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■ INTRODUÇÃO
A incidência de luxação femoropatelar primária é de 5,8 a cada 100.000 habitantes e aumenta para
29 a cada 100.000 na população de 10 a 17 anos de idade.4,5
pacientes com um episódio primário de luxação, que sofreram avulsão do LFPM em sua origem
femoral, apresentaram significativamente maior risco de desenvolverem instabilidade patelar
quando tratados não cirurgicamente.8
A função do LFPM tem sido enfatizada, com estudos em cadáveres mostrando que ele
é o estabilizador estático mais importante da patela.11 Muitos pacientes evoluem com
dor e sintomas mecânicos após o primeiro episódio e 55% dos pacientes falham em
voltar ao mesmo nível de atividade física anterior à lesão.4
Os trabalhos mostram que cerca de 15 a 44% dos pacientes que sofreram um episódio de luxação
de patela apresentarão recorrência e consequentemente evoluirão para instabilidade.12 Luxação
femoropatelar é a lesão aguda do joelho mais comum em crianças e adolescentes e geralmente
resulta em instabilidade. O pico de incidência ocorre aos 15 anos de idade.13
■ OBJETIVOS
Após a leitura do presente artigo, o leitor poderá:
■ ESQUEMA CONCEITUAL
Etiopatogenia
Classificação
Anatomia
História clínica
Exame físico
Tratamento
Caso clínico
Conclusão
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■ ETIOPATOGENIA
A estabilidade femoropatelar depende do alinhamento do membro inferior, bem como da
arquitetura óssea da tróclea femoral e da patela. Além disso, é necessária a integridade dos
constritores de partes moles e da musculatura adjacente.
Com a flexão progressiva, ela pode lateralizar ainda mais, levando a uma luxação, ou
então desviar medialmente em direção à sua posição normal.3 Forças lateralizantes na
patela ocorrem quando a tuberosidade tibial é lateral ao eixo longitudinal do fêmur e ao
quadríceps, podendo haver associadamente insuficiência do vasto medial e frouxidão
capsular.3
■ CLASSIFICAÇÃO
De acordo com Henri Dejour,1 existem 3 principais grupos nos quais os pacientes que
apresentam queixas femoropatelares podem ser classificados:
■ instabilidade patelar objetiva (IPO) ou luxação patelar objetiva (LPO): grupo composto por
pacientes que tiveram ao menos 1 luxação patelar verdadeira. Nesses casos, sempre haverá
ao menos 1 anormalidade anatômica. Dessa forma, estão excluídos desse grupo os pacientes
com luxação puramente traumática;
■ instabilidade patelar potencial (IPP) ou luxação patelar potencial (LPP): pacientes
tipicamente relatam dor no joelho e apresentam alterações anatômicas, mas sem história de
luxação patelar. Maltracking e subluxação estão geralmente presentes no lado acometido e no
joelho contralateral;
■ síndrome patelar dolorosa (SPD): pacientes apresentam queixa de dor no joelho, mas não
apresentam anormalidades anatômicas ou história de subluxação.
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INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
ATIVIDADE
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3. Como a patela pode ser classificada segundo sua morfologia? Compare sua resposta
com o texto a seguir.
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■ ANATOMIA
Ao se abordar a anatomia relacionada com a instabilidade patelar, deve‑se pensar nos
componentes específicos que limitam o deslocamento lateral nos joelhos normais. O que
inclui a configuração óssea da patela e da tróclea, e as estruturas restritoras relacionadas ao
mecanismo extensor.14
A contenção óssea proporcionada pela tróclea e a tensão dos tecidos moles peripatelares
são o que determina os limites do deslocamento patelar passivo.14 O sulco troclear não tem uma
secção transversal constante, a faceta lateral do sulco troclear é mais elevada no aspecto anterior
do fêmur e diminui sua altura à medida que vai para mais distal e posterior, proporcionando uma
restrição óssea principalmente na extensão e nos primeiros graus de flexão.4
Os tipos I e II são estáveis, enquanto os outros tipos são mais sucetíveis a subluxação lateral
como resultantes de desequilíbrios musculares.15
27
A “camada 1” é composta pelo ligamento patelotibial medial (LPTM), o qual é composto por um
conjunto de fibras direcionadas mais verticalmente cursando desde a região anteromedial da tíbia
até a borda medial da região distal da patela, juntando‑se com as fibras do retináculo medial
superficial durante esse trajeto. O LPTM se insere cerca de 1,5cm abaixo da interlinha articular e
atua na restrição a translação superior e superolateral da patela. Seu significado clínico têm sido
discutido, sendo considerado por alguns autores como estabilizador secundário da patela e por
outros como sem importância clínica.11
A “camada 2” é formada pelo ligamento femoropatelar medial (LFPM) juntamente com o ligamento
colateral medial superficial (LCM superficial). O LFPM se origina a cerca de 1,9mm anterior e
3,8mm distal ao tubérculo adutor, cursando entre essa tuberosidade e o epicôndilo medial do
fêmur (ao qual está 10mm proximal e 2mm posterior) para se inserir nos 2 terços superiores e
mediais da patela. Como suas fibras mais horizontais se estendem anteriormente, pode ocorrer
sua fusão com a superfície inferior do tendão do músculo vasto medial.4 O LFPM é o principal
restritor estático primário ao deslocamento lateral da patela, fornece 50 a 60% de restrição lateral
de 0 a 30 graus de flexão de joelho.4
A “camada 3” é formada pelo ligamento colateral medial profundo (LCM profundo) e o ligamento
patelomeniscal medial, que é uma espécie de espessamento de fibras mais oblíquas ao longo da
borda medial da gordura infrapatelar e que vai de distal ao ligamento coronário na tíbia até o terço
inferomedial da patela, distal ao LFPM.10
B
A
B
C
O vasto medial oblíquo e o vasto lateral oblíquo se originam de septos ao lado do fêmur e se
inserem na patela em direções que se afastam do eixo anatômico do fêmur, de tal forma que, ao
se contraírem, podem puxar a patela medial ou lateralmente, respectivamente. O vasto medial
oblíquo tem uma orientação que se desvia 47 graus ± 5 graus medial em relação ao eixo femoral,
e o vasto lateral oblíquo tem uma orientação que se desvia de 35 graus ± 4 graus lateralmente.
