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<br><br><u>Capítulo 6</u>

<br> <br><b> [Ludmile’s Pov]</b>


<br><br>Estava na aula de Francês, junto a James, que fizera questão de se sentar ao
meu lado. Judd que chegou logo depois e me fuzilou, se sentando do outro lado,
arrastando a carteira com agressividade. As aulas de francês são feitas em grupos de três
e parecia-me super divertido quando fazíamos: eu, Julia e um dos meninos. Mas esse ano,
a coordenação resolveu brincar com meu humor e separou-me de meus amigos em muitas
aulas. E ainda para ajudar, meu ‘amigo’ Harry estava bronqueado. Meu bem, hoje vai ser
um dia daqueles.
<br>O professor passou a lição tranquilamente explicando a atividade com paciência e
ditando num francês perfeitamente convincente as regras. Seria uma aula comum de
conversação entre o grupo. Tudo que eu não precisava: conversar.
<br>-Acho que depois de me ouvir falando francês, você irá se apaixonar, cuidado –
James sussurrou em meu ouvido. Parece que não importa que conversa ele e  Judd
tiveram depois de saírem do Milk’s, só sei que não devia tratar-se de tomar distância de
mim.
<br>-E eu acho que você tem apenas que tomar cuidado – Fiz um aceno de cabeça para
Judd que estava sentado olhando para frente com cara de emburrado batendo o lápis na
mesa.
<br>James virou a cabeça para trás numa risada exagerada e charmosa. Sorri num ato
inevitável, ele podia estar prestes a morrer, mas ainda era divertido. Harry limpou a
garganta e murmurou:
<br>-Acho bom começarmos. Provavelmente esse merda vai dar nota por participação em
aula.
<br>Eu e James nos viramos para ele, um pouco impressionados com o tom de ódio. Ele
sorriu olhando-me nos olhos como se dividíssemos uma boa piada. Desviei o olhar
corando. Como esse homem faz isso? O mistério da humanidade.
<br>-Êtes-vous prêt? (Você está pronta?) – Judd perguntou arqueando uma sobrancelha
como se perguntasse “você tem certeza que vai se apaixonar por ele, depois disso, depois
de mim?”
<br>-Bien sûr, je suis (Claro, eu estou) – respondi meio zonza. James fez uns ruídos, mas
eu estava um pouco hipnotizada com uma imensidão azul que me transmitia calma e
aflição ao mesmo tempo, essa imensidão chamada “olhos de Harry’’.
<br>Começamos a fazer o exercício do livro que instruía-nos a falar sobre nossas férias.
Limpei a garganta e li: “Comment étaient vos vacances?” (Como foram as suas férias?).
Harold fez menção de responder, mas antes disso James disse:
<br>-lls sont allés trop vite. (Elas passaram muito rápidas)
<br>-Já as minhas... Très lente (Muito lentas) – sussurrou Harry em meu ouvido.
<br>-Que, Harry? Não te ouvi... – disse James fazendo careta ao ver nossa aproximação.
<br>-Não era para ouvir mesmo... – Respondeu-o Judd.
<br>-Et le mien étaient fascinants, je suis allé à Paris (E as minhas foram fascinantes, fui à
Paris) – eu disse.
<br>-Todos sabem <SCRIPT>document.write(Gabriela)</SCRIPT> – respondeu em tom
monótono – por isso minhas férias foram uma merda.
<br>-Ah, então você disse isso? – James perguntou – Não pareceram lentas quando
saíamos com aquelas meninas...
<br>-Cala a boca, não te bato porque tenho um mínimo de consideração por você – Judd
respondeu.
<br>-Er... Meninos... – tentei interromper.
<br>-Ah me poupe Judd, tem é medo de apanhar na frente da Ludmile – Revidou James.
<br>-Garotos...? – chamei-os enquanto eles desviavam de mim para poder manter um
contato visual amedrontador – Já deu.
