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Research, Society and Development, v. 11, n.

12, e590111235215, 2022


(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i12.35215

Uso de modelos tridimensionais no ensino superior nas disciplinas de embriologia,


citologia, genética e biologia molecular
Use of three-dimensional models in higher education in the subjects of embryology, cytology,
genetics and molecular biology
Uso de modelos tridimensionales en la educación superior en las asignaturas de embriología,
citología, genética y biología molecular

Recebido: 11/09/2022 | Revisado: 17/09/2022 | Aceitado: 18/09/2022 | Publicado: 25/09/2022

Ana Carolina Oliveira Duarte


ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5853-1582
Universidade do Estado de Minas Gerais, Brasil
E-mail: acoliveiraduarte@gmail.com
Lívia Cristina Santos
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5668-9631
Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
E-mail: livia.cristina@ifmg.edu.br

Resumo
Os principais motivos que dificultam a aprendizagem significativa de conceitos e processos biológicos residem no
ensino fragmentado e conservador, valorizando somente a reprodução do conhecimento. As práticas metodológicas
que favorecem a aprendizagem levam ao entendimento e assimilação de conteúdos que por envolverem, por exemplo,
a dimensão microscópica, são de difícil compreensão. Neste contexto, as metodologias ativas se apresentam como um
princípio de ensino-aprendizagem de eficácia reconhecida, tendo o discente como protagonista do processo de
desenvolvimento do conhecimento, com envolvimento direto, participativo e reflexivo em todas as etapas do
processo. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou usar metodologias ativas para melhorar o entendimento dos
alunos de nível superior acerca de conteúdos de Embriologia, Citologia, Genética e Biologia Molecular. As docentes
responsáveis pelas disciplinas propuseram a atividade nas turmas das respectivas disciplinas de Ciências Biológicas
(Licenciatura) e Biomedicina. As etapas metodológicas utilizadas foram: levantamento bibliográfico; discussão e
abordagem dos conhecimentos obtidos; seleção de materiais visando a conscientização ambiental; elaboração do
modelo; utilização dos modelos didáticos construídos; redigir relatório e apresentação. Observou-se com esse relato
de experiências a excelente interação e a participação dos alunos nas atividades desenvolvidas. Foram obtidos 14
modelos biológicos, sendo notável a predominância de modelos sobre células. Concluiu-se que o ensino de Biologia à
luz das metodologias ativas contribui sobremaneira para a ressignificação do trabalho docente visando melhor
desempenho dos estudantes em relação ao processo de ensino e aprendizagem. Além disso foi uma alternativa às aulas
práticas que estavam inviáveis no período da pandemia.
Palavras-chave: Ensino; Modelos didáticos; Biomedicina; Ciências biológicas.

Abstract
The main reasons that hinder the meaningful learning of biological concepts and processes reside in the fragmented
and conservative teaching, valuing only the reproduction of knowledge. The methodological practices that favor
learning lead to the understanding and assimilation of contents that, because they involve, for example, the
microscopic dimension, are difficult to understand. In this context, active methodologies are presented as a teaching-
learning principle of recognized effectiveness, with the student as the protagonist of the knowledge development
process, with direct, participatory and reflective involvement in all stages of the process. In this context, the present
work aimed to use active methodologies to improve the understanding of higher education students about the contents
of Embryology, Cytology, Genetics and Molecular Biology. The teachers responsible for the disciplines proposed the
activity in the classes of the respective disciplines of Biological Sciences (Bachelor's Degree) and Biomedicine. The
methodological steps used were: bibliographic survey; discussion and approach of the knowledge obtained; selection
of materials aimed at raising environmental awareness; model elaboration; use of the didactic models built; write
report and presentation. With this experience report, it was observed the excellent interaction and participation of
students in the activities developed. Fourteen biological models were obtained, with a notable predominance of
models over cells. It was concluded that the teaching of Biology in the light of active methodologies contributes
greatly to the resignification of teaching work, aiming at better student performance in relation to the teaching and

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learning process. In addition, it was an alternative to practical classes that were unfeasible during the pandemic
period.
Keywords: Biomedicine; Biological sciences; Didactic models; Teaching.

Resumen
Las principales razones que dificultan el aprendizaje significativo de conceptos y procesos biológicos residen en la
enseñanza fragmentada y conservadora, valorando únicamente la reproducción del conocimiento. Las prácticas
metodológicas que favorecen el aprendizaje conducen a la comprensión y asimilación de contenidos que, por
involucrar, por ejemplo, la dimensión microscópica, son de difícil comprensión. En este contexto, las metodologías
activas se presentan como un principio de enseñanza-aprendizaje de reconocida eficacia, con el estudiante como
protagonista del proceso de desarrollo del conocimiento, con implicación directa, participativa y reflexiva en todas las
etapas del proceso. En este contexto, el presente trabajo tuvo como objetivo utilizar metodologías activas para mejorar
la comprensión de los estudiantes de educación superior sobre los contenidos de Embriología, Citología, Genética y
Biología Molecular. Los docentes responsables de las disciplinas propusieron la actividad en las clases de las
respectivas disciplinas de Ciencias Biológicas (Licenciatura) y Biomedicina. Los pasos metodológicos utilizados
fueron: levantamiento bibliográfico; discusión y abordaje de los conocimientos obtenidos; selección de materiales
destinados a la sensibilización ambiental; elaboración de modelos; uso de los modelos didácticos construidos; escribir
informe y presentación. Con este relato de experiencia se observó la excelente interacción y participación de los
estudiantes en las actividades desarrolladas. Se obtuvieron dieciséis modelos biológicos, con un notable predominio
de los modelos sobre las células. Se concluyó que la enseñanza de la Biología a la luz de metodologías activas
contribuye en gran medida a la resignificación del trabajo docente, visando un mejor desempeño de los estudiantes en
relación al proceso de enseñanza y aprendizaje. Además, era una alternativa a las clases prácticas que eran inviables
durante el periodo de pandemia.
Palabras clave: Enseñanza; Modelos didácticos; Biomedicina; Ciencias biologicas.

