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Fichamento Apologia de Sócrates

Nome: Maria Kayanne Nayonara Ferreira Gomes


Curso: Secretariado Executivo
Turno: Noite
Professor: Evanildo
Data: 28/06/2022

 Apologia de Sócrates
A morte de Sócrates está atravessando os séculos, como um dos grandes momentos da
história da humanidade e representa como que uma prefiguração da morte de Cristo no
calvário.
Durante essa época foi apresentado Mileto, um jovem pertencente a uma família de
portas. Era poeta de pequeno vulto e queria chamar atenção sobre sua pessoa.
Sócrates foi acusado de recusar o culto devido aos deuses do Estado, introduzindo
entidades demoníacas, com isso pervertendo a mocidade e levando-a cometer o crime
sob a jurisdição do rei, a quem competia a defesa da religião do Estado.
Dos acusadores de Sócrates, dois morreram tempos depois lapidados pelos multidão,
como , caluniadores Mileto e Anito. Quando a Licon, desapareceu da história, como os
outros também.
A morte de Sócrates, dois morreram, tempos depois Platão estava doente. Não pôde
participar das conversas do mestre com os discípulos, aproveitando o atraso da
execução da sentença.
As duas acusações contra Sócrates, levaram a maioria dos 501 a condená-lo á morte,
foram atentar contra a religião do Estado e corrompem a mocidade; Ateísmo e
subversão. Ademais, na sua defesa destruir completamente qualquer acusação. Mileto, o
poetastro , não teve o que responder quando Sócrates pulverizou sua acusação de
Ateísmo, porque não era verdadeira.
A filosofia socrática não era um ateísmo, porque considerava que as raízes do universo
sensível estavam acima e fora deste universo e Platão sistematizou essa doutrinação em
sua teoria das ideias e da divindade suprema.
A apologia de Sócrates se coloca entre as mais belas páginas de eloquência que nos
foram levadas pela antiguidade A autodefesa do filósofo, feita perante seus impudentes
e impenitentes acusadores, evocada por Platão com devoção de discípulo fiel, é, não
obstante a brevidade do texto, uma síntese da filosofia socrática, de grandíssimo valor
literário e como documento humano.
O que vós, cidadãos atenienses, haveis sentido, com o manejo dos meus acusadores, não
sei; certo é que eu, devido a eles, quase me esquecia de mim mesmo, tão
persuasivamente falavam. Contudo, não disseram, eu o afirmo, nada de verdadeiro.
Contudo, por Zeus, não ouvireis, por certo, cidadãos atenienses, discursos enfeitados de
locuções e de palavras, ou adornados como os deles, mas coisas ditas simplesmente com
as palavras que me vierem à boca; pois estou certo de que é justo o que digo, e nenhum
de vós espera outra coisa. Em verdade, nem conviria que eu, nesta idade, me
apresentasse diante de vós, ó cidadãos, como um jovenzinho que estuda os seus
discursos.
Sócrates rebate e justo, pois, cidadãos atenienses, que, em primeiro lugar, eu me
defenda das primeiras e falsas acusações que me foram apresentadas, e dos primeiros
acusadores; depois, me defenderei das últimas e dos últimos. Porque muitos dos meus
acusadores têm vindo até vós há já bastante tempo, talvez anos, e sem jamais dizerem a
verdade; e esses eu temo mais do que Anito e seus companheiros, embora também
sejam temíveis os últimos.
Na realidade, nada disso é verdadeiro, e, se tendes ouvido de alguém que eu instruo e
ganho dinheiro com isso, também não é verdade. Embora, em realidade, isso mesmo me
pareça bela coisa: que alguém seja capaz de instruir os homens, como Górgias de
Leontine, Pródico de Coo, e Hípias de Élide. Porquanto, cada um desses, ó cidadãos,
passando de cidade em cidade, é capaz de persuadir os jovens, os quais poderiam
conversar gratuitamente com todos os cidadãos que quisessem; é capaz de os persuadir
a estar com eles, deixando as outras conversações, compensando-os com dinheiro e
proporcionando-lhes prazer.

