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Padre:
Argumento de razão: Cristo ter subido aos céus sem deixar um fator de
unidade é abrir espaço para confusão na sua mensagem (que é o que ocorre com os
protestantes...); é vital para que a mensagem de Cristo chegue até nós, 2000 anos
depois, intacta, que ela seja una e inalterada, e isso se dá apenas via o papado e a
infalibilidade. Mesmo, por absurdo, que S. Gregório fosse contra o Papado, o papado
ainda seria algo necessário à Igreja e ele estaria errado (o que não é o caso, pois ele
não negou o papado).
Resposta:
1ª Objeção do Padre:
Resposta:
Falso. O Padre argumenta que Gregório na realidade estaria protestando contra
João IV, que supostamente estaria tomando um título pertencente seu. Ora, isto é falso,
pois em outra carta, Gregório rejeita o título até em relação a si mesmo: (no dia que
conversei pessoalmente com o Padre Renato sobre, ele concordou e prometeu uma
resposta, que nunca veio à tona).
“[...] Pois eu disse que nem a mim nem a qualquer outra pessoa deves
escrever algo dessa espécie; [...]” (Gregório I: Livro VIII, Carta 30, tradução nossa,
grifo nosso). Disponível em: https://www.newadvent.org/fathers/360208030.htm.
Acesso em: 09 dez. 2020.
2ª Objeção do Padre:
“[...] Sé, sobre a qual, por autoridade divina, três bispos agora presidem. [...]”
- Gregório, Livro VII, carta 40.
Disponível em: https://www.newadvent.org/fathers/360207040.htm.
“[...] Agora, eu digo com confiança que todo aquele que se chama, ou deseja ser
chamado, Sacerdote [Bispo/Papa] Universal, está em sua exaltação o precursor do
Anticristo, porque ele orgulhosamente se coloca acima de todos os outros. [...]”
“Que obstáculo existe SENÃO O IMPÉRIO ROMANO, cuja queda, por ser
espalhada em dez reinos, introduzirá o Anticristo em suas próprias ruínas?”
“E por isso se deve dizer que a apostasia do Império Romano é entendida não
só do temporal, mas também do espiritual, ou seja, DA FÉ CATÓLICA DA IGREJA
ROMANA.”
“Mas este sinal é conveniente, pois, assim como Cristo veio quando o Império
Romano dominava sobre todos, assim, pelo contrário, UM SINAL DO ANTICRISTO
É A APOSTASIA DELE [do Império Romano].”
Acerca da interpretação da Igreja em seus primeiros séculos, sobre Mt. 16, 18:
Simão Pedro, respondendo, disse: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. Jesus
respondeu-lhe: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou
sangue que te revelaram isto, e sim o meu Pai que está nos céus. Também sobre digo
que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. ⁷ É esse o magnífico
elogio que confirmou a profissão de Pedro. [O] Que quer dizer: “Sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja?” Sobre a sua fé, sobre o que ele dissera: “TU ÉS O CRISTO,
O FILHO DE DEUS VIVO”. “SOBRE ESSA PEDRA, diz o Salvador, edificarei a
minha Igreja”.
— Santo Agostinho,
Comentário à Primeira Epístola de São João, (https://www.paulus.com.br/loja/patristica-
comentarios-a-sao-joao-ii-evangelho-homilias-50124-primeira-epistola-vol-
472_p_7000.html?es_content=capa&es_campaign=9786555625806&es_term=novidad
es&es_medium=portal&es_source=portal_paulus) Hom. X, § 1 (1 Jo. V, 1-3ª).
Paulus Editora, 2022.
Sobre o Quarto Reino do Sonho do Rei Nabuco Donosor, no Capítulo XXIII do Livro
XX de A Cidade de Deus, onde Santo Agostinho discorre sobre o Reino do Anticristo,
último reino a ser despedaçado, predito por Daniel:
“Alguns interpretaram aqueles quatro reinos como sendo o dos Assírios, o dos Persas, o
dos Macedônios e o dos Romanos. Os que desejarem saber com quanto acerto emitiram
esta opinião, leiam o livro do presbítero Jerônimo sobre Daniel escrito com bastante
erudição e cuidado.”
