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Role-play 1
- O dinamizador coloca os pais em pares. Cada par tem de identificar um
comportamento negativo que aumenta porque os pais lhe dão atenção negativa. E têm
também de encontrar um comportamento positivo a que devem dar atenção para que
esse comportamento negativo comece a desaparecer.
C – Consistente
A criança/adolescente tem de saber exatamente aquilo que esperam dela, caso contrário
aprenderá a manipular. Tem de se ser consistente quer com as coisas positivas
(recompensas, elogios e atenção positiva) quer com as negativas (perda de privilégios).
Os pais têm mais dificuldade com as primeiras, mas ser consistente com as respostas
positivas leva a uma modificação mais rápida do comportamento. Ninguém é 100%
consistente, mas tentar torna a vida familiar mais simples e fácil. Somos menos
consistentes quando estamos cansados, doentes, com pressa ou nos sentimos culpados
por algo (por ex. por ter passado pouco tempo com os filhos nessa semana).
Um patrão que um dia dá um enorme elogio a um empregado por ele ter acabado um
relatório antes do tempo e na vez seguinte não o faz, tem menos probabilidade que o
empregado da próxima vez se empenhe. Ser consistente é não mudar o que esperamos
dos nossos filhos porque nos apetece.
S - Consequências significativas
As recompensas e punições têm de ser adequadas à criança/adolescente: o que resulta
com uma pode não resultar com outra.
Também nós adultos somos assim. Se um empregado que não usa gravata receber uma
gravata por um serviço em que se empenhou terá menos probabilidade de manter a
motivação que se essa recompensa for um bilhete para um jogo de futebol. Os pais
devem pensar naquilo que agrada aos seus filhos.
Chuva de ideias:
O dinamizador coloca ao grupo duas questões. Uma de cada vez. Gastar
aproximadamente 5 minutos em cada pergunta, escrevendo as ideias dos pais no quadro.
1. Que benefícios poderão os nossos filhos receber ao serem elogiadas?
2. O que é que dificulta elogiarmos os nossos filhos?
Este exercício ajuda cada pai a explorar as suas próprias atitudes de elogiar e a ver
outras perspetivas. Também ajuda o dinamizador do grupo a compreender alguns dos
valores e atitudes que podem criar resistência aos pais em aprender a utilizar o elogio.
O dinamizador, em função da lista realizada, pode comentar que muitas vezes, os pais
sentem-se inseguros sobre a forma e o momento em que devem elogiar os seus filhos.
Role-Play 1
Situação – O pai chega a casa e vê o filho Diogo de 10 anos a fazer os trabalhos da
escola deitado no chão da sala e a ver TV com o seu amigo Manel.
Pai – Quantas vezes já te disse que não te quero no chão a fazer os trabalhos? E que não
quero a TV ligada?
Perguntas para Facilitar a Discussão
1. O que é que o Diogo sentiu?
2. O que é que o Diogo aprendeu?
3. O que é que pensa sobre criticarmos os nossos filhos à frente dos amigos?
4. Qual era o objetivo do pai? Será que foi eficaz?
Considerações
Este pai não está a fazer um bom trabalho ao criticar o seu filho – em vez de o elogiar
por ele estar a fazer os trabalhos (que é o que o pai quer ver continuar a acontecer)
critica-o por comportamentos que quer ver desaparecer. O Diogo sente-se humilhado
por ser criticado em frente ao amigo e da próxima vez a probabilidade de fazer os
trabalhos será menor. Mais que ouvir o que o pai está a dizer, ele está a pensar naquilo
que o amigo está a pensar dele.
Relembre a importância de nos centrarmos nos comportamentos que queremos ver
aumentar e peça ao grupo que encontre elogios específicos que o pai poderia ter dado.
Exemplos “Gosto de ver que estão a fazer os trabalhos de casa em vez de estarem a
jogar play-station” “Fico contento por ver que já não precisam que vos mandem fazer os
trabalhos de casa. Já são suficientemente crescidos para saberem quando é a hora de
fazerem” “Diogo estou orgulhoso de estares a fazer os trabalhos de casa sem ter sido
preciso eu mandar-te”.
Relembrar que muitas vezes os nossos filhos ficam embaraçados de os elogiarmos em
frente aos amigos e que os pais devem saber adaptar o elogio à idade das
crianças/adolescentes.
