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Fraturas do Colo do Fêmur
Introdução
O aumento da expectativa de vida dos brasileiros é refletido em nossas enfermarias. Segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um salto da expectativa
média de vida de ambos os sexos: 66,9 anos em 1991 para 71 anos em 2002. Tal fato impli-
ca no aumento da população dentro da faixa etária média predisposta às fraturas do colo do
fêmur (oitava década).1
A fratura do colo do fêmur ocorre na região logo abaixo da cabeça femoral e, assim sendo, são
intracapsulares. A sua incidência vem aumentando em várias partes do mundo devido ao aumento
da sobrevida humana, tornando-se cada vez mais comum, especialmente nas mulheres brancas
com mais de 60 anos de idade. As repercussões sobre o estado clínico, funcional e mental e a ex-
pectativa quanto à mortalidade e morbidade do paciente são avaliadas em face de:
tipo de fratura;
quantidade de desvio entre os fragmentos;
idade cronológica e fisiológica do paciente;
complicações per e pós-operatórias;
condições preexistentes à fratura.
lembrar
A idade cronológica pode não se relacionar com o verdadeiro estado biológico, mas
é usada juntamente com as classificações radiológicas para orientação/definição da
conduta diante de casos de fratura do colo do fêmur.
esquema conceitual
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Ao final da leitura deste capítulo, espera-se que o leitor possa, quanto à fratura do colo do fê-
mur no adulto:
Etiologia
O tratamento das fraturas do quadril representa 63% das fraturas em pacientes com osteoporose.
A maioria das fraturas do colo do fêmur ocorre nos pacientes idosos, devido à queda a partir da
posição ereta (90%), e uma minoria (3 a 5 %) ocorre nos pacientes jovens ocasionadas por trau-
ma de alta energia.
lembrar
Em relação à queda, o risco de fratura do quadril aumenta de acordo com a idade,
dobrando na faixa dos 65 a 85 anos, sendo que nesse mesmo período o risco de so-
frer fratura aumenta em 100 vezes. No entanto, apenas 2% das quedas dos idosos
resultam nesse tipo de fratura, sendo que a queda lateral apresenta 10 vezes mais
risco do que a queda para frente.
Os pacientes em torno 65 anos tendem a cair para frente quando tropeçam e os pa-
cientes em torno 85 anos tendem a cair para o lado, pois caminham mais lentamente.
Dos pacientes que lembravam como sofreram fratura do colo femoral, 76% diziam
ter caído de lado.2
Existem quatro condições na queda que podem favorecer a ocorrência das fraturas do quadril:
Quadro 1
Quanto ao mecanismo de ação das fraturas do colo femoral, cabe salientar que:
um terço das fraturas do colo associada à fratura da diáfise ipsilateral passa desper-
cebido;
de 3 a 6% das fraturas da diáfise do fêmur estão associadas à fratura do colo ipsilateral.
2. Dentre os mecanismos da lesão na fratura do colo do fêmur, qual o que mais diz
respeito a idosos?
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Anamnese e Exame Físico
Os sintomas da fratura do colo do fêmur podem ser desde discreta dor no quadril e na virilha, com
marcha em rotação interna para fraturas sem desvio, incompleta ou impactada; encurtamento,
rotação lateral e leve abdução do membro para fraturas com desvio; deformidades grosseiras em
pacientes politraumatizados ou até mesmo sinais e sintomas mascarados, como, por exemplo, em
pacientes com trauma crânioencefálico.
A incidência em perfil do quadril afetado deve ser cuidadosa principalmente nos pacientes em que a
incidência inicial não demonstrou desvio ou grandes desvios, pois a abdução e a rotação do mem-
bro podem produzir um desvio ou aumento deste, sendo assim, a projeção lateral do colo deve
ser sem a movimentação, isto é, deve ser movimentado o membro contra-lateral para conseguir o
perfil do membro afetado. Em caso de suspeita clínica e dúvida no diagnóstico radiográfico, outras
técnicas de diagnóstico por imagem devem ser utilizadas.
