Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apologia de Sócrates
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Em Apologia de Sócrates, o mesmo faz sua defesa sobre as acusações de "corromper a juventude,
não acreditar nos deuses e criar a nova Deidade".
Síntese da obra
Sócrates começa a sua defesa advertindo que a verdade era mais inteligente do que os sabios, ao
mesmo tempo, afirmando que seus acusadores nada disseram de verdadeiro, embora tenham sido
tão convincentes que quase fizeram o próprio Sócrates crer que era culpado pelo que não fez.
Demarca-se aqui a contraposição entre a sofística e a filosofia: Sócrates, representante maior desta
na obra platónica, alega que, apesar de não ter a experiência de falar em tribunais e não dominar a
retórica própria desse ambiente, pronunciará exclusivamente a verdade, sua preocupação como
filósofo; seus denunciadores, ao contrário, não teriam compromisso com ela, mas apenas com a
persuasão, com o uso da retórica para obtenção de seus interesses. O filósofo resgata as acusações
que pesam sobre ele, desde as mais antigas, que não faziam parte do processo, mas que poderiam
influenciar a decisão dos juízes, até as mais recentes e oficiais. As denúncias que pesam são de não
reconhecer os deuses que o Estado reconhece, de introduzir novos cultos e, também, de corromper
a juventude, pelo que receberia pena capital, caso fosse julgado culpado. Essa acusação é assinada
por Meleto, que representa os poetas, mas não somente ele; também Ânito, representante dos
políticos e artífices, e Licon, ligado aos oradores, tendo os três o mesmo direito de palavra no
desenvolvimento do processo.
Pouco se sabe sobre Meleto. Teria sido um tragediógrafo, cujos motivos para acusá-lo Sócrates
alega desconhecer. Ânito é tido como o provável mentor do processo. Era um cidadão importante,
pertencente a uma família de ricos comerciantes de curtumes; fora general a serviço de Atenas,
durante a Guerra do Peloponeso. Destacou-se no cenário político ateniense por ser contra os
Trinta Tiranos, ganhando simpatia por não pleitear recompensas pelos prejuízos econômicos que
sofrera durante a oligarquia. As razões que o levaram a acusar Sócrates foram muitas, dentre elas,
o relacionamento desaprovado de seu filho com o filósofo. Sobre Licon, pouco se sabe. Foi um
orador relativamente afamado em Atenas, cujos motivos para a acusação Sócrates afirma
desconhecer.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apologia_de_Sócrates 1/3
06/08/23, 11:52 Apologia de Sócrates – Wikipédia, a enciclopédia livre
Em sua defesa, Sócrates, que atesta veementemente sua franqueza, busca um elemento que possa
convencer os juízes de sua sabedoria. Menciona que o Oráculo de Delfos afirmou ser ele o homem
mais sábio de sua época, pois, ao inquirir os políticos, os poetas e os artífices, todos afirmavam
obter a plena sabedoria; e que somente ele, Sócrates, era o verdadeiro sábio, porque tinha a plena
noção de sua “douta-ignorância” (“Sei que nada sei”).
Depois de ser julgado, enquanto aguarda a sentença, Sócrates volta e tem a ideia de fazer o que
pensa ser justo, mesmo que suas ações o levem à morte. Toma como exemplo Aquiles, que, mesmo
sabendo que seu ato iria levá-lo à morte, recusou-se a agir injustamente, vingando a morte de seu
grande companheiro Pátroclo.
Ao ser julgado, Sócrates diz não estranhar a decisão, mas sim a razão dos votos contra (230) e a
favor (280) da condenação, pois, se apenas 30 juízes da acusação tivessem votado contra, ele teria
sido absolvido. Afirma que deveria fazer parte dos célebres que se encontram no Pritaneu e
lamenta as leis de Atenas, que lhe concedem pouco tempo para sua defesa, em comparação a
outras cidades em que a lei impede que uma pena de morte possa ser ditada em apenas um dia, e
que por isso seria impossível se desfazer de tantas acusações em tão pouco tempo. Sócrates declara
ter sido condenado pela falta de pudor, mas não pela falta de argumentos e afirma que não se
arrepende da sua defesa, pois os que o condenam serão condenados mais tarde.
Àqueles que votaram favoravelmente, diz serem justos como juízes. E pronuncia um discurso
elogioso sobre a morte, destacando o desconhecimento que o homem tem de sua real natureza, e
elencando as duas hipóteses: a da morte ser uma noite de sono sem sonhos e uma ausência de
sentidos ou uma simples passagem para um outro mundo, regozijando-se com ambas.
E termina, indicando a necessidade de encerrar sua defesa: "Mas já é hora de nos retirarmos, eu,
para morrer, e vós para viverdes. Entre vós e mim, quem está melhor? Isso é o que ninguém
sabe, exceto Zeus".
Ver também
Apologia de Sócrates (Xenofonte)
Ligações externas
Tradução em português disponível no site do Domínio Público. (http://www.dominiopublico.go
v.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2296)
O Project Gutenberg possui a tradução em inglês da Apologia de Sócrates:
(em inglês) Traduzido por Benjamin Jowett, 1891 (http://www.gutenberg.org/etext/1656)
(em inglês) Bundled with Plato's Crito and Phaedo, traduzido por Henry Cary, introdução
de Edward Brooks Jr., 1901 (http://www.gutenberg.org/etext/13726)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apologia_de_Sócrates 2/3
06/08/23, 11:52 Apologia de Sócrates – Wikipédia, a enciclopédia livre
Referências
1. Ἀπολογία Σωκράτους
2. «Socrates» (http://law2.umkc.edu/faculty/projects/ftrials/socrates/socratesaccount.html)
Stanford Encyclopedia of Philosophy. Ver também Doug Lindner, The Trial of Socrates (http://la
w2.umkc.edu/faculty/projects/ftrials/socrates/socratesaccount.html), "Univ. of Missouri-Kansas
City Law School 2002.
Bibliografia
Press, Gerald A. (2012). The Continuum Companion to Plato (em inglês). [S.l.]: A&C Black.
ISBN 0826435351
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Apologia_de_Sócrates&oldid=64802714"
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apologia_de_Sócrates 3/3