1. Introdução
O ensino tradicional surgiu a partir dos sistemas nacionais de ensino, com maior força nas últimas décadas do século
XX, influenciando as práticas educacionais. Este formato de ensino tem foco na transmissão direta de conhecimentos sem
confronto com a realidade do discente (Saviani, 2012). No entanto, isto tornou o ensino estático, com transmissão de
informação a nível ‘enciclopédico’ e, hierárquico unilateral no sentido docente-discente. De maneira geral, existe uma
insatisfação bilateral na transmissão de conhecimento a partir do ensino tradicional no ensino superior. Por um lado, discentes
se queixam de aulas totalmente expositivas com exemplos pouco próximos da realidade e aplicabilidade profissional.
As consequências deste cenário, geralmente, recaem em um comportamento passivo e descompromissado do corpo
discente (Bartalo & Guimarães, 2008) e baixo estímulo a inovação de tecnologias e produtos educacionais e, formas de
aprendizado pelo corpo docente. Afim de favorecer a aprendizagem nas diferentes áreas do conhecimento, cabe ao professor,
em qualquer nível de ensino, buscar a diversificação de metodologias e de recursos didáticos, evitando realizar,
exclusivamente, aulas do estilo “tradicional”, entendidas aqui como aulas teóricas expositivas não dialogadas, ilustradas ou
não, em que o aprendiz é colocado em uma postura totalmente passiva (Meira, et al., 2015).
Neste contexto, as metodologias ativas se apresentam como um princípio de ensino-aprendizagem de eficácia
reconhecida (Bollela, et al., 2014). Este princípio é baseado na reflexão profunda, integração, reelaboração de novas práticas,
de forma autônoma e participativa, tendo o aluno como protagonista do processo de desenvolvimento do conhecimento, com
envolvimento direto, participativo e reflexivo em todas as etapas do processo. A Metodologia ativa tem uma concepção de
educação crítico-reflexiva com base em estímulo no processo ensino-aprendizagem, resultando em envolvimento por parte do
educando na busca pelo conhecimento (Macedo, et al., 2018). De acordo com Piffero et al. (2020) as metodologias, como
elemento norteador do ensino, são de extrema importância, principalmente aquelas que buscam promover uma participação
ativa do aluno, aprendizagem significativa, colaboração e autonomia.
Metodologias ativas de ensino se configuram como uma prática educativa diferente, o aluno é desafiado a aprender,
assumindo o papel de protagonista. Ao utilizar estas metodologias nas aulas, o docente proporciona o desenvolvimento de
diversas habilidades dos estudantes, principalmente o estímulo às descobertas e a ampliação da capacidade de aprender. A
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interdisciplinaridade entre diversas áreas do conhecimento a partir de especialidades diferentes permite o confronto de ideias e
concepções, contribui para a formação integral dos estudantes e facilita a aprendizagem. Além disso, favorece uma articulação
entre o ensino e a pesquisa, promove uma discussão coletiva crítica e reflexiva da realidade (Santos, et al., 2017). Bacich e
Morán (2018) evidenciam que as metodologias ativas constituem alternativas pedagógicas que colocam o foco do processo de
ensino e de aprendizagem no aprendiz, envolvendo-o na aprendizagem por descoberta, investigação ou resolução de
problemas. Nessa teoria, os alunos aprendem cerca de: 10% lendo; 20% escrevendo; 50% observando e escutando; 70%
discutindo com outras pessoas; 80% praticando; 95% ensinando. Elaboração de mapas mentais, estruturas, maquetes,
hologramas são sugeridos por ser de fácil acesso à alunos de fases diferentes, bem como ser passível de reprodução. As
estratégias de ensino estarão relacionadas ao conteúdo estudado pela classe e de maneira geral, serviriam para elucidar o
entendimento/ função/ funcionamento do sistema biológico.
Diversos tipos de modelos são descritos na literatura. Gilbert (2004) aborda, entre outros, os modelos (1) mentais, que
seriam representações pessoais, que um indivíduo constrói isolado ou em grupo, mas que só se tornam acessíveis aos demais se
forem expostas; (2) científicos, que seriam modelos que se tornaram consensuais para um grupo de cientistas; e (3) os didáticos
ou de ensino, que seriam aqueles construídos com objetivo exclusivamente educacional, para dar suporte ao processo de ensino
e aprendizagem, facilitando a transformação de um conhecimento científico em um conhecimento curricular. Segundo Justi e
Van Driel (2006), os modelos de ensino podem ter vários modos de representação: analogias, simulações, desenhos e modelos
concretos. Os modelos concretos são tridimensionais e construídos com materiais resistentes, auxiliam nas interpretações
espaciais essenciais à compreensão da morfologia (Perotta, et al., 2004) e, por isso, constituem o tipo de modelo bastante
utilizado. É importante destacar que não há um método perfeito ou ideal para ensinar alunos a enfrentar a complexidade dos
assuntos trabalhados, mas sim haverá alguns métodos potencialmente mais favoráveis do que outros (Bazzo, 2000).
Desde os anos 80, se discute sobre a dificuldade de abordar os princípios básicos da ciência e da metodologia
científica no ensino de graduação no Brasil (Maia, 2008). O processo de ensino e aprendizagem em Biologia tem passado por
transformações significativas ao longo do tempo, desde as discussões em torno do seu objeto de estudo, como também em
torno dos métodos utilizados. Um outro agravante é que muitos professores adotam aulas exclusivamente expositivas para
abordar os conteúdos de biologia e correlatos, deixando de estimular a participação ativa dos alunos no entendimento de
conceitos muitas vezes complexos e que exigem dos estudantes um maior nível de imaginação (Souto, et al., 2016). Diante das
graduais mudanças na Ciência, ocasionadas por contínuas pesquisas, torna-se evidente a criação de novas perspectivas
metodológicas para o ensino da Biologia, buscando adequação a novas exigências da sociedade. Diante disso, propõe-se a
utilização de modelo didático no ensino superior como recurso facilitador do processo ensino-aprendizagem. A aplicação de
recursos didáticos diferenciados é utilizada na tentativa de sanar algumas deficiências observadas em várias disciplinas
(Andujar & Fonseca, 2009). Especificamente com relação às Ciências Biológicas, Pedrancini et al. (2007) destacam: Os
principais motivos que dificultam a aprendizagem significativa de conceitos e processos biológicos residem no ensino
fragmentado e conservador, restringindo o aluno a cumprir tarefas repetitivas, valorizando somente a reprodução do
conhecimento e, consequentemente, formando apenas repetidores. Segundo Nascimento et al. (2012), as práticas
metodológicas que favorecem a aprendizagem podem levar ao entendimento e à assimilação de conteúdos que por envolverem,
por exemplo, a dimensão microscópica, são de difícil compreensão. No que se refere a aulas e projetos de ensino e, inclusive,
de extensão referentes às Ciências Biológicas, a construção e/ou análise de modelos didáticos têm sido utilizada. Vários são os
exemplos dessa utilização nos diferentes campos do conhecimento: em Biologia Celular (Sepel & Loreto, 2003); em Genética
(Temp, et al., 2011); em Neurofisiologia (Aversiferreira, et al., 2008); em Zoologia (Nascimento, et al., 2012); em Química
(Sousa, et al., 2013), em Histologia (Meira, 2013); Embriologia (Freitas, et al., 2008).
A Biologia Celular/Citologia é a área da Biologia que estuda as células, unidades microscópicas estruturais e