A cintilografia óssea com tecnécio pode não apresentar resultado positivo até três dias após a le-
são. A resposta à lesão e o conseqüente acúmulo do marcador no colo do fêmur leva tempo. Caso
o trauma for mais recente, sem evidência nas radiografias, a tomografia computadorizada (TC)
ou a ressonância magnética (RM) deve ser realizada.
A TC pode revelar uma fissura na cortical do colo ou descontinuidade do trabecular ósseo que não
são evidentes nas radiografias. A RM irá afastar ou confirmar a presença de fratura em 100% dos
casos.4
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cintilografia óssea – 98% de sensibilidade e 99% de especificidade em pacientes com
raio X inicial apresentando resultados dúbios. Recomenda-se freqüentemente certo
adiamento na realização de exames de raio X visando a aumentar a sensibilidade;
TC – elevada sensibilidade;
RM – maior sensibilidade de todos os exames.
3. O diagnóstico da fratura do colo do fêmur pode ser difícil? Como pode ser reali-
zado?
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Classificações
Classificação de Garden
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Figura 3 – Classificação de Garden
Fonte: Beaty JH, Bucholz RW, Court – Brown C. Rockwood and Green’s Fractures in Adults. 6 ed. Philadelphia: Lippincott
Williams & Wilkins; 2006.
Na classificação de Garden, quanto maior o desvio, maior a probabilidade de lesão vascular. Essa
classificação divide-se em:
lembrar
É importante frisar que na classificação de Garden:
lembrar
A fratura por estresse do colo femoral é mais freqüente em pacientes que realizam trei-
namentos exaustivos, como, por exemplo, soldados e maratonistas, mas também pode
afetar atletas adolescentes amenorréicas e pacientes com grave osteoporose.
O quadro clínico da fratura por estresse, muitas vezes, é de difícil definição, podendo caracterizar-
se por dor na virilha que pode irradiar para o joelho, que se exacerba aos esforços e alivia com
repouso. Um dado de extrema importância para a suspeita clínica é com relação à mudança no
tipo e no ritmo de treinamento físico.
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monstrar alguma alteração. O diagnóstico é feito com a utilização da cintilografia óssea ou com a
RM que apresenta hiposinal na medular em T1 e hipersinal em T2.
As fraturas por estresse que ocorrem inicialmente na região superior do colo (zona de tensão) são
propensas a se propagarem por toda extensão do colo e ocasionam um deslocamento entre os
fragmentos. Sendo assim, devem ser estabilizadas cirurgicamente. As fraturas que ocorrem na re-
gião inferior do colo (zona de compressão) tendem a ser estáveis e passíveis de tratamento não-
cirúrgico, desde que não ultrapassem 50% da extensão do diâmetro do colo femoral.7
Fratura por estresse do tipo compressão no colo inferior é indicativo de restrição das
atividades por 6-8 semanas. Fratura por estresse no lado de tensão do fêmur, no colo
superior, é instável e necessita estabilização cirúrgica para não se tornar deslocada.
Fraturas Patológicas
A suspeita de uma fratura patológica no colo do fêmur se dá em pacientes jovens após trauma mí-
nimo ou em idosos com presença de lesão lítica. O exame cintilográfico com tecnécio 99 é obriga-
tório. As fontes mais comuns de metástase do colo do fêmur são o câncer de mama e o mieloma
múltiplo. As indicações de fixação profilática em caso de fraturas patológicas são:
A) B) C)
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Tratamento
Tratamento Não-Cirúrgico
As indicações do tratamento não-cirúrgico são para pacientes que não tem nenhuma expectativa
de benefício com um quadril funcional, como aqueles pré-terminais ou possivelmente paralisados
ou dementes, que não se deslocam de forma independente ou estão presos ao leito. No entanto,
estão sujeitos a inúmeras complicações, tais como úlceras de decúbito, disfunções pulmonares e
intestinais e desorientação. A tração esquelética não tem nenhuma aplicação.
Tratamento Cirúrgico
O primeiro passo no tratamento cirúrgico é decidir o melhor momento da cirurgia. Nos pacientes
jovens, a abordagem deve ser considerada como uma emergência cirúrgica e realizada assim que
forem controladas as lesões capazes de colocar a vida do paciente em risco. Segundo Swiontkowski
e colaboradores, nos pacientes idosos a cirurgia deverá ser realizada com relativa urgência, de pre-
ferência no prazo de 48 horas. Nesse grupo de pacientes a maior mortalidade e as complicações
aparecem quando a cirurgia é retardada. Para esses autores, a tração cutânea pré-operatória não
revelou nenhuma vantagem para o paciente, enfermagem ou equipe cirúrgica quando a cirurgia é
realizada dentro desse prazo.
