Você está na página 1de 31

GESTOR DE COMPLIANCE

com foco em Controles Internos e Governança


Corporativa

Ebook

1
(Compliance)

Capítulo I
 
Conceitos e definições em Compliance
 
O compliance surge com a criação da Prudential Securities, em 1950, nos
Estados Unidos, em 1960 com a regulação da Securities and Exchange Commission
(SEC) e em 1977 com a criação do Foreign Corrupt Practices Act (FCPA). Cerca de
25 anos depois, o Reino Unido criou o Bribery Act, e, em 2013, foi a vez do Brasil
criar a lei 12.846, conhecida como lei anticorrupção.
Assim, o termo compliance passou a fazer parte do dia a dia das empresas
públicas e privadas. Inicialmente associado a regras e regulamentos, mais
recentemente, passou a compor os programas de integridade, para definir “estar em
conformidade” com regulamentos e normas orientadoras da gestão.

Compliance é o resultado de uma organização cumprir suas obrigações, e


que é tornado sustentável pela incorporação na cultura da organização, no
comportamento e na atitude das pessoas que trabalham nela. (VERÍSSIMO,
Carla. Compliance: incentivo a adoção de medidas anticorrupção. São
Paulo: Saraiva, 2018)

Os programas de integridade são um conjunto de ações voltadas para a


prevenção, detecção, punição e remediação de fraudes e atos de corrupção. Tais
programas criam incentivos organizacionais que visam orientar o comportamento
dos agentes públicos ou corporativos, assegurando sua adequação aos princípios
éticos da empresa e cumprimento das leis e normas vigentes.

Na legislação brasileira os sistemas de compliance são compreendidos como


programas de integridade, porém, o termo compliance se posiciona como um dos
mecanismos dentro dos programas de integridade.

2
O primeiro tipo de mecanismo de integridade é a obrigação de promover a
ética visando assegurar o comportamento virtuoso do agente, público ou corporativo,
preferindo seu progresso ético, baseado na própria consciência do indivíduo, capaz
de discernir e agir corretamente, guiado por valores e princípios, dispostos em
códigos, na educação mediada, promovida por exemplo liderança.

O segundo tipo de mecanismo de integridade é a promoção do compliance,


que visa garantir o cumprimento da lei de forma a favorecer um comportamento reto
dos agentes. Estes se comprometem a reconhecer as normas e procedimentos,
seguindo-os sob pena de responsabilidade

De acordo com essa concepção, os mecanismos de ética e compliance se


complementam uma vez que visam promover a integridade pública por meio de
incentivos de diferentes tipos, internos ou externos ao indivíduo.

Giovanini (2014) define o compliance como “cumprimento rigoroso das regras


e das leis, quer sejam dentro ou fora das empresas”. O autor especifica ainda que
estar em Compliance é “estar em conformidade com as leis e os regulamentos
internos e externos à organização” (GIOVANINI, 2014).

Já de acordo com Assi (2013), compliance é a ferramenta de governança da


organização em termos de sistemas, processos, regras e procedimentos aplicada
para gerenciar os negócios da instituição e melhorar o relacionamento com permitir
investidores.

O objetivo direto de implementar um programa de compliance em uma


empresa privada é combater a corrupção e a fraude. Outros pontos também podem
ser listados, como: aumento da eficiência dos serviços prestados e qualidade dos
produtos fabricados, resultando em maior retorno dos investimentos; e
gerenciamento de reputação que protege não apenas a empresa, mas também seus
funcionários.

Compliance exige conformidade a leis e a normas internas. Muitas empresas


já possuem departamentos responsáveis pela governança de vários temas, como

3
legislação trabalhista (Departamento de Recursos Humanos) e legislações fiscal e
tributária (Departamento Financeiro), por exemplo.

Giovanini (2014), esclarece que as atividades do Departamento de


Compliance não se sobrepõe às outras áreas, nem estas se sobrepõem a ele. As
áreas de Compliance das empresas privadas, assim, terão a:

“incumbência formal de proteger a empresa contra atos ligados à


corrupção, suborno e pagamentos de facilitação, evitar o engajamento dos
funcionários em conluios, associações ou combinações prejudiciais às leis
concorrenciais e de antitruste, evitar fraudes contábeis, lavagem de dinheiro
e outras práticas do gênero.” (GIOVANINI, 2014, p. 21).

Mas é imprescindível que o compromisso com Compliance permeie todos os níveis


hierárquicos da organização, dos estratégicos aos operacionais (GIOVANINI, 2014).
A falta de envolvimento de algum funcionário, seja qual for seu cargo, pode
deslegitimar o programa, diminuindo ou até mesmo anulando seus efeitos.

Pressupostos para um bom funcionamento de um Programa de Integridade

Código de Código de Política


conduta Ética anticorrupção

Controles Auditoria Gestão de


Internos Interna Risco

Negócios

4
(Iniciativas Históricas)

A SEC (U.S. Securities and Exchange Commission) é uma agência


independente que atua na regulação e proteção dos mercados de capitais
americanos. Também é responsável pelo funcionamento justo dos mercados de
valores mobiliários, supervisionando as operações das corporações. Estabelecida
em 1934, foi o primeiro órgão regulador federal dos mercados de valores mobiliários.

São responsabilidades deste órgão federal a proteção de investidores quanto


a práticas fraudulentas no mercado de capitais, monitoramento de fusões e
aquisições dentro dos EUA. Assim, as empresas de serviços financeiros (corretoras,
consultorias ou bancos) e seus respectivos profissionais devem se registrar nesta
agência para poder fazer qualquer negócio.

5
A agência que não possui autoridade criminal, o que faz com que o Ministério
Público seja acionado na ocorrência de alguma irregularidade, sendo responsável
por investigar de forma independente para garantir a regulação do mercado, tendo
como objetivo produzir documentos e testemunhos que possam servir como base
para uma possível ação judicial futura.