<br>Ambos olharam para mim como se eu tivesse acabado de surgir ali. Olharam para
baixo e começaram a responder as questões propostas.
<br>-Boiola – murmurou James.
<br>Senti um empurrão muito forte vindo da esquerda onde Harry se sobrepunha em
cima de mim, tentando alcançar James.
<br>Todos na sala nos olhavam em choque e nada que eu fizesse ia melhorar nossa
situação constrangedora. O professor estava fora da sala chamando uns alunos que
mataram sua aula.
<br>- BOIOLA? – disse Harry num sussurro contido e pouco comedido – Você vai ver a
marca que o boiola vai fazer na sua cara.
<br>-Vem Judd, é só o que eu to querendo. Uma surra bem dada em você, para cantar de
galo para cima da menina da qual você acabou de levar um fora – disse James mais alto
do que o recomendável. Abaixei a cabeça, roxa de vergonha.
<br>-Me dá dois segundos. Vou te ensinar a não mexer com garota dos outros, muito
menos a minha – Harry disse enquanto me empurrava com força –
<SCRIPT>document.write(Gabriela)</SCRIPT>, que merda, me solta.
<br>Eu segurava seu braço com força, em choque com suas palavras um tanto
monopolizadoras, em relação a mim.
<br>-Nem louca que eu vou te soltar – eu o olhava seriamente – Senta essa bunda na
cadeira antes que os dois se ferrem – mandei.
<br>Ele se sentou e James também no exato momento em que o professor voltou à sala e
nos olhou com um ar autoritário. Ambos abaixamos nossas cabeças, disfarçando, o que me
pareceu muito bem, pois o professor apenas seguiu para avaliar o trabalho dos outros
grupos.
<br>A sineta tocou e eu me levantei lentamente. Olhei para James que me fez uma cara
de desaprovação, como se eu não devesse existir, não naquele momento, não entre eles.
<br>-Vai à frente, tudo que vocês tiverem para resolver, vocês resolvem fora da escola –
disse em tom baixo, pois não precisava de mais atenção em mim.
<br>-Certo – ele respondeu carrancudo e se inclinou para me dar um beijo de despedida.
Desviei minha boca e dei-lhe a bochecha recebendo um beijo simples. Ele saiu andando
ainda mais zangado. Virei-me para Judd, assim que a sala estava vazia, esse que guardava
suas coisas, socando-as com ódio dentro da mochila. 
<br>-Harry? – chamei-o encostando em seu ombro para que ele se virasse para mim.
<br>- O que foi? – ele disse, virando-se abruptamente – Qual o problema agora?
<br>-Nenhum – respondi olhando em seus olhos azuis, ardentes.
<br>-Então... – ele falou com um ar de tédio e pressa.
<br>-Nada demais – respondi envergonhada – Só acho que você e James, realmente não
deviam ficar de briguinhas.
<br>-Não é uma briguinha – ele responde com ar voraz.
<br>-Mas... – tentei continuar como boa-moça, a que quer acalmar os ânimos. Apesar de
ter esse dois lindos brigando por mim seja simplesmente extasiante.
<br>-Não tem nada de ‘inho’ nisso. Ele está querendo se aproveitar da nossa briga.
<br>-Judd, nós terminamos... – fiz uma expressão de confusão.
<br>-Isso não quer dizer que ele tenha o direito de se aproximar de você – Ele declarou.
<br>-É claro, que se eu quiser...
<br>-E também não quer dizer que você não é mais minha – Ele disse sem desviar seus
olhos dos meus. Abri minha boca para falar algo e nada saiu.
<br>Ele sorriu vitorioso. Continuei a encará-lo com desdém. Seu rosto se aproximou do
meu e sua mão subiu até minha nuca. Sua boca encostou-se a meu pescoço em um
movimento rápido, o qual era impossível impedir. Pois ele estava certo. Eu era quase que
totalmente dele. Mas só seria totalmente mesmo, quando ele fosse inteiramente meu. 