Um desequilíbrio de força pode levar à instabilidade.4 A estabilidade patelar lateral chega a se
reduzir em 30% quando o vasto medial oblíquo é relaxado em 20 graus de flexão do joelho. Esse
relaxamento pode causar cerca de 4mm de deslocamento lateral da patela, além de aumentar a
carga sobe a faceta lateral da patela.4
ATIVIDADE
A) a origem no fêmur.
B) a inserção na patela.
C) o terço médio intrassubstancial.
D) o terço proximal intrassubstancial.
Resposta no final do artigo
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5. De que depende a estabilidade femoropatelar?
INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
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A) Insall.
B) Merchant.
C) Dejour.
D) Fulkerson.
Resposta no final do artigo
A) I.
B) II.
C) III.
D) IV.
Resposta no final do artigo
A) patelotibial medial.
B) patelomeniscal medial.
C) femoropatelar medial.
D) colateral medial superficial.
Resposta no final do artigo
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■ HISTÓRIA CLÍNICA
A instabilidade femoropatelar pode se apresentar de diversas formas, variando desde pacientes
com quadros clínicos brandos, queixas de dor discreta e sem identificação de luxação, até quadros
extremamente graves com luxações recorrentes, dolorosas e incapacitantes que exigem redução
por manobras.
LEMBRAR
Uma anamnese minuciosa associada ao exame físico é de extrema importância
para se chegar ao diagnóstico e determinar a origem da instabilidade. A história
familiar de luxação patelar ou de hiperfrouxidão ligamentar, presente em 15% dos
pacientes, está relacionada à recorrência e à luxação contralateral.13
A idade de início dos sintomas deve ser investigada, pois quanto mais jovem, maior a chance de
recorrência e pior o prognóstico.12 A anamnese ainda deve valorizar a presença de luxação prévia
no mesmo joelho, pois a história de subluxação ou luxação prévia da articulação femoropatelar é
o mais forte preditor de instabilidade no futuro.
Deve‑se colher na história dados sobre luxação prévia no joelho contralateral, pois essa
aumenta em cerca de 6 vezes a chance de luxação no joelho oposto. Vale ressaltar
também o tipo de tratamento realizado previamente e o tipo de atividade física; visto
que o grupo demográfico mais comumente afetado não são os obesos e as mulheres
inativas, mas sim os jovens atletas de ambos os sexos.17
■ traumática direta – como na colisão por painel de automóvel ou queda da própria altura com
trauma medial no joelho;
■ traumática indireta – gerada a partir da contração excêntrica do quadríceps, com o joelho em
flexo e valgo, associado à rotação interna do fêmur ou uma rotação externa da tíbia com carga
no membro (movimentos de pivotagem ou de torção) que geralmente ocorre a partir de uma
rápida desaceleração ou manobra de mudança de direção;
■ branda – menos evidente do que a traumática, se dá com a presença de queixas de dor
mecânica, estalido, raspagem, crepitação, bloqueio, falseio, desconforto e sensação de
instabilidade.
32
INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
LEMBRAR
A magnitude do trauma inicial que provocou a luxação primária (primeiro episódio
de luxação patelar) traz informações importantes na medida em que é uma condição
clínica que usualmente causa a ruptura das estruturas peripatelares mediais
previamente íntegras. Na presença de trauma banal, deve‑se pensar na existência
de fatores predisponentes (quadro 1), enquanto que em um mecanismo de alta
energia pensamos na luxação puramente traumática.16
Quadro 1
FATORES PREDISPONENTES
PARA A INSTABILIDADE PATELAR
Anteversão femoral
Torção tibial externa
Geno valgo
Geno recurvato
Pé plano
Hipermobilidade articular
Patela alta
Displasia patelar
Displasia troclear
Aumento de ângulo q
Atrofia do músculo quadríceps e vasto medial oblíquo (VMO)
Encurtamento do músculo da fascia lata
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
■ luxação primária única – apenas 17% dos luxadores primários sofrem uma segunda luxação
nos próximos 2‑5 anos. Contudo, pacientes com história de instabilidade prévia ou com um
novo episódio de luxação apresentam taxa de recidiva em 50%;17
■ luxadores recidivantes – ao exame apresentam episódios esporádicos de luxação, geralmente
dolorosos; percebe‑se sinal de apreensão positivo e alteração do curso normal da patela na
tróclea. Nos casos crônicos, dor intermitente aguda sugere a possibilidade de corpos livres ou
lesões condrais instáveis;
■ luxadores habituais – a patela sempre luxa lateralmente nos movimentos de flexão do joelho,
mas reduz na extensão. Geralmente são luxações não dolorosas.
Todos esses dados colhidos na anamnese devem ser associados aos achados de exame físico
para que se possa traçar o perfil do paciente a fim de indicar a melhor investigação radiológica
e propor as opções de tratamento mais adequadas.
33
ATIVIDADE
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) Todas.
Resposta no final do artigo
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12. São considerados fatores predisponentes para a instabilidade patelar a:
INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
13. Como pode variar a manifestação clínica de uma luxação primária de patela?
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14. que aspectos são importantes avaliar no exame físico de pacientes com instabilidade
femoropatelar? Compare sua resposta com o texto a seguir.