— Santo Agostinho,
A Cidade de Deus: Livro XX, Cap. XXIII.
Editora Calouste Gulbenkian, 5ª Edição.
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a sua interpretação.
⁸ Respondeu o rei, e disse: Percebo muito bem que vós quereis ganhar tempo; porque
terra que possa declarar a palavra ao rei; pois nenhum rei há, grande ou dominador, que
requeira coisas semelhantes de algum mago, ou astrólogo, ou caldeu.
¹¹ Porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o possa declarar
diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne.
¹² Por isso o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios
de babilônia.
¹³ E saiu o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel
e aos seus companheiros, para que fossem mortos.
¹⁴ Então Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei,
interpretação.
¹⁷ Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias,
seus companheiros;
¹⁸ Para que pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre este mistério, a fim de que
Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o restante dos sábios da
Babilônia.
¹⁹ Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o
Deus do céu.
²⁰ Falou Daniel, dizendo: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade,
Achei um homem dentre os cativos de Judá, o qual fará saber ao rei a interpretação.
²⁶ Respondeu o rei, e disse a Daniel (cujo nome era Beltessazar): Podes tu fazer-me
sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos o podem declarar ao rei;
²⁸ Mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei
Nabucodonosor o que há de acontecer nos últimos dias; o teu sonho e as visões da tua
cabeça que tiveste na tua cama são estes:
²⁹ Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos, acerca do que há de
ser depois disto. Aquele, pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser.
³⁶ Este é o sonho; também a sua interpretação diremos na presença do rei.
³⁷ Tu, ó rei, és rei de reis; a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força, e
a glória.
³⁸ E onde quer que habitem os filhos de homens, na tua mão entregou os animais do
campo, e as aves do céu, e fez que reinasse sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro.
³⁹ E depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de
como o ferro que quebra todas as coisas, assim ele esmiuçará e fará em pedaços.
⁴¹ E, quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte
de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do
ferro, pois viste o ferro misturado com barro de lodo.
⁴² E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por
semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura
com o barro.
⁴⁴ Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais
destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses
reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,
⁴⁵ Da maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e
ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande Deus fez saber ao rei
o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.
⁴⁶ Então o rei Nabucodonosor caiu sobre a sua face, e adorou a Daniel, e ordenou que
Senhor dos reis e revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério.
⁴⁸ Então o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitas e grandes dádivas, e o pôs por
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“Alguns interpretaram aqueles quatro reinos como sendo o dos Assírios, o dos Persas, o
dos Macedônios e o dos Romanos. Os que desejarem saber com quanto acerto emitiram
esta opinião, leiam o livro do presbítero Jerônimo sobre Daniel escrito com bastante
erudição e cuidado.”
— Santo Agostinho,
A Cidade de Deus: Livro XX, Cap. XXIII.
Editora Calouste Gulbenkian, 5ª Edição.
Versículo 31. “Tu viste, ó rei, e eis que havia, por assim dizer, uma grande
estátua.” (B) Em vez de “estátua”, que é uma efígie esculpida, a única tradução usada
por Símaco, outros a traduziram como “imagem”, pretendendo com este termo indicar
uma semelhança com eventos futuros. Passemos pela interpretação profética e, ao
traduzirmos as palavras de Daniel (C), vamos explicar detalhadamente os assuntos que
ele afirma brevemente.
“Agora tu és a cabeça de ouro.” “A cabeça de ouro”, diz ele, “é tu, ó rei.” Por esta
afirmação fica claro que o primeiro império, o Babilônico, é comparado ao metal mais
precioso, o ouro.
sabedoria que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei,
e para que entendesses os pensamentos do teu coração.
³¹ Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta estátua, que era
imensa, cujo esplendor era excelente, e estava em pé diante de ti; e a sua aparência era
terrível.
³² A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de
prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre;
³³ As pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro.
³⁴ Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mão, a
os quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou
lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e
encheu toda a terra.