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funcionais dos seres vivos. Segundo Guimarães et al. (2016), o conteúdo nela estudado é alicerce para a compreensão da
composição e de processos fisiológicos dos seres vivos. O autor ressalta, entretanto, que o ensino da disciplina demanda o uso
de recursos didáticos diversos para que os alunos possam compreender a dinâmica celular, a morfologia das estruturas, bem
como ter uma referência em relação às dimensões e funções das organelas. Beaulieu e Petit‐Turcotte (2018) apontam,
inclusive, que a área é bastante fértil para aplicação de propostas lúdicas e interdisciplinares, uma vez que trabalha diretamente
com estruturas microscópicas, com um vocabulário totalmente novo e abstrato para os estudantes. No entanto, o ensino-
aprendizagem deste conteúdo é uma das problemáticas. O uso de modelos é uma das modalidades didáticas apresentadas para
sanar essa carência, sendo apontado como uma forma de demonstração palpável que facilita a compreensão de diversos
assuntos, desenvolvimento de habilidade e competência, o que, por sua vez, permite conexões de teorias e a prática
(Cavalcante, 2008). O ensino da referida disciplina necessita do uso de modelos didáticos principalmente em se tratando do
estudo das células animal e vegetal. Por se tratarem de estruturas microscópicas e conteúdo complexo, o estudo da Biologia da
célula se torna uma temática complexa, uma vez que poucos recursos podem ser utilizados em sala de aula para promover a
interação do aluno. Justifica-se assim a necessidade da utilização de técnicas diferenciadas no ensino com recursos que
facilitem o entendimento do aluno.
O ensino da Biologia Molecular constitui um dos conteúdos de Biologia que mais requer a elaboração de material
didático de apoio ao conteúdo presente nos livros texto, já que emprega conceitos bastante abstratos e trabalha com aspectos
microscópicos. Além disso, aulas práticas de biologia molecular, muitas das vezes, são dispendiosas pois requerem
equipamentos e soluções onerosas. Sendo assim, visando a necessidade de um ensino mais didático sobre aspectos da
complexidade celular, a partir de moléculas, células procarióticas, eucarióticas, Teoria Celular e teorias evolutivas, este
trabalho propõe a construção e aplicação modelos visuais didáticos em três dimensões dos assuntos abordados, como a
molécula de DNA, célula procarionte e célula eucarionte. A visualização e o entendimento dessas estruturas, principalmente
numa perspectiva integrativa, têm sido de grande dificuldade por parte dos alunos, tanto do ensino superior. Um outro
agravante é que muitos professores adotam aulas exclusivamente expositivas para abordar os conteúdos de genética e biologia
celular, deixando de estimular a participação ativa dos alunos no entendimento de conceitos muitas vezes complexos e que
exigem dos estudantes um maior nível de imaginação (Souto, et al., 2016).
O ensino da Embriologia requer a elaboração de material didático de apoio ao conteúdo, pois a grande maioria das
instituições de ensino não possuem equipamentos e materiais de laboratório para a elaboração de aulas práticas que auxiliem
no aprendizado deste conteúdo. A importância da Embriologia está, portanto, em explicar a origem da estrutura humana
normal e das malformações congênitas (Moore, et al., 2013). Por isso, tal estudo é essencial para os cursos de graduação das
áreas das ciências da saúde e das ciências naturais e complementando conteúdos da Biologia Molecular e da Genética, por
exemplo. Para Jotta (2005) a embriologia estuda as etapas e os mecanismos de formação de embriões, cujo significado para os
seres vivos está atrelado à perpetuação da espécie. O estudo da embriologia evidencia os eventos desde a fertilização até o
nascimento, abordando os principais processos iniciais. Assim, busca-se compreender o fenômeno biológico típico, comum e
espantoso da embriogênese: a proliferação de uma única célula, o zigoto, que dará origem a um novo ser. Pode-se dizer que a
falta de material apropriado é um fator limitante, porém é necessário buscar recursos pedagógicos para se trabalhar os
conteúdos. Apesar de todas as dificuldades encontradas, o ensino de Embriologia, principalmente as primeiras fases do
desenvolvimento embrionário humano, é de suma importância para o aluno, pois a partir desse pressuposto terá noção de como
se inicia a formação de uma nova vida, as primeiras divisões celulares e o que irá originar cada uma das fases, proporcionando
uma melhor compreensão da vida e também para o desenvolvimento de conteúdos posteriores. Uma das maiores dificuldades
no ensino de Biologia do Desenvolvimento é a dinâmica da evolução estrutural que geralmente é feita por meio de uma
limitada sequência de imagens estáticas e a dificuldade de captar a dimensão espacial das modificações temporais e de