Discutir que se para o pai é importante a TV estar desligada e ele não estar no chão a
fazer os trabalhos (alguns pais podem não se importar) isso é um assunto que deverá
discutir mais tarde com o filho. Nunca fazer seguir um elogio de uma crítica ou de uma
observação que seja sentida como crítica pois isso destrói todo o efeito positivo de
motivar que o elogio deve ter.
Chuva de ideias:
Pedir ao grupo para dizer as palavras que utilizam para elogiar. Fazer uma lista no
quadro.
Exemplos
Elogios pouco específicos Elogios específicos
Isso mesmo/Estou tão contente que tenhas dito “Obrigada”.
Já é alguma coisa/ Fico orgulhoso quanto te esforças.
Muito bem! /Conseguiste subir a nota porque te esforçaste.
Fantástico! / Fico muito contente quando vens para a mesa logo quando te chamo
Muito obrigado!/ Muito obrigado por levantares o teu prato sem ser preciso eu mandar
Excelente trabalho!/ Excelente trabalho. É mesmo original.
Boa!/ A apresentação do teu trabalho é muito criativa
Que giro!/ Essa camisola dá-te um ar mais velho
Boa!/ És mesmo persistente. Continuas a tentar.
Muito bem!/ És um excelente amigo. Desculpaste o teu amigo porque percebeste que foi
um erro.
Os pais que utilizam elogios de uma maneira eficaz usam vozes entusiastas, sinceras;
aproximavam-se dos e olhavam-nos nos olhos, sorrindo enquanto os elogiavam. Alguns
pais utilizam o elogio, mas não são específicos no modo como o fazem. Utilizam
palavras como “Fixe!” ou “Muito bem!”. O uso destas palavras não diz à
criança/adolescente o que ela fez, exatamente, para merecer esse elogio. Por outro lado,
os elogios que descrevem qual o comportamento específico de que os pais gostaram são
muito mais eficazes.
Nas próximas situação, repare como os pais não referem objetivamente o que é que
estão a elogiar e caiem numa ratoeira comum: criticar a seguir a um elogio. Há pessoas
que dão elogios, mas sem se aperceberem também os retiram, quando são irónicas ou
quando os combinam com críticas. Isto é uma das coisas mais perturbadoras que o
adulto pode fazer no processo de reforço.
VANTAGENS
_ A outra pessoa sabe que estamos a escutar atentamente
_ Aumenta o respeito do outro por nós
_ Reduz a probabilidade de compreendermos mal o que foi dito
_ Aumenta o apoio que damos aos pais
_ Ajuda todos a acreditar que as coisas melhorarão
COMO USAR
1º Escute cuidadosamente o que a outra pessoa está a dizer, ao mesmo tempo que a olha
nos olhos. Outras formas de comunicação não verbal são o sorriso, a postura e gestos.
2º
a) Repita por palavras suas o que a outra pessoa disse
Ou
b) Identifique o significado do que a outra pessoa disse e diga-lhe
Ou
c) Diga o que pensa que a outra pessoa está a sentir (identificar sentimentos)
RECOMPENSAS CONCRETAS
Recompensas concretas (prémios)
Chuva de ideias:
O dinamizador coloca a questão – que comportamentos dos nossos filhos queremos ver
aumentar
Exemplos (formular na positiva)
- Levantar-se de manhã quando o chamam
- Estar pronto à hora combinada para irem para escola
- Fazer os TPC com a TV desligada
- Fazer os TPC sem ser preciso mandarem-no
- Fazer os TPC à hora combinada
- Tomar duche todos os dias
- Jogar pelo menos um jogo por dia com o irmão na Play-Station
- Emprestar o PSP (Play Station Portátil) durante meia hora por dia
- Vir para casa à hora combinada
- Se estiver atrasado avisar
- Pedir sempre autorização para alterar algo que estava combinado fazer
Chuva de ideias:
Com todos os participantes do grupo, realçar outras recompensas de baixo custo ou sem
nenhum custo que podem ser utilizadas com crianças. Por exemplo:
30 minutos a mais para ver televisão
Tempo extra (1/2 hora) para jogar no computador
Irem juntos ao cinema
Comer um gelado
Ter um amigo a dormir em casa
Decidir o que comer à sobremesa
Escolher o canal de TV nessa noite
Role-Play 1
Cena: Dois irmãos, um de 8 anos, o Daniel, e outro de 16 anos, Diogo, estão a discutir
um com o outro sobre o canal de TV que querem ver quando a mãe está a fazer um
telefonema importante. O dinamizador pede a dois pais que façam de filhos e a outro de
mãe (ou faz o dinamizador de mãe)
Mãe a falar ao telefone: Porque não fazemos uma reunião para discutir isso? A ver se
eles têm alguma ideia melhor, ok?