Dentre as ações civis que cabem a essa agência, têm-se as injunções


(ordens que proíbem futuras violações) e penalidades monetárias (multas e
devoluções de lucros adquiridos de modo ilegal).

A SEC possui um papel extremamente importante na garantia do correto


funcionamento do mercado de valores mobiliários dentro do território norte-
americano, ao conduzir processos administrativos, cujas decisões podem levar a
desistência, revogação ou suspensão de atos.

6
.
Na agência existem cinco divisões principais:

1. Finança de Corporação

Divisão que supervisiona a divulgação feita por empresas públicas, assim como o


registro de operações corporativas como fusões e aquisições.

2. Comércio e Mercados

Essa divisão interpreta alterações propostas para a regulação e monitora as


operações da indústria.

3. Gestão de Investimentos

Fiscaliza as empresas de investimentos, dentre elas os fundos mútuos e


consultorias de investimento.

4. Execução

Divisão que trabalha com as outras três para investigar violações das leis de valores
mobiliários.

5. Análise Econômica e de Risco

Faz a análise de dados e avalia os riscos associados.

7
Essa comissão possui 23 escritórios, encarregados de executar ações de
fiscalização sobre leis de valores mobiliários do mercado americano, além de emitir
novas regras e supervisionar instituições.

No Brasil temos a CVM, Comissão de Valores Mobiliarios que atua na regulação


deste mercado, mas sua atuação difere da SEC em alguns pontos, a saber:

Atuação

A CVM tem competência administrativa o que impede a realização investigações


criminais por esse órgão. Já a SEC possui a competência de investigar atos de
corrupção, inclusive transnacional, para alcançar uma melhor regulação. A CVM faz
o direcionamento dos casos a serem investigado ao poder judiciário.

Base de dados
A SEC possui um sistema unificado de dados, facilitando com que seus profissionais
consigam cruzar informações e perceber irregularidades.

Por outro lado, na CVM, é comum que os funcionários tratem os dados de forma
dispersa, diminuindo assim a eficiência em sua atuação.

Transparência

Informações sobre as operações realizadas no Brasil tornaram-se sigilosas em


2005, enquanto elas estão disponíveis na internet nos EUA

8
Quebra de Sigilo

Em até dois dias, é possível para a SEC conseguir a aprovação de um pedido de


quebra de sigilo nos EUA, algo que pode demorar meses ou anos no Brasil.

Aplicação de Punições

Como a SEC possui competência investigativa, o processo anda mais rápido e as


investigações tendem a demorar alguns meses.

Entretanto, a CVM demora um pouco mais para realizar suas investigações, e o


sistema judiciário pode demorar anos até completar o julgamento.

FOREIGN CORRUPT PRACTICES ACT

A sigla FCPA refere-se à Lei de Práticas de Corrupção Estrangeira dos Estados


Unidos (FCPA), que é considerada uma lei histórica no combate à corrupção
estrangeira e entrou em vigor em 1977.

A FCPA foi promulgada como parte de uma investigação que desencadeou uma
grande crise política nos EUA que levou à renúncia do então presidente Richard
Nixon em 1974.

Inserir quadro caso Watergate

Ficou conhecido um escândalo em que cinco homens foram presos por fotografar
documentos e tentar colocar dispositivos de escuta telefônica no escritório do
Comitê Nacional Democrata em Washington. Esses homens eram partidários do
então presidente Nixon do Partido Republicano. Ele estava concorrendo a seu
segundo mandato nas eleições e o objetivo era obter informações privilegiadas
sobre seus oponentes para usar durante a campanha eleitoral. Para saber mais
sobre o caso, você pode assistir ao filme Todos os Homens do Presidente, um
material complementar bem interessante.

9
Além do escândalo político conhecido como Watergate, as autoridades dos
EUA também investigaram doações corporativas para causas políticas, descobrindo
um extenso sistema de pagamentos a autoridades estrangeiras. As investigações
resultaram em mais de 400 empresas envolvidas em pagamentos indevidos feitos
como garantia para negócios internacionais, totalizando mais de US$ 300 milhões.

Nos EUA, as empresas que negociam seus títulos na bolsa de valores são
obrigadas a ter registros contábeis precisos e possuem balanços. Essa investigação
confirmou a falta de transparência nos registros financeiros da empresa, o que
poderia obscurecer possíveis resultados adversos e desencadear uma crise
financeira no mercado doméstico norte-americano.

Dada a preocupação com o mercado de ações doméstico, a FCPA foi


promulgada com duas disposições principais:

 a disposição antissuborno, atuando no combate a atos de corrupção no


exterior oferecendo, prometendo ou autorizando pagamento ou qualquer
coisa de valor indireto de funcionário público estrangeiro com o objetivo de
obter vantagem para si ou para outrem;
 o fornecimento de livros e registros destinados a registrar com precisão todas
as transações financeiras de uma empresa e prevenir fraudes nos livros
contábeis.

10
Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/02/16/06/13/handcuffs-
2070577_960_720.jpg

No Brasil, a Lei 12.846/2013, a lei anticorrupção, foi promulgada, assim como a


FCPA, em meio a uma política de crise. Os vários escândalos de corrupção em 2012
e 2013 acarretaram em manifestações populares contra o governo da época,
exigindo medidas de combate à corrupção. Aliado a manifestações internas, havia
pressão internacional para a aprovação de uma lei anticorrupção que pudesse
responsabilizar empresas por atos lesivos contra funcionários públicos no país e no
exterior.