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tesia geral. O risco de trombose venosa profunda (TVP) e possivelmente óbito pós-operatório é
menor com raquianestesia, mas os índices de mortalidade equiparam-se ao redor da oitava se-
mana pós-operatória.
Nos dias atuais, ainda se têm dúvida se as fraturas não-deslocadas devem ser fixadas, entretan-
to, Bentley encontrou no tratamento conservador 79% de bons resultados e 14 a 31% de pseu-
doartrose e redeslocamento, e com o tratamento cirúrgico obteve 96% de bons resultados e 1 a
6% de pseudoartrose e redeslocamento. Desse modo, aconselha-se a fixação da fratura devido à
probabilidade de uma fratura não-deslocada transformar-se em deslocada, piorando o prognóstico
do paciente.8
lembrar
O propósito da estabilização cirúrgica é a mobilização imediata.
O maior dilema da fratura do colo do fêmur é a decisão da fixação da fratura ou a colocação de uma
prótese de substituição parcial (hemiartroplastia) ou total da articulação. A literatura é vasta e mui-
tas vezes não-didática quanto à melhor decisão a realizar. Na intenção de orientar o procedimento
a ser tomado perante casos de fratura do colo do fêmur, a Sociedade Brasileira de Quadril criou
um fluxograma para ajudar tal decisão (Figura 5). Os algarismos ao lado do fluxograma orientam
as considerações que o seguem.9
Figura 5 – Algoritmo quanto ao procedimento cirúrgico a ser empregado em caso de fratura do colo do fêmur
Fonte: Sociedade Brasileira de Quadril
1 O primeiro fator considerado é a demanda funcional do paciente, pois sabe-se que quanto
menor a demanda funcional maior a desmineralização óssea, que pode comprometer a quali-
dade de fixação dos implantes.
A demanda funcional é ainda influenciada por limitações sistêmicas como a doença pulmonar obs-
trutiva crônica, a insuficiência cardíaca, os estados sincopais (estenose aórtica e fibrilação atrial),
as doenças neurológicas, como o mal de Parkinson, as seqüelas de acidente vascular cerebral
(AVC) ou os estados demenciais. Nesses casos devemos considerar que uma segunda interven-
ção irá aumentar muito a mortalidade, optando-se, portanto, por procedimentos que apresentam
menor incidência de reoperações e mobilização mais precoce.
A relação risco/benefício deve também ser observada em relação à demanda funcional, uma vez
que procedimentos que envolvam maiores riscos e complicações devam ser utilizados em pacien-
tes que deles possam se beneficiar (ou seja, que apresentam maior demanda funcional). Deve-se
considerar que apenas 40% dos pacientes tratados por fratura do colo femoral eventualmente re-
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sificados em diferentes graus segundo sua demanda funcional:
2 Como segundo fator para os pacientes com demanda funcional para marcha doméstica ou para
atividades comunitárias, consideram-se as doenças que possam ter influência direta sobre o
sitio operatório, como a insuficiência renal crônica e o hiperparatireoidismo, que pela alteração
do metabolismo ósseo podem comprometer a resistência da fixação interna, ou patologias que
comprometam a função articular como as artrites, a artrose ou ainda as doenças metastáticas
do quadril. Essas condições foram incluídas no fluxograma, pois evidentemente nesses casos,
a substituição articular total está indicada.
lembrar
Ainda em relação a patologias associadas à fratura do colo femoral é importante sa-
lientar que os estados demenciais estão associados a uma mortalidade hospitalar de
cerca de 50%, à grande freqüência de complicações e que apenas cerca de 11% dos
pacientes com estados demenciais voltam a andar após a cirurgia. Portanto, procedi-
mentos menos invasivos devem ser reservados a esses pacientes.