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■ EXAME FÍSICO
O exame físico completo do joelho deve ser realizado em todo paciente com suspeita de
instabilidade femoropatelar a fim de fazer o diagnóstico diferencial e de outras patologias
associadas ao joelho. Neste artigo, vamos discorrer sobre o exame físico direcionado para o
paciente com instabilidade femoropatelar.
O exame físico inicia‑se com o paciente em pé, à frente do examinador, sendo avaliado nas
posições frontal, dorsal e lateral. Deve‑se avaliar a presença de fatores predisponentes da
instabilidade, tais como:
■ anteversão femoral excessiva (fazendo com que a patela “olhe’’ para dentro ao invés da posição
normal que é “olhando” para frente);
■ torção tibial externa;
■ valgo no eixo mecânico dos membros inferiores;
■ valgo do retropé e pronação do antepé (produzindo uma rotação tibial interna compensatória);
■ recurvato do joelho;
■ orientação patelar (convergente, divergente ou neutra) e patela alta;
■ definição da musculatura do quadríceps e do vasto medial oblíquo (VMO) à procura de atrofias
tendo em vista que as mesmas podem gerar alterações biomecânicas à estabilidade patelar.
35
EIAS
Ângulo q
Centro
da patela
Tuberosidade
anterior da tíbia
LEMBRAR
O valor normal do ângulo Q varia de 14 +/‑ 3 graus no homem e de 17 +/‑ 3
graus nas mulheres, em que um ângulo maior de 20 graus é considerado excessivo.
O aumento do ângulo q aumenta as forças laterais no mecanismo extensor
predispondo a patela a uma má posição e à instabilidade.19
36
Movimentos ativos e passivos de flexoextensão de joelho são realizados para
INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
A B
J
invertido
C D
A palpação do retináculo medial em busca de dor ou defeitos pode significar a ruptura do LFPM ou
do retináculo medial após uma luxação de patela. Dor à palpação no aspecto lateral da articulação
femoropatelar pode estar relacionada a uma síndrome de hiperpressão lateral com retração do
retináculo lateral, sendo necessária, nesses casos, a diferenciação com a dor da síndrome do
atrito da banda iliotibial e da patela bipartida.
O teste de deslizamento, ou glide test (Figura 8), com o paciente em posição supina,
deve ser realizado em extensão e em flexão de 30 graus, em que se divide a patela em
4 quadrantes verticais e a deslizamos manualmente no sentido medial e lateral. Uma
translação medial igual ou menor do que 1 quadrante representa uma tensão excessiva
do retináculo lateral, enquanto que quando o deslizamento realizado no sentido lateral
gera uma translação maior ou igual a 3 quadrantes (ou um deslizamento maior do que
a metade da largura da patela) indica um comprometimento na capacidade de retenção
da patela. Isso pode ocorrer devido ao comprometimento da restrição pelas estruturas
mediais ou por tensionamento excessivo do retináculo lateral.
37
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
A B C
Figura 8 – A) Glide test mostrando a posição normal da patela. B) Uma translação lateral de 3 quadrantes. C) Uma
translação medial de 1 quadrante.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O glide test passivo se baseia no grau de translação lateral e medial da patela quando se posiciona
o joelho a 20 graus de flexão e com o quadríceps relaxado. A mensuração é realizada de forma
visual baseando‑se na estimativa da distância do centro da patela em relação aos epicôndilos
lateral e medial, que normalmente é igual nessa angulação. Na presença de lesão dos restritores
lateral ou medial da patela, a translação aumenta.
No teste de inclinação patelar (ou tilt test; Figura 9), o paciente é colocado em posição
supina, com o joelho relaxado em extensão; o examinador segura a patela entre os
dedos polegar e indicador e a empurra para baixo na tentativa de virar a borda lateral
da patela para cima. Dessa forma, a elevação da patela menor do que a posição neutra
indica anormalidade, podendo representar um retináculo lateral excessivamente tenso,
sendo o normal desse deslocamento entre 0 e 20 graus.
Ângulo do
tilt patelar
Linha Linha
transepicondilar transepicondilar
posição supina, com o joelho relaxado em 30 graus de flexão; examinador com uma
mão empurra a patela lateralmente. O exame é dito positivo quando o paciente refere
dor ou medo de a patela luxar ou apreensão expressada pela feição facial, verbalmente
ou pela contração involuntária do quadríceps.
Pode‑se ainda realizar o teste de apreensão buscando o sinal de Fairbanks; nesse caso, iniciamos
o exame com o joelho em uma flexão de 20 a 30 graus, empurramos a patela lateralmente e
solicitamos ao paciente que estenda o joelho. O sinal será positivo quando o paciente resiste à
realização do movimento ou se queixa de sensação de instabilidade.
No pull test do quadríceps (Figura 12), o paciente fica em posição supina, joelho
relaxado e em extensão completa; marca‑se o centro da patela e desenha‑se uma linha
deste ponto à tuberosidade anterior da tíbia, sendo essa linha a de referência. Paciente
realiza uma contração isométrica do quadríceps, o centro da patela é novamente
determinado e traçada uma linha deste ponto paralelo à linha de referência. O desvio
horizontal da linha de referência é mensurado, e resultados maiores do que 15mm de
movimento horizontal indicam desequilíbrio de forças sobre a patela.
ATIVIDADE
15. Em que consiste o ângulo do sulco troclear com a TAT? Compare sua resposta com
o texto a seguir.
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16. Em que consiste o teste da subluxação patelar em extensão? Compare sua resposta
com o texto a seguir.
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Eixo
longitudinal
do fêmur
Plano
bimaleolar
do tornozelo
O teste de Ober (Figura 19), com o paciente em decúbito lateral, deve ser realizado
buscando a identificação de encurtamentos da banda iliotibial, visto que tal situação
pode causar um desvio lateral e alteração do tilt da patela. Esse teste é realizado com o
membro oposto ao que será avaliado apoiado na maca, com o joelho e quadril em flexão
a fim de retificar a lordose lombar.