Filhos: discutem um com o outro sobre o canal de TV que querem ver.
Mãe virando-se para os filhos e tapando o bocal do telefone: Meninos, este é um
telefonema importante. Calem-se por favor.
Mãe a falar ao telefone: Ok! Olha, achas que…
Filhos: continuam a discutir um com o outro sobre o canal de TV que querem ver e
começam a empurrar-se…
Mãe a falar ao telefone: Por favor, espera um segundo…
Mãe respondendo aos filhos: Daniel, ouve, quando a mamã sair do telefone, vai fazer
um puzzle contigo, ok? E tu Diogo podes ir jogar na tua PSP. Agora quero que fiquem
aí sossegados. E meninos, vocês podem buscar umas bolachas se ambos se portarem
bem, ok?. Cada um de vocês pode tirar uma bolacha. Ok. Agora, quero que brinquem
juntos sossegados, ok?
SISTEMAS DE PONTO
Por vezes podemos também utilizar um sistema de pontos para motivar os nossos filhos
a modificar o seu comportamento. Nos adolescentes mais velhos pode-se substituir o
sistema de pontos por um CONTRATO.
Vamos descrever uma situação de uma família em que a mãe utiliza um sistema de
pontos para motivar os filhos a modificarem alguns dos seus comportamentos.
Já discutimos a importância de “apanhar” os nossos filhos quando estes estão a ter um
bom comportamento e fazer-lhes elogios e dar-lhes atenção de modo a aumentar o seu
comportamento apropriado. No entanto, também há alturas em que é necessário que os
adultos ou pais controlem e estabeleçam limites para os comportamentos desapropriados
dos seus filhos, quando não é possível ignorar. De facto, as famílias onde as regras não
são claramente comunicadas têm uma maior probabilidade de terem crianças com mau
comportamento. A sessão de hoje será sobre estratégias eficazes para
dar ordens e estabelecer limites claros. Quando neste programa falámos de patrões e
pais eficazes uma das características era ser “claro, específico”.
Chuva de ideias:
Quais são os possíveis benefícios que o seu filho pode ter se existirem limites
claramente estabelecidos em casa?
O que é que impede os pais de estabelecerem limites?
Escreva as ideias dos pais num quadro.
Role-Play 1
Situação: Uma mãe chega a casa. O filho deitado no sofá, com as sapatilhas calçadas, a
ver TV alto, com o computador ligado. A mochila está no chão, um copo sujo de leite e
um pacote de bolachas meio aberto.
Mãe: (mal entra na sala, a berrar). Não acredito. Como podes ver TV e estares com o
computador ligado? E estás outra vez com a porcaria das sapatilhas em cima do sofá. E
mais uma vez estiveste a lanchar e deixaste o copo e o pacote das bolachas no chão para
te fazerem companhia. E aposto que ainda nem fizeste os TPC. És uma vergonha.
Questões facilitadoras da discussão:
Serão todas as ordens/instruções dadas pela mãe necessárias?
Como é que a mãe poderia ter abordado esta situação de uma forma diferente?
Que efeito têm estas ordens/instruções e a forma como as dá no comportamento do
filho?
Qual o efeito de colocar uma questão sobre a TV e o computador? Como é que poderia
ter dado uma ordem clara na afirmativa?
Considerações
A mãe comete uma série de erros na sua tentativa de fazer com que o filho cumpra uma
série de ordens. Ela emite uma série de ordens/instruções, não dando tempo suficiente
ao filho. As ordens não são claras, mas dadas de uma forma sarcástica ou sobre a forma
interrogativa.
Depois, termina com uma apreciação negativa sobre o filho como pessoa (o que nada
tem a ver com os comportamentos que ele teve), o que terá como efeito desmotivar
ainda mais o filho.