O Brasil é signatário do as várias convenções internacionais, tais como: a


Convenção das Nações Unidas (ONU) contra a Corrupção; a Convenção
Interamericana contra a Corrupção da Organização dos Estados Americanos (OEA);
a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)

Para o cumprimento das disposições dessas convenções, o Brasil teve que aprovar
a Lei Anticorrupção, que estava em projeto de lei desde 2010 (PL 6.826/2010).
11
A lei brasileira foi um marco significativo no combate à corrupção no Brasil. No
entanto, antes de sua promulgação, outras leis já existiam e permanecem em vigor
visando o combate à corrupção e atividades semelhantes, tais como: o Código Penal
Brasileiro, Lei de Improbidade Administrativa, Lei de Lavagem de Dinheiro, Lei de
Licitações.

A FCPA e a Lei Anticorrupção brasileira tem diferenças importantes que podemos


destacar:

A FCPA se aplica a três grupos diferentes, incluindo pessoas físicas e jurídicas,


enquanto a lei anticorrupção do Brasil se aplica apenas a corporações.

O primeiro grupo são os emissores que são empresas norte-americanas ou


estrangeiras de capital aberto registradas na SEC (Comissão de Valores Mobiliários
dos EUA — Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos). O segundo
grupo são empresas domésticas, que são indivíduos nascidos ou residentes nos
Estados Unidos. Também estão incluídas as empresas com sede ou local principal
de negócios nos Estados Unidos ou organizadas de acordo com a lei dos EUA. O
terceiro grupo é o indivíduo ou entidade que cometeu um ato de violação da FCPA.
Isso significa que essa pessoa (indivíduo e/ou entidade) está sujeita a sanções da
FCPA desde que esteja nos EUA ou sua ação ocorra lá de alguma forma.

A Lei Anticorrupção brasileira responsabiliza objetivamente as pessoas jurídicas


civis e administrativas pela prática de atos ilícitos contra a administração pública,
nacional ou estrangeira.

12
Diferente da FCPA, a lei brasileira se aplica apenas a pessoas jurídicas, ou seja, a
empresas e corporações em geral. A pessoa que comete o ato de corrupção será
punida por outras leis dependendo do comportamento, mas não pela Lei
Anticorrupção Brasileira.

A FCPA pode ser aplicada pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) e pela
Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). Um órgão aplica sanções civis e
criminais e o outro somente na esfera civil, mas ambas as autoridades podem
investigar e punir indivíduos e empresas que cometem violações da FCPA.

Já a lei anticorrupção do Brasil é multi-agência. Aqui, a autoridade máxima de cada


poder: executivo, legislativo ou judiciário é responsável por determinar se uma
empresa infringiu a lei, não havendo uma autoridade específica que possa usar a lei
para dificultar para que as empresas cheguem a um acordo.

A Lei Anticorrupção Brasileira abrange outros atos mas não contém previsão sobre
livros e registros de contas como a FCPA, cabe ao Decreto 8.420/2015 especificar
que os registros contábeis são um dos parâmetros de avaliação do programa de
integridade. Algumas autoridades nacionais, como a CGU (Controladoria Geral da
União) e o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) também emitiram
algumas diretrizes sobre o que as empresas devem implementar para ter um
programa de integridade robusto.

13
A FCPA e a lei anticorrupção do Brasil não exigem que as empresas implementem
um programa de conformidade robusto e eficaz, mas é fortemente encorajado. Com
um programa, as chances de uma empresa detectar e resolver um ato impróprio são
muito maiores, assim como as chances de chegar a acordos com as autoridades
que permitem a redução da pena.

The UK Bribery Act ou The Bribery Act 2010

Foi uma lei promulgada pelo Reino Unido em abril de 2010, que abrange o direito
penal relacionado ao suborno e à luta contra a corrupção. Entrou em vigor em 1º de
julho de 2011 e difere bastante da FCPA. Especialistas consideram a legislação
mais rigorosa do mundo sobre o assunto. Dá autonomia para que os juízes e
promotores combatam a corrupção de forma efetiva, mas para isso precisou
reformar o direito penal do Reino Unido.

O ato estabelece penas que podem chegar a até 10 anos de prisão e multas
ilimitadas aos indivíduos, empresas e sociedades, além de proibir pagamentos
indevidos, tanto para agentes públicos, quanto para os agentes privados.

Configura ainda, responsabilidade objetiva pela falta ou falha na prevenção do ato


de corrupção, criminaliza pagamento de facilitação, bem como aceitar e receber
pagamentos indevidos.

A legislação se aplica a empresas que operam no território do Reino Unido, ainda


que de propriedade de não residentes naquele país, mas que tenham sede nele,
além de empresas não sediadas lá, mas cujo um crime contra o Reino Unido
aconteça naquele país.

A oferta, promessa ou entrega de propina a qualquer pessoa, seja no setor público


ou privado, também é crime. Assim como, solicitar, acordar ou receber suborno a

14
agentes estrangeiros. Responsabiliza ainda objetivamente as empresas pela falha
na prevenção de atos de corrupção por parte de seus agentes.

O Departamento de Justiça do Reino Unido orienta sobre os princípios aplicáveis ao


programa de conformidade anticorrupção:

Procedimentos proporcionais: Os procedimentos antissuborno de uma organização


empresarial devem ser proporcionais aos riscos que ela enfrenta e à natureza,
tamanho e complexidade da organização empresarial.

Compromisso do Conselho ou da Alta Administração: A alta administração da


organização (seja o conselho, proprietários ou outra pessoa ou entidade similar)
deve ter o compromisso de impedir a prática de suborno por pessoas associadas à
organização. Também deve promover a cultura na organização de que o suborno
não deve ser aceitável em nenhuma circunstância.

Avaliação de risco: A organização deve determinar em seu nome a natureza e


extensão dos riscos potenciais de suborno, sejam internos ou externos, a fim de
mitigar os riscos de suborno identificados.

Auditoria: A auditoria aplica procedimentos de auditoria que abordam


adequadamente os riscos para indivíduos que executam ou prestarão serviços em
nome da organização para mitigar os riscos identificados de suborno.

