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Patrick de Abreu Cunha Lopes¹; Pedro Henrique Matos Monteiro²; Ana Luiza Leal Correa Lima³;
Paulo Roberto Hernandes Júnior4; Márcia Célia Galinski Kumschilies5
¹ Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Discente do curso de Medicina.
patrick.abreu33@gmail.com
² Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Discente do curso de Medicina.
riquebetta@gmail.com
³ Centro universitário de Belo Horizonte (UniBH). Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Discente do
curso de Medicina. analuizalealcl1150319@gmail.com
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Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Discente do curso de Medicina.
paulorh.med@gmail.com
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Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Guarujá, São Paulo, Brasil. Coordenadora do Núcleo de
Pesquisa Fernando Lee. mgalinski@unaerp.br
Seção: Saúde.
RESUMO
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Volume 5 – Edição 1 - 2021
ABSTRACT
A Boxer fracture is a fracture of the neck of the fifth metacarpal, named after the classic
injury mechanism in which direct trauma is applied to a clenched fist. Metacarpal
fractures are responsible for 40% of all fractures of the hand, while fractures of the
neck of the fifth metacarpal are responsible for 10% of all fractures of the hand. The
treatment of a boxer's fracture varies based on whether the fracture is open or closed,
characteristics of the fracture including the degree of angulation, shortening and
rotation and other concomitant injuries. The aim of this study was to evaluate the
biomechanical performance of the mini plate compared to the used K-wire technique
used. A literature review was carried out using the Medline and Lilacs databases, using
"Boxer Fracture" and "mini-plate" as the main search terms. 7 articles published in
English were selected from the final sample. A case report of a patient with a boxer's
injury treated by surgery with a minimicro plate was also addressed. The treatment of
boxer fractures remains controversial and determines the divergence of opinions
among orthopedists. However, it has been shown that the correction by the mini plate
offers superior stability to the K wires.
KEY WORDS: Kirschner wire; Mini-plate; flexion; internal fixation; joint fusion;
metacarpal and phalangeal fractures, metacarpal neck fracture.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
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LISTA DE ABREVIATURAS
KWIF: Kirschner wire internal fixation (Fixação percutânea com fios de Kirschner);
1. 1 INTRODUÇÃO
O trauma ortopédico é uma razão comum para dor contínua e incapacidade
significativa. Como definição da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão, uma fratura
de Boxer é uma fratura do colo do quinto metacarpo, batizada em homenagem ao
mecanismo clássico de lesão em que o trauma direto é aplicado a um punho cerrado
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(MASSENGRILL et al. 1982; MALIK et al. 2019). Alguns padrões de fratura do quinto
metacarpo podem causar prejuízo funcional, incluindo início enfraquecido do quinto
dedo e redução do movimento ativo. Por outro lado, muitas fraturas do 5º metacarpo
podem ser tratadas de forma não cirúrgica com intervenção mínima, resultando em
resultados excelentes em longo prazo (WORMALD et al. 2019; ALHUJAYRI et al.
2020).
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de sarjeta ulnar pode ser o tratamento definitivo para fraturas fechadas e não
deslocadas sem angulação ou rotação, enquanto fraturas expostas, fraturas com
angulação significativa ou rotação incorreta ou que envolvam lesão de estruturas
neurovasculares podem exigir fixação cirúrgica (BOUSSAKRI et al. 2014; MALIK et al.
2019).
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2 METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão da literatura, considerada uma ferramenta única no
campo da saúde por possibilitar a síntese das evidências disponíveis sobre um
determinado tema e direcionar a prática clínica a partir do conhecimento científico. A
questão norteadora da pesquisa foi: “qual é a eficácia do tratamento cirúrgico da
fratura do boxer com placa minimicro em comparação com o fio k, conforme relatado
na literatura?”. Além disso, realizou-se uma coleta observacional, descritiva e
transversal dos dados científicos disponíveis. A revisão da literatura foi desenvolvida
seguindo a estratégia de busca PICO, que é um acrônimo para Paciente ou problema,
Intervenção, Controle ou comparação e Resultado (do inglês “outcome”) ; definindo-
se os quesitos da seguinte maneira: “P” – pacientes com fratura do boxer; “I” -
tratamento cirúrgico da fratura do boxer com placa mini/micro realizado por cirurgiões
ortopedistas ; “C” - intervenção para comparação do tratamento cirúrgico da fratura de
boxer com a placa minimicro e o fio K; e “O” – tratamento cirúrgico com placa minimicro
fornece estabilidade superior aos fios K.
