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Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget Angola


(Criada pelo decreto Nº 44-A01 de 6 de Julho de 2001)
Faculdade de Ciências da Saúde

ESTUDO DA INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NA LESÃO


DO PLEXO BRAQUIAL OBSTÉTRICO NO CENTRO
REABILITAÇÃO POLIVALENTE DE VIANA DR. ANTÓNIO
AGOSTINO NETO DE JANEIRO A DEZEMBRO DE 2018
Autor: Izzat Ngombo Kakutalu
Licenciatura: Fisioterapia
Orientador: Evandro Guilherme Paixão Lopes dos Santos

Luanda /2022
SUMÁRIO
 INTRODUÇÃO
 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
 OBJECTIVOS DO ESTUDO
 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
 CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO- CIENTÍFICA
 CAPÍTULO II: OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO
 CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO ANÁLISE E CRÍTICA DOS RESULTADOS
 CONCLUSÕES
 RECOMENDAÇÕES
INTRODUÇÃO
A Paralisia Obstréctica foi identificado há já muitos anos, na bibliografia médica em 1872 no
“Traité de lˊÉlectrisation Localisée”, onde foi descrita a terminologia “Paralisia de Origem
Obstréctica”. Em 1874, foram publicados alguns detalhes da lesão do plexo braquial em
neonatos, que ficou conhecida inicialmente de Paralisia de Erb-Duchenne de tronco superior
(C5 e C6), que é causada por manobra
de parto e acomete o membro superior e apresenta-se flácida parcial ou total, a mais rara é a
que ocorre em raízes inferiores (C8 e T1) que foi descrita em 1885 (Galbiatti, 2008).
As lesões do plexo braquial ocorrem entre 0,5% a 3% em cada 1000 neonatos, destas crianças
acometidas de 75% a 90% recuperam espontaneamente em algumas semanas a poucos meses
ficando cerca de 25% a 10% com lesões permanentes (Donatelli, 2010).
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

As lesões em recém-nascidos existem, mas pouco se sabe sobre a prevenção


das mesmas e é ainda mais difícil quando nos referimos ao tratamento. Diante
disto ve-se a necessidade de fazer uma pesquisa de campo a fim de identificar
as características da Lesão do Plexo Braquial Obstétrico.

PERGUNTA DE PARTIDA

De que modo a fisioterapia actua no tratamento eficiente em pacientes com


Lesão do Plexo Braquial Obstétrico?
OBJECTIVO Compreender o efeito eficiente da fisioterapia em
GERAL
pacientes com lesão do plexo braquial obstétrico.

Avaliar a independência funcional do recém-nascido;

Identificar os procedimentos fisioterapêuticos utilizadas no


ESPECIFICOS
tratamento da Lesão plexo braquial obstétrico;
Analisar o paciente pré e pós intervenção fisioterapêutica.
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

O presente trabalho tem o objectivo de demonstrar o que é a Lesão do plexo


braquial obstétrico o papel que a fisioterapia desempenha na reabilitação de
pacientes acometidos com essa patologia, esclarecer que actividades simples tais
como; atar os sapatos e tocar o piano tornam – se tarefas difíceis para quem tem
acometimento no plexo braquial, mostrar a eficácia da fisioterapia na restauração
das estruturas músculo esqueléticas lesionadas.
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

O estudo foi realizado na província de Luanda, Município de Viana, no Centro


Ortopédico Regional e Polivalente Dr. António Agostinho Neto, de Janeiro a
Dezembro de 2018.
DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS

«Lesão- é um termo não específico usado para descrever qualquer dano ou mudança
anormal do tecido de um organismo vivo, que podem ser causadas por doenças, traumas
ou pela prática de exercícios físicos.» (Wolkof, 2005, p. 152).
«Plexo - conjunto de nervos de nervos que emergem da medula formando uma rede de
entrecruzamentos complexos. Os principais são o plexo cervical, o braquial e
lombosacro.» (Wolkof, 2005, p. 207).
«Recém-nascido- referente as quatro primeiras semanas de vida.» (Wolkof, 2005, p. 220).
CAPÍTULO-1 FUNDAMENTAÇÃO
TÉCNICO-CIENTÍCA
1.1 ANATOMIA DO PLEXO BRAQUIAL