Por vezes os pais zangam-se quando dão uma ordem e, como resultado, fazem a sua
ordem ineficaz ao incluir críticas ou comentários negativos com a ordem. Tente evitar
criticar quando está a dar uma ordem, porque o resultado é que o seu filho se sente
incompetente e defensivo e por isso é menos provável que obedeça à ordem. Os
sentimentos de um filho acerca dele próprio como uma pessoa importante devem ser
considerados pelo menos tão importantes como a obediência. Um adolescente que se
sinta mal ou sem valor tenderá a atuar daquela forma.
Uma ordem negativa que diga ao adolescente o que fazer é também uma declaração
crítica. Por exemplo, ordens como “Pára de gritar,” “Não faças isso,” “Pára com isso,”
“Pára,” são ordens negativas. Em vez de obter os melhores resultados, é melhor focar
em ordens do tipo “faz” por vez de ordens do tipo “pára”, e dizê-las com uma voz firme,
positiva e educada.
Antes de dar uma ordem para cumprir deve ser dado um aviso prévio. Se o adolescente
está a meio do seu programa de TV favorito deve dizer-se “No fim do programa vais…”
ou se está a jogar dizer “Daqui a 15 minutos, às 8h30, quero-te sentado na mesa para
jantarmos”.
Vimos que temos por hábito dar muitas ordens, e que provavelmente, essa não é a forma
mais eficaz de as vermos cumpridas.
Sempre que damos uma ordem devemos ter presente que temos de ser consistentes
com ela, isto é, temos de a manter. Por isso temos de pensar previamente se temos
ou não condições de a manter e, se não temos, então é preferível não dar a ordem.
A consistência por parte dos pais é muito importante para os filhos. É isso que
torna o previsível. Pelo contrário, se os pais são inconsistentes, torna-se mais difícil
para o filho aprender o que é um comportamento apropriado e a ser responsável
pelas suas escolhas.
Hoje vamos falar sobre a importância de IGNORARMOS alguns comportamentos dos
nossos filhos em vez de lhes darmos ordens desnecessárias. IGNORAR significa que
deve ser interrompido o contacto visual, o contacto físico, a expressão facial deve
ser neutra, os gritos são ignorados e não se entra em discussão com o filho. Mal o
filho comece a exibir o comportamento desejável, os pais devem começar a prestar-lhe
atenção e elogiá-lo sem sarcasmo.
É importante estar a contar que, quando se utiliza a técnica de ignorar, o
comportamento
tende a piorar no início, antes de começar a melhorar. É preciso ser firme e
consistente – caso se ceda face à insistência do filho, eliminamos o comportamento
indesejável (berrar, discutir) no imediato, mas ensinamos-lhe que quando quer levar a
dele avante
tudo quanto tem de fazer é argumentar (reforço do comportamento indesejável).
É difícil ignorar um filho se ele começa a argumentar. Nestas circunstâncias pode ser
necessário afastar-se fisicamente para uma outra divisão da casa.
Chuva de ideias:
1. Que comportamentos devem ser ignorados?
a. Amuos ou mau humor
b. Gritar
c. Discutir
d. Praguejar
e. Não responder a perguntas
f. Ameaças
2. Que comportamentos não podem ser ignorados?
a. Violência contra os pais ou irmãos
b. Que causem estragos materiais
c. Que perturbem de um modo intolerável os outros
d. Que coloquem em perigo a saúde física do próprio
e. Linguagem que é inaceitável utilizar em casa
3. Como podemos ignorar?
· não estabelecimento de contacto visual
· postura corporal relaxada
· ausência de resposta verbal
· expressão facial neutra
· mudar de divisão
4. Como nos podemos manter calmos enquanto ignoramos um comportamento
indesejável.
a. Respirar fundo
b. Contar até 5
c. Pensamentos positivos
d. Técnicas de relaxamento
e. Sair da situação
f. Ligar a música
CONSEQUÊNCIAS
Há comportamentos desadequados dos filhos que não podem ser ignorados, como por
exemplo:
a. Comportamentos que sejam perigosos para a sua integridade física
b. Que causem estragos materiais
c. Que perturbem de um modo intolerável uma actividade.
d. Que impliquem violência
Perguntar aos pais o que fazem quando não podem ignorar um comportamento
inadequado: bater; castigar, …
Quanto ao castigar perguntar como castigam: não o deixar fazer coisas que gosta…
Explicar que o tópico da sessão de hoje é falar sobre esse último aspecto, ou seja, o
adolescente perder o direito de fazer coisas que gosta porque não cumpre uma ordem
“Se…então….” (consequência lógica)
As consequências ensinam os nossos filhos a serem mais responsáveis. Estas estratégias
são mais eficazes para aqueles problemas recorrentes, em que os pais são capazes de
decidir antecipadamente o que poderão fazer quando o mau comportamento voltar a
ocorrer.