<br>Ele me beijou no pescoço durante alguns minutos me provocando calafrios enquanto
minha mente vagava a todos os lugares e pessoas possíveis. Eu tinha de achar uma saída,
um jeito de evitar Harry até ele perceber que ele que não tinha saídas. Eu era a única para
ele, e ele tinha que admitir isso. Mais para si do que para mim.
<br>Empurrei seu peito e ele só obedeceu, pois ainda não estava muito empolgado. Seus
olhos buscaram em meu rosto o motivo do afastamento, e como se uma mensagem
silenciosa fosse trocada em nosso olhar ele me soltou e colocou as mãos no bolso.
<br>-Eu sei o que você quer que eu faça, mas achei que ambos tínhamos combinado de
que ia ser um relacionamento aberto, que isso não influenciaria no que nós temos. Que eu
não ia pegar no seu pé, nem você no meu.
<br>Broxante isso, mas ok.
<br>-Eu sei... – respondi.
<br>-Mas...? – ele pressionou.
<br>-Não sei bem Harry – disse relutante – Eu também aprovo nosso acordo, eu gosto da
liberdade...
<br>-Não gosta é da minha liberdade, né? – ele perguntou com um sorrisinho – Por que
sabe, eu não gosto da sua.
<br>Olhei-o pasma. Tínhamos um grande problema em nosso acordo. E sabíamos disso.
<br>Dei alguns passos para trás antes que me deixasse levar por aquele homem lindo e
apaixonante, como sempre fazia.
<br>-Tenho que ir – disse e me virei, correndo até o pátio do colégio e respirando o ar
sem seu perfume, antes de enlouquecer.
<br>James passou por mim com seu grupo de amigos, o grupo de Judd. Todos sorriram
maliciosos para mim, dali acho que acabei me aproximando demais, ou seja, acabei
pegando uns cinco, e o grupo não era tão grande. Isso não me fazia sentir-me tão mal,
pois eu nunca fingi que era boazinha. E só ficava com aqueles garotos quando brigava com
Judd. Não, desculpa, culpa não é meu forte. Mas vergonha eu tinha, ainda mais ao
imaginar o que aquela gangue falava de mim. Olhei-os com desconforto e acho que me
interpretaram mal, pois todos disseram em um tom meloso e sugestivo:
<br>-Oi <SCRIPT>document.write(Gab)</SCRIPT>.
<br>Assenti em resposta me sentindo um pimentão. 
<br>-Oii meninos – respondeu Harry, no mesmo tom, debochando dos garotos.
<br>Todos o olharam com medo. Sim, medo. Você já viu o tamanho daqueles braços?
<br>Ele soltou uma risada alta e me deu um beijo na bochecha. Momento Harry marcando
território. Revirei os olhos e saí de perto deles. Isso não ia dar muito certo. James e Judd
que se virassem, eu não ia apartar briga.
<br>Encontrei Julia e Fletcher no banco perto da saída ambos me esperavam para ir
embora. Ambos sorridentes. Sorridentes demais para um primeiro dia de aula.
<br>-O que vocês aprontaram? – perguntei arqueando as sobrancelhas.
<br>-Nada demais, e ai o que o Judd aprontou? – perguntou Tom num tom sarcástico. 
<br>Olhei para os dois, eles já sabiam. <SCRIPT>document.write(Jú)</SCRIPT> se
levantou e passou o braço em meus ombros.
<br>-Olha o lado bom, eu estava certa de novo: você vãos voltar, e Judd é
completamente apaixonado por você. 
<br>-Parabéns, <SCRIPT>document.write(Júlia)</SCRIPT> – murmurei enquanto
Thomas se juntava a nós.
<br>-Não <SCRIPT>document.write(Gab)</SCRIPT>, parabéns você, por causar tanta
discórdia entre os garotos dessa escola – ele disse riu e piscou.