B C
Figura 19 – Teste de Ober, apresentado na sequência de cima para baixo a realização do teste, o resultado negativo e o
resultado positivo.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
44
No teste de Ober, após fletir 90 graus o joelho e o quadril a serem avaliados, prossegue‑
INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
se com uma abdução passiva máxima e posteriormente a extensão da coxa até uma
posição neutra, o que coloca a banda iliotibial em máximo estiramento. Pode‑se, assim,
palpar a banda perto do côndilo lateral, o que geralmente produz dor na presença de
encurtamento. Nesse momento, solicita‑se ao paciente que relaxe, e permita que seja
feita uma adução passiva da coxa. Caso a coxa continue suspensa em relação à mesa,
considera‑se o teste positivo.
ATIVIDADE
17. Por que o exame físico completo do joelho deve ser realizado em todo paciente com
suspeita de instabilidade femoropatelar?
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18. Cite pelo menos 4 fatores predisponentes da instabilidade femoropatelar que devem
ser avaliados no exame físico.
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A) I, II e III.
B) I, II e IV.
C) I, III e IV.
D) II, III e IV.
Resposta no final do artigo
21. quais os resultados possíveis do teste de deslizamento, ou glide test, com o paciente
em posição supina?
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A) 20‑25 graus.
B) 20‑40 graus.
C) 30‑40 graus.
D) 0‑20 graus.
Resposta no final do artigo
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25. Analise as afirmativas a seguir.
INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
A) I, II e III.
B) I, II e IV.
C) I, III e IV.
D) II, III e IV.
Resposta no final do artigo
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A incidência axial de Merchant é a ideal para avaliar o ângulo do sulco troclear e o ângulo
de congruência, no entanto, devido à sua dificuldade técnica, esta incidência atualmente
é menos solicitada. A incidência em perfil deve ser feita em apoio monopodálico, com
graus de flexão que variam de 15 a 45 graus, dependendo da condição clínica do
paciente.
É essencial que haja uma sobreposição perfeita do aspecto posterior dos côndilos
femorais, que tem como fator limitante a dificuldade de posicionamento do paciente.
Nessa incidência, é possível avaliar o tipo de tróclea e a altura patelar.
O sinal do duplo contorno é representando por uma linha dupla que corresponde ao
aspecto anterior dos côndilos femorais, quando o medial é hipoplásico (Figura 21).
A B
Figura 21 – Paciente de 35 anos, com luxação recidivante de patela. A) Radiografia em perfil absoluto,
mostrando o sinal do duplo contorno. B) Corte axial de TC mostrando hipoplasia da faceta medial da
tróclea. Note também o fragmento avulsionado do aspecto medial da patela. Tróclea displásica tipo C.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
A B C
Figura 22 – Paciente feminina, 13 anos, com esporão supratroclear. A) Radiografia simples em perfil absoluto do joelho
apresentando esporão supratroclear e sinal do duplo contorno. Note que a patela encontra‑se deslocada lateralmente. B)
Corte sagital de tomografia computadorizada. C) Ressonância magnética ponderada em T1 FSE demonstrando o esporão
supratroclear.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
49
O estudo radiográfico da displasia troclear foi aprimorado até que, em 1996, Dejour e Le
Coultre classificaram a tróclea displásica em 4 tipos, utilizando os sinais acima descritos.21
Posteriormente, essa classificação foi sendo utilizada para imagens de tomografia computadorizada
e de ressonância magnética. As Figuras 23A‑D ilustram os 4 tipos de displasia troclear à RM em
imagens axiais ponderadas em T2 FSE com saturação de gordura:
■ tipo A: sinal do cruzamento. Tróclea mais rasa que o normal, mas permanece simétrica e
côncava (Figura 23A);
■ tipo B: sinal do cruzamento e esporão supratroclear. Tróclea plana no plano axial, sulco
inexistente (Figura 23B);
■
hipoplásica (Figura 23C);
■ tipo D: combinação dos 3 sinais. Nas imagens axiais há uma transição abrupta entre a faceta
medial e lateral (Figura 23D).
A displasia troclear pode ser avaliada nas imagens de ressonância magnética através da
inclinação troclear lateral, da assimetria das facetas e da profundidade troclear.22
51
A B
Figura 24 – Medida da inclinação troclear lateral. Imagens axiais de RM, ponderação T2 FSE com saturação de gordura.
A) Inclinação normal da faceta lateral, ângulo de 24 graus. B) Inclinação troclear lateral alterada, ângulo de 7,5 graus.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Para avaliar a assimetria da faceta troclear (Figura 25) usa‑se um índice calculado
através do comprimento das facetas medial e lateral da tróclea, medido a 3cm acima
da interlinha articular do joelho. O índice troclear menor do que 40% indica displasia
troclear (sensibilidade de 100% e especificidade de 96%).23
M L
M
L
A B
Figura 25 – Medida da assimetria das facetas trocleares (M/L x 100 = índice de assimetria da faceta troclear em
porcentagem). Imagens de RM, axiais ponderadas em T2 FSE, com saturação de gordura. A) Tróclea normal, com índice
de 58%. B) Tróclea displásica, com índice 37%.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
52
O ponto mais profundo da tróclea (Figura 26) também é medido a 3cm acima da
INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
C B A
Ali e colaboradores afirmaram que joelhos com sinais de displasia troclear (sulco troclear raso,
aumento do ângulo troclear, redução da inclinação troclear lateral e outros), em pacientes abaixo
de 40 anos, está associado a defeitos condrais acentuados no compartimento femoropatelar.24
Apesar dessas medidas quantitativas não serem úteis na classificação da displasia troclear
em 4 tipos (Dejour), elas ajudam a diferenciar entre displasias de baixo (tróclea tipo A) e alto
grau (trócleas tipo B, C e D).23 A patela alta é considerada o principal fator responsável pelo
desalinhamento femoropatelar. Apesar de ser uma variante anatômica frequente em pacientes
assintomáticos, até 25% dos pacientes com luxação femoropatelar têm patela alta.22
ATIVIDADE
27. Mencione e descreva métodos de mensuração da altura patelar. Compare sua resposta
com o texto a seguir.