· Os pais devem desenvolver nos seus filhos a tomada de decisão, o sentido de
responsabilidade e a capacidade de aprender com os erros através do uso das
consequências lógicas e naturais.
· A consequência é natural quer resulte da acção do adolescente, quer pela
inacção, na ausência de intervenção adulta. Ou seja, se Rui adormece ou se se
recusa a ir no autocarro da escola, a consequência natural poderá ser que ele terá de ir a
pé para a escola. Se a Catarina não quer vestir o casaco, então ela irá
sentir frio. Nestes exemplos, o adolescente aprende experienciando as
consequências directas da sua própria decisão – aqui eles não foram protegidos
da possibilidade de uma consequência desagradável como resultado do seu
comportamento, por nenhuma ordem dos pais.
· Uma consequência lógica, por seu lado, é configurada pelos pais. É concebida
como uma “punição para remediar o crime”. Uma consequência lógica para um
adolescente que estragou o computador poderá ser ele trabalhar até conseguir
pagar os custos do arranjo.
· Por causa das competências cognitivas que envolvem, as consequências
naturais funcionam melhor com adolescentes que com crianças. Por
exemplo, as crianças muito novas não conseguem ver a conexão entre não comer e ficar
com fome duas horas mais tarde.
Role-Play 1
Uma adolescente está a ouvir música alto no quarto. A mãe chega junto dela e diz-lhe
que tem de baixar a música porque a mãe não consegue ouvir a televisão na sala. E que
se ela não baixar a música a mãe tira-lhe o aparelhagem do quarto durante dois dias.
Discussão:
O grupo deve discutir porque é que o comportamento da mãe foi eficaz. Discutir o que
deve a mãe fazer se a filha não obedecer (tirar a aparelhagem e guardá-la) e o que fazer
se a seguir a filha iniciar uma discussão (deve ignorar).
Também “encenar” o que deveria teria acontecido se a filha fizesse o que a mãe pediu
(dar um elogio específico “obrigado por teres baixado a música tal como eu te pedi e
por o teres feito logo a seguir” e dar uma “recompensa inesperada” como poder ficar
mais meia hora a falar no computador com os colegas). Pedir a dois pais diferentes que
o façam: um par quando obedece e outro quando não obedece.
Chuva de Ideias:
Peça ao grupo para fazer uma lista de possíveis consequências lógicas e naturais para
maus comportamentos particulares.
Depois discutam alguns dos princípios que se devem ter em conta na escolha e
aplicação das consequências:
· dar consequências próprias para a idade
· estar seguro de que consegue viver com as consequências que estabeleceu –
ser consistente = disciplina assertiva
· dar ao adolescente a possibilidade de escolher antecipadamente, envolvendo-o na
escolha
· estabelecer consequências não punitivas
· ser amigável e positivo
· oferecer rapidamente novas oportunidades de aprender a ter sucesso
3.2. CONTRATOS
Quando há desacordo e conflito entre um ou mais membros da família é muitas vezes
útil sentarem-se juntos e resolver o problema estabelecendo um contrato. Esta estratégia
é eficaz porque envolve todos e todos podem dar a sua opinião. E porque são todos
envolvidos há muito mais probabilidade de ser cumprido do que se forem os pais “a
ditar as regras”. Os contratos são particularmente úteis para usar com adolescentes
porque ensina-os a ser responsáveis e a estabelecer e manter acordos.
Pontos mais importantes que devemos ter em atenção quando estabelecemos um
contrato:
1. Identifique o problema:
Cada membro da família deve, na sua vez, deve dizer como é que o problema o afecta a
ele (Mensagem Eu) e que papel é que tem na manutenção do problema
2. Explore o problema:
Discuta quais as situações que conduzem ao problema e quais é que o seguem
3. Faça uma “chuva de ideias” sobre possíveis soluções
Cada membro deve sugerir uma ou duas soluções para o problema. Ninguém deve fazer
comentários sobre as soluções que os outros sugeriram. Peça alguém que se voluntarie
para fazer a lista das soluções
4. Avalie cada uma das soluções e decida qual a que resulta melhor
Siga as soluções da lista e discuta as vantagens e desvantagens de cada uma delas. De
novo cada pessoa pode dizer o que pensa. Tente que todos cheguem a um consenso
sobre a melhor solução ou construa uma que englobe duas ou mais das preferidas.
