de
27,9 milhões de toneladas para 31,7 milhões de
toneladas, esse aumento representou aproximadamen-
te 13,6 % e uma desvalorização no seu preço final
por quilo de 9,8 % no quilo de alga (FAO, 2019
citado por GELLI, 2019).

Leite (2017) relatou que somente cerca de 6% da


produção mundial de algas é proveniente de
extrativismo; o restante – isto é, 94% das algas Fonte: FAO/FIGIS (2019) citado por Gelli (2019).
consumidas no mundo – é produzida por aquicultura.
De acordo com o mesmo autor os maiores produtores A maior parte da produção ocorre na Ásia. A
mundiais de plantas aquáticas (participação por valor produção aquícola de algas marinhas é dominada (>
em transações) estão localizados no Leste e 81% da produção total) por relativamente poucas
Sudeste da Ásia: China (40,9%), Indonésia (29,3%), espécies: os kelps marrons, Saccharina japonica e
Japão (13,2%), Coréia do Sul (8,8%), Filipinas Undaria pinnatifida; e as algas vermelhas, incluindo
(4,5%), Coréia do Norte (1,2%) e Malásia (1,1%). Pyropia / Porphyra spp. ('Nori' em japonês ou 'gim' em
Holanda (2016) relatou que entre os dez primeiros coreano), Kappaphycus alvarezii e Eucheuma
colocados nesta classificação, oito são países striatum (carrageenophytes) e Gracilaria /
asiáticos, com destaque para Indonésia, Filipinas, Gracilariopsis spp. (agarófitas) (KIM et al., 2017).
República da Coreia e Japão, que juntos detêm
Apesar de o Brasil apresentar uma extensão costeira
46,2% da produção mundial de macroalgas. Portanto
de aproximadamente 8.500 km com um grande
dentre os maiores produtores de macroalgas estão a
potencial para a produção de macroalgas, os dados
China, Indonésia, Filipinas, Coréia e Japão e, a
estatísticos de produção nacional da FAO (2019)
produção de mais 90% é composta pelos Gêneros:
para o ano de 2016, demonstraram que o Brasil
Euchema, Kappaphycus, Porphyra, Undaria,
cultivou apenas duas espécies de macroalgas com
Saccharina (Laminaria) e Gracilaria (FAO, 2019). A
uma produção ainda incipiente de aproximadamente
Tabela 1 demonstra a produção mundial das
700 toneladas para a espécie fresca K. alvarezii e 30
macroalgas marinhas cultivadas (toneladas) e preços
toneladas para a macroalga Gracilaria (GELLI,
de venda.
2019). No Brasil, vários estudos experimentais foram
A maior parte da produção ocorre na Ásia. A produção desenvolvidos (LIMA et al., 1981; CÂMARA-NETO,
aquícola de algas marinhas é dominada (> 81% da 1987; OLIVEIRA, 1997; MARINHO-SORIANO et al.,
produção total) por relativamente poucas espécies: os 2006); no entanto, apesar dos resultados positivos
kelps marrons, Saccharina japonica e Undaria obtidos, ainda não foi possível implantar o cultivo de
pinnatifida; e as algas vermelhas, incluindo Pyropia / macroalgas em escala comercial (SIMÕES et al.,
Porphyra spp. ('Nori' em japonês ou 'gim' em coreano), 2016).
Kappaphycus alvarezii e Eucheuma striatum
(carrageenophytes) e Gracilaria / Gracilariopsis spp. Antes de iniciar um cultivo de macroalgas em grande