3 Doenças que limitam a expectativa de vida, como, por exemplo, estados neoplásicos, ou
ainda pelo alto risco de mortalidade hospitalar, como as broncopneumonias associadas à ASA
IV ou mais devem ser consideradas. Vários relatos recentes têm registrado mortalidade que
pode atingir até 90%. Nesses casos deve-se optar por procedimentos de menor risco cirúrgico
ou procedimentos cirúrgicos com menor risco de reoperações.
4 Uma vez já analisados previamente os fatores anteriores, a idade cronológica pode contribuir
para a escolha do procedimento mais adequado, porém considerados somente os pacientes
com atividade doméstica ou comunitária.
lembrar
A Sociedade Brasileira do Quadril opta pelo limite de 65 anos para decidir quanto à
artroplastia ou fixação nas fraturas desviadas por essa idade caracterizar a fratura
do colo em pacientes com menor mineralização óssea, uma vez que 87% dessas
fraturas ocorrem após os 65 anos, e ainda, porque vários relatos da literatura médica
adotam esse limite como divisor de maior incidência de complicações com a fixação
interna em fraturas desviadas.
necrose avascular em torno de 10%, sendo que em pacientes ambulatoriais 10-40% das fraturas
tendem a se desviar quando não-fixadas. Já as fraturas com desvio apresentam 10-20% de não-
união, cerca de 20-40% de necrose avascular, sendo que se fixadas com redução não apropriada
esses índices vão para 70% de não-união e 60% de necrose avascular.
6 Para fraturas desviadas, consideramos a redução aberta apenas para pacientes com deman-
da funcional para atividades esportivas, uma vez que esse procedimento está associado a ele-
vados índices de insucesso e, portanto, a um grande número de procedimentos adicionais de
revisões.
Quadro 2
Em pacientes aptos para atividades esportivas, a fixação interna deve ser o procedimento de eleição,
ainda que demande redução aberta, independentemente da idade cronólogica do paciente.
Em pacientes que apresentem atividades comunitárias, na ausência de patologias associadas que in-
terfiram no tratamento, devemos considerar a idade cronológica e o desvio da fratura. Pacientes com
menos de 65 anos são candidatos à fixação interna, desde que se consiga a redução fechada. A partir
dessa idade, pacientes com fraturas sem desvio devem ser submetidos à osteossíntese; com fraturas
desviadas, à artroplastia total do quadril.
Pacientes com demanda funcional para atividades comunitárias e portadores de doenças que compro-
metam a resistência mecânica do osso ou a integridade funcional da articulação devem ser submetidos
à artroplastia total do quadril. Se a expectativa de vida for menor do que cinco anos ou ASA IV ou mais,
considera-se a hemiartroplastia como procedimento de eleição.
Pacientes com demanda funcional para atividades domésticas, na ausência de patologias associadas
que interfiram no tratamento, deverão ser submetidos à osteossíntese para fraturas sem desvio e ar-
troplastia total para fraturas desviadas. Da mesma forma, para esses pacientes a artroplastia total é
indicada quando forem portadores de doenças que comprometam a resistência mecânica do osso ou
a integridade funcional da articulação. A hemiartroplastia na presença de diminuição da expectativa de
vida ou ASA IV ou maior.
Em pacientes inaptos para a marcha deve ser escolhido o tratamento menos agressivo. Caso o paciente
consiga ser mobilizado do leito para a cadeira precocemente, o tratamento não-cirúrgico deve ser a op-
ção, independente do desvio dos fragmentos. Caso a dor impeça a mobilização, a fixação percutanêa
deverá ser feita para fraturas sem desvio e a hemiartroplastia para fraturas desviadas.
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12. Nos momentos que antecedem a cirurgia da fratura do colo podemos afirmar que:
13. O quadril do paciente deve ser mantido até o momento da cirurgia em rotação
neutra e em extensão? Comente sua resposta.
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A redução das fraturas do colo deslocadas tem como embasamento que a rotação medial do mem-
bro tensiona a cápsula posterior contra a superfície oposta da cortical anterior fraturada e assim
funcionaria como uma banda de tensão. As manobras mais conhecidas são:
Leadbetter – é uma modificação da manobra de Whitman, realizada com quadril e joelho am-
bos fletidos a 90 graus.11
Deyerle – com o paciente em mesa ortopédica, realiza-se tração e rotação medial e a progres-
siva liberação da tração, que irá acarretar e manter a redução.12 Se for constatada retroversão
decorrente da cominuição posterior, deverá ser realizada pressão anterior direta sobre a fratura
até que a progressiva liberação da tração e rotação medial estabilizem a redução.