Comunicação: A organização deve se esforçar para garantir que as políticas e


procedimentos de prevenção sejam integrados e compreendidos em toda a
organização por meio de comunicação interna e externa, incluindo treinamento.

15
Monitoramento e Revisão: A organização monitorará e revisará os procedimentos
em vigor para evitar suborno por pessoas associadas à organização e fará melhorias
quando necessário.

Figura
Evolução Histórica Compliance
Regramento e Legislação Objetivos
Prudential Securities Empresa americana que
estabeleceu a contratação de
advogados que o acompanhamento e
monitoramento de atividades com
valores mobiliários.
Secure and Exchange Commission Marca oficialmente o início do
Compliance ao determinar a
contratação de compliance officers
que criam procedimentos de
controles internos, cujo objetivo é
auxiliar áreas de negócios em seu
funcionamento supervisionado.
Foreign Corrupt Practices Act Lei federal americana, foi pioneira em
punir as empresas nacionais que
mantinham relações com agentes
públicos estrangeiros. Após a
experiencia do escândalo
Whatergate, surge como uma
necessidade de proteção do mercado
nacional evitando a concorrência
desleal. A lei estabelece regras
claras de competição para empresas
norte-americanas no exterior,
classifica todos os atos de corrupção
cometidos por pessoas físicas ou
jurídicas, americanas ou não,

16
estabelecidas nos EUA ou listadas na
bolsa de valores norte-americana.
Cabe ao departamento de Justiça
dos Estados Unidos junto com a SEC
a sua aplicação, com penalidades
criminais e civis. A lei foi alterada em
1988, elevando o padrão de prova
para a descoberta de suborno.
The Bribery Act Promulgado em 2010 pelo Reino
Unido, trata do direito penal
relacionado ao suborno e combate à
corrupção. Foi reconhecido como a
legislação mais rígida do mundo
sobre o tema. Estabelece penas de
até dez anos de prisão e multas
ilimitadas tanto pessoas físicas como
jurídicas, além de responsabilidade
objetiva por falta ou falha na
prevenção do ato de corrupção.

Lei 12.846 Dispõe sobre a responsabilização


objetiva administrativa e civil de
pessoas jurídicas pela prática de atos
contra a administração pública,
nacional ou estrangeira.
Fonte: Elaborado pela autora, 2022.

GOVERNANÇA CORPORATIVA

17
“Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais
organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os
relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de
fiscalização e controle e demais partes interessadas. As boas práticas de
governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações
objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o
valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a
recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua
longevidade e o bem comum.” Fonte: IBGC, Código das Melhores Práticas de
Governança Corporativa, 2015.

O termo governança refere-se ao processo de direção e controle exercido pelo


governo, mercado ou redes sobre qualquer tipo de organização (pública ou
privada/formal ou informal), sistema, território, etc. (BEVIR, 2012, p. 1). A
governança está vinculada a qualquer processo de coordenação societária, portanto
não se limita à forma hierárquica e vertical baseada no controle direto e formal típico
dos governos. Mercados (sistemas competitivos) e redes (sistemas cooperativos)
são exemplos de estruturas de governança que decidem e coordenam a ação social
sem a necessidade de controles hierárquicos (WILLIAMSON, 1985; POWELL,
1990).

Governança não pode ser confundida e nem restrita ao governo. É tanto o processo
de direção e controle que ocorre quando o governo dirige politicamente o Estado,
quanto as empresas direcionam seus funcionários ou parceiros em rede para
estabelecer regras para deliberar e implementar suas decisões (RHODES, 1996).
Nessa perspectiva, o governo é exercido por meio de um processo interativo que
reconhece que nenhum ator da sociedade - governo ou sociedade civil - tem
recursos e capacidade para resolver unilateralmente problemas públicos
. A governança é exercida por esses inúmeros atores envolvidos ou partes
interessadas (stakeholders) por meio de instituições formais e informais – processos,
regulamentos, normas, costumes, leis, redes – que regulam o processo de tomada
de decisão e implementação em prol do alcance de seus objetivos (criação de valor).
A coordenação social geralmente é alcançada por meio de um dos três modos
ideais: hierarquias, mercados ou redes (BEVIR, 2012, p.16).

18
A hierarquia é a coordenação social baseada na autoridade e no controle
centralizado. O modo de mercado baseia-se em preços e concorrência. A rede é o
modo que privilegia a confiança estabelecida entre os parceiros.

As hierarquias são organizadas racionalmente por lei de tal forma que uma
autoridade central é capaz de subordinar unidades para desempenhar funções
especializadas. Assim, a unidade inferior se reporta à próxima unidade superior em
uma cadeia direta de comando e controle. As unidades que compõem as hierarquias
trabalham de forma verticalizada, cabendo às unidades superiores realizar sua
coordenação estabelecendo decisões e regras impactam as unidades inferiores.

Desta forma, o nível estratégico superior define as políticas e estratégias de


coordenação, enquanto o tático traduz tanto as estratégias quanto as políticas em
diretrizes. O nível operacional vai executar as ordens mais altas na prática do dia-a-
dia. A submissão é direta e os comandos fluem através de linhas de autoridade
claras e formalmente estabelecidas que facilitam a supervisão e o controle.

Essa autoridade formal se consolida de maneira impessoal. Interações profissionais


e se baseiam na posição dos indivíduos na estrutura hierárquica da organização. As
decisões superiores devem ser seguidas por força do cargo formal que o membro
superior ocupa na organização.

Os mercados são um modo independente de coordenação social. Trata-se de um


espaço físico ou não físico no qual as mercadorias são comercializadas
voluntariamente com base em um sistema de preços. A interação entre oferta e
demanda resulta em um preço de mercado para qualquer tipo de commodity
negociada. Quando a oferta total de um bem é igual à demanda total desse bem, o
mercado está em equilíbrio.