<SCRIPT>document.write(Júlia)</SCRIPT> riu enquanto Thomas colocava as mãos no
bolso. Logo um cheiro parecido com problema surgiu no ar, o perfume de Harry.
<br>-Olá garotos – ele chegou ao grupo quando estávamos prestes a sair da escola.
<br>-Olá senhor Malvado – respondeu Julia.
<br>Tom e Harry riram e todos começaram a me encarar.
<br>-Que é? Que foi? – disse incomodada.
<br>-Nada! – todos responderam num tom cúmplice.
<br>E sim, tive de aturar isso até o portão de casa.
<br> <br><b> [<SCRIPT>document.write(Zini)</SCRIPT>’s Pov]</b>
<br>Desci as escadas com o meu tênis Asos Mortimer branco nas mãos, para não
despertar a atenção de minha mãe, que está lendo em seu quarto. Ela não havia deixado
<SCRIPT>document.write(Gab)</SCRIPT> nem Harry nem ao menos Tom vir aqui. Nem
meu namorado! O que ela tanto gosta e admira. Mais que sua própria filha.
<br>Bom, é uma daquelas épocas. Ela se tranca no quarto e se lembra de papai. Papai,
até parece que posso chamá-lo assim. Pelo meu ponto de vista, nunca tive um pai. A não
ser que um bêbado que bate na sua mãe conte. Mas não foi sempre assim, não que eu me
lembre dessa época, eu era muito pequena. Mas, de qualquer jeito, minha mãe se excluía
do mundo quando essa saudade batia e não há nada que a distraia. Mas há várias coisas
que a irritam, então eu tenho de sair escondido para tomar um sorvete com a minha
amiga.
<br>O sol não estava tão quente e a brisa era fresca, fazendo minha saia branca levantar
um pouco, mas não o suficiente para eu me importar. Como minha casa era mais no
centro da cidade e não era afastada como a da
<SCRIPT>document.write(Gab)</SCRIPT>, caminhei lentamente até o carrinho de sorvete
que havíamos combinado de nos encontrarmos.
Havia dois garotos conversando e tomando sorvete perto do carrinho, um ruivo alto de
olhos verdes e um com cabelos cor de mel, alto e de olhos castanhos. Ouvi-os sussurrando
quando me aproximei deles, mas apenas fiquei pensando se queria um sorvete de
morango ou chocolate.
<br>-Quero uma casquinha de morango, por favor – pedi e sorri.
<br>-Nem me esperou <SCRIPT>document.write(Júlia)</SCRIPT>! – ouvi a voz de
<SCRIPT>document.write(Gabriela)</SCRIPT> atrás de mim.
<br>-<SCRIPT>document.write(Júlia)</SCRIPT>?! – o garoto ruivo se virou para mim
com um sorriso surpreso no rosto. <SCRIPT>document.write(Gab)</SCRIPT> já ficou de
olho no outro garoto com os cabelos mel.
<br>-Brad?! – o nome surgiu em minha boca antes mesmo de eu reconhecê-lo. Ele
concordou com a cabeça – Ai meu Deus! Quanto tempo!
<br>-Uau, <SCRIPT>document.write(Zini)</SCRIPT>, obrigada por nos apresentar...
Educação é uma das suas melhores qualidades - minha querida amiga que não calava a
boca comentou sarcasticamente.
<br>-Brad, essa é <SCRIPT>document.write(Gabriela)</SCRIPT> Ludmile, minha melhor
amiga – ela sorriu – E <SCRIPT>document.write(Gab)</SCRIPT>, este é Brad Chulk, eu
estudei com ele quando era mais nova.
<br>-Aaah!! Este é o Brad que você...
<br>-<SCRIPT>DOCUMENT.WRITE(NOME.TOUPPERCASE(GAB))</SCRIPT>! – gritei
tentando não entrar em pânico. Só porque eu ainda tinha uma queda pelo ruivo que foi o
meu primeiro beijo.
<br>-Prazer – Brad disse e depois bateu amigavelmente nas costas do amigo – E esse
aqui é Nicholas Perry.