Agora, isso é propriamente chamado de bronze, pois entre todos os metais o
bronze possui uma ressonância notável e um som claro, e o toque de uma trombeta de
bronze é ouvido em toda parte (634), de modo que significa não apenas a fama e o
poder do império, mas também a eloquência da língua grega.
Versículo 40. “E haverá um quarto império semelhante ao ferro. Assim
como o ferro esmiuça e vence tudo o mais, assim ele quebrará em pedaços e quebrará
todos esses impérios anteriores ...” Ora, o quarto império, que claramente se refere aos
romanos, é o império de ferro que se despedaça e supera todos os outros. Mas seus pés e
dedos são em parte de ferro e em parte de barro, fato mais claramente demonstrado na
atualidade. Pois assim como no início não havia nada mais forte ou mais resistente do
que o reino romano, também nestes últimos dias não há nada mais fraco (D), pois
precisamos da ajuda de tribos bárbaras tanto em nossas guerras civis quanto contra
nações estrangeiras. No entanto, no período final de todos esses impérios de ouro e
prata e bronze e ferro, uma rocha (a saber, o Senhor e Salvador) foi cortada sem mãos,
isto é, sem cópula ou semente humana e por nascimento do ventre de uma virgem; e
depois que todos os impérios foram esmagados, Ele se tornou uma grande montanha e
encheu toda a terra.
— São Jerônimo,
Comentário ao Livro de Daniel.
Disponível em: https://www.tertullian.org/fathers/jerome_daniel_02_text.htm
(Acessado em 03/08/2022 às 14 h 12).
Conclusão: O Reino a ser despedaçado, conforme S. Jerônimo, é Roma, pois como diz
Aquino: “O Império não cessou, mas comutou-se de temporal em espiritual”. Cf.:
Comentário a Tessalonicenses. Trad. Tiago Gadotti. Porto Alegre: Concreta Editora,
2015. pp. 129-139. O Papa é o Anticristo também porque é aquele que “se assentou
sobre o Templo de Deus, i.e., a Igreja. “Querendo parecer Deus” (2 Ts. 2, 4) porque
usurpa os títulos da S.S. Trindade (Santo Padre = O Pai; Cabeça da Igreja = O Filho;
Vigário (substituto) de Cristo = O Espírito Santo. O Papado foi condenado por S.
Gregório Magno, sob o título de “Bispo Universal”, cujo seu segundo sucessor,
Bonifácio III, fez exatamente o que ele (Gregório) condenara. O que “retinha a
manifestação do Anticristo” é interpretada pelos Padres da Igreja (citamos Agostinho,
Jerônimo e Tertuliano) como sendo o Império Romano, obstáculo à supremacia do
Bispo de Roma. Divida em 10 Reinos, Roma originalmente fora construída em torno de
7 colinas, o que corrobora a besta de 7 cabeças e 10 chifres. Lista: ostrogodos,
visigodos, francos, vándalos, suevos, alamanes, anglo-saxões, hérulos, lombardos e
burgúndios.
Resumo Histórico sobre a questão do Bispo Universal:
1) 602 d.C. – O imperador romano Maurício é assassinado em um golpe por Focas, que
então se torna imperador. Ref.: https://en.wikipedia.org/wiki/Maurice_(emperor)
2) 604 d.C. – Gregório Magno, Bispo de Roma morre e é substituído por Sabiniano, que
reina por dois anos.
3) 606 d.C. Sabiniano, Bispo de Roma morre e é substituído por Bonifácio III. Focas
escreve ao novo bispo de Roma, Bonifácio III e, por decreto imperial do governo
romano, proclama Bonifácio III, como o “Chefe de todas as Igrejas” e “Bispo
Universal”. Focas transfere o título de Constantinopla para Roma. Bonifácio III,
Bispo de Roma assume o título: “Bispo universal”: o Catolicismo Romano nasce
formalmente em sua forma evoluída final, mas o leste nunca aceita as reivindicações de
Roma e, finalmente, divide a comunhão com Roma em 1054 d.C.