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desenvolvimento, torna a aprendizagem pouco ou nada compreensível (Oliveira, et al., 2012). A utilização de modelos
didáticos pode tornar o ensino de Biologia do Desenvolvimento mais dinâmico e poderá resolver ou minimizar a falta de
recursos de muitas instituições na aquisição de material didático (Freitas, et al., 2008).
Klautau et al. (2009) apontam que os estudantes universitários consideram a genética como a disciplina de mais difícil
entendimento da área da Ciências Biológicas. E segundo Lorbieski et al. (2010), uma das explicações para o não entendimento
do conteúdo de genética é a forma de transmissão do mesmo pelo professor, pois a maioria utiliza o método tradicional
aplicando simplesmente aulas expositivas como modalidade didática. Apesar do interesse dos estudantes por temas ligados à
Genética, esses demonstram pouco entendimento sobre os conceitos ensinados. Desta forma é necessário que o professor
utilize meios didáticos metodológicos de fácil compreensão, para que seus alunos saibam interpretar e compreender todo
conhecimento repassado para eles. Nesse sentido, um dos grandes desafios encontrados pelos professores ao ensinar o
conteúdo de genética de aos seus alunos é como associar o conteúdo a ser ministrado com a prática de forma a facilitar o
processo ensino aprendizagem. Pesquisadores da área de educação em Ciências, tem provado que é possível utilizar materiais
acessíveis e de baixo custeio, na produção de aulas entusiásticas, nas quais os alunos são incluídos na construção de seu
conhecimento (Rodrigues, 2012). Desta forma, nas metodologias e práticas em biologia, a utilização de modelos didáticos,
podem ser utilizados como facilitadores do aprendizado, unindo os aspectos lúdicos aos cognitivos, a fim de esclarecer de
maneira mais simples este processo.
Diante das dificuldades observadas, uma alternativa é o desenvolvimento de materiais didáticos pedagógicos, como
forma de viabilizar aos docentes instrumentos auxiliares para a prática pedagógica. Uma alternativa para a falta desses
laboratórios seria a montagem de modelos didáticos que contemplassem os conteúdos acima e dessa forma pudessem trazer
uma visão mais aproximada desse mundo abstrato aos estudantes, na ausência de equipamentos de alto custo. Dessa forma,
modelos biológicos como estruturas tridimensionais ou semi-planas (alto relevo) e coloridas são utilizadas como facilitadoras
do aprendizado, complementando o conteúdo escrito. Também, a própria construção dos modelos faz com que os estudantes se
preocupem com os detalhes intrínsecos dos modelos e a melhor forma de representá-los, revisando o conteúdo, além de
desenvolver suas habilidades artísticas.
Buscando aqui mencionar a importância da didática e do papel docente no processo de ensino-aprendizagem no
ensino superior, apresentando metodologias ativas de ensino-aprendizagem que sirvam como recurso didático na formação
crítica e reflexiva do aluno universitário, o que levará a uma reflexão construtivista do processo de ensino aprendizagem sendo
isso de extrema relevância para contexto contemporâneo, fazendo-se necessário a verificação da eficácia das práticas docente.
Segundo Moura et al. (2013) o docente de biologia tem permanecido historicamente exposto a uma série de desafios que o
forçam a acompanhar as divulgações científicas e tecnológicas. A fim de atender as necessidades dessa nova realidade
universitária, é de grande importância o desenvolvimento de habilidades didáticas suficientemente eficazes, buscando ter uma
visão de mundo, ciência, ser humano e educação compatível com a realidade atual; aí estaria um perfil fundamental do papel
do professor e sua mediação nos processos de elaboração do conhecimento desse processo, o desenvolvimento de capacidades
cognoscitivas dos alunos. Conforme Vigotsky (1988), o professor universitário deve ser um agente mediador deste processo,
propondo desafios aos seus acadêmicos e ajudando-os a resolvê-los, ou proporcionando atividades em grupo, em que aqueles
que estiverem mais adiantados possam cooperar com os que tiverem mais dificuldades.
Muitas são as falhas observadas e apontadas no processo de ensi¬no-aprendizagem em Ciências e Biologia. É
consenso, entre pro¬fessores e alunos, que há pouco envolvimento no processo, em decorrência da falta de contextualização,
das dificuldades de aplicabilidade e abstração dos conceitos abordados nas várias áreas das Ciências Biológicas (Mello &
Rodrigues, 2008). Devido a enorme abrangência de conceitos, das falhas cometidas no ensino e das dificuldades em sua
assimilação, para tornar o processo de fixação desses conceitos mais efetivo e dinâmico, é importante repensar as abordagens e

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utilizar-se de ferramentas que facilitem o aprendizado. Diversos autores, como Santos (2008), Gardner (1995), Brito et al.
(2005), Schultz et al. (2005), Miranda (2001) e Waterman (2001), apontam a utilização dos modelos didáticos e outras
atividades lúdicas como instrumentos imprescindíveis e eficientes na facilitação do aprendizado nas diferentes áreas da
biologia, princi¬palmente em temas relacionados à genética que requerem abstração e domínio de diferentes conceitos.
Recomenda-se assim, o uso de diferentes metodologias para atrair e fazer com que os alunos possam concretizar o conteúdo
ensinado, valendo-se de técnicas simples e de fácil aplicabilidade.
Nesse contexto, o presente trabalho objetivou usar metodologias ativas para auxiliar o entendimento dos alunos de
nível superior acerca de conteúdos de Embriologia, Citologia, Genética e Biologia Molecular. Foi aplicado o conhecimento
teórico da sala de aula em um modelo de 3D, buscando por meio da observação e demonstração dos materiais biológicos
associar a teoria e a prática na obtenção da construção do conhecimento utilizando de estratégias pedagógicas diferenciadas nas
medidas cabíveis para um desenvolvimento da aprendizagem significativa.