<br>Nós trocamos sorrisos amigáveis enquanto Ludmile devorava o garoto com o olhar.
<br>-Vocês estão esperando mais alguém? – Nick se pronunciou pela primeira vez e sua
voz era grossa e firme.
<br>-Não, não estamos esperando ninguém – Gab sorriu charmosamente e agarrou o
braço do menino, arrastando-o pelo parque. Lá se vai a ‘tarde de amigas’. A garota até
esqueceu-se do sorvete.
<br>Olhei para Brad e ele sorria gentilmente para mim. Meu deus, aquele sorriso. Eu
lembro como se fosse hoje, afinal, ele ainda me assombra quando eu fico muito pensativa.
Pensando bem, é bem parecido com o que acontece com mamãe.
<br>Eram férias de verão, quatro anos atrás. Eu e minha mãe estávamos em um almoço
com várias famílias importantes da cidade. <SCRIPT>document.write(Gab)</SCRIPT>
estava viajando, como sempre, então eu estava sozinha. Não tinha a menor vontade de
ficar sentada e ouvindo minha mãe fingir saber sobre como cuidar das finanças.
Francamente, até hoje nem sei como ela o faz. Então eu fui dar uma volta, afinal, aquela
fazenda era linda. Havia um lago um pouco afastado, e eu fui naquela direção. Queria me
afastar de tudo, não era um dia muito bom. Eu havia brigado com Harry e Tom não falava
comigo. Sentei-me na beira do cais, ao lado havia um barco, mas eu não seria tão ousada.
<br>Senti alguns passos atrás de mim e meu coração acelerou só de pensar que seria
minha mãe vindo me dar uma bronca, mas era um garoto ruivo, com a pele tão branca
que poderia ser confundido com um albino, mas suas bochechas estavam rosadas. Os seus
olhos verdes brilharam para mim e eu o reconheci da escola: era Brad Chulk, filho do
prefeito. Eu havia conversado algumas vezes com ele, mas nada muito íntimo. Ele era
meramente um colega de classe.
<br>-Oi – ele disse timidamente. Ele nunca deixou a impressão de ser tímido, então eu
fiquei surpresa.
<br>-Oi, Brad – ele sorriu ao ouvir seu nome, e eu pude ver sua verdadeira face aparecer
com um sorrisinho um tanto malicioso – Essa é sua casa?
<br>Ele concordou com a cabeça, olhando em volta. Nem parecia ligar que possuía
praticamente metade do dinheiro da cidade. Ficamos em silêncio e por um momento eu
achei que ele provavelmente estava considerando ir embora, mas então ele disse:
<br>-Cadê seus amigos? – seu olhar era curioso, sem julgamentos ou desprezo. Ele era
um cara legal. E lindo.
<br>-<SCRIPT>document.write(Gabriela)</SCRIPT> está viajando, e Tom e Harry... – eu
não sabia o que falar, Harry não era pobre, mas também não era rico o suficiente para
estar aqui. Tom era, mas estávamos brigados e ele nem sequer deu as caras.
<br>-Não estão aqui, entendi – ele completou minha frase percebendo que eu me sentia
desconfortável.
<br>Nossos olhares se encontraram e veio o silêncio novamente. Mas não era um silêncio
chato, pois nós apenas sorríamos um para o outro. Eu mal percebi que ele estava tão
perto, pois estava reparando em seus lábios vermelhos, aqueles que sorriam abertamente
pra mim.
<br>-Então... – voltei à realidade, pois seu perfume despertou meu interesse.
<br>-Então... – ele repetiu, rindo um pouco da minha cara boba – Você e aquele loirinho
estão...
<br>-Juntos? – desta vez eu completei sua frase. Pensei no assunto. Eu e Tom? Não fazia
o menor sentido. Não naquela época, pelo menos – Não, não estamos.