As redes, por sua vez, operam a coordenação social por meio da interação contínua
entre múltiplos atores que comercializam recursos de forma autônoma, mas
interdependente. As redes são um tipo de governança baseada na confiança entre
parceiros que fazem conexões para benefício mútuo e compartilham recursos
continuamente. Com o tempo, as relações de confiança solidificam as interações em

19
redes colaborativas. Tal modo de governança se diferencia dos mercados e das
hierarquias, pois as redes substituem:

i) as relações competitivas de mercado por um sistema de


confiança e colaboração;

ii) as cadeias de comando e controle formal e hierárquico por


estruturas flexíveis, informais e horizontais de interação e
interdependência.

A rede exige dos atores cooperação para benefício mútuo e compartilhamento


voluntário de seus recursos. Esse tipo de governança permite coordenar os atores
em direção a objetivos comuns que vão além dos interesses imediatos individuais ou
organizacionais. A coordenação não vem de uma unidade de comando central
(hierarquia) ou de um sistema de preços competitivos (mercado), mas do
compartilhamento de recursos visando a consecução de propósitos comuns.

É importante notar que todas as formas de governança têm vantagens e


desvantagens, razão pela qual, em geral, esses ideais tipos são combinados para
maximizar o desempenho e a conformidade do sistema, de acordo com seus
objetivos. Hierarquias tendem a se tornar sistemas burocráticos, rígidos e
ineficientes que se tornam irresponsáveis perante o público externo das
organizações (clientes ou cidadãos) e passam a focar em seus próprios processos
internos.

Os mercados têm restrições que afetam negativamente o sistema de preços, como


monopólios, externalidades, custos de transação e garantia de contratos que devem
ser devidamente regulamentados para a efetiva realização dos benefícios de um
sistema de troca competitivo.

As redes devem buscar estabilidade e mecanismos eficazes para sancionar o


oportunismo que dificulta a prestação de contas , tornando a responsabilidade de
cada ator menos transparente, podendo também contribuir para a rigidez e inibir a

20
inovação e adaptação devido à complexa interdependência estabelecida entre
múltiplos parceiros.
Portanto, as decisões sobre a forma ou combinação de formas de governança
corporativa mais adequadas dependem das características e propósitos dos
sistemas a serem controlados.

A governança corporativa

A governança corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e


controladas, com a finalidade de promover valor aos proprietários (shareholder) e/ou
partes interessadas (stakeholders) e assegurar a sua sustentabilidade (IBGC, 2018).

A governança compreende a garantia dos direitos das partes proprietárias e


interessadas, a estrutura de poder e de relações entre seus órgãos e o sistema
normativo que rege as relações internas e externas das sociedades (ROSSETTI;
ANDRADE, 2016, p. 138).

A governança está centrada nos processos de direção e controle das organizações,


abordando a distribuição de direitos e responsabilidades entre seus integrantes, as
regras e procedimentos para tomada de decisão e a definição dos meios para
alcançar os objetivos e os instrumentos para controlar o desempenho
(OCDE, 1999; CADBURY COMMITTEE, 1992; SHLEIFER, VISHNY, 1997).

Inicialmente, o debate sobre a governança inspirou mudanças nas práticas


corporativas ou societárias. As corporações modernas surgiram a partir um longo
desenvolvimento institucional que permitiu a criação de organizações na forma de
sociedades empresárias que estabeleceram pontos de extrema importância:

 A separação do patrimônio do gestor e da sociedade (criação da


personalidade jurídica);

 A separação propriedade da sociedade e a gestão da sociedade


(separação entre propriedade e gestão).
A primeira visa incentivar o investimento ao preservar os proprietários e gestores da
organização da responsabilidade legal e financeira pelos eventuais prejuízos

21
corporativos inerentes às atividades do empreendimento societário (excetuando os
casos em que existe deliberada má fé dos gestores). A segunda iniciativa visa
profissionalizar a gestão corporativa ao especializar a função gerencial em face do
direito de propriedade (BERLE; MEANS, 1932).

O controle corporativo está nas mãos dos gestores que operam cotidianamente a
organização em favor dos proprietários /acionistas (shareholders). Os proprietários
não atuam individualmente na gestão das corporações, cuja propriedade é
compartilhada. Sua atuação consiste principalmente na expectativa do recebimento
de lucros e dividendos como contrapartida do investimento do capital realizado na
compra de parte da propriedade por meio da aquisição de ações (remuneração do
capital). Por outro lado, os gestores corporativos dispõem de liberdade de gestão e
recebem salários e bônus em troca de seu trabalho (remuneração do trabalho).

Logo, nessas organizações, a governança visa garantir que a gestão observe o


interesse dos proprietários (shareholders) e o harmonize com os dos demais atores
interessados (stakeholders), em favor de maior rentabilidade para o investimento,
observando também a responsabilidade corporativa (JENSEN, 2002; BAKER;
ANDERSON, 2010).

● O modelo de agência
No cerne do debate sobre a governança corporativa reside o problema do conflito de
agência: como desenhar instituições que incentivam adequadamente os agentes a