5. Escreva um contrato
Discuta o que cada pessoa implicada pode fazer para aplicar a solução encontrada e
resolver o problema. Escreva o acordo especificando o que cada um tem de fazer.
Discuta as recompensas para quem cumpre e as consequências para quem não cumpre e
quebra o contrato. Escreva-as também. Pode usar um sistema de pontos para as
recompensas Leia o contrato e peça a cada um que explique o que tem de fazer. Todos
assinam
6. Tornar o contrato eficaz
Coloque o contrato num local em que todos o possam ver. Faça uma revisão periódica
do contrato com todos os envolvidos (por exemplo ao fim de semana). Qualquer
alteração ao contrato tem de ser feita com todos presentes e no encontro. Seja
consistente quer com as recompensas, quer com as punições – só desta forma o seu
contrato manterá a eficácia. Não se esqueça de elogiar quem cumpre (além de
recompensar) e ignorar quem não cumpre (além de penalizar).
“Mensagens EU em vez de Bater”
Pela primeira vez introduz-se a questão do Bater como estratégia disciplinar, pois nesta
altura do programa os pais já dominam técnicas alternativas e percebem como
funcionam e já têm uma relação de confiança com os dinamizadores e com o grupo.
Discutir com o grupo as vantagens e desvantagens de “bater”. Ter em conta as seguintes
informações para orientar a discussão:
· O bater é frequentemente usado pelos pais porque é rápido e geralmente
interrompe o mau comportamento no curto prazo. O problema com o bater é que tem
desvantagens a longo prazo. A primeira é que, quando os pais batem no seu filho, eles
estão a modelar uma resposta agressiva ao mau comportamento.
Assim, crianças/adolescentes que são batidas frequentemente aprendem a recorrer a
respostas agressivas quando estão frustradas. E, o que ainda é pior, quando os pais
batem, muitas vezes perdem o controlo ou sentem-se descontrolados. Esta perca de
controlo, além de ser uma experiência aterrorizadora para o filho, cria sentimentos de
culpa nos pais, logo que eles acalmam. Podem, então, ter tendência a responder a esse
sentimento de culpa compensando o filho com recompensas (podendo fazer com que o
filho tolere ser batido pelos prémios que sabe irá receber em seguida) ou evitando
qualquer uso de disciplina no futuro. Outra dificuldade relacionada com o bater é que
este tende a “limpar o cadastro” do adolescente, deixando-o sem qualquer sensação de
remorso pelo mau comportamento. O resultado é que, com frequência, estes
adolescentes não aprendem a responsabilizar-se pelo mau comportamento e têm
tendência a portar-se de uma forma pouco apropriada quando estão noutro contexto.
Ainda outro resultado do bater é que o adolescente aprende a esconder ou a mentir
acerca dos problemas, para evitar apanhar. De facto, quanto mais rígida for a disciplina
– seja sob a forma de críticas humilhantes ou punições físicas – mais desviante e
resistente o adolescente se torna.
· Ao bater os pais estão a modelar respostas violentas que os adolescentes vão
repetir com os irmãos e amigos e, no extremo, com outros adultos, incluindo
pais e professores.
· Uma abordagem adequada à disciplina, ao mesmo tempo que permite ao
adolescente aprender quais os comportamentos que são inadequados, dá-lhe a
expectativa positiva de que será capaz de fazer melhor na próxima vez e transmite-lhe a
ideia de que ele é amado. Métodos como o ignorar, as consequências lógicas, a perda de
privilégios, a resolução de problemas e os contratos são abordagens disciplinares
efectivas, que cumprem aqueles critérios.
Modelam uma resposta não violenta ao conflito. O ignorar interrompe o conflito e a
frustração, fornece tanto aos filhos como aos pais um período para acalmar e mantém
uma relação de respeito e de confiança, na qual o adolescente sente que pode ser
honesto com os seus pais acerca dos seus problemas e erros. Ao contrário do bater, as
estratégias disciplinares referidas também obrigam o adolescente a reflectir e fomenta o
desenvolvimento de um sentido interior de responsabilidade ou consciência.
