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Reunião com pais

Reunião com pais

Quando o cuidado desprotege

A tualmente, podemos observar que alguns pais desenvolvem, em relação a seus filhos, uma
atitude de superproteção, talvez por não compreenderem que o cuidado em excesso é
prejudicial e pode gerar pessoas inseguras, que não sabem superar as frustrações da vida e
estão despreparadas para lidar com os desafios que se apresentam no cotidiano.
Na maioria dos casos, o reflexo da “síndrome da superproteção” acaba sendo percebido no
próprio desempenho escolar dos alunos. Temendo que o mal aconteça a seus filhos, alguns pais
desenvolvem determinadas atitudes de preocupação, cuidados e atenção constantes que os viciam
nesse padrão de comportamento, o que propicia a não-percepção de seus próprios limites.
Na vida escolar, é comum a presença de alguns pais que fazem tudo para retirar os obstáculos e
facilitar as tarefas dos filhos. É provável que ajam com intenção positiva, todavia, tal procedimento
pode levar ao desenvolvimento de uma relação de dependência e insegurança, além de provocar o
surgimento de um aluno que se torna agressivo diante de qualquer negativa.
Existem pais que não admitem reclamações sobre os filhos e os defendem em qualquer situa-
ção. Talvez, culpados pela ausência familiar imposta pela vida moderna, tendem a compensá-la,
atendendo aos desejos das crianças. Hoje em dia, alguns pais têm dificuldade em dizer “não” e
reconhecer que determinadas situações inadequadas, geradas na escola, foram provocadas pelos
seus filhos.
Quando, por exemplo, a escola solicita a presença de um pai e relata que seu filho se envolveu
em uma briga com colegas, os pais superprotetores tendem a não ouvir e tendem a desconfiar do
que os educadores estão dizendo, desconsiderando a possibilidade de que o evento possa ter se
iniciado pelo seu filho, além de não compreenderem que, em algumas fases etárias, as brigas e
desentendimentos são comuns. Assim, antes de ouvirem e analisarem, partem para a defesa de seus
rebentos. Há, ainda, outros pais que, literalmente, realizam as tarefas dos filhos para poupá-los do
desconforto da cobrança escolar por, no caso da não realização, irresponsabilidade. Assim, muitos
pais e mães acabam tornando-se reféns de seus próprios comportamentos, já que, com receio de
que o pior possa acontecer a seus filhos, reforçam atitudes superprotetoras e, com isso, acabam
prejudicando o seu desenvolvimento, não só intelectual, mas também emocional.
Nesse sentido, percebe-se que a escola acaba sendo desautorizada, o que provoca embates
entre ela e a família. Contudo, é importante ressaltar que o objetivo da escola, ao chamar os pais
para apresentar-lhes uma situação conflituosa, não é de condenar ou julgar o aluno, mas chamar a
família para um propósito: o compartilhar das ações, visando sobretudo ao processo educativo
numa perspectiva de envolvimento, comprometimento e colaboração entre pais e professores.
Nesse momento, tomar uma atitude defensiva em relação aos filhos talvez não seja a melhor forma
de abordar o problema. Nessa situação, sugerimos que pais e professores saibam ouvir o que cada
um observa do aluno para que, com base nas opiniões, possam ser descortinadas propostas de ação.

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