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POR QUE O

IMPORTA PARA OS CRISTÃOS?

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POR QUE O

IMPORTA PARA OS CRISTÃOS?

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P
oucos sabem, mas o Ramadã traz muitas implicações e desafios
para aqueles que vivem em um país muçulmano e não perten-
cem à religião islâmica majoritária, especialmente os cristãos.
Durante esse período são registrados inúmeros casos de into-
lerância religiosa contra aqueles que professam qualquer outra fé e não se
abstêm de alimentos, pois são considerados infiéis pelos muçulmanos.
Dos 50 países da Lista Mundial da Perseguição 2020, 41 têm a opressão
islâmica como fonte de perseguição aos cristãos. Curiosamente, em 1978, o
Irmão André escreveu: “Permita-me afirmar que, na minha opinião, daqui
a uma década a ameaça islâmica à igreja universal de Jesus Cristo será
maior que a ameaça comunista”. Mas por que essa ameaça é tão presente
e por que se intensifica durante o Ramadã?

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Os muçulmanos acreditam que as primeiras revelações do Alcorão (o
livro sagrado do islã) foram feitas durante o mês do Ramadã, que é o nono
mês do calendário islâmico. Assim, durante o Ramadã, os muçulmanos
se tornam mais devotos à religião. Como resultado, expressões de extre-
mismo islâmico se tornam mais violentas, aumentando a perseguição aos
cristãos. Para alguns grupos muçulmanos o radicalismo é tanto que se
acredita que matar um inimigo de Alá no primeiro dia do Ramadã assegu-
ra a entrada no paraíso.

PRESSÃO EM ALTA
Devido a esse senso de irmandade entre os muçulmanos, fortaleci-
do durante o Ramadã, se há alguém que não esteja engajado no mesmo
propósito, como um cristão na comunidade, esse cristão será notado. A
tolerância é mostrada apenas aos muçulmanos. O tratamento aos cristãos
pode ir de importunação diária a ataques de ira. Nos países em que há

Cristãos da África Oriental participam juntos de um desjejum. Muitos cristãos secre-


tos precisam fazer o Ramadã para não correrem o risco da nova fé ser descoberta

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uma porcentagem de população cristã reconhecida, os cristãos são aconse-
lhados a permanecerem escondidos e discretos, pois o simples fato de ver
um cristão pode lembrar um muçulmano que, enquanto ele está jejuando,
os “infiéis” não estão mostrando o mesmo zelo e respeito por Alá.
Em algumas partes do Golfo Pérsico, se um cristão é visto bebendo
água ou comendo durante as horas de jejum, pode ser levado às autorida-
des e ter a cabeça raspada como uma punição pública e demonstração de
disciplina por comer durante o Ramadã. Se é ouvido o som de um cristão
mexendo uma xícara de chá, isso também pode ser uma ofensa que pode
levar a tumultos, como já aconteceu no passado.
Por isso, muitos cristãos secretos são forçados a participar do Ramadã,
pois se não o fizerem a nova fé pode ser descoberta e as represálias podem
ser cruéis. É um tempo de pressão e luta interior, em que nossos irmãos se
veem no dilema de fazer um jejum que agrade a Deus e ao mesmo tempo
manter a aparência do jejum islâmico. É por isso que eles precisam das
nossas orações, para terem sabedoria e discernimento do Espírito para
saberem como se portar nesse período tão delicado.

COMO É FEITO O RAMADÃ


O Ramadã é o nono mês do calendário islâmico, quando todos os
muçulmanos do mundo devem observar o jejum, o quarto pilar do isla-
mismo. Os muçulmanos acreditam que foi nesse mês que o Alcorão, seu
livro sagrado, foi revelado ao profeta Maomé. Nesse período, é comum
aos seguidores do islã em todo o mundo ir à mesquita orar e se dedicar ao
estudo do Alcorão.
Os muçulmanos consideram o jejum um ato de fé e adoração para Alá
e procuram, assim, suprimir os desejos e aumentar sua pureza espiritual.
O jejum é considerado uma das formas mais elevadas de adoração no isla-
mismo. A abstinência de prazeres carnais e o distanciamento de intenções
e desejos malignos são considerados atos de obediência e submissão a Alá,
pelos quais se obtém o perdão dos pecados e erros cometidos.
Logo após o desjejum (ftur), os muçulmanos fazem a quarta das cin-
co orações diárias, que é chamada de maghreb (a oração do pôr do sol).