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■
perpendicular à linha que tangencia o platô tibial até a superfície articular da patela e o
comprimento sagital da superfície articular da mesma. quando o índice é maior que 1,0, é
considerado patela alta.
A
B
A B
Figura 28 – A) Medida da altura patelar na RM. Imagem sagital T1 FSE. Índice B/A de 1,6. B) Índice patelotroclear. Imagem
sagital T1 FSE. Índice A/B x 100: 21%.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
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28. Em que consiste o protocolo de Lyon? Compare sua resposta com o texto a seguir.
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O protocolo de Lyon foi criado por Henri Dejour e colaboradores para padronizar os métodos
de avaliação da instabilidade femoropatelar e determinar os seus valores normais e patológicos.
O protocolo determina que sejam feitas imagens tomográficas no quadril, joelho e tornozelo, com
rotação externa dos pés (15 graus), com e sem a contração do quadríceps.21
■ o TA‑GT;
■ a báscula lateral da patela (tilt);
■ a anteversão femoral;
■ a rotação tibial externa.
Após a criação do protocolo de Lyon surgiram variantes do método, que foram perdendo
importância perante aos novos métodos de imagem, notadamente à ressonância magnética.
Por ser um método de alta resolução para o estudo da cartilagem, das estruturas miotendíneas
e ligamentares, a RM é útil para a mensuração dos fatores anatômicos mais importantes para o
diagnóstico de instabilidade femoropatelar e para a detecção de lesões associadas, sem o uso da
radiação ionizante, o que é muito importante, já que a instabilidade femoropatelar é uma condição
de pacientes jovens.
56
INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
LEMBRAR
O vetor resultante do estresse em valgo do mecanismo extensor é classicamente
medido pelo ângulo Q. Por ser uma medida complexa e por não considerar o
deslocamento lateral da patela, essa medida tem sido substituída pela medida da
distância da tuberosidade da tíbia à “garganta” (ou sulco) troclear (TA-GT), que é
realizada preferencialmente por tomografia computadorizada, com a sobreposicão
de 2 imagens: 1 no sulco troclear e outra no aspecto mais proximal da tuberosidade
da tíbia.
A
B
O TA-GT pode ser medido na RM usando‑se os mesmos parâmetros. Traça‑se uma linha no ponto
mais profundo da cartilagem e na porção média do ligamento patelar.
LEMBRAR
A medida da báscula da patela, também conhecida como patellar tilt (Figura 30)
é feita preferencialmente por tomografia computadorizada, com e sem contração
do músculo quadríceps. Essa medida é o ângulo formado por uma linha que passa
pelo maior eixo axial da patela e o plano bicondilar. O ângulo é considerado alterado
quando a inclinação é maior do que 20 graus.22
57
A anteversão femoral é obtida com o ângulo medido entre uma linha que tangencia o aspecto
posterior dos côndilos femorais e outra que passa pelos centros da cabeça e colo femorais, através
da sobreposição dessas 2 imagens. No estudo de Dejour, o ângulo de anteversão foi de 10,8 +/‑
8,7 graus nos controles e 15,6 +/‑ 9 graus em pacientes com história de luxação.21 A rotação
tibial externa é medida através de 2 imagens tibiais sobrepostas, uma proximal e outra distal.
Traçam‑se 2 linhas, uma que tangencia o aspecto posterior dos platôs e outra no plano bimaleolar.
Observaram que havia muita variação nessa medida e nenhuma significância.20,21
Figura 33 – Paciente feminina com 27 anos, pós‑luxação aguda da patela. Artrorressonância magnética, imagem axial T2 FSE,
mostrando lesão condral na faceta medial da patela à esquerda e fragmento condral destacado na fossa intercondilar à direita.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
59
Figura 35 – Paciente masculino com 17 anos de idade, pós‑luxação aguda da patela, apresentando derrame articular, rotura
completa da inserção patelar do ligamento femoropatelar medial (lesão tipo I) e contusões ósseas na patela e no côndilo
femoral lateral. Imagens axiais de RM, ponderação T2 FSE, com saturação de gordura.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
ATIVIDADE
A) patela alta.
B) geno valgo.
C) displasia da tróclea.
D) aumento de TA‑GT.
Resposta no final do artigo
33. Como a displasia troclear pode ser avaliada nas imagens de ressonância magnética?
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61
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) Todas.
Resposta no final do artigo
36. quais os métodos de mensuração da altura patelar que foram criados para radiologia
convencional?
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62
■ TRATAMENTO
INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
Não é possível encontrar na literatura padronização quanto a forma e/ou tempo de imobilização
do joelho no tratamento da primoluxação de patela. Estudos apenas sustentam que o uso de
imobilizador por um período de 3 a 4 semanas seria benéfico ao paciente, principalmente em
relação ao seu conforto, desde que essa imobilização não prejudique o início da reabilitação e a
mobilização precoce. A imobilização por 6 semanas ajuda na cicatrização das estruturas mediais,
mas a rigidez articular é um problema e deve ser levada em consideração.28,29 Após 3 a 4 semanas
do trauma, podem ser iniciados os exercícios para propriocepção e ganho de amplitude articular
em bicicleta estacionária com treino de marcha precoce.