2. Metodologia
Trata-se de uma pesquisa participante exploratória, descritiva com abordagem qualitativa, do tipo relato de
experiência. O relato de experiência consiste em uma ferramenta de pesquisa descritiva que manifesta uma reflexão sobre uma
ação ou um conjunto de ações a respeito de uma prática vivenciada no contexto profissional, que propicie informações
relevantes para comunidade científica (Cavalcante & Lima, 2012). Os dados obtidos foram as produções realizadas pelos
alunos no decorrer do desenvolvimento das atividades propostas.
Os sujeitos do estudo foram os discentes das disciplinas no período acadêmico de 2020/ 2021. As docentes
responsáveis pelas disciplinas tiveram a iniciativa da proposta nas turmas (1°, 4° e 5° períodos) de Ciências Biológicas
(Licenciatura) e Biomedicina, sendo 36,0% de sexo masculino e 64,0% de sexo feminino, com faixa etária entre 18 e 36 anos.
A proposta de ensino teve como cerne o uso do método científico experimental com participação ativa dos discentes em
espaços não formais de ensino através de aprendizagem baseada em projeto.
Dessa forma foram propostas as seguintes metas: realização de pesquisas bibliográficas, estabelecer relações entre os
conteúdos teóricos estudados e contextualizar os assuntos, de forma prática seguindo a elaboração e o desenvolvimento de
estruturas tridimensionais. As etapas metodológicas utilizadas foram: (1) levantamento bibliográfico; (2) discussão e
abordagem dos conhecimentos obtidos; (3) seleção de materiais visando a conscientização ambiental; (4) elaboração do
modelo; (5) utilização dos modelos didáticos construídos.
Os alunos estavam livres para escolher o tema do trabalho, bem como as melhores metodologias cabíveis e matérias,
de acordo com o conteúdo da respectiva disciplina. Foi sugerido uso de materiais de baixo custo, ou preferencialmente,
reciclados. Além disso também poderiam ser feitos em meio digital. A seleção dos materiais utilizados foi baseada em
priorizar a utilização de materiais recicláveis ou reutilizar materiais vencidos, seguindo a Política dos 5R’s (reduzir, repensar,
reaproveitar, reciclar e recusar), que trata técnica e pedagogicamente dos meios de enfrentamento da questão dos resíduos
sólidos (Neto & Moreira, 2010).
O trabalho pôde ser realizado em grupo e após a confecção dos modelos os alunos fizeram apresentação do modelo
detalhando como foi realizada a construção do mesmo e apontando quais eram as estruturas representadas no modelo
construído, com uma breve explicação de suas funções. Os alunos receberam a orientação de como seria a atividade a ser
realizada e estes preencheram um relatório, já pré-estruturado (título, participantes, material, custo, objetivos, justificativa,
referencial teórico, cronograma, resultado e conclusão), o qual auxiliaria e direcioná-los-ia na execução da tarefa bem como no
embasamento para a análise dos resultados finais.

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3. Resultados
Foram confeccionados 14 modelos biológicos de acordo com a atividade prática proposta. No caso dos grupos, houve
a orientação para seguirem as normas de segurança da pandemia. Apenas 3 alunos não realizaram a atividade proposta. O
Quadro 1 mostra alguns dos modelos construídos bem como os materiais utilizados.

Quadro 1- Modelos tridimensionais produzidos.


Disciplina/ Resultado
Modelo biológico
Citologia/ Células
Procariontes

Citologia/
Representação de
uma célula
eucariota animal
em gelatina

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Citologia/ Projeto
de célula animal

Citologia/
Elucidando a
Helicobacter pylori

Citologia/
Membrana
plasmática

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Embriologia/
Características do
corpo lúteo

Embriologia/ Jogo
da memória sobre
anatomia e
fisiologia
placentária

Embriologia/
Modelo
embriológico das
fases neurulação

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Biologia
molecular/ Célula
eucariótica

Biologia
molecular/ Célula
procariótica

Biologia
molecular/ Célula
Eucariótica

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Biologia
molecular/ Célula
eucariótica

Genética/ Mitose

Genética/ Meiose

Fonte: Dados da pesquisa.

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Diante dos materiais produzidos, nota-se que os principais materiais utilizados foram isopor, garrafas PET, massa de
modelar, e EVA. Foi unânime o relato positivo por parte dos alunos, os quais mencionaram o quão significativo foi o
aprendizado com a execução do trabalho.