A sua localização é no segmento correspondente ao braço, é composto de divisões anteriores primária dos
segmentos espinhais C5, C6, C7, C8 e T1 (Guyton & Hall, 2006).
Neste capítulo detalharemos além da sua estrutura numa visão macroscópica também a sua relação com as
estruturas em volta.
1.1.1. CONSTITUIÇÃO DO PLEXO BRAQUIAL

A apresentaçao que se segue sobre o plexo braquial descreve a macoranatomia do


mesmo, e suas relações com as estruruturas vizinhas, e e microanatomia dos nervos e
troncos nervosos (DONATELLI, 2010).

No que se refere aos acidentes morfológicos distinguem-se:


Ramos Primários anteriores não divididos
Troncos – superior, medial e inferior
Divisão dos troncos – anterior e posterior
Cordões – lateral, posterior e medial
Ramos – nervos periféricos que derivam dos cordões
(Donatelli, 2010, p. 298).
1.2. LESÕES DO PLEXO BRAQUIAL
«A paralisia braquial obstétrica é definida como paralesia flácida, parcial ou total que
acomete o membro superior, decorrente de lesao do plexo braquial causada pelas manobras
do parto» (Galbiatti & Faloppa, 2008, p. 264)
Para Edwards (2004), a paralisia braquial obstétrica (PBO) é uma lesão do plexo braquial em
neonatos que acontecem mediante ao parto. Onde em maioria ocorre uma associação de
tração e compressão ao plexo braquial, ocasionando um estiramento e algumas vezes ruptura
às raízes nervosas. Designando assim uma paralisia flácida, incompleta ou completa do
membro superior.
1.2.1 TIPOS DE LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL
Para Seddon 1975 apoud Siqueira 2007 as lesões nervosas são classificadas em três
tipos:

- Neuropraxia é uma contusão leve sem alteração da estrutura do nervo, mas com perda
motora e sensitiva;
- Neurotmese é quando há lesão completa do nervo tendo prejuízo estrutural e
desorganização do axônio, devido à fibrose do tecido que acarretará no não crescimento
axonal;
- Axonotmese é comumente vista em lesões por esmagamento, estiramento ou por
percussão. Há perda de continuidade axonal e subseqüente degeneração Walleriana do
segmento distal. Nesse tipo de lesão não ocorre perda de célula de Schwann, e a
recuperação irá depender do grau de desorganização do nervo e também da distância do
órgão terminal.

(Galbiatti & Faloppa 2008, p.268).


1.2.3 DIAGNÓSTICO

«A história obstrética pode auxiliar na definição do mecanismo do trauma, de sua


intensidade e suas lesões associadas. O diadnóstico é essencialmente clínico, feito pelo
exame neurológico ainda no berçário. Alguns autores recomendam aguardar tres semanas
para a definição do quadro clínico». (Galbiatti & Faloppa, p. 305)

«Ao isolar e graduar os músculos envolvidos estabelece um programa apropriado de


fortalecimento, os testes isocinéticos também podem auxiliar a medirem os défices de força
muscular geralmente para pico de torque, força e trabalho» (Donatelli, 2010, p. 315).
CAPÍTULO - 2

OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO


2.1 MODO DE INVESTIGAÇÃO

Trata-se de um estudo descritivo longitudinal e retrospetivo, utilizando dados


coletados nos processos clínicos de pacientes atendidos no Centro de rabilitação
Física de Viana Dr, António Agostinho Neto de Janeiro 2018 à Dezembro de
2018.

2.2 HIPÓTESE(S)

Acredito que seja possível não ser a mesma com que ocorrem estas lesões é a mesma que diz
a bibliografia.
2.3. VARIÁVEIS
As variáveis utilizadas foram selecionadas em correspondência ao problema científico e
ao sistema de objectivos traçados pela investigação, bem como a continuidade de
operacionalidade das mesmas.