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escala pode ser necessário inicialmente conhecer a Oliveira (1993) relatou que o gênero Porphyra
espécie que melhor se adapta as condições (Rodophyta) apresenta uma considerável
principalmente ambientais do local, elaborar um importância econômica, sendo extensivamente
sitema de cultivo direcionado para que a macroalga cultivado e consumido como alimento. De acordo
seja produzida de forma economicamente com o mesmo autor o gênero é representado por
sustentável. No entanto para determinadas espécies mais de 70 espécies e apresenta ampla distribuição
de macroalgas, pode ser necessário em vez de geográfica, desde regiões tropicais até polares.
cultivá-las estabelecer uma metologia de coleta,
manejo, exploração sustentável na natureza Derner (2018) no texto desenvolvido por Hayashi e
obedecendo a legislação vigente. Nesse contexto, Santos relatou que as macroalgas mais cultivadas
tradicionalmente as algas são colhidas por mulheres, são: K. alvarezii e Eucheuma spp., matéria-prima
jovens ou pescadores em bancos naturais na região para extração de carragenana, um coloide
Nordeste (Brasil) e as macroalgas são uma fonte de amplamente utilizado em diversos ramos da
renda alternativa para as comunidades costeiras que indústria; S. japonica ou “kombu”, utilizada na
as vendem como matéria-prima para a indústria de indústria alimentícia; Gracilaria spp., matéria-prima
carragenana (LOUREIRO, 2013). para extração de ágar, outro colóide de interesse
industrial; U. pinnatifida ou “wakame” e Pyropia
Na escolha da espécie de macroalga para ser tenera e P. yezoensis ou “nori”, sendo a primeira
cultivada devemos levar em consideração o seu utilizada na culinária japonesa em saladas
crescimento em um curto período de cultivo (“sunomono”), e as últimas no famoso sushi. O
apresentando bom desempenho satisfatório no "sushi" é um prato icônico da culinária japonesa, que
desenvolvimento, devem ser resistentes a utiliza com bastante frequência algas vermelha, mais
enfermidades e saudáveis, possibilitar um grande especificamente a "nori" (P. yezoensis; P. tenera),
volume de macroalgas produzidas e durante o como ingrediente de sabor (LEITE, 2017). Makizushi,
processamento fornecer grande quantidade de também conhecido como norimaki (Figura 2), é um
material seco de alta qualidade. sushi feito de uma porção de arroz com algum tipo
de recheio enrolado em uma folha de nori. Souza
Espécies (2011) relatou que o nori original é produzido a partir
Leite (2017) relatou que há cerca de 10.500 espécies das algas vermelhas P. yezoensis e P. tenera. De
de algas marinhas catalogadas, segundo a base de acordo com o mesmo autor atualmente, designa
dados algaeBASE. De acordo com o mesmo autor as todos os produtos elaborados com lâminas de algas
principais espécies usadas diretamente na pertencentes ao gênero Porphyra.
alimentação são: Porphyra spp. ("nori" ou
ervapatinha) (Figura 1); Palmaria palmata ("dulse"); FIGURA 2- Makizushi ou norimaki
Chondrus crispus (musgo irlandês) (MCHUGH,
2003; MOURITSEN, 2013; PEREIRA, 2016).

FIGURA 1. Porphyra spp.

Fonte: Fao (2009).


Fonte: Arquivo pessoal.