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Para a seleção dos artigos, foram utilizadas as seguintes bases de dados com
acesso na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): Medline (Medical Literature Analysis
and Retrieval Sistem on-line) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde).
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A busca identificou 158 artigos no Medline e 188 artigos no Lilacs. Após a
remoção de 176 estudos duplicados, o título e o resumo dos 170 artigos restantes
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No artigo descrito por yong et al. 2017, estudou-se dois tipos de técnica de
tratamento cirúrgico da fratura de boxeador para recuperação da função. Esse
trabalho foi realizado de janeiro de 2012 a janeiro de 2016 por meio de uma análise
retrospectiva de 49 casos com fratura de boxer, 26 casos com MPIF e 23 casos com
KWIF foram acompanhados por um intervalo de 6 meses a 2 anos, média de 10,1
meses, observada a recuperação da função após a operação. Observou-se que dos
26 casos com fixação da placa minimicro foi excelente em 20 casos, bom em 4 casos,
ruim em 2 casos; o índice excelente e bom foi de 92,3%. Por outro lado, dos 23 casos
com fixação de fio de Kirschner foi excelente em 11 casos, bom em 4 casos, ruim em
8 casos, o índice excelente e bom foi de 65,2%. Os resultados mostraram que houve
diferenças significativas (P <0,05). Dessa forma, o grupo MPIF foi superior ao grupo
KWIF na recuperação da função.
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No trabalho de Lee et al. 2017, aplicou-se redução aberta e MPIF para a fratura
desviada da cabeça do metacarpo e relatou-se os resultados clínicos e radiográficos
da experiência. Treze pacientes (12 homens, 1 mulher; idade média de 21 anos) foram
incluídos neste estudo, e os prontuários médicos e radiografias foram revisados
retrospectivamente. O período médio de acompanhamento foi de 12,5 meses. Foram
analisados os escores de amplitude de movimento e deficiência de braço, ombro e
mão, e resultados funcionais e radiografias seriadas foram investigados para a
manutenção da congruência articular e consolidação da fratura. Todos os pacientes
mostraram consolidação da fratura nas radiografias e nenhum paciente apresentou
incongruência significativa da superfície articular ou alteração degenerativa. O uso da
placa minimicro na fixação da fratura da cabeça do metacarpo tiveram resultados
favoráveis em nosso estudo. Os autores sugerem redução precisa e fixação estável
para melhores resultados funcionais nas fraturas da cabeça do metacarpo.
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O ensaio clínico controlado não randomizado, realizado por Wong et al. 2015,
utilizou 59 casos clínicos para comparar o tratamento cirúrgico com a placa minimicro
e o fio K no tratamento de fraturas fechadas do colo do metacarpo do dedo mínimo.
Vinte e nove pacientes foram tratados com fixação com placa e 30 pacientes foram
tratados com fio K intramedular. Eles foram revisados em um acompanhamento médio
de 24 meses para resultados radiológicos e funcionais em termos de taxa de união,
tempo de união, taxa de complicações, dor, movimento e força de preensão. As
radiografias não mostraram diferenças significativas na taxa de união e tempo de
união. Não houve diferença estatística na taxa de complicações, escores de dor,
movimento ativo total e força de preensão entre os dois grupos. Os autores sugerem
que ambos os métodos são comparáveis.
4 RELATO DE CASO
Paciente L.S.S., 32 anos, masculino, negro, sem comorbidades, deu entrada
na emergência ortopédica do C.S.M.T.J. Relatou que há um dia (24h) atrás, durante
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5 DISCUSSÃO
Até onde sabemos, este estudo é uma das primeiras revisões de literatura com
o intuito de explorar o efeito MPIF em comparação com a KWIF na fratura de boxer e
fraturas metacarpais e falangeais com conclusões significativas. Um trabalho de meta-
análise, envolvendo 1.375 pacientes (placa minimicro para 709 pacientes, fio K para
666 pacientes), são consistentes com as conclusões da maioria dos estudos clínicos
ou retrospectivos anteriores de que a MPIF é superior à KWIF no tratamento de
fraturas metacarpais e falangeais (XU et al. 2014; XU et al. 2015). Outro estudo
realizado por wang et al. 2019 revelou que pacientes com MPIF têm pressão e força
suficientes e promove a fusão articular bem-sucedida reduzindo as complicações da
operação. A MPIF é ideal para redução e estabilidade de pacientes com fraturas
metacarpais e falangeais (WUTPHIRIYA-ANGKUL et al. 2009).
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descobriram que a fixação com a placa minimicro produziu resultados muito melhores.