<br>-Hm – ele olhou em meus olhos, procurando algum indício de mentira no que eu
havia falado. Pelo jeito não encontrou nenhum – Que bom.
<br>-É – concordei sem saber muito bem com o que concordava, pois sua cabeça já se
inclinava em minha direção, e seus olhos olhavam descaradamente minha boca.
<br>Seu lábio encostou-se ao meu e eu senti meu estômago fazer uma festa. Sua língua
molhou meu lábio inferior, e eu sem muita certeza, abri passagem. Minha língua foi ao
encontro da sua, num ato meio que automático, e quando elas se encontraram, eu o senti
sorrir ao mesmo tempo em que ele massageava minha nuca com a sua mão.
<br>Minhas unhas se cravaram em sua camisa enquanto eu me empolgava com o beijo.
Bom, o que eu podia fazer? Era o meu primeiro e estava sendo muito bom. Mas nossas
bocas se separaram quando nós dois percebemos que precisávamos de ar.
<br>Sua mão permaneceu em minha nuca e ele encostou sua testa na minha, com um
sorriso satisfeito no rosto. Meu coração estava quase saindo pela minha boca e eu tinha
uma impressão de que podia ouvi-lo batendo fortemente contra meu peito.
<br>Brad beijou-me novamente, mas desta fez foi apenas um selinho demorado. Ele se
desgrudou de mim e acariciou minha mão, que agora estava encostada no chão do cais.
<br>Senti seu olhar sob mim, mas meu rosto começou a enrubescer e eu olhei para o lago
a minha frente. Ele deu uma risadinha, e eu limitei-me a apenas sorrir. Olhei para trás
rapidamente, evitando o seu olhar, e vi as pessoas na mesa se levantando e se
despedindo. Era melhor eu ir até lá antes que minha mãe venha até onde estou. As
perguntas iam começar e nós íamos começar uma briga que não seria boa para a nossa
imagem.
<br>-Eu tenho que ir – avisei enquanto me levantava. Limpei minha saia azul clara
enquanto Brad também levantava e olhava para a mesa longe de nós.
<br>-Quanta pressa... – ele comentou cínico, percebendo que eu estava com medo de que
nos vissem juntos. O que eu podia fazer? Já era difícil ter uma mãe tachada de vagabunda
pelo marido ser um bêbado e tê-la abandonado. Eu não podia deixar que eles me
tachassem também.
<br>-Olha, sinto muito, Chulk, mas você sabe como as coisas são aqui – cruzei os braços
numa maneira de defesa pessoal.
<br>-Eu sei <SCRIPT>document.write(Júlia)</SCRIPT> – ele se aproximou e encostou
sua boca em meu ouvido – Você não podia simplesmente falar que o beijo foi bom?
<br>-Convenhamos, Chulk, bom não foi – eu ri apoiando minhas mãos em seu ombro
delicadamente e também me aproximando de seu rosto – Foi muito bom.
<br>Essa era pra ser minha frase se efeito, pois eu dei as costas para Brad e comecei a
caminhar de volta a fazenda. Mas sua mão chegou ao meu pulso mais rápido, puxando-me
até si novamente e dizendo uma última coisa antes de me beijar:
<br>-Você não viu nada, <SCRIPT>document.write(Zini)</SCRIPT>.
<br>Um arrepio percorreu minha espinha ao lembrar-me desse dia, principalmente ao
lembrar que esse mesmo menino agora era um verdadeiro homem de 1.80 de altura, com
uns braços de morrer e um olhar ainda mais brilhante e hipnotizante do que eram antes
está ao meu lado, enquanto andamos rápido para podermos acompanhar
<SCRIPT>document.write(Gab)</SCRIPT> e seu amigo, Nicholas.
<br>-Mas, então Brad, onde você está estudando? – perguntei casualmente, mas com
uma pintada de interesse.
<br>-Eu nunca saí de Brighton High School – ele comentou – Eu estive viajando, e perdi a
primeira semana de aula.