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Derner (2018) no texto desenvolvido por Hayashi e alternância de gerações completamente distintas – a
Santos, relatou que dentre essas macroalgas, fase macroscópica foliácea e a fase esporofítica
apenas algumas são produzidas de forma microscópica que vive sobre conchas de moluscos –
experimental, artesanal ou em pequena escala no com aspectos de filamentos vermelhos muito
Brasil: K. alvarezii no Sudeste e Sul, e Gracilaria no delicados.
Nordeste. De acordo com o mesmo autor uma das
razões para isso é que as demais espécies são Por sua vez o povo brasileiro não possui tradição no
típicas de regiões de clima temperado (águas frias) e consumo de macroalgas quando comparados a
sua produção não seria sustentável ao longo do ano outros paises como o Japão. Entretanto o Japão é
no nosso país com clima tropical e subtropical (e um dos paises que mais consome macroalgas.
águas mais quentes). Nesse contexto as condições Neste país o sushi é uma das comidas japonesas
ideais de crescimento da maioria das espécies mais populares entre os nipônicos. Este prato típico
brasileiras estão entre 22-28°C e salinidade entre 28- geralmente faz parte do cardápio das festas. Nesta
36 partes por mil, embora algumas espécies oportunidade é servido o sushi. O prato é feito a
apresentem valores diferentes, tolerando variações partir de alga marinha desidratata (nori), arroz
mais amplas (OLIVEIRA, 1997). temperado levemente com vinagre, que é recheado
com ingredientes. Por outro lado, o consumo de
Embora atualmente 138 espécies de Pyropia e macroalgas pelo povo brasileiro é marcado
Porphyra sejam aceitas taxonomicamente (GUIRY & geralmente por ocasiões em que frequentam
GUIRY, 2016), apenas três espécies principais (Py. restaurantes japoneses. Devido à maioria dos
yezoensis, Py. tenera e Py. haitanensis) foram brasileiros terem o hábito da preferência alimentar
cultivadas comercialmente, principalmente na China, pela carne bovina, a macroalga passa a ser muitas
Coréia e Japão (99,99% da produção total) (FAO vezes esquecido, o que provavelmente pode
2017 citado por KIM et al., 2017). A maioria das contribuir na diminuição do interesse pelo cultivo de
espécies do gênero Pyropia era incluída no gênero macroalgas.
Porphyra, que passou a ser sinônimo de Pyropia
(MEDINA, 2016). Entre as macroalgas mais Sistema de produção
produzidas está a Pyropia spp. (Rhodophyta, Oliveira (1997) relatou que em algumas espécies de
Bangiales), sendo a quinta no ranking mundial, valor comercial, e em especial em algas utilizadas
atingindo uma produção de 1,806 milhões de para alimentação, como é o caso das espécies de
Porphyra (nome comercial “nori”), Laminaria
toneladas de biomassa úmida no ano de 2014 (FAO,
(“kombu”) e Undaria (“wakame”) a propagação por
2016 citado por BEZERRA, 2017). Entre as algas
mudas não funciona e o cultivo é feito através de
comestíveis in natura existentes em águas
esporos, os quais são semeados sobre o substrato
brasileiras, se destacam as do gênero Porphyra, o
escolhido, em laboratório, e posteriormente levado
mesmo da Nori japonesa; “Porém,
ao mar para crescimento. De acordo com o mesmo
a Porphyra brasileira ainda não tem mercado de
autor nos casos em que tanto a propagação por
consumo no Brasil e a competição com os japoneses
mudas como por esporos são factíveis, a escolha da
e chineses não compensa porque, além da
técnica depende do preço da mão de obra local e da
quantidade produzida, há séculos eles vêm
existência de facilidades para liberação e fixação de
escolhendo as melhores linhagens para cultivo,
esporos.
garantindo uma melhor qualidade”, explica Eurico
(FAPESP, 1997). Berchez (2012) relatou que a alga Espécies de Porphyra ocorrem em praticamente toda
foliácea (Porphyra) com uma ou duas células de a costa brasileira, embora sejam mais frequentes
espessura, delicada e escorregadia ao tato, com cor nas regiões Sudeste e Sul (OLIVEIRA, 1977).
que varia de vermelho-vinho a verde-avermelhado, Bezerra (2017) relatou que o ciclo de vida desta
com porções clareadas pela exposição ao sol; espécie (Porphyra) é denominado diplobionte
fortemente presa ao substrato por processos heteromórfico, contendo duas fases principais com
rizoidais. De acordo com o mesmo autor apresenta morfologias diferentes; a fase foliosa (n) é gameto-

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fítica e macroscópica (BOLD & WYNNE, 1985); a


