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O valor da decisão

MECANISMOS DE DEFESA

O valor da decisão

Compilação de
Felix J Lescinskiene

Publicação desenhada para ser lida


também em dispositivos móveis.

2014

Créditos na ultima pagina

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O valor da decisão

O valor da decisã o

É necessário que eu me conheça?


Por quê?
Para quê?

A princípio, parece que a vida está


transcorrendo de forma produtiva e nã o há
motivo para qualquer preocupaçã o, ou seja,
que maravilha! A vida é o que é! Ainda há
tempo para (“o depois”).

Quando estiver pronta, vou tomar novos


rumos, vou me conhecer. Contudo, a vida se
impõ e, e torna-se impossível nã o traçar “uma
diretriz” para sair da gama de mú ltiplas
opçõ es.

Entã o se percebe que tantas oportunidades


parecem existir, mas continua-se no lugar
onde sempre se esteve. Oh! Céus... Um dia
encontro um caminho para mim! A vida
segue...

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O valor da decisão

Perpetua a sensaçã o da ausência de um


sentido que justifique a inércia, a ilusã o de
uma busca... A busca... Do quê?

Talvez, num primeiro momento, a busca seja


só uma tentativa de convencimento de que se
está atuante. Porém, o apego ao sei lá o quê,
mantém a vida exatamente imó vel, fixa ao
provisó rio.

É a auto sabotagem mais convincente que o


nosso inconsciente concebe. Ainda bem que
existe “o destino”, este nã o obedece a normas
e ignora as leis dos homens. Quando se
apresenta, nã o demora nada, para se instalar
e cobrar seu ô nus.

Tudo o mais vem definitivamente


encabeçando o cará ter provisó rio da vida.
Resta saber o quê, entã o, pode-se fazer! Mais
tempo, mais tempo, você pede em vã o,
enquanto o seu esforço consiste em nã o
racionalizar seus desejos, você diz a si
mesmo, “está bem assim”. Será isso mais um
distanciamento do caminho para a escolha da

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O valor da decisão

vida almejada? Sempre que se tem a sensaçã o


de que agora é o momento da escolha certa,
apenas parece ser, porque novamente as
dú vidas atrapalham a tarefa de decidir, de
anular outras chances de escolha. O caminho
nã o transcorre de forma afiançá vel, nã o
promove quaisquer benefícios, o lugar ou o
espaço ainda sã o os mesmos, e de tã o familiar
apresenta-se como uma expressã o de vida
confortá vel e, assim, como uma aparente
nova realidade. Contudo permanece no
processo de crença, no qual a razã o nã o
impera, está fora dessa questã o, a da
validaçã o de uma perspectiva futura, com
dados concretos, objetivos, tais como: - dois
mais dois sã o quatro estes dados parecem
longínquos desse resultado tã o objetivo.
Perceber sua vida é ganhar consciência da
maneira como é conduzida, é encontrar a
saída, mas, se preferir viver na constante
espera de situaçõ es que venham a lhe
permitir dispor de condiçõ es, para sua
libertaçã o, poderá se esquecer de quem é, e
se ocupar com os desejos de outrem, ouvindo
indubitavelmente o outro a lhe dizer o que

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O valor da decisão

deve ou nã o fazer. Dificilmente decidirá o que


quer pra si. Pensar sobre si mesmo é forçar-
se a cumprir suas pró prias exigências. O que
falta para criar asas e voar? Eu vou dizer: -
perder o medo de se perceber como é. Nã o
irá adiante enquanto nã o se cansar de ser o
que nã o é. Pra que mentir pra si mesmo. Por
quanto tempo mais, irá aguentar esta
condiçã o? O preço é bem alto, a vida é uma
ciranda que nã o espera para libertar quem
nã o faz nada para entender que é preciso
trabalhar seus medos, conflitos, inseguranças
e pô r fim à s suas amarras. Sã o notó rios os
projetos inacabados, tarefas ininteligíveis e
indignas, tornando-se barreiras
intransponíveis para o progresso dessa
existência. Perguntar-se quais sã o os projetos
inacabados e intransponíveis é um simples
exercício. Sim, é um simples exercício, mas
que talvez tenha o poder de mudar esses
mesmos percursos tidos como impró prios. É
possível que tais projetos possuam facetas
valorosas capazes de mobilizar os recursos
verdadeiros e abrir novos horizontes, mas há
ainda um longo caminho a ser trilhado até

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O valor da decisão

seu adequado reconhecimento. Para aquele


que nã o está habituado com o processo de
tomada de decisã o, nã o sabe o que fazer para
erguer a bandeira do sim ou do nã o. Custa-
lhe muito escolher entre o certo ou o errado,
custa-lhe vencer o poder da paralisia. Como
ocorre com pessoas que levam suas vidas na
inconsciência de seu poder de decisã o, nã o é
de admirar que nã o estejam aptas a pensar
na possibilidade de novas escolhas. A vida se
arrasta sem deixar lugar para atitudes
concernentes. Quem pode mais, faz menos,
ou, será que me engano? Essa é a temá tica
que leva a uma reflexã o bastante construtiva.
Parece que ninguém gosta de perder tempo
praticando seus potenciais, ou melhor, julga
que isso é perda de tempo. As atitudes nã o se
alteram sem muito trabalho ser feito. Para
lapidaçã o é necessá rio muito empenho e
determinaçã o. Por isso é mais razoá vel
eximir-se de todo o complexo de culpa, assim
como é mais fá cil ir ao Shopping Center
comprar, comprar, seja lá o que for, traz
alívio e bem estar. Qual é o seu valor? ...
“Pense bem”. A busca pelo caminho da

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sinceridade é longa, talvez maçante, nem


sempre possuem atrativos, pois ela requer
paciência e coragem. Aquele que se quer bem,
faz por onde e vai além, nã o importa o quanto
terá que se desdobrar para vencer suas
limitaçõ es e chegar aonde quer chegar. É
prová vel que nem todos tenham facilidade
em agir assim, é menos complicado para os
que já têm consciência, ou uma
semiconsciência de suas potencialidades.
Costumo dizer que todo aquele que tem
consciência executa a açã o, nã o se prende a
limites ou entraves, nesta condiçã o, já é livre
de condicionamentos. É preciso também
submeter seus desejos à razã o e transformá -
los em dados reais, ou seja, colocar em
prá tica suas idealizaçõ es, nã o se ocupar
simplesmente com fantasias e deixar ao
acaso suas responsabilidades. Deve
aproveitar as oportunidades que se
apresentam e se satisfazer com suas açõ es
concretizadas. A frustraçã o cede lugar à
autorrealizaçã o. “Quem pode, pode”! Assim
diria aquele sujeito que nã o se concebe
autossuficiente para encarar a insolidez de

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O valor da decisão

suas atitudes. Difícil organizar a vida quando


nã o existe equilíbrio entre a fantasia e a
realidade, ou melhor, quando se mistura
dados insuficientes de realidade com excesso
de devaneios. E o que é um devaneio senã o a
necessidade de sonhar-se acordado, talvez,
como gratificaçã o pela inexistência de
objetivos mais conscientes?

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