 Comentários : Apologia de Sócrates


Em sua apologia, Sócrates defende-se dessas acusações. Ele começa argumentando que
seus acusadores haviam sido tão convincentes que quase ele mesmo acreditou nas
inverdades que diziam a seu respeito. Disse também que a verdade é maior do que todos
os sábios e o seu compromisso com ela é maior do que a sua prática de falar em
tribunais, compromisso este que os seus acusadores, segundo ele, não tinham, pois
queriam apenas convencer a todos a respeito do que diziam.
Ele resgata acusações que não constavam do processo, mas que também já haviam sido
proferidas contra ele e, portanto, poderiam pesar na decisão dos juízes. Seus acusadores
oficiais neste processo foram Meleto, a respeito de quem pouco se sabe, apenas que era
um tragediógrafo que Sócrates mal conhecia e não tinha a menor ideia de que motivos
este homem teria para acusá-lo. Seu segundo acusador era Ânito, um homem que
pertencia a uma importante família de comerciantes de curtume, havia sido general a
serviço de Atenas e era considerado um cidadão importante no cenário político. O que o
teria motivado a denunciar Sócrates era o relacionamento de seu filho com o pensador,
algo que ele jamais aprovou. O terceiro, Licon, era um famoso orador de Atenas e as
razões que o teriam levado a denunciar o filósofo também seriam desconhecidas. Os três
contavam com o mesmo direito de palavra no processo.
A principal bandeira levantada por Sócrates em sua defesa estava relacionada a sua
sabedoria, onde o pilar central era a consciência da sua ignorância (Só sei que nada sei).
Essa era principal premissa que faria dele um verdadeiro sábio: a humidade em admitir
que pouquíssimo sabemos diante de um universo tão cheio de mistérios.
Tomando por exemplo Aquiles (que se recusou a agir injustamente, mesmo sabendo que
essa atitude poderia leva-lo a morte), Sócrates levantou outra grande bandeira: a da
justiça. Preferia ser justo até a morte a salvar sua vida agindo fora do que julgava
correto. Após ser julgado e condenado, Sócrates afirmou não ter achado estranho o fato
de ser condenado (tudo indica qu já esperava por jsso), mas sim a quantidade de votos a
favor da condenação que recebeu. Criticou ainda as leis de Atenas, que concedem ao
condenado pouquíssimo tempo a defesa, diferente de outras cidades, onde era
impossível ser condenado em tão pouco tempo.
O filósofo afirma ter sido condenado pela falta de pudor, e jamais pela falta de
argumentos , e declarou não estar arrependido de sua defesa, pois os que o condenam
hoje, serão condenados amanhã. Aqueles que votaram favoráveis à condenação, por
sua vez continuaram declarando-se como justos. No momento da morte, Sócrates
questiona se a morte seria uma perda definitiva de sentidos ou uma passagem para outro
plano, declarando estar preparado a qualquer uma dessas possiblidades de bom agrado.
Ao final de seu último discurso disse que encerraria por ali, pois já era tempo de ele
morrer e os demais continuarem suas vidas, sendo Zeus o único a saber quem estaria me
Nas suas investigações, ele conversou com grandes figuras da vida intelectual e política
de Atenas, não esquecendo os escritores e os artistas. Refutando os seus argumentos e
conhecimentos superficiais, Sócrates foi despertando a fúria de muitos cidadãos. Ao
mesmo tempo, os jovens começaram a copiar a sua postura inquisitiva, o que piorou a
situação.
Assim, passou a ser acusado de desviar a conduta da juventude e adorar falsos deuses,
recebendo dinheiro para transmitir os seus ensinamentos. Quando interroga Meleto, o
poeta que moveu o processo contra ele, o sábio vai desmontando as acusações.
Mesmo depois de condenado à pena capital, Sócrates não implora pela vida, declarando
que não teme a morte e que não se arrepende dos seus atos. Declara, finalmente, que
aqueles que votaram contra ele serão sempre lembrados por isso.
A obra está estruturada sob a forma de diálogo. O diálogo filosófico privilegia a função
destinatário. Porém, o seu desenrolar não ocorre de forma pacífica, mesmo porque o
contexto não permite a amistosidade. O autor não se apóia no interlocutor com
liberdade. Trata-se de uma acusação a ser refutada. Eis a acusação, datada de janeiro de
399 a. C.:
“A seguinte acusação escreve e jura Meleto, filho de Meleto, do povoado de Piteo,
contra Sócrates, filho de Sofronisco, do povoado de Alópece. Sócrates é culpado de não
aceitar os deuses que são reconhecidos pelo Estado, de introduzir novos cultos, e,
também, é culpado de corromper a juventude. Pena: a morte” (Platão. 1999, p.59).
Nesta época, a cidade de Atenas não podia mover ações, mas um cidadão podia,
assumindo, porém, total responsabilidade, se a acusação não fosse considerada pelo júri.
Meleto não estava só, a ele haviam se juntado Ânito e Lícon, com os mesmos direitos à
palavra no tribunal. Entendiam os acusadores que Sócrates era
“réu de haver-se ocupado de assuntos que não eram de sua alçada, investigando o que
existe embaixo da terra e no céu, procurando transformar a mentira em verdade e
ensinando-as às pessoas” (Platão. 1999. p. 69).
Por isso, Sócrates logicamente se concentra em uma argumentação contrária a seus
adversários, que em alguns momentos se torna pessoal. Quando o filósofo responde a
seus adversários por refutação, tentando invalidar as teses opostas à sua, fala-se em
função polêmica. A intertextualidade se escora na função dialógica e polêmica. Nesse
caso a função dialógica é introspectiva, ou seja, ela vem à tona nos momentos em que
Sócrates retrocede ao passado para reforçar a sua argumentação de defesa na tentativa
de esvaziar a acusação. Neste caso, a função polêmica não se dá entre filósofos, mas
entre Sócrates e seus acusadores, e sobre isso não há conciliação.
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