fase conchocelis (2n) é esporofítica e filamentosa
microscópica (DREW, 1954), considerada
interessante, pois demonstra ser a chave para o
estágio de propagação vegetativa em seu histórico
de vida heteromórfico (HOLLENBERG, 1958). A fase
“conchocelis” é microscópica e filamentosa,
ocorrendo no interior de conchas, enquanto que a
fase foliácea é macroscópica, ocorrendo, no Brasil,
apenas no inverno-primavera, crescendo no médio-
litoral superior de costões rochosos (Figura 3) (IHA,
2015). Berchez (2012) relatou que a fase foliácea
ocorre no limite superior do mediolitoral, em locais
com forte arrebentação, durante os meses de
Fonte: Mumford (1988) citado por Oliveira (1993).
inverno; no verão, desaparece completamente
(apenas a fase microscópica sobrevive). De acordo Lavik (2016) relatou que quando as lâminas têm 2 a 3
com o mesmo autor no Brasil está restrita às regiões mm de comprimento, são transferidas para áreas de
Sul e Sudeste. A fase foliácea produz carpogônios cultivo maiores para o desenvolvimento posterior
muito reduzidos e espermácios (PAULA et al., 2007). (REDMOND et al., 2014, BLOUIN et al., 2011,
BEHURA et al., 2002, HAFTING, 1999, YARISH et al.,
Após a fertilização, forma-se o zigoto, que se
1999).
dividem várias vezes, dando origem a carpósporos
(IHA, 2015). Esses carpósporos são liberados e As mudas podem ser plantadas em fazendas de
germinam dando origem à fase filamentosa águas abertas (SAHOO & YARISH 2005). Existem
“conchocelis” (PAULA et al., 2007). Esses filamentos três métodos principais de cultivo: em redes (b) fixas,
produzem esporos denominados de conchosporos, (c) flutuantes; e (d) semi-flutuantes (Figura 4) (FAO,
os quais ao serem liberados, germinam e originam 2009).
fase foliácea (IHA, 2015).
FIGURA 4- Tanques e redes para produção da alga
Para tanto, a fase microscópica é cultivada o ano Porphyra spp.: (a) laboratório; (b) redes fixas; (c)
todo sobre as conchas, em tanques dentro de redes flutuantes e (d) redes semi-flutuantes
grandes estufas (BERCHEZ, 2012). Faccini (2007)
relatou que coleta de esporos a partir das lâminas no
início da primavera (a fase gametofítica se
desenvolve durante o inverno) e a liberação de
esporos pode ser induzida por secagem prévia da
lâmina ou esmagamento. De acordo com o mesmo (a) (b)
autor a semeadura dos esporos é realizada nos
tanques de cultivo e estes germinarão na fase
esporofítica. Portanto, no início do inverno as redes
de cultivo podem ser colocadas nos tanques (Figura
4a) para serem semeadas com os esporos e, então,
levadas ao mar para que haja o desenvolvimento da (c) (d)
fase foliácea, cuja colheita é feita após cerca de três Fonte: FAO (2009).
meses (BERCHEZ, 2012).
As redes fixa ou semi-flutuante, a alternância de
imersão e dessecação com a maré é garantida,
FIGURA 3- Ciclo de vida de Porphyra; a fase
ajudando a evitar doenças causadas por fungos ou
conchocelis é microscópica e endolítica
bactérias, reduzindo diatomáceas epífitas e
melhorando o sabor (BUCHHOLZ et al., 2012).

