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Perda de línguas e culturas está


intimamente ligada à diminuição da x

biodiversidade
Por Luan Galani, em 15.05.2012
x

A cada duas semanas, um idioma desaparece da face da Terra, segundo


estatísticas da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência
e a cultura (Unesco). Como se esse dado, sozinho, já não fosse
suficientemente ruim, especialistas avaliam que metade das quase 7 mil
línguas existentes correm o risco de se juntar a esse grupo em extinção.

Agora, pesquisa da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, e da


Universidade de Oxford, no Reino Unido, revela relação íntima entre a
morte de línguas e a diminuição da biodiversidade.
x

O estudo afirma que 70% dos idiomas do planeta são encontrados em


áreas ricas em biodiversidade. E, conforme as áreas são degradadas, as
culturas e línguas locais se extinguem. x
“Estima-se que a perda anual de espécies seja mil vezes maior que taxas
históricas”, escreveram os pesquisadores na Proceedings of the National
Academy of Sciences (PNAS, na sigla em inglês).

O biólogo norte-americano Larry Gorenflo, coordenador da pesquisa,


conta que as paisagens mais importantes estão se tornando cada vez
menores. “Essa é uma oportunidade para integrar esforços para a
conservação do meio ambiente com a conservação cultural e linguística”,
pontua.

Situação no Brasil
x

Antes da chegada dos colonizadores, havia 6 milhões de índios em nosso


país. Hoje, eles não passam de 700 mil, apenas 11% da população
original, que fala cerca de 180 línguas, de acordo com a Funai.

E, desde a colonização, segundo a ONG SOS Mata Atlântica, 93% do


bioma homônimo original já foi devastado.

Para se ter uma ideia mais específica, o idioma karitiana – último


remanescente da família arikém, do tronco tupi – está restrito a uma tribo
de aproximadamente 320 pessoas, perto de Porto Velho (RO). Por isso, o x
idioma corre risco constante de extinção.

E sua perda seria lastimável. O karitiana é bem próximo do idioma chinês


e é desprovido de artigos e pronomes demonstrativos – até então
considerados essenciais pelos especialistas ocidentais –, não
apresentando flexões de número ou gênero. [BBC, BraunSchweiger-
Zeitung, Funai, Usp, PennStateUniversity, Foto]

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