Massengill et al. relataram que a MPIF fornece estabilização igual e resulta em
melhores resultados de TAM. Eles descobriram que alcançar a função falangeana
normal era mais consistente com o uso da placa minimicro. A MPIF fornece uma
estabilização significativa, portanto, a mobilização e os exercícios para ADM ativa
podem começar mais cedo. Deve-se aplicar curativo macio para permitir o início
precoce das atividades. Wutphiriya-angkul et al. relataram que as técnicas de fio K e
da placa minimicro são igualmente eficazes no tratamento de fraturas do metacarpo e
da falange. Ambas as técnicas exigiram tempo mínimo para a operação, e os achados
desse estudo são idênticos aos nossos, pois ambas as técnicas economizam tempo
e são igualmente eficazes quando usadas em fraturas de metacarpo e falange (FYFE
et al. 1979; MASSENGILL et al. 1982; WUTPHIRIYA-ANGKUL et al. 2009; AHMED et
al; 2020).
O estudo experimental realizado por Beutel et al. 2018 revelou que a MPIF de
fraturas instáveis do colo do metacarpo oferece menos estabilidade em comparação
com fios K cruzados quando carregados em flexão, pois os fios K cruzados oferecem
estabilidade superior para o tratamento de fraturas do colo do metacarpo. Esses
resultados revelam que a fixação pela placa é menos favorável biomecanicamente e
deve ser selecionada com cautela em relação à estabilidade da fratura.
Um meta-análise indicou que a MPIF foi mais adequada do que a KWIF para o
tratamento de fraturas metacarpais e falangeais na população chinesa Han,
considerando o tempo de cicatrização, infecção pós-operatória, complicações e
internação hospitalar. No entanto, mais estudos independentes em grande escala são
essenciais para validar os achados deste estudo no futuro.
Outra revisão sistemática e meta-análise de dois ECR não mostrou nenhuma
diferença discernível entre os resultados relatados pelo paciente e os resultados
captados pelo médico entre o manejo operatório e não operatório de fraturas do 5º
metacarpo, com uma taxa mais alta de eventos adversos para candidatos à cirurgia.
Os ECR incluídos têm algumas deficiências em termos de inclusão de pequenos
tamanhos de amostra e falhas metodológicas. No momento, o melhor manejo de uma
das fraturas mais comuns no Reino Unido não é claro e, portanto, um ECR definitivo,
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6 CONCLUSÃO
A posteriori, demonstrou-se o caso do paciente relatado foi tratado com a
cirurgia com a cirurgia de osteossíntese com placa minimicro e obteve
restabelecimento funcional da mão direita. Após a análise da literatura entre MPIF e
KWFI, observou-se que ambas as técnicas de fixação com fio K e fixação com a placa
minimicro são igualmente eficazes em termos de TAM, ADM e complicações quando
usadas para tratar fraturas de metacarpo e falange de acordo com diversos relatos da
literatura. Pode-se perceber através desta revisão que o tratamento das fraturas de
boxer permanece controverso e determina divergência de opiniões entre os
ortopedistas.
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7 REFERÊNCIAS
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PANDEY, R. et al. Hand function outcome in closed small bone fractures treated by
open reduction and internal fixation by mini plate or closed crossed pinning: a
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Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29855782/. Acesso em: 17 Abr 2021.
REIS, H. B.; SILVA, M. R.; BELLOTI, J. C. Fraturas do Colo do Quinto Metacarpo no
Adulto. Disponível em:
https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/fraturas_do_colo_do_quinto_metacarp
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SCHÄDEL-HÖPFNER, M. et al. Antegrade intramedullary splinting or percutaneous
retrograde crossed pinning for displaced neck fractures of the fifth metacarpal?.
Archives of Orthopaedic and Trauma Surgery, v. 127, n. 6, p. 435-440, 2007.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17123093/. Acesso em: 17 Abr 2021.
VAN ONSELEN, E. B. H. et al. Prevalence and distribution of hand fractures. Journal
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17 Abr 2021.
VASILAKIS, Vasileios et al. Extra-articular Metacarpal Fractures: Closed Reduction
and Percutaneous Pinning Versus Open Reduction and Internal Fixation. Plastic and
Reconstructive Surgery Global Open, v. 7, n. 5, 2019. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6571303/. Acesso em: 17 Abr 2021.
WANG, Dong; SUN, Kai; JIANG, Wenxue. Mini-plate versus Kirschner wire internal
fixation for treatment of metacarpal and phalangeal fractures. Journal of International
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8 ANEXO
LILACS 188
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Medline 158
Total: 346
Tabela 1: Número de trabalhos recuperados com estratégias de busca utilizadas para cada
base de informação científica.
170
23
19
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20
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