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Faccini (2007) relatou que as redes semi-flutuantes croalgas pode ser atualmente orientado para o
são melhores em áreas onde a variação de marés é estabelecimento de uma indústria viável dirigida ao
aproximadamente de 2 metros, pois, durante as consumo interno, à exportação, a oportunidade de
marés baixas, as redes ficam expostas ao ar e, emprego, a distribuição de renda ou uma
durante as marés altas, ficam próximas à superfície combinação destas metas ou objetivos. Estas metas
da água. de desenvolvimento não podem ser alcançadas se
os produtores de macroalgas não alcançarem um
Buchholz et al. (2012) relataram que as redes mínimo de lucro. Portanto, precisamos verificar os
flutuantes podem ser mantidas em águas preços existentes, margem de lucro, garantia de
ligeiramente mais profundas (10 a 20 m), preço, preço mínimo e sazonalidade do produto
estendendo assim a área de cultivo e, no entanto, é cultivado.
necessário incluir um sistema de berçário que seca
periodicamente as redes e as endurece (PEREIRA & CONSIDERAÇÕES FINAIS
YARISH, 2008, 2010). Com os atrativos lucros obtidos, não é de se
estranhar que o cultivo de macroalgas marinhas no
A colheita é feita utilizando colhedores mecânicos de
Brasil pode vir a ser expandido. Os recursos
vários portes e após a colheita passam por um
marinhos de nossa costa são renováveis, mas finito,
processo que termina com a geração de uma folha
neste contexto podemos citar as macroalgas
fina, seca, de aproximadamente 18 × 20 cm e
marinhas no Brasil. O cultivo de macroalgas
pesando 3 gramas (ISHIKI, 2011). A Figura 5
marinhas no Brasil ou uma exploração sustentável
demonstra uma ilustração do cultivo da macroalga
na coleta pode ser de grande importância como fonte
nori no Japão.
de emprego e renda para as comunidades
litorâneas. Porém, se coletarmos macroalgas
FIGURA 5- Culivo de nori no Japão
marinhas além do limite sustentável, provavelmente
não seremos capazes de obtê-las em quantidades
satisfatórias no futuro. Nesse contexto, devemos
procurar encontrar soluções de como preservar
estes recursos como as macroalgas de importância
econômica, daí está uma das prioridades
fundamentais de um cultivo onde as macroalgas
poderão crescer, desenvolver e reproduzir em
quantidade. Porém, mais estudos são necessários
antes de implantar um cultivo comercial.
Fonte: MAFFJ (2019).
O cultivo de macroalgas em países da Ásia parece
Berchez (2012) relatou que para industrialização, a demonstrar ser uma alternativa economicamente
alga é triturada até formar uma pasta que é colocada viável e de importância estratégica para o setor
em moldes retangulares e seca para a fabricação da pesqueiro, como recurso para o equilíbrio dos
“folha” de nori, que é encontrada no mercado. De padrões ambientais e sociais envolvendo
acordo com o mesmo autor no Brasil, embora a principalmente as comunidades litorâneas, e
maior parte do produto consumido seja importada, dinamização econômica de ecossistemas. Porém a
temos seu processamento artesanal a partir de análise da viabilidade técnica e econômica dos
matéria prima extraída da natureza. projetos de cultivo de macroalgas deve ser feita caso
a caso de acordo com as características de cada
O cultivo de macroalga tem se desenvolvido em localidade, região em relação ao clima, condições da
várias partes do mundo com diferentes modelos, quantidade e qualidade da água, tecnologia de
técnicas, condições naturais e socio-econômicas. cultivo, situação econômicas e fisiográficas. Além
Normalmente o interesse primário no cultivo de ma- disso, a introdução de espécies exóticas no Brasil ne

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Artigo 539 - Aspectos do desenvolvimento do cultivo de macroalgas com ênfase na produção do gênero Porphyra

necessita um prévio estudo ambiental (possível https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456


impacto), além de licenças ambientais necessárias 789/189405/TCC%20-
e/ou autorizações para exercer a atividade emitida %20Gabriella%20Garcia%20de%20Oliveira.pdf?s
pelas instituições competentes. Portanto, os equence=1&isAllowed=y > Acesso em 14 de
aspectos éticos e/ou ambientais devem ser outubro de 2019.
adequadamente tratados. BLOUIN, N. A.; BRODIE, J. A.; GROSSMAN, A. C.;
XU, P.; BRAWLEY, S. H. Porphyra: a marine crop
Espera-se que, com o tempo, os produtores em shaped by stress. Trends in Plant Science,
geral tomem consciência do valor que tem a Netherlands, v. 16, n. 1, p 29-37, 2011.
natureza e consigam produzir as macroalgas BOLD, H. C.; WYNNE, M. J. Introduction to the
marinhas de uma forma sustentável e pouco Algae. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, New
impactante. Logicamente, a investigação, a pesquisa Jersey. 1985, 720 p.
possui o papel primordial, fundamental de orientar os BUCHHOLZ, C. M.; KRAUSE, G.; BUCK, B. H.
aquicultores, pois a natureza é um bem valioso Seaweed and Man. In: Wiencke, C.; Bischof, K.
principalmente para os pescadores artesanais, (eds) Seaweed Biology. chap. 22, Berlin:
porém todos por ela devem zelar. Springer-Verlag. p. 471–493, 2012. Disponível
em <
AGRADECIMENTOS https://pdfs.semanticscholar.org/d872/4d9442f11f
Agradeço ao Professor Dr. Yoshiaki Deguchi “in 0836dbd6f9f3b14ed8c1c301c9.pdf > Acesso em
memorian” da Universidade Nihon pelas informações 15 de outubro de 2019.
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