<br>Isso fez meu coração pular uma batida, mas eu apenas continuei tomando meu
sorvete e fingi ter perguntado por educação.
<br>-Ah sim, por isso eu não te vi lá – olhei-o e lá estava ele com o mesmo sorriso
malicioso que ele havia me lançado há quatro anos.
<br>-Se eu tivesse ido você teria me visto porque sou muito irresistível, certo? – ele
brincou e eu senti meu rosto queimando.
<br>-Algo assim – falei baixinho, mas não o suficiente, porque ele me olhou desafiador.
<br>Eu não poderia continuar com isso, meu Deus, eu tinha o Tom.
<br>-Bom, vejo que você continua amiga de
<SCRIPT>document.write(Gabriela)</SCRIPT> Ludmile – ele riu.
<br>-De Harry Judd também – comentei olhando para o chão. Eu queria que ele falasse
sobre Tom, não que eu simplesmente expelisse um “Estamos namorando, só pra sua
informação”.
<br>-E de Tom Fletcher...? – ele deu um tom de continuidade a sua pergunta.
<br>-Tom é... Mais que um amigo – olhei receosa para Brad, mas ele tinha um olhar
impassível. Um muro que não deixava nenhuma emoção passar. Mas que emoção ele
teria? Nós apenas nos beijamos... O que eu tenho com Tom é sólido, duradouro. O que eu
tive com Chulk foi coisa do momento, passageira.
<br>Passageira até eu começar a namorar Tom.
<br>É, que seja, eu tive um meio relacionamento com Brad. Era como
<SCRIPT>document.write(Gab)</SCRIPT> e Harry, só que menos sério. Nós apenas nos
encontrávamos de vez em quando para botar o assunto em dia. Bom, você entende o que
eu quero dizer quando digo assunto.
<br>Mas, de qualquer jeito, foi por pouco tempo.
<br>-Ah, é? Por quanto tempo? – ele deu um sorriso um pouco falso.
<br>-Dois anos... – eu estava me sentindo cada vez mais estranha falando disso com
Brad, então tentei mudar de assunto, falando sobre como estava à família, pra onde ele
havia viajado, e coisas assim.
<br>Sentamos-nos em um banco em uma sombra com uma brisa gostosa batendo em
nossos rostos. Ele não tentou nada e não deu em cima de mim, porém ficou dando aqueles
sorrisos irresistíveis que, com certeza, nenhuma garota resistia. Ele me contou que foi pra
Itália e me disse para “Passar lá algum dia desses.”
<br>-Eu não sou como <SCRIPT>document.write(Gabriela)</SCRIPT>, Brad – disse
olhando para <SCRIPT>document.write(Gab)</SCRIPT> e Nick conversando – Eu não
posso simplesmente dar uma passadinha em Paris ou na Itália.
<br>-Eu poderia te levar lá – quando voltei meu olhar para ele, percebi que o ruivo falava
sério. Soltei um riso seco – Você sabe que eu posso.
<br>-Sim, eu sei – olhei bem em seus olhos verdes azulados – Mas eu não.
<br>Aquele conhecido silêncio voltou, e desta vez que me sentia desconfortável. Fez-me
lembrar de Paul, só não sei por quê. Os dois não têm nada em comum, nem mesmo a cor
de cabelo. Eu e McCartney foi surreal, foi errado, mas nada que interferisse em minha vida.
O negócio com o Brad é que eu o conheço, já tive uma conexão com ele, e foi real. E eu
ainda tenho uma enorme queda por ele, ou seja, precisava sair bem rápido de lá.
<br>-<SCRIPT>document.write(Júlia)</SCRIPT>! – O que é bom mesmo é o timing da
minha amiga – Vamos? Meus pais chegam hoje, e eles vão dar uma festa! – ela olhou de
Nick para Brad – E vocês estão convidados!
<br>AH, <SCRIPT>document.write(Gab)</SCRIPT>, que legal. O timing é perfeito, mas
cadê o cérebro?

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