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ILO KRUGLI
Pingo Narrador – Essa é a História do Barquinho. Era uma vez um barco pequenino que se
chamava Pingo Primeiro. (Se vê o barquinho com uma corda amarrado) Pingo Primeiro
estava à beira do rio, desde que foi construído. Nunca havia navegado... e estava só e
aborrecido.
Cena 2 - O ancorado
Pingo – (Bocejando) Não sei o que estou fazendo aqui. Todos os barcos navegam e eu preso
sem poder me mexer.
Cena 3 - Irupê é a descoberta de um novo lugar que não é sozinho e não é parado
Pingo – Eu me chamo Pingo Primeiro. Irupê, fica comigo? Não tenho com quem falar.
Irupê – Não posso, não posso, as ondas me levam, me levam.
Irupê Narradora – Mas por mais que o barquinho se afastasse da corda, não podia sair dali.
Borboleta Narradora - Nesse momento, pelo ar, chegou alguém muito simpática e muito bonita
também.
Borboleta – (música)
Pingo – Você quer ficar comigo? Estou sozinho e não tenho com quem falar.
Borboleta – Não posso, a vida é curta!! Só se vive um dia, e tenho tanta coisa pra fazer... A vida
é curta e termina com o dia e tenho tanto, tanto o que fazer…(Sai borboleta)
Pingo (refletindo) – A vida é curta, termina com o dia... Então preciso fazer alguma coisa... Já
sei! Voltar a ver Irupê!
(música)
Aranha – Crê, crê, jé, jé... Eu não sou feia. Eu sou uma aranha.
Pingo – Estou livre. Mas o que vou fazer agora??? Já sei: voltar a ver Irupê
Peixinhos/Bruno – Ei! Barquinho, barqui...nho! Vem brincar com a gente (interação com platéia)
Árvores/Luiza – Sim, quando o vento nos balança (ritimado) Quando o vento nos move...
Pingo Narrador – Mal as árvores puderam responder e eu já havia continuado minha viagem.
Cena 7 - Se você não vai a lugar algum, por que se mexe tanto?
Pingo Narrador - Mais adiante, vi ao longe algo estranho que se movia e girava. Adivinhem o
que era??? ... Um moinho.
Pingo – Se você não vai a lugar algum, porque você se mexe tanto??
Moinho/Bruno – É vento que me faz girar... É o vento que me empurra. É o vento que me faz
girar e me empurra
Narrador/Bruno – E o vento começou a empurrá-lo tão depressa, tão depressa, que apenas
pôde responder a saudação da borboleta que passou voando, e o peixinho que passou
nadando.
Narrador/Bruno - De repente viu Irupê rodando em torno de uns juncos. (Bruno pega viola. Pingo
gira. Irupê) (Suspensão)
Pingo – Irupê!!!
Irupê – Pingo!!!! Como você está? Fica aqui. Vamos conversar. Para aqui.
Pingo – Irupê, agora sou eu que não posso parar, não posso parar, o vento me leva!!! Não posso,
Irupê, as ondas me levam.
Pingo – E o rio??
Barco – Não conheço nenhum barco com esse nome. (Vai se distanciando)
Pingo – Não é barco. É uma flor. Irupê não é um barco, Irupê é uma flor.
Narrador/Bruno – Pingo continuava navegando só, entre as ondas do mar. Tinha uma
única companhia, um sol grande de fogo. O barquinho quis falar com ele, mas o sol
estava tão longe que não podia escutá-lo... Até que uma nuvem passou e o escondeu.
Pingo estava realmente muito triste.:
Pingo – Nunca mais verei a Irupê... Nem as árvores e nem o Moinho, nem a Borboleta, nem a
Aranha.
Narrador/Bruno – Ele lembrava de tudo que quase chorava. Vamos pedir-lhe que não chore.
Não chore Pingo Primeiro, não chore!!! (interação com a plateia).
Pingo - Ai!!! Quase que o barco grande passa por cima da gente!
Barco Grande – (quase rindo) Eu vejo, você é muito pequeno e tem que se cuidar. Não vou
me preocupar com barquinhos tão pequenos, pobres e insignificantes como vocês. O
mar é para navios importantes. Eu sou um navio importante. Eu sou um transatlântico.
Eu atravesso o oceano, eu vou para a Europa, meu nome…(ri) meu nome é famoso no
mundo inteiro, me chamo Frederico T. de Genova. Eu...Eu...Eu...Eu...
Pingo – Europa?? Do outro lado do mundo??? Frederico T. de Gênova. eu posso ir com você?
Barco Grande – Hal, hal!! Você se perderia em alto mar pequenino! Alto-mar, pequenino.
Quantos marinheiros tem na tripulação? Ele não tem marinheiro! Ele não tem tripulação!
Buhh!Buhh!! Eu tenho… Eu...Eu...Eu...
Narrador/Lu – Mas o barco grande já estava longe para responder. Começou a escurecer. O dia
estava terminado. Pingo teve medo da escuridão. Vocês não tem medo não? Rodeado
por um mar imenso onde se refletiam o infinito, o céu com uma lua e milhares de estrelas,
o barquinho se sentia triste, sozinho e preocupado, porque se lembrava das palavras da
borboleta.
Narrador/Luiza – Nisso começou a ventar muito forte, cada vez mais forte. Até que chegou uma
tempestade, pobrezinho! Pingo Primeiro não podia nem manter o equilíbrio, descia e subia.
Já começava a naufragar
Narrador/Luiza – Nesse momento viu uma luz e depois outra que acendia e apagava. Era um
farol. O vento empurrava o barquinho até onde estava o farol. E Pingo Primeiro batia contra
as pedras da costa.
Pingo – Não quero, não quero!!! Vou ficar preso, não vou poder navegar, não vou ver mais a
minha amiga Irupê. Prefiro me afogar no mar! (Pingo se agita e acaba virando)
Marinheiro - Pingo, vou te salvar! (puxa a corda e o coloca ancorado novamente. Pingo se dá
conta que está ancorado)
Pingo – Vai ser diferente, mas vou ficar amarrado e preso. Isto eu já experimentei uma vez, e se
é para continuar assim prefiro nem continuar nessa história. Eu vou embora. Acabou a
história.
Todos – (reagindo) Não faça isto. Como é que vai continuar o espetáculo??
Narrador/Luiza – Mas como, se começamos com o barquinho e vamos continuar com uma
barquinha?
Todos – Não faça isto, o público espera. (ele consulta o público e volta)
Marinheiro/Bruno – Pingo, veja como é fácil: se eu levantar a âncora, você pode ir para onde
quiser. Deixa eu levantar a âncora?
Pingo - Deixo!
Marinheiro/Bruno - Pronto, levantei. Nós marinheiros sabemos dessas coisas, parar e partir.
Quer parar de novo? Paramos.
Marinheiro/Bruno – Sei.
Narrador/Luiza – E lá se foi Pingo Primeiro com o Marinheiro. Todo barquinho para chegar muito
longe precisa de um marinheiro que o guie.
Cena 15 - Objetivo alcançado, e agora começa a história
Vou já vou
Já vou te buscar...
Seguindo os caminhos
Narradores (Lu e Bruno) - ... “Pingo está voltando!”, “ Pra onde você vai??? Pra onde você
vai?” “Está procurando Irupê, está procurando Irupê!
Narrador/Bruno – O Marinheiro baixou a âncora. E Pingo pode conversar muito, muito com
Irupê, tanto que o tempo de hoje não dá pra contar a vocês.
FIM