22
cumprir os objetivos acordados e a agir com responsabilidade? (KLEIN, 1985;
JENSEN; MECKLING, 1976).
A separação entre propriedade e gestão cria uma situação de potencial conflito de
interesse entre os proprietários e demais atores interessados e os gestores.
(WILLIAMSON, 1985).
Em termos analíticos, o interesse recai sobre a teoria dos contratos firmados em
contexto de assimetria de informação que analisa as características dos contratos e
as variáveis que influenciam suas características, de acordo com a informação, o
comportamento (a racionalidade limitada – capacidade limitada dos indivíduos em
acumular, processar e transmitir informação) e o contexto de incerteza no qual as
partes envolvidas interagem (SIMON, 1961; LAFFONT, 1989; PÉREZ-CASTRILLO;
MACHO-STANDLER, 1997).
Como o principal shareholder ou stakeholder não pode supervisionar completamente
o agente (gestor), existem riscos de agência (estratégias oportunistas podem ser
adotadas pelo agente em detrimento do interesse do principal) e custos de agência
(relativos à supervisão dos agentes pelos principais, a prestação de contas dos
agentes aos principais e a assimilação das perdas residuais que ainda resultarem
das atitudes oportunistas não mitigadas) que são inerentes a essas relações e são
comumente observadas não só em sociedades empresárias (corporativa).
As relações de agência também existem em outras formas de delegação, como
aquela que ocorre quando os cidadãos delegam o poder político aos governantes
por meio de eleições (política-democrática), os governantes nomeiam burocratas
para implementar as políticas públicas (burocrática) ou ainda quando os indivíduos
contratam profissionais que prestam serviços (advogados, médicos, mecânicos,
professores etc.).
Por essa razão, o principal precisa instituir estruturas de governança que permitam
dirigir e controlar essas relações ou sistemas de forma a garantir que os agentes
atuem de acordo com seu interesse (mitigando o conflito de
agência, garantindo a conformidade e o melhor desempenho possível do agente
frente o interesse do principal).
É por meio da estrutura de governança que são confiados os recursos e definidas as
responsabilidades dos agentes da organização, tornando-os responsivos
(accountable) perante os principais (shareholders / stakeholders). Os agentes
operam dentro de estruturas de governança que geram incentivos (positivos e

23
negativos) para que os objetivos dos principais sejam efetivamente alcançados. No
ambiente das sociedades empresariais isso significa instituir mecanismos para
incentivar os gestores a observar os interesses dos proprietários diminuindo os
riscos de fraudes.

● Os modos da governança corporativa

Em geral, o modo de governança adotado pelas corporações é o hierárquico, aquele


em que a unidade superior dirige e controla as unidades subordinadas de forma a
garantir o alcance dos objetivos organizacionais e assegurar os direitos dos
proprietários.
Na parte superior desta estrutura hierárquica são instituídos órgãos diretivos e
supervisores centralizados, na forma de conselhos. O conselho exerce o controle
hierárquico sobre toda a organização, geralmente, sendo atribuído como sua
competência:
• atender os requisitos legais e estatutários;
• equilibrar os interesses dos proprietários, gestores e outras partes interessadas;
• definir e dar cumprimento ao propósito organizacional (missão, visão, valores);
• homologar as estratégias corporativas a serem observada pelos diretores;
• supervisionar a gestão de riscos;
• realizar a seleção e contratação dos gestores de alto escalão (diretores);
•.definir e monitorar o cumprimento dos códigos de boas práticas;
• responsabilizar os gestores por seus resultados (desempenho) e ações
(conformidade);
• homologar as diretrizes de auditoria e escolher a auditoria externa; e
•.autorizar investimentos e deliberar sobre a estrutura de capital e a destinação dos
resultados (ROSSETTI; ANDRADE, 2016, p. 287).

As responsabilidades, a composição, a estrutura e o papel do conselho são


elementos primordiais na governança corporativa. Equilibrio entre membros internos
e externos à organização, ou uma maioria de membros externos, é geralmente uma
composição preferível que resulta em um melhor desempenho. A existência de um
órgão de auditoria interna autônoma capaz de estabelecer um sistema de
contabilidade interna confiável, realizando a avaliação financeira e operacional,

24
somada à realização de uma auditoria externa independente que permita aferir os
resultados e avaliar o desempenho do conselho e dos diretores também são
consideradas boas práticas de governança corporativa que contribuem para
melhores resultados de gestão.

Além do modo de governança hierárquico, novos mecanismos de governança


corporativa, orientados para o mercado e para as redes, também são
progressivamente adotados para garantir o interesse dos proprietários. A lógica
orientada para o mercado defende que o tipo certo de incentivo financeiro pode ser
mais efetivo do que os controles hierárquicos para manter o comportamento dos
agentes alinhado ao interesse do principal. Por essa razão, o modo de mercado
prioriza a adoção de uma política de compensações financeiras alinhada aos

25
resultados de gestão para a remuneração de conselheiros e diretores. Essas
medidas preveem:

i) o pagamento de uma parcela maior da remuneração em ações;

ii) a imposição de impedimentos ou desincentivos à venda dessas


ações durante um determinado período de tempo;

iii) uma remuneração vinculada não somente ao desempenho


individual, mas ao desempenho de toda a organização.
Além disso, um mercado acionário competitivo permite a livre negociação das ações,
existindo o risco permanente de aquisição da organização por novos proprietários
que podem reorganizar a gestão corporativa em caso de um desempenho
insatisfatório.
Por fim, a governança corporativa também opera em rede. As corporações
estabelecem e interagem em redes complexas de relações com outros atores e
organizações, interessados direta ou indiretamente em suas operações ou
resultados. Essas partes interessadas (stakeholders) envolvem os gerentes, os
empregados, os consumidores, os credores, o governo, os fornecedores, os clientes,
a comunidade etc. As corporações não respondem somente aos proprietários
(shareholders) que visam maximizar seus lucros e dividendos, mas também às
preocupações e aos interesses de outros atores que exigem o engajamento da
organização em atividades socialmente responsáveis.

26
A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) geralmente abarca essas relações em
rede que influenciam as decisões e as iniciativas corporativas, combinando a
promoção do bem-estar social com os benefícios econômicos de uma boa reputação
social nas redes em que a organização opera. No médio e longo prazo, as
corporações se beneficiam de relações colaborativas, baseadas na confiança,
estabelecidas com seus fornecedores, clientes, credores, governantes etc. A
reputação é sem dúvida um dos maiores ativos de uma corporação. Por isso, são
estabelecidas medidas para:

i) o investimento na comunidade local;

ii) a imposição de normas e boas práticas de conduta para os


parceiros;

iii) a promoção da filantropia como estratégia de marketing; e

iv) a adoção de cultura de integridade.