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Mulá (clérigo muçulmano) conversa com jovem em frente à mesquita de Jamkaran,
na cidade de Qom, um dos principais centros religiosos do Irã

Geralmente, para fazerem a isha, a última das cinco orações, eles vão para
suas casas de adoração, chamadas de mesquita. É permitido comer duran-
te a noite e madrugada até antes do nascer do sol do dia seguinte. Muitos
fazem várias refeições durante a noite e madrugada, mas o indicado é
acordar antes do nascer do sol para fazer a última refeição antes do jejum,
chamada sohr, em árabe.
Os adolescentes, a partir da puberdade, já podem começar a jejuar.
As crianças ficam isentas, bem como mulheres que estão amamentando
ou no período menstrual. Deixar de jejuar por motivos de saúde tam-
bém é aceitável.
Com o passar dos dias do jejum do Ramadã, é normal que os muçulma-
nos comecem a ficar com o humor alterado, impacientes. Esse sentimento
é causado pela abstenção de bebidas, alimentos e relações sexuais durante
o Ramadã. Nessa época, muitos muçulmanos se tornam mais hostis para
com os cristãos. A pressão da fome, da sede e do cansaço, juntamente com
a forte religiosidade e com o equívoco sobre a verdade teológica da fé cris-
tã deixam muitos muçulmanos com um sentimento de rejeição e ódio para
com os vizinhos e colegas cristãos.

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POR QUE A DATA VARIA TODOS OS ANOS?
O período do Ramadã muda a cada ano porque segue o calendário
lunar, no qual o surgimento da lua nova marca o início de cada mês. Se-
gundo o calendário lunar, cada dia se inicia no pôr do sol. Assim, quando
começa a lua nova, os muçulmanos sabem que a partir do próximo nascer
do sol, o jejum se inicia. Por seguir o calendário lunar, o Ramadã é anteci-
pado 11 dias a cada ano.
Desse modo, quando o calendário lunar seguido pelos muçulmanos
marca o surgimento do primeiro dia do nono mês, o cotidiano de todos os

Idoso lê o Alcorão na mesquita de Umayyad, em Damasco, na Síria – umas das mes-


quitas mais antigas do mundo. Os muçulmanos acreditam que é nessa mesquita
que Isa (Jesus) voltará no fim dos tempos.

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muçulmanos é alterado. Inicia-se, então, o mês sagrado para a fé islâmi-
ca, o conhecido Ramadã, caracterizado por 30 dias de jejum e oração. Em
2020, o Ramadã começa no pôr do sol do dia 23 de abril, sendo o dia 24 o
primeiro dia do jejum efetivamente.
O Ramadã caracteriza-se por ser um jejum total do amanhecer até o
pôr do sol de cada dia, observado por muçulmanos em todos os lugares do
planeta por um mês. Os muçulmanos se abstêm de comer, beber, fumar,
relações sexuais e, no geral, tudo o que possa ser considerado um vício ou
um prazer humano. A cada dia, quando o sol se põe, os alto-falantes das
mesquitas anunciam o fim do jejum naquele dia e o jejum é entregue com
uma refeição em família, o ftur. O profeta Maomé recomendou quebrar os
jejuns com encontros. Os muçulmanos são incentivados a convidar outros
para entregar o jejum em comunhão. Uma refeição típica de ftur varia em
diferentes partes do mundo; no entanto, algo que não pode faltar na mesa
são as tâmaras, pois acredita-se que Maomé comeu três tâmaras quando
quebrou o jejum.