4. Discussão
No Brasil, a utilização de modelos para fins educacionais, que representam conceitos científicos, foi incorporada
desde o início da década de 1950 (Pereira, et al., 2015). O processo de ensino e aprendizagem vem sofrendo mudanças ao
longo dos anos, com a inclusão de novas propostas que viabilizam a implementação de metodologias aplicadas ao educando
(Paiva, et al., 2016). A inserção de modelos didáticos auxiliou no ensino, materializando conceitos considerados
incompreensíveis, uma vez que, com frequência, representam processos de escala microscópica assim como defendido por
Smith (2016). É sabido que esses assuntos complexos, ministrados por métodos tradicionais de ensino, não têm gerado uma
aprendizagem significativa nos alunos (Orlando, et al., 2009). De acordo com Kolitsky (2014), os modelos didáticos têm ainda
utilidade significativa na aprendizagem cinestésica, beneficiando os alunos com deficiência visual ou com outros problemas de
aprendizagem.
Umas das grandes dificuldades encontradas pelos professores de Ciências e/ou Biologia são na maioria das vezes é o
modo de apresentar os conteúdos nas aulas, uma vez que o ensino de ciência traz em seus conteúdos conceitos que são de
difícil compreensão pelos alunos. Assim, o uso de modelos didáticos se mostrou como ferramenta eficiente que o professor
pode utiliza para expor uma determinada estrutura ou eventos biológicos, favorecendo o entendimento de fenômenos
complexos e abstratos, tornando, assim, o aprendizado mais concreto em diversas disciplinas. Para Cavalcante e Silva (2008),
os modelos didáticos permitem a experimentação, dando oportunidade aos estudantes de correlacionarem a teoria com a
prática, propiciando a compreensão dos conceitos, o desenvolvimento de habilidades e competências.
Atualmente a educação se encontra em transformação. O modelo atual de ensino, onde os alunos normalmente são
dependentes da orientação do professor, e geralmente não são utilizadas metodologias diferenciadas e variadas, demonstrando
que o processo ensino-aprendizagem não está alcançando seus objetivos. O uso de diferentes metodologias vem
proporcionando alternativas de aprendizagem e vem contribuindo para um processo ensino-aprendizagem mais significativo e
que pode despertar mais interesse dos alunos nas aulas. O Ensino Maker / hands on, no qual o aluno é instigado a construir
suas próprias criações utilizando várias componentes curriculares (Lopes, et al., 2019). Assim, além do aprofundamento da
relação entre arte e ciência em projetos de pesquisa, a associação entre esses campos tem sido cada vez mais aplicada na
educação, em contribuições de propostas interdisciplinares inovadoras e que envolvem metodologias ativas, visto que o campo
da arte permite o desenvolvimento do pensamento criativo e disruptivo, além da prática da aprendizagem Maker / hands on
(Silveira, 2018). Como afirmado por Volkweiss e colaboradores (2019), ser protagonista da sua aprendizagem não é algo
trivial para os alunos, convém um olhar atento por parte do docente, é preciso exercer o papel de mediador e motivador, de
modo a estimular os estudantes a assumirem esse importante papel formativo. Vigario e Cicillini (2019) também discutem que
a natureza da disciplina apresenta uma forma de transcender a fragmentação curricular das áreas e dos conteúdos e adentrar a
ciência do perceptível, bem como da construção de significados sobre a diversidade da vida. Elias e Gorla (2020) destacam de
modo prático os resultados positivos na aprendizagem por meio de uma experiência interdisciplinar no ensino de Biologia
Celular utilizando o desenho arquitetônico, corroborando com esse relato de experiencia. Além da aproximação da arte com a
biologia, fato que gerou interesse por parte dos estudantes, o qual tem sido preconizado na literatura (Silva & Fraga, 2017), a
realização da atividade tendo em vista um projeto realizado por um grupo de estudantes, também foi responsável por alguns
comentários positivos dos estudantes da turma experimental quando abordados pelos docentes.
O comportamento dos discentes observado aqui vai de acordo com o protagonismo discente nas metodologias ativas
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proposto por Moran (2000). A metodologia ativa por aprendizagem baseada em projetos proposta aqui conseguiu cumprir sua
finalidade. Através da execução de um projeto de pesquisa, os alunos tiveram que ser proativos, criativos e tomar decisões por
si próprios (com suporte e acompanhamento do docente). O uso de modelos didáticos em sala de aula, fazendo alusão ao
conteúdo teórico abordado, é uma forma de aproximar e facilitar a compreensão da realidade do assunto em questão,
promovendo um aprendizado de maneira mais prática e produtiva para os alunos. As diferentes atividades desenvolvidas
durante o processo de modelização propiciaram uma clara ligação entre a teoria e a prática. Novamente, a modelização no
ensino de Biologia se apresenta como uma possibilidade efetiva para o processo de ensino-aprendizagem.
Sendo a Biologia é área do conhecimento que os estudantes apresentam grandes dificuldades para aquisição e
desenvolvimento da compreensão e aprendizagem e em face ao exposto, o ensino de Biologia torna-se um grande desafio ao
docente que anseia ministrar aulas atrativas e significativas. Com a ampla disseminação das informações na sociedade, para
atender às novas exigências educacionais, o docente necessita de atualizações constantes nas suas metodologias de ensino, para
melhorar suas práticas pedagógicas. É importante destacar que não há um método perfeito ou ideal para ensinar alunos a
enfrentar a complexidade dos assuntos trabalhados, mas sim haverá alguns métodos potencialmente mais favoráveis do que
outros (Bazzo, 2000).
De modo que todo conhecimento é construído de forma colaborativa, a partir do envolvimento dos estudantes,
possibilitou maior interação e a formação de sujeitos autônomos na realização de atividades facilitando o processo de
aprendizagem e tornando-o prazeroso. Nessa perspectiva, as metodologias ativas são cada vez mais utilizadas como ferramenta
de incentivo à participação dos estudantes nas aulas, como pôde ser percebido com os trabalhos aqui mostrados. Considerando
que a aprendizagem é mais significativa quando os estudantes são motivados intimamente, quando eles acham sentido nas
tarefas que são propostas, quando investigam as motivações profundas, quando se engajam em projetos em que trazem
contribuições, quando há diálogo sobre as atividades e a forma de realizá-las (Moran et al., 2013). Diante do atual cenário, em
que se vivenciam experiências de aulas remotas, o uso de tais metodologias pôde auxiliar no dinamismo das propostas,
motivando os alunos e envolvendo-os na temática discutida.
O modelo didático usa uma estrutura como referência, uma imagem que permite materializar a ideia ou conceito
tornando-o dessa forma assimilável. No entanto apesar da eficiência e contribuição para o ensino, esse recurso ainda é muito
pouco utilizado pelos professores. Dentre as causas, o estudo realizado por Sousa (2015) cita a falta de material disponível na
escola, a carga horária insuficiente para a confecção do recurso didático, a desmotivação em executar atividades deste tipo,
como também por não haver cooperação dos alunos na confecção dos materiais, dentre outros fatores. Todavia, vale destacar
que o uso de modelos didáticos com o intuito de facilitar o ensino e a aprendizagem do conhecimento científico só será
efetivado se estiver atrelado ao aporte epistemológico por parte dos professores, o que poderá guiar a seleção de conteúdos
programáticos adequados a determinados contextos sócio-culturais (Lorenzini & Anjos, 2004). Em verdade, o modelo didático
no que tange ao aspecto visual como forma de explicação de um determinado processo, e, consequentemente, favorecimento
ao desenvolvimento cognitivo, tem a sua importância pela correspondência com os modelos mentais que “na Ciência
Cognitiva. Outra evidência é o dinamismo que os modelos didáticos poderão propiciar na fixação dos conteúdos, assim como
na resolução dos problemas evidenciados no modo como os professores desenvolverão na execução da sua prática. Sob esta
ótica, é imperativo que os docentes possam promover a articulação entre a teoria e a prática de maneira dialógica e afetiva,
partindo do princípio da autonomia do estudante em questionar sobre o que ele realiza e observa diante de um fenômeno ou
processo estudado. Enfatiza-se ainda que a utilização de estratégias didáticas que permite o diálogo entre teoria e prática
constitui um caminho para envolver os estudantes nas aulas contribuindo, assim, para análises e reflexões nos processos que
envolvem a construção de conhecimentos científicos, corroborando com o relato dos sujeitos do trabalho.
Conforme Vigotsky (1988), o professor universitário deve ser um agente mediador deste processo, propondo desafios