Os atores interessados (stakeholders) influenciam a atuação corporativa, assim


como suas ações influenciam o comportamento desses atores. Atores sociais,
atuando em redes nacionais e internacionais, exercem formas de pressão para que
as corporações adotem padrões socialmente responsáveis, monitorando e
incentivando a adoção voluntária de princípios, códigos e normas de natureza
autorregulatória (como o Empresa Pró-Ética, o Pacto Nacional pela Erradicação do
Trabalho Escravo, o Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre) ou a
Global Environmental Management Initiative – Gemi). Por outro lado, o governo
também é um importante agente indutor da responsabilidade social corporativa
quando regula o setor, oferece incentivos comerciais, realiza parcerias ou encoraja
práticas socialmente responsáveis por meio da disseminação de informações.

De acordo com o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, os


princípios básicos são:
• Transparência: Consiste no desejo de disponibilizar para as partes interessadas as
informações que sejam de seu interesse, e não apenas aquelas impostas por
disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao desempenho

27
econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores (inclusive
intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação e à
otimização do valor da organização.
• Equidade: Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios e
demais partes interessadas, levando em consideração seus direitos, deveres,
necessidades, interesses e expectativas.
• Prestação de Contas (accountability): Os agentes de governança devem prestar
contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo,
assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com
diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis.
• Responsabilidade Corporativa: Os agentes de governança devem zelar pela
viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades
negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em
consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro,
manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional etc.) no curto,
médio e longo prazos.

Referencias bibliográficas

ANSELL, Christopher; TORFING, Jacob. Introduction. In: ANSELL, Christopher;


TORFING, Jacob. Handbook on theories of governance. Cheltenham: Edward Elgar
BAKER, Kent; ANDERSON, Ronald. Corporate governance: a synthesis of theory,
research, and practice. New Jersey: Wiley, 2010.
ARAÚJO, Bruno Soares Santos. A Lei 12.846/13 e os incentivos aos
mecanismos de compliance: uma análise da lei federal e seus regulamentos.
Trabalho de Graduação (Bacharelado em Direito) – Universidade de Brasília,
Brasília, 2016.
ASSI, Marcos. Gestão de Compliance e seus desafios. São Paulo: Saint
Paul, 2013.

BOBBIO, Norberto. Dicionário de política. Brasília: Editora Universidade de


Brasília, 1998.

28
BECK, Ulrich. Risk society: towards a new modernity. London: Sage, 1992.
BERLE, Adolph; MEANS, Gardiner. The modern corporation and private property.
New York: The Macmillan Company, 1932.
BERTELLI, Anthony; LYNN, Laurence. Madison´s managers: public administration
and the constitution. Baltimore: John Hopkins University Press, 2006.
BESLEY, Timothy; PERSSON, Torsten. Pilars of prosperity: state capacity and
economic development. Princeton: Princeton University Press, 2011.
BEVIR, Mark. Governance as theory, practice, and dilemma. In: BEVIR, Mark (Ed.).
The Sage handbook of governance. Thousand Oaks: SAGE, 2010.
______. Governance: a very short introduction. Oxford: Oxford University Press,
2012.
______. Governance: politics and power. In: ENCYCLOPEDIA BRITANNICA. [19--?].
Disponível em: <https://www.britannica.com/topic/governance>. Acesso em: 5
out. 2018.
BLACK, Julia. Risk-based regulation: choices, practices and lessons being learned.
In: ORGANISATION FOR ECONOMICCO-OPERATION AND DEVELOPMENT
(OECD). Risk and regulatory policy: improving the governance of risk. Paris: OCDE,
2010.
BOVAIR, Tony; LÖEFFLER, Elke. Public management and governance. New York:
Routledge, 2009.
BRASIL. Lei 12.846 de 1º de agosto de 2013. Dispõe sobre a
responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de
atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasíla, DF.

BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos. Reforma do estado para a cidadania. A reforma