Nas mesquitas, há diferentes partes para homens e mulheres. Nas fotos, seção
para homens e mulheres na mesquita de Jamkaran, no Irã

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Na China, muçulmanos participam da cele-
bração da Aid al-ftur, o último dia do Ramadã

OCASIÕES ESPECIAIS DURANTE O RAMADÃ


Há duas grandes celebrações consideradas mais importantes durante
o período do Ramadã. Uma delas é o 27º dia, quando eles comemoram
Laylat al-qadr (noite do poder), pois acredita-se que foi nessa noite que
Alá começou a falar com Maomé. A 27ª noite é ainda mais especial, pois
acredita-se que os céus estão abertos para acolher as orações e perdoar
pecados cometidos durante o ano. Os últimos dez dias do Ramadã são con-
siderados os mais abençoados. Para muitos muçulmanos, esse período é
marcado por uma intensidade espiritual e eles podem passar essas noites
orando e recitando o Alcorão.
A outra celebração é o último dia do Ramadã, conhecido como Aid
al-ftur (festa do desjejum). Essa ocasião assemelha-se ao Natal para os cris-
tãos. Após 30 dias de jejum, o mês do Ramadã termina com um banquete
de celebração. Nesse dia, os muçulmanos se reúnem em um local para
oferecer uma oração de graças. Tradicionalmente, vestem roupas novas e
visitam amigos e parentes. Há trocas de presentes e preparo de receitas de

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comidas especiais para essa ocasião. Após isso, espera-se pacientemente
até que venha o próximo Ramadã.

VOCÊ TAMBÉM PODE ORAR E JEJUAR POR ELES


Em 2020, o Ramadã começou após o pôr do sol do dia 23 de abril
e vai até 23 de maio. Sua oração pelos cristãos perseguidos é ainda
mais necessária nesse período. Nossos irmãos vivem dias de grande
expectativa e por esse motivo contamos com sua intercessão durante
o mês do Ramadã.
Durante esse mês, convidamos a igreja brasileira a orar não somente
pelos cristãos que enfrentam perseguição, mas também pelos muçulma-
nos em todo o planeta, para que encontrem o único Deus verdadeiro.

PEDIDOS DE ORAÇÃO

• Peça a Deus pela proteção dos nossos irmãos e irmãs ao redor do


mundo; principalmente por aqueles que abandonaram o islamismo para
seguir a Cristo.
• Ore para que os cristãos tenham sabedoria e discernimento para se re-
lacionar com os muçulmanos durante esse período; e que sejam um forte
testemunho de Jesus naqueles países.
• Peça para que os cristãos tenham formas criativas de iniciar conversas
com os muçulmanos sobre o sentido do jejum, certeza da salvação e outros
tópicos que possam levá-los a questionar a religião que seguem.
• Clame para que os cristãos tenham humildade, sabedoria, amor e
ousadia para abordar assuntos que apontem para o caminho, verdade e
vida, que é Jesus.

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Crianças em aula de islamismo na mesquita de Istiqlal, em Jakarta, Indonésia

• Interceda pela vida dos cristãos secretos, que não podem professar nem
praticar a fé cristã abertamente. Na maioria dos casos, eles são forçados a
participar do Ramadã. Ore para que esse mês de jejum e oração tenha um
novo significado para eles, o de se aproximarem de Jesus, conhecerem-no
mais e serem cheios do Espírito Santo.
• Ore para que durante este Ramadã muitos muçulmanos tenham sonhos e
visões com Jesus. Que aqueles que buscam a Alá com sinceridade, pensan-
do estar adorando a Deus, tenham os olhos desvendados para conhecer
Jesus e todo engano seja desfeito.
• Clame para que o coração dos muçulmanos tenha fome de paz. Que através
do Espírito Santo, evidente na Igreja Perseguida, eles percebam que essa fome
só pode ser preenchida por um relacionamento pessoal com Jesus.

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Firmados
NO evangelho
Cristãos ex-muçulmanos na Indonésia
veem no Ramadã uma oportunidade de
evange­lizar. Para que estejam preparados,
precis­am estar firmados no evangelho.
A Portas Abertas tem um programa de
discipulado para jovens e visa estabelecer
um centro de treinamento. Sua doação
sustenta esse projeto, que dá base para
uma igreja forte na Indonésia.

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