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aos seus acadêmicos e ajudando-os a resolvê-los, ou proporcionando atividades em grupo, em que aqueles que estiverem mais
adiantados possam cooperar com os que tiverem mais dificuldades. A relação professor-acadêmico é de grande importância
para o processo de aprendizagem em nível universitário, pois estabelece um elo de ligação e de comprometimento com a
construção do conhecimento. Embora a polêmico, não é difícil constatar que o ensino se torna muito mais eficaz quando os
alunos de fato participam. Desta forma o Ensino Superior é desafiador, pois precisa ser inventado ou reinventado diariamente.
Para tanto, um dos requisitos é aproximar o conteúdo da vivência dos acadêmicos, envolvendo-os e comprometendo-os com a
disciplina. Democratizar o espaço da sala de aula, parte do pressuposto de que a prática pedagógica deve ser permeada pela
pesquisa, contribuindo de forma ativa para a descoberta e para o desenvolvimento de uma atitude de autonomia intelectual.
A disciplina de citologia é frequentemente apontada pelos estudantes como uma das mais difíceis de compreender,
principalmente por envolver conceitos, estruturas e funções celulares, considerados distantes da sua realidade. De acordo com
Amorim (2013) isto muitas vezes pode comprometer o aprendizado dos educandos que possuem dificuldades imaginativas. Os
autores destacaram a relevância dessa metodologia a partir dos melhores resultados obtidos com os modelos didáticos, bem
como o papel do professor enquanto facilitador do processo de ensino-aprendizagem, ainda mais em se tratando de conteúdos
abstratos como os que envolvem elementos microscópicos, como as células o que também foi observado nos resultados aqui
relatados.
Nos dias atuais, termos relacionados a genética como cromossomos, DNA e genes estão presentes constantemente na
mídia, se integrando no cotidiano da sociedade, contudo muitas das vezes, estes conceitos são compreendidos de forma
equivocada. Dentro deste cenário, a utilização de práticas que viabilizem o processo de aprendizagem desses conceitos de
maneira mais efetiva e dinâmica, pode contribuir na contextualização com temas discutidos na mídia. A produção de estruturas
tridimensionais ode auxiliou o discente a elucidar os conceitos de difícil assimilação. Resultados semelhantes foram
observados por Rivas et al. (2011), os autores verificaram que após a utilização de modelos e experimentos didáticos no ensino
de genética e bioquímica, ocorreu uma evolução sobre o aprendizado e motivação dos estudantes na compreensão dos
conteúdos abordados.
Existem, para comercialização, uma diversidade destes materiais, muitos deles representado, por exemplo, a molécula
de DNA com várias perspectivas de execução em salas de aula. Contudo, os modelos e jogos comercializados, em sua maioria,
são onerosos. Deste modo, uma possibilidade é a construção dos modelos pelos discentes, empregando materiais acessíveis e
de baixo custo, como apresentamos neste trabalho. Os conhecimentos na área da biologia molecular e da genética são de
natureza interdisciplinar e apresentam relação direta com o contexto social contemporâneo. O ensino destas disciplinas deve
assegurar aos alunos a evolução do pensamento crítico e a competência de assumir opinião sobre temas divergentes como
transgênicos, o uso de células-tronco embrionárias, clonagem, reprodução assistida, bem como permitir que o discente
empregue os conhecimentos construídos no cotidiano e consiga discernir os princípios básicos que conduzem a hereditariedade
para que entendam como são transmitidas as características, compreendendo mais satisfatoriamente a biodiversidade presente
no planeta.
Freire (2014) afirma a possibilidade da utilização de maquetes em diversos níveis da educação, desde o ensino
fundamental ao ensino superior. Considerando o exposto, o processo de ensino-aprendizagem nessa área deve incluir recursos
metodológicos capazes de possibilitarem as várias interpretações espaciais que, segundo Rodrigues et al. (2004), são
necessárias para que o aprendiz compreenda os processos embriológicos. Westphal e Pinheiro (2004), relacionando
modelização e realismo científico, também defendem que para o desenvolvimento do ensino nesta área, há necessidade da
construção de imagens “verdadeiras” da realidade (modelos). Os conteúdos de Embriologia justamente envolvem tal dimensão,
além de demandarem conhecimentos prévios referentes, por exemplo, à divisão e diferenciação celulares. Para Yamada et al.
(2006), as mudanças morfogenéticas que caracterizam o desenvolvimento pré-natal humano são complexas e, portanto, a