ATIVIDADE
39. que exercícios estão indicados para pacientes em fase mais tardia no tratamento da
instabilidade femoropatelar? Compare sua resposta com o texto a seguir.
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A B
A B C
Figura 41 – A) Exercícios com bola. B) Isométricos com estimulação elétrica. C) Taping no VMO.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
As indicações para o reparo do LFPM ainda não são claramente definidas. Uma avulsão do LFPM
no fêmur ou na patela pode representar uma indicação para o reparo, principalmente se uma
abordagem estiver planejada para o tratamento de uma lesão osteocondral da patela ou da tróclea
femoral. Há ainda controvérsia sobre operar ou não, reparando ou tratando de forma conservadora
o LFPM após o primeiro episódio de luxação.
LEMBRAR
No reparo do LFPM, 2 observações técnicas são pertinentes:32
Âncoras são colocadas nesses pontos, em geral 2, e suturas são passadas no LFPM,
que é tensionado e fixado normalmente com o joelho fletido a 30 graus. Quando a
lesão é intrassubstancial, um imbrincamento do LFPM é realizado com fios de sutura
passados e amarrados em forma de “jaquetão”. A tensão é dada também com o joelho
fletido a cerca de 20 a 30 graus. Se um realinhamento distal está planejado, ele deve ser
realizado antes do reparo do LFPM para permitir um tensionamento adequado.
O tipo de enxerto utilizado irá, em parte, ditar o sítio e a forma de fixação da reconstrução. A
incisão cirúrgica, também em parte, será ditada pelo tendão que será coletado para servir de
enxerto. Entretanto, para determinação do ponto de inserção na patela e origem no fêmur, incisões
adicionais devem ser necessárias.33
O enxerto pode ser fixado na patela através de sutura direta no periósteo, com o uso de
âncoras, ou por meio de 1 ou 2 túneis ósseos. Se a opção for por 2 pontos de fixação na
patela, esses pontos devem ser a borda superomedial e a junção do terço superior com
o 1/3 médio da face medial da patela, ou ligeiramente distal a esse ponto.
Diversos fatores podem levar à dor e à rigidez, que, por vezes, podem necessitar de manipulação
sob anestesia para obtenção de um arco de movimento completo. São eles:
Em geral, os resultados da reconstrução do LFPM têm mostrado‑se muito bons, com taxas de
reluxação na literatura abaixo de 5%. As taxas de sucesso baseadas em escores clínicos também
são animadoras (Lysholm > 90), com cerca de 90% de bons ou excelentes resultados. Apesar
de um grande número de enxertos e técnicas cirúrgicas disponíveis, suas escolhas não parecem
influenciar no resultado final, desde de que os princípios cirúrgicos sejam seguidos. Os maus
resultados nesse tipo de cirurgia, geralmente, estão reservados para os pacientes com lesão
condral femoropatelar no momento da cirurgia.33,34
68
A reabilitação após a reconstrução do LFPM deve preconizar a imobilização em
INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
Nos casos de instabilidade, o release está indicado geralmente em associação com outros
procedimentos, em pacientes com tilt patelar, mas sem subluxação lateral. Deve‑se ter cuidado
quando realizado em associação com realinhamentos distais, pois pode aumentar o risco de
luxação medial da patela. Pode ser realizado por via artroscópica ou de forma aberta, e a ausência
de um retináculo lateral tenso contraindica o procedimento.
A B C D
Figura 43 – A‑B) Mostram plicatura medial e release lateral. Nas figuras C e D observa‑se técnica de Insall para realinhamento
proximal do VMO.
Fonte: Ilustração de Iriam Star.
69
Resultados muito bons têm sido descritos com a técnica de Insall ao longo dos anos, similar
a muitas outras técnicas para o tratamento da instabilidade patelar. Scuderi e colaboradores
reportaram 82% de bons e excelentes resultados em um ensaio clínico em 60 joelhos com
subluxação ou história de luxação recorrente de patela, que foram submetidos ao realinhamento
proximal de Insall.38 Em outro estudo, Aglietti observou apenas 1 caso de nova luxação de
patela em 11 joelhos em uma média de 8,5 anos de seguimento.39 Algumas evidências sugerem
que esse procedimento apresenta maior índice de sucesso quando realizado em pacientes
com instabilidade em oposição aos pacientes com queixas exclusivas de dor. quando severas
deformidades de aumento do ângulo Q ou anormalidades rotacionais estão presentes, o
realinhamento proximal de Insall deve ser associado a realinhamentos distais para melhorar a
mecânica femoropatelar.36,37,39 Procedimentos de realinhamento, incluindo os realinhamentos
distais, devem ser considerados quando um mau alinhamento objetivo do mecanismo extensor
é diagnosticado, e o tratamento conservador falhou. Os pacientes com mau alinhamento
podem apresentar‑se com dor ou instabilidade patelar objetiva. Deve ser levado em conta se o
objetivo do realinhamento é o equilíbrio de forças na articulação femoropatelar (tratamento de
dor) ou se o objetivo é o tratamento da instabilidade, que geralmente necessita de procedimentos
associados para estabilização femoropatelar medialmente (por exemplo, reconstrução do LFPM).
O realinhamento distal tem como característica a translação medial da inserção do tendão
patelar que diminui a força do vetor que atua em sentido lateral na patela durante a contração
do quadríceps, e é determinante na luxação. Os vários métodos de medialização da inserção do
ligamento patelar são acompanhados geralmente de release lateral ou, alternativamente, avanço
das estruturas mediais ou reconstrução do LFPM. É importante destacar que o mecanismo
extensor deve ser balanceado antes que a estruturas mediais incompetentes sejam abordadas. Os
procedimentos de realinhamento distal podem ser divididos em 2 grupos (aqueles que envolvem
exclusivamente partes moles e aqueles que envolvem a transferência da TAT):
LEMBRAR
Inicialmente descrita por Emslie e posteriormente popularizado por Trillat e
colaboradores, o procedimento denominado hoje de Emslie-Trillat (Figura 44) é
realizado por meio de um destacamento completo da TAT em 3 pontos (proximal,
medial e lateral), deixando uma dobradiça “osso‑periósteo” distalmente.