gerencial brasileira na perspectiva internacional. Brasília: ENAP/Editora 34, 1998.
CLARK, John; GEWIRTZ, Sharon: McLAUGHLIN, Eugene. Reinventing the welfare
state. In: CLARK, John; GEWIRTZ, Sharon; McLAUGHLIN, Eugene (Eds.). New
managerialism, new welfare state? London: The Open University, 2000.
(COSO). Enterprise risk management integrating with strategy and performance.
Executive Summary. São Paulo: IIA Brasil/PwC, 2007a.
______. Gerenciamento de riscos corporativos: estrutura integrada. Sumário
executivo e estrutura. São Paulo: IIA Brasil/PwC, 2007b.
______. How the COSO frameworks can help. [S. l.]: COSO, 2014. Disponível em:
<https://bit.ly/2sPPhP4>. Acesso em: 30 out. 2018.
CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA (CADE). Guia:
programas de compliance. Orientações sobre estruturação e benefícios da adoção dos
programas de compliance concorrencial. [S. l.]: 2016.
CROLEY, Steven. Regulation and public interests: the possibility of good regulatory
governance. Princeton: Princeton University Press, 2007.
DELOITTE. Lei anticorrupção: um retrato das práticas de compliance na era da
empresa limpa. Reino Unido, 2014. Disponível em: <https://bit.ly/2USsJHT>.
Acesso em: 2 abril. 2022.
DEMMKE, Christoph; MOILANEN, Timo. The pursuit of public service ethics –
Promisses, developments and prospects. In: PETERS, Guy; PIERRE, Jon. The SAGE
handbook of public administration. London: SAGE, 2003.
GIOVANINI, Wagner. Compliance: a excelência na prática. 1 ed. São Paulo. 2014.
______. Programas de compliance e anticorrupção: importância e elementos
essenciais. In: MUNHOZ, Jorge; QUEIROZ, Ronaldo Pinheiro de. Lei anticorrupção
e temas de compliance. Salvador: Editora JusPodivm, 2016.
29
GONSALES, Alessandra; ESLAR, Karine Dias. Como avaliar a efetividade de um
programa de compliance. In: MUNHÓS, Jorge; QUEIROZ, Ronaldo Pinheiro de.
(Orgs.). Lei anticorrupção e temas de compliance. Salvador: Editora JusPodivm,
2016.
GOODNOW, Frank J. Politics and administration: a study in government. New
York, The Macmillan company, 1900.
GRECO FILHO, Vicente; RASSI, João Daniel. O combate à corrupção e comentários
à lei de responsabilidade de pessoas jurídicas. São Paulo: Saraiva, 2015.
GULICK, Luther. Notes on the theory of organization. In: GULICK Luther; URWICK,
Lyndall. Papers on the science of administration. New York: Institute of Public
Administration, 1937.
HAMPTON, Philip. Reduction in administrative burdens: effective inspection and
enforcement. London: HM Treasury, 2005.
HEAD, Brian. Wicked problems in public policy. Public Policy, v. 3, n. 2, p. 101-108,
2008.
HELLIWELL, John; HUANG, Haifang. How is your government? International
evidence linking good government and well-being. British Journal of Political
Science, v. 38, n. 4, p. 597-619, 2008.
HEWITT DE ALCANTARA, Cynthia. Uses and abuses of the concept of governance.
International Social Science Journal, v. 50, n. 155, p. 105-113, 1998.
HOOD, Christopher. A new public management for all Seasons. Public
Administration, v. 69, p. 3-19, 1991.
______. The art of the state – Culture, rhetoric, and public management. Oxford:
Oxford University Press, 1998.
HYDEN, Goran; COURT, Julius; MEASE, Kenneth. Making sense of governance:
empirical evidence from sixteen developing countries. Boulder: Lynne Rienner
Publishers, 2004.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBGC).
Gerenciamento de riscos corporativos: evolução em governança e estratégia. São Paulo:
IBGC, 2017.
______. Governança corporativa. São Paulo, [20--?]. Disponível em: <https://
www.ibgc.org.br/governanca/governanca-corporativa>. Acesso em: 22 jan. 2022.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Avaliação de políticas
públicas: guia prático de análise ex ante. volume 1. Brasília: Ipea, 2018.
LAFFONT, Jean Jacques. The economics of uncertainty and information.
Cambridge: MIT Press, 1989.
LANE, Jan-Erik. State and market: the politics of the public and the private.
London: Sage Publications, 1985.
______. New public management. London: Routledge, 2000.
LASSWEL, Harold; LERNER, Daniel. The policy science. Stanford: Stanford
University Press, 1951.
LEGAL ETHICS COMPLIANCE (LEC). Os pilares do programa de compliance. .
Disponível em: <https://bit.ly/2UQTVXE>. Acesso em: 24 mar. 2022.
MINISTÉRIO DA TRANSPARÊNCIA E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO
(CGU). Guia de integridade pública. Brasília: CGU, 2015a.
______. GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMAS DE INTEGRIDADE NAS
EMPRESAS ESTATAIS. Brasília: CGU, 2015b.
______. Manual para implementação de programas de integridade. Brasília:
CGU, 2017.
MOELLER, Robert. COSO enterprise risk management: understanding the new
integrated ERM framework. New Jersey: John Wiley & Sons, 2007.
30
MORSTEIN MARX, Fritz (Ed.). Elements of public administration. New York,
Prentice‐Hall, 1946.
NARDES, João Augusto; ALTOUNIAN, Cláudio; VIEIRA, Luis Afonso. Governança
pública: o desafio do Brasil. Belo Horizonte: Fórum, 2014.
RENN, Ortwin; KLINKE, Andreas. Risk. In: ANSELL, Christopher; TORFING, Jacob
(Ed.). Handbook of theories of governance. Chelteham: Edward Elgar Publishing,
2016.
RHODES, Roderick. The new governance: governing without government. Political
Studies, v. 44, n. 4, p. 652-667, 1996.
RIMS. ERM: an overview of widely used risk management standards and
guidelines. A joint report of RIMS standards and practices committee and RIMS
ERM Committee. 2011.
ROSA, Eugene; RENN, Ortwin; MCCRIGHT, Aaron. The risk society: social theory
and governance. Philadelphia: Temple University Press, 2014.
ROSSETTI, José Pascoal; ANDRADE, Adriana. Governança corporativa:
fundamentos, desenvolvimento e tendências. São Paulo: Atlas Gen, 2016.
ROTHSTEIN, Bo. The quality of government: corruption, social trust and inequality
in a comparative perspective. Chicago: University of Chicago, 2011.
______. Good governance. In: LEVI FAUR, David (Ed.). The oxford handbook of
governance. Oxford: Oxford University Press, 2012.
SALOMON, Lester. The tools of government: a guide to the new governance.
Oxford: Oxford University Press, 2002.
SARAIVA, Wellington Cabral. Atuação do Ministério Público Federal nas convenções
internacionais contra a corrupção. Brasília: MPF, 2015. p. 178.
SMITH, Brian. Good governance and development. New York: Palgrave Macmillan,
2007.
VERÍSSIMO, Carla. Compliance: incentivo à adoção de medidas anticorrupção.
São Paulo: Saraiva, 2017.
WILLIAMSON, Oliver. The economic institutions of capitalism. New York: Free
Press, 1985.
WILLOUGHBY, William. Principles of public administration. Baltimore: Johns
Hopkins Press, 1927.
WILSON, Woodrow. The study of administration. Political Science Quarterly, v. 2,
n. 2, p. 197-222, 1887.
WORLD BANK GROUP (WBG). Governance and development. Washington: WBG,
1992.

31

Você também pode gostar