Avaliação da Redução
O objetivo da redução anatômica é a recolocação do osso em seu lugar. A qualidade de uma redu-
ção, principal fator prognóstico da fratura do colo do fêmur, é avaliada pelo quanto ela se aproxima
do referido objetivo. Quanto a essa avaliação, considera-se ainda que:
A avaliação da redução é feita pelo índice de alinhamento de Garden (Figura 6) nas radiografias
em incidência ântero-posterior e perfil. O ângulo entre a cortical medial do fêmur e as trabéculas
compressivas primárias mede normalmente 160 graus no raio X ântero-posterior. As trabéculas
da cabeça e do colo deverão alinhar-se diretamente com as trabéculas da base do colo, medindo
normalmente 180 graus no raio X de perfil. Um ângulo entre 160 e 180 graus em ambas as inci-
dências é considerado aceitável.13
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para paciente jovem ou de realizar uma redução aceitável para paciente idoso.
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A fixação das fraturas com múltiplos parafusos canulados é a forma de fixação preferencial para
a maioria das fraturas do colo femoral. Tem a capacidade de gerar pelo menos certa compressão
interfragmentar inicial. Nessa técnica são colocados três parafusos canulados dispostos geralmente
na forma de um triângulo invertido com um alinhamento paralelo biplanar dos implantes.
um parafuso deve ser colocado na cortical medial (inferior) para prevenir o colapso
em varo;
um parafuso inferior deve ser colocado tangencialmente à cortical inferior do colo;
um parafuso proximal colocado ao longo da cortical posterior do colo resiste a cargas
mais elevadas do que um parafuso colocado centralmente no colo, sem sustentação
da cortical.14
lembrar
Existe uma redução de osteonecrose e de pseudoartrose quando na fixação com múl-
tiplos parafusos, esses são colocados em paralelo, propiciando maior estabilidade e
compressão dinâmica axial. Não é necessário um paralelismo absoluto para se evitar
o colapso, sendo bem toleradas as divergências de 5 a 10 graus.
Na técnica de fixação das fraturas com múltiplos parafusos canulados cabe atentar para o princí-
pio dos três pontos:
cortical lateral;
osso subcondral;
cortical inferior ou posterior.
Na maioria dos estudos, o desempenho do parafuso de compressão dinâmico do quadril (DHS) não
é melhor nem pior do que o dos múltiplos parafusos canulados. O implante grande (12 a 14mm)
precisa ser assentado muito profundamente para que haja a fixação adequada. Devido a pouca
resistência à torção, recomenda-se a colocação de um parafuso (canulado) anti-rotação para evitar
a torção, sobretudo no intra-operatório.
O DHS pode exigir uma intervenção mais demorada do que os outros parafusos e tem uma incidência
maior de pseudoartrose. A cintilografia óssea indicou probabilidade de 3,5 vezes maior de redução
da vascularidade da cabeça com DHS em relação aos outros parafusos (35% versus 10%).15
lembrar
Nas fraturas basocervicais, o DHS é melhor do que os parafusos canulados múlti-
plos. Deneka e colaboradores observaram uma redução de 50% na carga até ruptura
comparando parafusos múltiplos com DHS e parafuso anti-rotatório.16 Blair e colabo-
radores verificaram que o DHS com o parafuso anti-rotatório resiste melhor do que
três parafusos paralelos em termos de carga axial.17 Fraturas basocervicais afetam
a cortical inferior e posterior do colo, não podendo assim oferecer sustentação (es-
cora) aos parafusos.
O Quadro 3 apresenta os padrões que devem ser seguidos para a fixação dos fragmentos na os-
teossíntese.
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PADRÕES PARA A FIXAÇÃO DOS FRAGMENTOS NA OSTEOSSÍNTESE
Artroplastia
A escolha do melhor implante está relacionada diretamente com o tempo de vida e com o nível
de atividade do paciente antes da fratura. Podem ser substituições parciais (hemiartroplastias) ou
Quadro 4
Nos pacientes jovens de 3 a 6% fraturas da diáfise femoral são complicadas, com fraturas
do colo, e 1/3 dessas lesões não é diagnosticada.