Ao longo do tempo, esse procedimento foi modificado de diversas maneiras, com alguns autores
omitindo a capsulorrafia medial, outros o release lateral e alguns ainda associando a transferência
distal da TAT para os casos de patela alta associados. Todas as séries na literatura, incluindo as
variações de técnicas, mostram resultados bons e semelhantes, variando de 0 a 7% de recorrência
da luxação e 11% de subluxação.40,41
A osteotomia de transferência distal da TAT está indicada nos casos de patela alta.
A tuberosidade tibial deve ser completamente destacada, transladada distalmente e
posteriormente fixada com 2 parafusos fazendo compressão no foco de osteotomia.
71
A anteromedialização da TAT, via osteotomia oblíqua, foi introduzida por John Fulkerson em
1983.41 Essa técnica permite um grau variável de deslocamento anterior e medial da tuberosidade,
permitindo uma fixação rígida e movimento precoce, em virtude da grande superfície de contato
de osso esponjoso. Outras técnicas de anteromedialização da TAT também foram descritas,
tais como a combinação de rotação e medialização associada a release lateral (Miller em
1986), e a medialização e colocação de enxerto ósseo (procedimento de Maquet modificado).
Embora apresentem diferenças em detalhes de técnica, em geral, todos os procedimentos de
anteromedialização da TAT apresentam bons resultados na literatura, desde que o realinhamento
distal seja bem indicado e tecnicamente bem executado (Figuras 45 e 46).
X
Y
LEMBRAR
Cartilagem de crescimento aberta contraindica o procedimento. Tão importante
quanto a indicação precisa é a avaliação e correção das anormalidades associadas
que contribuem para a instabilidade.
Trocleoplastia por elevação da faceta lateral (Figura 47) consiste em uma osteotomia
oblíqua abaixo da faceta lateral, com interposição de uma cunha óssea de ápice medial
e base lateral, que proporciona a elevação da borda da faceta lateral e aumenta sua
obliquidade, melhorando a força de contenção atuante na patela. Está indicada em casos
de tróclea rasa ou plana, porém sem proeminência troclear. Esse tipo de osteotomia
pode ser útil para o tratamento da displasia troclear tipo C, embora não exista nenhum
consenso na literatura. É efetiva na contenção patelar, entretanto, aumenta a força de
reação femoropatelar, podendo levar à dor e à artrose.
73
a medida que redireciona o sulco troclear. Isto deve ser considerado quando um
procedimento de realinhamento distal estiver incluso no plano de tratamento, para evitar
hipercorreção. Complicações específicas da trocleoplastia de aprofundamento do
sulco são necrose da tróclea, lesão da cartilagem, incongruência com a patela, e hipo
ou hipercorreção.
ATIVIDADE
40. Como deve ser abordada a luxação aguda da patela normalmente vista no pronto‑
socorro?
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42. Como pode ser obtida a restauração da homeostasia tecidual através do conceito do
“envelope de função”?
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75
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A) déficit de extensão.
B) frouxidão gradual completa.
C) hiperpressão na face lateral da patela.
D) hiperpressão na face medial da patela.
Resposta no final do artigo
46. Cite 3 fatores que podem levar à dor e à rigidez no procedimento de reconstrução do
LFPM, que por vezes podem necessitar de manipulação sob anestesia para obtenção
de um arco de movimento completo.
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49. Como podem ser divididos os procedimentos de realinhamento distal?
INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
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■ em 2005, o paciente com 15 anos de idade foi vítima de luxação traumática da patela
no joelho direito durante jogo de basquetebol. Evoluiu com 5 episódios de luxação
recidivante da patela no mesmo joelho, em momentos diversos, sem associação
com traumatismo;
■ em 2006, o paciente procurou assistência médica em nosso serviço, então com 16
anos de idade, sendo diagnosticada instabilidade femoropatelar e indicado tratamento
cirúrgico, o qual consistiu na reconstrução do ligamento femoropatelar medial com
enxerto do tendão do quadríceps e fixação com âncora no fêmur, mais avanço do
vasto medial oblíquo.42 Durante 6 anos, o paciente evoluiu sem queixas, com alta
demanda de atividade física, participando ativamente por 3 anos da Liga Colegial
Amadora de Basquetebol nos Estados Unidos;
■ em 2012, após traumatismo contuso no joelho esquerdo em colisão corporal de alta
velocidade com outro jogador durante uma partida de futebol americano, apresentou
novo quadro de instabilidade femoropatelar com retorno das luxações recidivantes
e dor. Em 2013, procurou novamente nosso serviço, sendo indicado tratamento
cirúrgico de revisão;
■ foi realizada revisão da reconstrução do ligamento femoropatelar medial com a
utilização de enxerto do semitendíneo do joelho ipsolateral e confecção de 2 túneis
patelares no terço superior da patela, com passagem do enxerto através dos mesmos
e fixação no ponto isométrico do fêmur com um parafuso de interferência bioabsorvível
(7 x 20mm);
■ o paciente evolui com ganho total da amplitude articular, da força muscular e da
propriocepção; sem dor e com estabilidade femoropatelar.