· Bater tem vantagens no curto prazo para os pais (não para os filhos) e
desvantagens a longo prazo para ambos. Pelo contrário, as estratégias discutidas têm
desvantagens a curto prazo para os pais (demoram tempo e pode ser difícil levar a
situação até ao fim) e vantagens a longo-prazo para ambos.
3.2. Mensagens EU
· O grande objectivo das mensagens Eu é transmitirmos aos outros o que estamos a
sentir sem colocar a culpa neles e assim aumentando a probabilidade de nos ouvirem.
Uma mensagem Eu, tal como o nome indica, começa sempre por EU e clarifica o que o
comportamento da outra pessoa me faz sentir e pensar.
· São muito úteis para evitar que me envolva numa discussão com outra pessoa
(incluindo os nosso filhos) cujo comportamento nos está a irritar ou a descontrolar
· Enunciam: o que estamos a pensar + o que estamos a sentir + as razões que me fazem
sentir assim
VANTAGENS
- permite a outra pessoa saber o que queremos
- evita discussões e reduz interpretações erradas
- permite-nos dizer de forma calma o que estamos a sentir com o comportamento de
alguém
- resulta em maior cooperação da parte dos outros, incluindo os nossos filhos
- os pais estão a modelar esse comportamento nos filhos e assim a aumentar as suas
competências de interacção social e a reduzir a probabilidade de comportamentos
negativos
O QUE CONTÉM
- o que estamos a sentir sobre o comportamento
- o comportamento específico que nos está a aborrecer
- sugere o que queremos ver acontecer da próxima vez
- pode (opcional) incluir sobre uma consequência negativa (punição) quando o
comportamento voltar a acontecer
“Eu sinto-me ……………quando tu ……….. . Da próxima vez gostava que………..
Se voltar a acontecer, então…………….”
Transformar uma mensagem numa mensagem eu
1. “Nunca fazes as coisas quando te peço. És impossível.”
“Eu sinto-me muito zangada (O QUE SENTE) quando te peço para fazeres uma coisa e
tenho que te dizer quatro ou cinco vezes (O COMPORTAMENTO QUE A
ABORRECE). Eu quero que faças as coisas a primeira vez que te digo (QUE
MUDANÇA QUER VER).” Se voltar a acontecer então nesse dia não tens autorização
para ligar a net (CONSEQUÊNCIA NEGATIVA/PUNIÇÃO)
Formular uma mensagem EU
Situação: João, de 14 anos e a irmã Helena, de 10 anos, todos os dias discutem sobre
quem vai escolher que programa ver na TV. A discussão normalmente leva a lutas,
discussões, insultos e choro.
Actividade: Pede ao grupo que colocando-se no lugar da mãe formulem uma mensagem
EU. Se houver tempo os pais colocam-se dois a dois, formulam a mensagem e depois
cada para escolhe o elemento que apresenta a mensagem ao grupo.
1º Identificar o que está a sentir (zangada, frustrada, preocupada, triste)
2º Identificar o que a faz sentir assim (bater e chamar nomes, não saberem escolher uma
vez um e outra vez outro)
3º Indique o que quer ver acontecer (as vossas discussões e lutas têm de acabar, vocês
têm de chegar a um acordo e mantê-lo)
4º Indique as consequências se esse comportamento continuar (desliga a TV e só volta a
ligar quando chegarem a um acordo)
“Más Notas e Más Companhias”
Explicar aos pais que a sessão hoje se concentra na resolução de um problema
específico. O objectivo é os pais pensarem como “detectives” e decidirem qual a melhor
estratégia, entre as praticadas nas sessões do programa até aqui, a aplicar e porquê.
Um pai faz de mãe, outro de mãe, outro de filho. São-lhes dados os diálogos em folhas e
escritos em pelo menos Times 14 com dois espaços. No da mãe sublinhar com caneta os
diálogos da mãe, no do pai os do pai e no dos filhos o do filho. O dinamizador faz
sempre de narrador (explica quando os actores estão a pensar em voz alta; ajuda-os a
ver a sua deixa, ). O dinamizador explica ao grupo a situação que vão ver acontecer, o
problema, a idade do/s filho/s e o problema.