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Figura 8 – Imagens de raio X
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Nos cuidados pós-operatórios, atenção obrigatória deve ser dada à profilaxia com antibióticos
e à prevenção da tromboembolia.
A incidência de TVP em fraturas do quadril sem profilaxia é de 40 a 80%. A heparina de baixo peso
molecular é melhor do que a aspirina e previne 2/3 das TVPs que poderiam ocorrer. É a medicação
de escolha em pacientes sem contra-indicação para anticoagulantes.19
Fisioterapia
A fisioterapia motora deve ser iniciada o mais precocemente possível para evitar a hipotrofia do
membro operado e dos outros membros, e diminuir a incidência de TVP seguindo fases estabele-
cidas em conjunto com o médico responsável.
O apoio parcial ou total do membro operado depende de uma série de fatores, sendo liberado
de acordo com cada caso. A fisioterapia respiratória precoce pré e pós-operatória é imperativa
para evitar o risco de infecções oportunistas.
geral, da capacidade de deambular duas semanas após a cirurgia e da existência de outra pessoa
no ambiente doméstico. O número de sessões de fisioterapia foi relacionado à melhora da capa-
cidade de locomoção e a melhores condições de vida. A idade superior a 85 anos é fator de risco
para a recuperação.
Complicações
Mortalidade
A incidência de mortalidade no primeiro ano após a fratura é de 13 a 37%, sendo menor entre os
que tinham independência de marcha. A classificação dos pacientes de acordo com a American
Society of Anesthesiologists (ASA) constitui um dos preditores mais acertados.20
O adiamento da cirurgia além do tempo necessário para corrigir problemas médicos reversíveis
aumenta a incidência da mortalidade. Em 6 a 18 meses após a fratura, a proporção de sobreviven-
tes cai aos níveis esperados em relação às mesmas faixas etárias.
A escolha do anestésico não afeta a incidência e a hemiartroplastia está relacionada à maior inci-
dência de mortalidade a curto prazo (menos de um mês) do que a redução aberta e fixação interna
de fratura (RAFI), mas as incidências são iguais após um ano.
Infecção
O risco de infecção profunda parece ser proporcional à extensão da dissecção cirúrgica. No caso
de infecção aguda o tratamento é a drenagem, o debridamento agressivo e o uso de antibióticos.
Nos casos refratários, realiza-se a artroplastia de revisão ou a ressecção do tipo Girdlestone.
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idade do paciente;
densidade óssea;
nível de desvio da fratura;
fragmentação da fratura;
qualidade da redução;
implante escolhido;
posição do implante.21
O colapso segmentar pode ser observado precocemente aos 6-9 meses, mas a maioria
ocorre caracteristicamente no segundo ano. A incidência de osteonecrose e colapso
segmentar tardio é de 16 a 30% nas fraturas deslocadas e de 8 a 15% nas fraturas não-
deslocadas.22 Os pacientes devem ser acompanhados durante três anos, no mínimo. O
tratamento da osteonecrose sintomática é a artroplastia total do quadril.
16. A artroplastia parcial tem lugar no tratamento da fratura do colo femoral no idoso,
uma vez que muitos pacientes evoluem com erosão, migração e dor? Comente sua
resposta
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A) aminoglicosido e heparina;
B) tetraciclina e aspirina;
C) cefalosporina (segunda ou terceira geração) e heparina;
D) dicloxacilina e aspirina.
A) mortalidade –.................................................................................................................
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B) infecção –......................................................................................................................
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20. Existe um fator prognóstico mais importante na fratura do colo do fêmur? Quais
as principais complicações?
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23. Quanto às complicações relacionadas à fixação das fraturas é INCORRETO
afirmar que:
CASO CLÍNICO
A paciente triatleta após treino de bicicleta na montanha (no qual melhorou o tempo de
35 para 28 minutos) iniciou quadro de dor na virilha esquerda, de moderada intensidade,
que se tornou constante. No dia seguinte, durante treino intervalado de corrida (8 tiros de
1.000 metros), interrompeu a atividade no sexto tiro devido a dor na virilha esquerda.
