Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/263279024
Inventário de Razões para Viver: Contributos para a validação para a população não
clínica portuguesa
CITATION READS
1 1,261
2 authors:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Comportamentos Suicidários em Adolescentes: Contributos para a Intervenção em Enfermagem na transição para a Comunidade View project
All content following this page was uploaded by Jose Carlos Santos on 10 February 2015.
RESUMO
A intencionalidade suicida é um factor de risco relevante, relacionada com comportamentos auto-lesivos . A avaliação baseada
em instrumentos de medição do risco de suicídio e em factores protectores, é crucial para a prevenção de comportamentos sui-
cidários. O Inventário de Razões para Viver (Linehan, Goodstein, Nielsen e Chiles, 1983), elaborado tendo por base um quadro
conceptual cognitivo-comportamental, é um questionário constituído por 48 itens, subdivididos em seis subescalas: Crenças
de Sobrevivência e Mecanismos de Adaptação, Responsabilidade de Família, Preocupações com Crianças, Medo de Suicídio,
Medo da Reprovação Social e Objecções Morais. Este inventário é um dos poucos instrumentos cuja abordagem é baseada nos
mecanismos de coping adaptativos que estão habitualmente ausentes no indivíduo com ideação suicida, sendo a ênfase colocada
em razões para viver e não em factores considerados de risco. O objetivo deste trabalho é contribuir para a sua validação em
Portugal. Após validação consensual por peritos o RFLI foi aplicado a uma amostra de 505 sujeitos.
A versão portuguesa revelou boa consistência interna. O valor global do alpha de Cronbach foi de 0,94; para as crenças de so-
brevivência e mecanismos de adaptação foi de 0,95; medo de suicídio e da desaprovação social de 0,90; responsabilidade para
com a família de 0,82; preocupações relacionadas com os filhos de 0,99 e objeções morais de 0,83. As propriedades da versão
portuguesa do Inventário de Razões para Viver certificam a sua qualidade para avaliar as razões para viver.
PALAVRAS-CHAVE: Ideação suicida; Suicídio; Fatores de risco; Psicometria
RESUMEN ABSTRACT
“Asiento de razones para vivir: Contribución a la validación “Reasons for Living Inventory: Contributions to the validation
para la población no-clínica Portuguesa” for the non-clinical population Portuguese”
La intención suicida es un factor de riesgo relevante que se rela- Suicidal intention is a relevant risk factor associated with self-
ciona con los comportamientos autolesivos. La evaluación basada injurious behaviors. The assessment based on suicide risk assess-
en instrumentos de medición del riesgo de suicidio y en factores ment tools and on protective factors is essential to prevent suicidal
protectores es crucial para la prevención de los comportamientos behaviors. The Reasons for Living Inventory (Linehan, Goodstein,
suicidas. El Inventario de Razones para Vivir (Linehan, Good- Nielsen e Chiles, 1983), designed based on a cognitive-behavioral
stein, Nielsen e Chiles, 1983), elaborado con base en un cuadro conceptual framework, is a 48-item questionnaire divided into six
conceptual cognitivo – comportamental, es un cuestionario con- subscales: Survival and Coping Beliefs, Responsibility to Family,
stituido por 48 ítems, subdivididos en seis subescalas: creencias Child-related Concerns, Fear of Suicide, Fear of Social Disapprov-
de supervivencia y mecanismos de adaptación, responsabilidad al, and Moral Objections. This inventory is one of the few instru-
familiar, preocupaciones relacionadas con los hijos, miedo al sui- ments whose approach is based on adaptive coping mechanisms
cidio, miedo a la desaprobación social, y objeciones morales. Este which are usually lacking in individuals with suicidal ideation.
inventario es uno de los pocos instrumentos cuyo enfoque se basa Therefore, the emphasis is placed on reasons for living, rather than
en los mecanismos de coping adaptativos que habitualmente están on risk factors. The objective of this work is to contribute to its
ausentes en el individuo con ideación suicida, y hace hincapié en validation in Portugal. After consensual validation from experts,
las razones para vivir y no en los factores considerados de riesgo. the RFLI was applied to a sample of 505 individuals. The Portu-
El objetivo de este trabajo es contribuir a la validación en Portu- guese version showed good internal consistency. Cronbach’s α for
gal. Después de que un grupo de expertos realizase una validación the global RFLI=0.94; for survival and coping beliefs=0.95; for fear
consensual, se aplicó el RFLI a una muestra de 505 sujetos. La ver- of suicide and fear of social disapproval=0.90; for responsibility to
sión portuguesa mostró una buena consistencia interna. family=0.82; for child-related concerns=0.99, and for moral objec-
El valor global del alpha de Cronbach fue de 0,94; para creencias tions=0.83. The properties of the Reasons for Living Inventory -
de supervivencia y mecanismos de adaptación fue de 0,95; para Portuguese version confirm that it is a reliable tool to assess rea-
miedo al suicidio y a la desaprobación social de 0,90; para respon- sons for living.
sabilidad familiar de 0,82; para preocupaciones relacionadas con
los hijos de 0,99, y para objeciones morales de 0,83. Las propie- KEYWORDS: Suicidal ideation; Suicide; Risk factors; Psycho-
dades de la versión portuguesa del Inventario de Razones para Vi- metrics
vir certifican su calidad para evaluar las razones para vivir.
Submetido em 04-12-2013
DESCRIPTORES: Ideación suicida; Suicidio; Factores de riesgo; Aceite em 30-04-2014
Psicometría
1 Mestre em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria; Enfermeira no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Serviço de Urgência, joanamatias82@gmail.com
2 Doutor em Saúde Mental; Professor Coordenador na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra – UCP de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, jcsantos@esenfc.pt
Citação: Matias, J., & Santos, J. C. (2014). Inventário de Razões para Viver: Contributos para a validação para a população não clínica portuguesa. Revista Portuguesa de
Enfermagem de Saúde Mental (11), 09-14