2.4 OBJECTO DE ESTUDO


A selecção da amostra foi feita de acordo a amostragem não probabilística consecutiva, a
população foi constituída por todas as crianças com lesão do plexo braquial obstrético que
acorreram ao serviço de urgência e consequentemente deram continuidade do processo
evolutivo através do internamento ou consulta externa no já referido hospital. A amostra foi
constituida por 18 crianças com lesão do plexo braquial obstrético cujos critérios de
inclusão dos 0 aos 5 anos.
INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO
Foi utilizada a técnica de análise documental a partir de fontes primárias, através de processos
clínicos de pacientes, registos do banco de urgência, internamentos e consulta externa com critérios
de inclusão, onde foi usado um formulário de recolha de dados.

PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO


Os dados foram recolhidos de forma manual e depois informatizados utilizando os programas de
Microsoft Office e Google Drive.

ASPECTOS RELACIONADOS COM DIREITOS HUMANOS E


ÉTICOS
Preservamos a identidade de todos os pacientes, apenas tivemos acesso aos ficheiros clínicos e seus
nomes não foram registados, investigação realizada com a permissão da direcção pedagógica do
referido hospital.
CAPÍTULO 3
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA DOS
RESULTADOS
1: Distribuição da variável idade
ccc n %

a) – de 1ano 7 38,8

b) 1 ano 5 27,7

c) 2 anos 2 11,1

d) 3 anos 2 11,1

e) 4 anos 1 5,5

f) 5 anos 1 5,5

Total 18 100

A distribuição dos pacientes neste estudo segundo a idade, demonstrou que as


crianças com menos de 1 ano foram predominantes neste estudo com um total de
7 (38,8%), crianças de 1 ano foram 5 (27,7%), crianças com 2 e 3 anos foram um
total de 2 (11,1%) e as crianças com 4 e 5 anos foram apenas 1 (5,5%).
Tabela 2: Distribuição dos casos segundo o Sexo

Sexo n %

a) Masculino 7 38,8

b) Feminino 11 61,1

Total 18 100

Neste estudo, a distribuição da variável sexo teve maior prevalência para o


sexo feminino com 11 (61,1%), com relaçao ao sexo masculino que teve
menor prevalência com 7 (39%).
3:Distribuição dos casos segundo as consultas pré natal

Pré-natal n %

a) Sim 16 88,8

b) Não 2 11,1

Total 18 100

Na distribuição dos casos de acordo com as gestantes que fizeram as


consultas pré-natal, verificou-se que 16 (88,8%) fizeram e apenas 2
(11,1%) não fizeram.
4:Distribuição dos casos segundo a diabetes gestacional

Complicações n %

a) Sim 4 22,2

b) Não 14 77,7

Total 18 100

Na distribuição dos casos de acordo com as gestantes que foram


diagnosticadas com diabetes gestacional verificou-se que 14 (77,7%)
não e 4 (11,1%) foram acometidas por esta doença.
CONCLUSÕES
Nesta investigação foram utilizados como alvos do estudo os processos clínicos, livros de
registo do banco de urgência, internamento e consulta externa. Apesar da abrangência da
pesquisa registaram-se dificuldades, designadamente, no número reduzido de processos
clínicos, bem como no incumprimento no preenchimento dos registos, o que trouxe como
consequência a ausência de alguns dados. Como explicação possível para este facto, adianta-
se o número reduzido de pessoal técnico no hospital, eventuais falhas na qualificação do
mesmo e o elevado número de pacientes atendidos no hospital.

Quanto à distribuição dos pacientes segundo o sexo houve maior predomínio do sexo
masculino o que está conforme a onde 88% das crianças acometidas por esta lesão é do sexo
masculino.
RECOMENDAÇÕES

Com este trabalho concluido apresento algumas recomendações:

Que se faça um estudo mais amplo sobre a epidemologia das lesões do plexo braquial
obstétrico sem limitações etárias.

Quer seja feita um registo mais detalhado das condições dos pacientes no banco de urgência,
não limitando apenas em livros de registo, mas sim uma história clínica à entrada do B.U.

Que se aumentem os recursos humanos e se invista na formação e qualificação dos mesmos.

Que haja formação contínua dos profissionais de sáude principalmente visando o diagnóstico e
a conducta.
MUITO OBRIGADA!

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