C
D
B E
■ o paciente apresenta TA‑GT menor do que 20mm, geno valgo, mas sem um excessivo
aumento na altura patelar, sendo indicado, desde a cirurgia primária (época em que
o mesmo tinha as fises abertas), um procedimento de partes moles. O procedimento
cirúrgico inicial com a reconstrução do LFPM utilizando enxerto do tendão do
quadríceps, técnica preconizada e descrita por Hernandez e colaboradores,42 foi
realmente efetivo e, mesmo o paciente tendo uma alta demanda para esportes com
impacto, apresentou‑se em um nível competitivo no basquetebol por um longo período.
A indicação da segunda cirurgia foi devido ao retorno da instabilidade femoropatelar
secundária à trauma de grande magnitude;
■ a revisão cirúrgica ocorreu sem complicações, porém é importante considerar alguns
detalhes técnicos fundamentais durante o procedimento: deve‑se estabilizar a patela
durante a perfuração com a broca nos 2 túneis para evitar lesão na superfície articular
da patela; evitar release lateral e fazer acesso não agressivo na borda lateral da patela;
ter um intensificador de imagens disponível para marcar o ponto ideal da fixação no
fêmur; fixar um pino no ponto de fixação femoral e “prender” o enxerto no pino, para
testar a tensão nos diversos graus de flexoextensão (20 a 90 graus) antes da fixação
definitiva com o parafuso de interferência. Preferimos realizar a fixação com o joelho
em 30 graus de flexão.
ATIVIDADE
52. Indique o ponto mais adequado para a fixação do enxerto na reconstrução do LFPM
no fêmur.
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Resposta no final do artigo
53. De acordo com o caso clínico e o conteúdo teórico previamente colocado, especificar
os critérios para indicação da reconstrução isolada do LFPM.
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Resposta no final do artigo
82
■ CONCLUSÃO
INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
LEMBRAR
A relevância do ligamento femoropatelar na restrição estática de lateralização
da patela determina resultados animadores na reconstrução cirúrgica desse tão
importante ligamento. Contudo, a cirurgia de instabilidade femoropatelar deve ser
encarada de forma individualizada para cada paciente, podendo, em alguns casos,
haver associação de técnicas para um resultado funcional melhor.
Atividade 7
Resposta: C
Comentário: A classificação de Dejour, de uma forma geral, pode ser dividida em 3 categorias. A
instabilidade patelar objetiva corresponde a, pelo menos, uma luxação patelar verdadeira, com
o indivíduo apresentando ao menos uma alteração anatômica. A instabilidade patelar potencial
apresenta alterações anatômicas e dor, porém sem luxação patelar associada. A síndrome patelar
dolorosa cursa apenas com dor, sem alterações anatômicas e subluxação.
Atividade 8
Resposta: D
Comentário: Wiberg e Baumgartl classificaram a patela em 4 tipos, analisando a morfologia e o
tamanho das facetas. A do tipo IV, com ausência da crista central e da faceta medial, é também
conhecida na prática clínica como patela com aspecto da “boina de caçador”.43
Atividade 9
Resposta: B
Comentário: Na camada 3 de Warren e Marshall, é encontrado o ligamento patelomeniscal que
vai de distal ao ligamento coronário na tíbia até ao terço inferomedial da patela. Na sua extensão
e trajeto, ele conecta a patela ao corno anterior do menisco medial.
Atividade 11
Resposta: A
83
Atividade 20
Resposta: C
Atividade 22
Resposta: D
Comentário: O teste da inclinação patelar, também conhecido na literatura americana como tilt
test, tem valores normais para o joelho sem instabilidade femoropatelar entre 0 e 20 graus.
Atividade 25
Resposta: D
Atividade 30
Resposta: A
Atividade 31
Resposta: B
Comentário: Os maiores são a displasia da tróclea, patela alta, distância entre a tuberosidade da
tíbia e o sulco troclear (TA‑GT) aumentado e a báscula lateral da patela (tilt); enquanto os menores
são a anteversão femoral, rotação tibial externa, geno recurvato e geno valgo.20
Atividade 32
Resposta: B
Comentário: Em 1996, Dejour e Le Coultre classificaram a tróclea displásica em 4 tipos, de acordo
com a presença dos seguintes sinais: do duplo contorno, do cruzamento e do esporão supratro‑
clear. O tipo C apresenta os sinais do cruzamento e do duplo contorno, faceta lateral côncava e
faceta medial hipoplásica.
Atividade 35
Resposta: B
Atividade 45
Resposta: D
Comentário: Na reconstrução do LFPM, o enxerto que é colocado em uma posição inadequada no
fêmur fica tenso em flexão e determina do ponto de vista biomecânico uma concentração de carga
maior na face medial da patela.
Atividade 50
Resposta: D
Comentário: A osteotomia de Fulkerson é indicada nos casos de tilt patelar lateral e/ou subluxação
associados com degeneração articular grau III ou IV das facetas medial e lateral, seguindo a
falência do tratamento fisioterápico. O corte é oblíquo em direção póstero‑lateral, com comprimen‑
to ósseo de 5 a 6cm na TAT (mobilizado anteromedialmente e fixado com 2 parafusos corticais).
84
Atividade 51
INSTABILIDADE FEMOROPATELAR
Chave de respostas: 5, 1, 4, 3, 2.
Atividade 52
Resposta: O epicôndilo medial e o tubérculo do adutor são referências topográficas para localizar
o ponto de fixação do enxerto na reconstrução do LFPM. Em média, o ponto está à 10mm proximal
e 2mm posterior ao epicôndilo medial ou 4mm distal e 2mm anterior ao tubérculo adutor. A fluoros‑
copia com a imagem do joelho em perfil verdadeiro ajuda a localizar esse ponto.
Atividade 53
Resposta: Morfologia troclear normal ou displasia tipo A, TA‑GT menor do que 20mm, ausência de
excessivo aumento na altura patelar, tilt patelar menor do que 20 graus.
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