Após uma semana, retornou ao treino de bicicleta, mas apresentava dor durante a corrida.
Após duas semanas, procurou médico fisiatra, sendo realizado raio X (que não apresen-
tou alterações) e ultra-sonografia (que apresentou tendinite no adutor). A paciente iniciou
tratamento fisioterápico com gelo, ultra-sonografia e exercícios isométricos.
Na história clínica, a paciente relatou fazer uso de anticoncepcional. Negou uso de es-
teróides anabolizantes. Realizou uma cirurgia na tireóide no ano retrasado para excisão
de nódulos e fez uso de Puran T4.
Após a história clínica e o exame físico foram solicitados exames subsidiários de ima-
gem (Figura 9).
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Figura 10 – A ressonância magnética demonstrou alteração na região inferior do colo femoral, zona de
compressão
Fonte: Arquivo pessoal do autor.
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A paciente apresentava uma fratura por stress do colo femoral na zona de compressão,
uma fratura estável, isto é, risco mínimo de deslocamento. Foi instituído o tratamento não-
cirúrgico a seguir:
suspensão das atividades físicas esportivas;
apoio do membro afetado: três semanas sem carga, três semanas seguintes carga parcial
e exercícios na piscina (deep-runner);
exercícios: membros superiores, abdome e membros inferiores;
sexta semana: deep-runner e natação.
Após 45 dias do início do tratamento, foi realizada ressonância magnética (Figura 12). E após
60 dias, radiografia (Figura 13).
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Figura 12 – Ressonância magnética após 45 dias do início do tratamento
Fonte: Arquivo de imagem do autor.
Na decisão do tratamento da fratura por stress do colo do fêmur não- deslocadas, o im-
portante para decidir se o tratamento é cirúrgico (osteossíntese com canulados) ou não
é a localização da fratura (zona de compresão ou tração) e extensão da fratura.
Atividade 1
Resposta: D
Comentário: A queda lateral apresenta 10 vezes mais risco de fratura do que a queda para frente.
Os pacientes em torno 65 anos tendem a cair para frente quando tropeçam e os pacientes em torno
85 anos tendem a cair para o lado, pois caminham mais lentamente. Dos pacientes que lembravam
como sofreram fratura do colo femoral, 76% diziam ter caído de lado.
Atividade 2
Resposta: A
Comentário: As alternativas B, C e D são mecanismos que dizem mais respeito a pacientes jo-
vens.
Atividade 3
Reposta: Os sinais e sintomas clínicos de um paciente com fratura do colo femoral sem des-
vio, incompleta ou impactada, podem ser discretos. O paciente pode deambular apesar da dor.
Freqüentemente ele se queixa de dor na virilha e/ou quadril, com o apoio ou com a rotação interna
do membro. O ortopedista deve afastar as fraturas dos ramos púbicos. As radiografias conven-
cionais em ântero-posterior e perfil do quadril podem, em alguns pacientes, não demonstrar com
clareza a descontinuidade cortical ou do padrão trabecular. Em pacientes com suspeita de lesão,
sem evidência em radiografias simples, o ortopedista pode lançar mão da cintilografia óssea, TC
ou da RM. A RM afastará ou confirmará a presença da fratura em 100% dos casos.
Atividade 4
Resposta: B
| PROATO | SEMCAD |
Resposta: C
Comentário: A fratura do colo do fêmur deslocada impede a deambulação, enquanto a fratura do
colo do fêmur não-deslocada às vezes permite a deambulação.
Atividade 7
Resposta: A
Comentário: Na classificação de Garden, fraturas de grau 1, 2 e 3 podem ter a vascularização ín-
tegra. Logo, fraturas de grau 4 têm necessário comprometimento desse aspecto.
Atividade 8
Resposta: A) B31 - subcapital deslocada ou não-impactada; B23 – transcervical; B12 - subcapital
com deslocamento mínimo.
Atividade 11
Respostas: A e D
Comentário: Segundo o algoritmo apresentado na Figura 5, pacientes com atividades comunitárias
tem indicação de artroplastia total em função de doenças metabólicas, inflamatórias, degenerativas
e/ou metastásicas do quadril ou quando há fratura com desvio e idade superior a 65 anos.