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compreensão de sua dinâmica requer a visualização das estruturas embrionárias em, pelo menos, três dimensões (3D).
Considerando o exposto, os modelos didáticos tridimensionais podem atuar como importantes ferramentas facilitadoras do
processo de ensino e aprendizagem acercado desenvolvimento embrionário humano (Oliveira, et al., 2012; Aversi-Ferreira, et
al., 2012). Assim, percebe-se a efetividade dessa ferramenta para o desenvolvimento de temas relacionados ao ensino das
ciências, em especial à disciplina de Biologia do Desenvolvimento.
Na Biologia Molecular em quase todos os conteúdos, entrelaçando-se e complementando-se. Apesar de não ser de
competência da Biologia explicar a estrutura química das diversas moléculas que compreendem o sistema biológico, mas sim a
função, o modelo em questão é que pode ser utilizado como um material de apoio dentro das aulas, como uma representação
visual e palpável de uma biomolécula que é essencial para o funcionamento do organismo. Reconhecendo também a
importância da construção de modelos físicos em 3D de biomoléculas, Beltrame et al. (2017) ofereceram um guia sobre o
design digital e a fabricação física de modelos de biomoléculas para a impressão 3D, que pode ser utilizado no âmbito da
pesquisa ou no campo pedagógico. Essas biomoléculas podem contribuir de forma muito significativa no ensino sobre ácidos
nucleicos e síntese proteica porque servem de apoio sensorial que complementam os conceitos, que são muitas vezes de difícil
compreensão. Porém, essas ferramentas, apesar de serem tecnologias educacionais que trazem grandes benefícios para a
educação, excluem alguns alunos, principalmente os que possuem necessidades especiais visuais, tornando-se necessária a
materialização das estruturas.
Na Citologia, dentro do universo microscópico, a diversidade de artigos envolvendo construções de modelos
relacionados pode ser entendida devido aos seguintes fatores: 1) a célula ser a unidade viva do organismo, e por isso é
imprescindível a compreensão da morfologia e funcionamento celular; 2) a célula ser uma estrutura microscópica, portanto,
imperceptível a olho nu; 3) a dificuldade de muitas unidades de ensino em realizar atividades práticas, de visualização celular,
em virtude de ausência de laboratório, equipamentos como microscópio, e materiais necessários para experimentação, como
lâminas e corantes (Orlando, et al., 2009). Mas, de qualquer forma, laboratórios que possuem microscópio óptico e que
possibilitam a observação da estrutura de células animais e vegetais são limitados à morfologia, pois as organelas não são
visíveis através do microscópio óptico. Isso demonstra a necessidade de construir modelagens de células, na sua totalidade,
para tornar mais real, palpável e visível a estrutura que é a base de todo ser vivo. Dentro dessa temática, Michelotti e Loreto
(2019) utilizaram massa de biscuit para a confecção de células humanas em 3D (célula muscular, neurônio, hemácia, plaqueta
e célula epitelial). Apesar de o foco desse estudo ter sido o público com deficiência visual, a modelagem pode ser utilizada por
todos os alunos, com e sem deficiência.
Perry et al. (2017) e Augusto e colaboradores (2016) utilizaram a técnica de impressão 3D para reconstruir diversas
amostras biológicas, e segundo os autores, a compreensão da morfologia tridimensional de uma amostra biológica
microscópica é um pré-requisito para o entendimento funcional da biologia celular, desenvolvimento e crescimento de tecidos.
Como dificilmente é possível obter amostras histológicas para visualização celular nas aulas de Biologia, esses modelos
supririam a ausência dos materiais como um bom recurso didático. Considerando que as células do corpo humano não são
visíveis e nem palpáveis, é certo que a possibilidade de as tornar apreciáveis aos órgãos sensoriais, materializando aquilo que é
invisível, torna o ensino muito mais eficaz, podendo elevar o nível de aprendizado do aluno (Turner, et al., 2017). Os modelos,
bem como qualquer outro tipo de material didático, servem como ferramentas auxiliares ao livro, que ainda é o recurso mais
utilizado neste segmento para explorar os conteúdos.
Os modelos didáticos podem auxiliar de forma substancial no processo de ensino e aprendizagem de outros conteúdos
biológicos, pois permitem que os alunos tenham uma visão tridimensional e concreta dos conceitos biológicos, diferente das
imagens planas dos livros didáticos. Além disso, mostrou-se uma estratégia metodológica diferenciada e de baixo custo, que
poderá ser utilizada independentemente dos recursos disponibilizados em instituições de ensino. Diante do atual cenário, em

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que se vivenciam experiências de aulas remotas, o uso de tais metodologias pode auxiliar no dinamismo das propostas,
motivando os alunos e envolvendo-os na temática discutida. Todas as ações contribuem para o desenvolvimento de uma
aprendizagem significativa, mesmo fora do ambiente escolar (estrutura física), em ambientes de sala de aula virtual. Desse
modo, conforme Orlando et al. (2009) e Augusto et al. (2016), modelos biológicos tridimensionais são utilizados como
facilitadores do aprendizado, permitindo que o estudante manipule o material, complementando o entendimento do conteúdo
escrito e as figuras dos livros-texto. Em revisão de 161 artigos em diferentes áreas, que englobam a área das Ciências
Biológicas / Biomédicas, como a Biologia, a tratativa no ensino superior apareceu nos cursos de Veterinária (Michelotti &
Loreto, 2019; Santos, et al., 2019), Medicina (Ratinam, et al., 2019) e Odontologia (Massari, et al., 2018), bem como em outras
áreas do conhecimento, como a Química (Sampaio, et al., 2019) levando-se em consideração a relevância dos modelos como
uma ferramenta didática que atenda ao componente curricular da Biologia. Apesar das diversas metodologias adotadas por
diferentes autores visando utilizar produtos físicos 3D que atendam às várias necessidades dentro das áreas do conhecimento, a
finalidade deste estudo é avaliar os produtos e sua aplicabilidade no ensino de Biologia, independentemente da tecnologia
utilizada para a confecção dos modelos e da prática pedagógica adotada.

5. Conclusão
Observou-se com esse relato de experiências a excelente interação e a participação dos alunos nas atividades
desenvolvidas. Foram obtidos 14 modelos biológicos, sendo notável a predominância de modelos sobre células. Concluiu-se
que o ensino de Biologia à luz das metodologias ativas contribui sobremaneira para a ressignificação do trabalho docente
visando melhor desempenho dos estudantes em relação ao processo de ensino e aprendizagem. Além disso foi uma alternativa
às aulas práticas que estavam inviáveis no período da pandemia.
A implantação de atividades práticas é eficaz no entendimento da didática teórica como formação complementar ao
graduando de Ciências Biológicas e Biomedicina. A partir delas os discentes souberam aplicar os conceitos de maneira mais
clara, objetiva e, desenvolver novas aplicações aos conceitos básicos das disciplinas. Com isso, defende-se a ideia de que os
modelos didáticos devem merecer um espaço mais amplo na prática docente por se tratar de uma estratégia que motiva e
agrega aprendizagem de conteúdo ao desenvolvimento acadêmico. Cabe ressaltar que os modelos didáticos não devem ser
substitutos de outros métodos de ensino, mas devem servir como auxílio para os alunos que usufruem, como recurso didático
para o seu aprendizado.
Tendo em vista a dificuldade de se ensinar algumas disciplinas da área de Biologia e da preocupação em desenvolver
metodologias e estratégias alternativas de ensino, jogos e modelos didáticos surgem como possibilidade para o aprimoramento
do processo de ensino e aprendizagem, de acordo com o baixo custo para sua confecção e da sua eficiência e capacidade de
proporcionar uma maior assimilação dos assuntos abordados. Diante de todo exposto, considera-se que os modelos didáticos
são instrumentos sugestivos e que podem ser eficazes na prática docente diante da abordagem de conteúdos que, muitas vezes,
são de difícil compreensão pelos estudantes. Como sugestão de trabalhos futuros, recomenda-se a aplicação de metodologia
ativas em outras disciplinas do ensino superior.

Agradecimentos
Aos discentes que realizaram o trabalho proposto nas disciplinas com empenho e dedicação.

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