Atividade 12
Resposta: D
Atividade 13
Resposta: Não
Comentário: Apesar da capsulotomia anterior não ter apoio unânime, as fraturas com a cápsula
intacta podem apresentar um aumento da pressão intracapsular que, por conseguinte podem cau-
sar uma queda no fluxo sanguíneo na cabeça femoral. O quadril do paciente deve ser mantido
em rotação externa com leve flexão, porque é nessa posição que o volume capsular é mais bem
acomodado.
Atividade 16
Resposta: Sim
Comentário: A hemiartroplastia cimentada, realizada com as próteses unipolares do tipo Thompson
e Austin Moore e com prótese do tipo bipolar, é indicada em pacientes que não apresentam sinais
de osteoartrose importante nas radiografias, idade fisiológica mínima de 80 anos, expectativa de
vida de cinco anos, pacientes confinados na cama ou que requerem transferência da cama para
cadeira, alem dos cincos “Ps” , advogados por Thompson e Efthekar: Parkinson; Paralisia (ou outro
tipo de doença neurológica); osteoPorose; Paget; Patológica.
Atividade 18
Resposta: C
Comentário: Antibióticos do tipo cefalosporina, primeira ou segunda geração, são administrados duas
horas antes da cirurgia e por pelo menos 48 horas após o procedimento cirúrgico. A heparina é o
medicamento de escolha para a prevenção da TVP, tendo resultados melhores do que a aspirina.
Atividade 20
Resposta: O fator mais importante no prognóstico é o grau de desvio da fratura, uma vez que o
suprimento sangüíneo da cabeça femoral é interrompido em proporção direta ao grau de desvio.
As principais complicações da fratura do colo femoral são a osteonecrose e a pseudoartrose.
Resposta: Sim. As fraturas do colo do fêmur estáveis (Garden I e II) apresentam 5 a 27% de com-
plicações, enquanto as fraturas instáveis (Garden III e IV) apresentam 35 a 47%, de acordo com
a metanálise de Lu-Yao, destacando-se a pseudoartrose e a necrose avascular da cabeça do fê-
mur. Nesse grupo, a mortalidade está em torno de 30% nos dois primeiros anos após a fratura.
Pacientes tratados com fixação interna apresentaram menos queixas do que o grupo tratado con-
servadoramente. Maior tempo de hospitalização e maior mortalidade estiveram relacionadas ao
aumento da idade, à presença de demência, a doenças cardiovasculares associadas e ao maior
risco anestésico. As taxas de complicações e reoperações estão em torno de 35% nas fraturas
instáveis, mesmo após a consolidação da fratura. Portanto, os pacientes com maior deslocamento
na fratura primária apresentam uma piora da qualidade de vida, com dificuldade em recuperar a
atividade funcional, mesmo após a consolidação da fratura.
Atividade 22
Resposta: Sim. As fraturas proximais no fêmur foram estimadas em 1,3 milhões em 1990; com
tendência a aumentar entre 7,3 e 21,3 milhões em 2050, ocorrendo a maioria desse aumento na
Ásia. A prevenção pode ser realizada, reduzindo o risco de quedas, através de exercícios para
fortalecimento muscular e melhora da propriocepção. Na tentativa de diminuir a energia absorvida
pelo tecido ósseo, pisos mais macios e protetores ao redor do quadril vêm sendo descritos. Alem
disso, drogas que aumentam a resistência óssea como a terapia de reposição hormonal, bifosfona-
dos, cálcio e vitamina D auxiliam o tratamento da osteoporose. Novos implantes, hemiartoplastias
e artroplastias totais têm diminuído a morbidade e mortalidade associada a este tipo de fratura em
relação ao tratamento conservador.
Atividade 23
Resposta: A
Comentário: A incidência de Osteonecrose e Colapso Segmentar Tardio é de16 a 30% nas fraturas
deslocadas e 8 a 15% nas fraturas não-deslocadas.
Atividade 24
Resposta: Fluxograma para condução de suspeita de fratura do colo do fêmur por fadiga.
| PROATO | SEMCAD |
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