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Introdução aos Bloqueios Educacionais

Falamos de mitos, vamos falar agora dos bloqueios. Essa é a aula de introdução
aos bloqueios educacionais. Na verdade, é aula de introdução a todos os
bloqueios porque estamos começando os bloqueios agora.
Quando falam em bloqueio ​os criativos, as pessoas sempre pensam numa coisa
que não é exatamente o que eu me refiro aqui. Eu coloquei no Google
imagens...eu adoro o Google imagens, ele meio que representa um pouco do que
as pessoas estão pensando, porque ele é baseado no que as pessoas buscam,
no que as pessoas postaram, então o Google imagem ele é meio que o
inconsciente coletivo das pessoas; por isso que eu adoro colocar coisas lá. Aqui
no Google imagem, os primeiros resultados eles mostram um padrão. E
criatividade tem a ver com quebrar padrões. ​E o primeiro passo para quebrar
padrões é ser bom em perceber os padrões então vê que fato interessante tem,
olhem essas imagens aqui.
Essas imagens, elas têm um padrão em comum. Todas elas tem a ver com o ato
de criar, escrever, e aquele bloqueio que deu na hora “meu Deus o que é que eu
escrevo” e papel amassado, “estou bloqueado, não consigo, o papel em branco,
ai meu Deus”. Sem motivação, sem inspiração... o desespero com monte de
papéis, todos eles na hora de escrever, no ato de criação, essa imagem estava
lá. Ilustra bem aquele momento que você olha para o papel em branco por horas,
é o bloqueio criativo.
Esse bloqueio que o Google imagem interpreta é o bloqueio que eu chamo de
“deu branco”. É o bloqueio do tipo “até sabia, eu até conseguia, eu sou criativo,
mas na hora deu um branco”. Sabe quando falam assim: “ah, Paulo Coelho está
a dez anos sem escrever um livro, ele está passando por um processo de um
“bloqueio criativo” uma época... ah, Caetano Veloso está compondo”. É mente
das pessoas que já são criativas, que já são artistas, os escritores... se vê só
tinha exemplo de escrever lá e que no momento específico deu aquele branco.
Não é desse bloqueio que eu estou falando. Quando eu falo de bloqueios
lembre-se: nós nascemos criativos e desaprendemos a ser criativos.
Lembra, a criatividade natural das pessoas nasce um pouco maior um pouco
menor, aí vem os bloqueios, elas são bloqueadas. Nós nascemos obras primas e
vão se colocando coisas por cima. É como se fosse um casco de navio, acho
uma boa analogia um casco de navio, porque, já parou pra pensar que um 0
navio, assim como um automóvel ou um avião, ele também tem uma
aerodinâmica, no caso uma hidrodinâmica, ou seja, o desenho do navio ele é
projetado de um jeito perfeito para cortar a água, assim como um carro de
fórmula 1 ou um avião é projetado, é desenhado para cortar o ar.
Então, a hidrodinâmica é muito importante, e a medida que vai sedimentando
essas coisas no casco de navio, o que acontece, ele perde performance. Ele fica
mais limitado. Porque o atrito aumenta, ele tem que consumir mais combustível
pra ter o mesmo desempenho. Então nós nascemos com o casco zerado, com
design perfeito pra ter grande desempenho criativo, e ao longo do tempo, vão
sedimentando coisas que vão grudando na gente e começam a deixar a gente
mais lento, menos capaz de fazer mudanças, mais limitado, preso as nossas
performances.
Esse negócio que gruda aqui no casco do navio... eu queria só abrir um
parênteses rápido pra falar, porque eu me interessei a aprofundar nesse assunto.
Isso se chama biofouling​. São esses organismos que começam a colonizar e
grudar no casco do navio, e isso é um dos maiores e mais antigos problemas do
mundo da náutica. Solução pra isso é o que? Mandar um mergulhador para
raspar.
É engraçado que eu falei do mito do artista, lembra? Sobre o robozinho que limpa
o chão. Pois criaram uma mesma versão desse robô, só que para o casco do
navio, para eliminar o trabalho humano que é estruturado, linear e programado.
Filme
Tem outras soluções para esse problema. Então, já inventaram uma tinta que
você pinta o navio, já inventaram isso aqui que emite não sei o quê,
ultrassônico... Aí veio a nanotecnologia, a tecnologia no nível atômico, e como
você pode criar uma película. Nano porque chama de “nano coating”. É a
capacidade de você revestir uma superfície, com uma parada invisível no nível
atômico, mas uma parada que consegue fazer alguma coisa, no caso, eliminar a
atração dessas substâncias marítimas.
filme
E outra solução veio da natureza. Como combater o ​biofouling com lições da
natureza? Lembra que eu falei biométrica? Que é baseado na pele do tubarão,
como podem criar um casco de navio que repele? Porque o tubarão não fica
preocupado com as coisas grudando nele né? “Estou devagar, os negócios estão
grudando em mim”. Não tem isso. Então fecha parênteses, eu queria só falar
sobre esse assunto, mostrar soluções existentes para esse universo.
Voltando para o casco do navio... Eu compararia também que o trabalho de
remover esses bloqueios é como se fosse eliminar uma catarata, o que é
catarata? Catarata é basicamente um negócio que embaça nossa vista, que não
permite a gente ver com clareza, sela esse olho em que a gente está vendo,
limita nossa visão e ,consequentemente, nossa forma de pensar, então, eliminar
uma catarata pra que? Para voltar a enxergar o mundo como criança, o olhar da
criança... Mente aberta, mente livre.
“Ta Murilo, mas qual a ​diferença de mitos e bloqueios​?”
Eu diferencio da seguinte forma. Pra mim ​mitos são lendas urbanas coletivas, ou
seja, são coisas que inventaram por ai, que falaram muito e que virou meio que
consenso no inconsciente coletivo das pessoas. Já ​bloqueios não, bloqueios eu
vejo como lições erradas e individuais. Não é só uma coisa que eu to falando, é
uma coisa que nos foi realmente ensinado, nós recebemos essa lição desde
pequeno, só que essa lição ela ta errada pelo menos para o mundo de hoje,
talvez na época não, mas hoje em dia algumas coisas que a gente aprendeu no
passado não servem para o mundo louco exponencial que estamos vivendo hoje.
E diferentemente de mitos os bloqueios são mais individuais. Cada pessoa sofreu
um pouco mais bloqueio do que outra.
Os bloqueios não tem uma coisa assim de que todo mundo tem, não. Basta um
bloqueio criativo, que isso pode limitar sua capacidade de fazer diferente
totalmente, mesmo que os outros, você não tenha. Os mitos são as coisas
coletivas. Inclusive quando eu vou assim num programa de TV, eu vou dar uma
palestra, sempre foco nos mitos, porque os mitos são coletivos e eu sei que todo
mundo... é meio que um consenso da maioria das pessoas, a gente fez até um
hardwork papai, um santinho tirando onda dos 4 mitos, porque essa é a primeira
mensagem que a gente fala pras pessoas porque elimina as lendas urbanas. E
depois a gente vai para o aprofundamento dos bloqueios que são paradas
individuais. Então beleza, mitos são lendas urbanas coletivas e bloqueios são
lições erradas individuais.
Os mitos a gente tem que esquecer. Os bloqueios a gente tem que desaprender.
É meio parecido, mas quando eu falo desaprender é o esquecimento nível hard,
nível mais profundo, porque não é uma coisa que você só ouvir falar, é uma
coisa que você ouviu a vida toda durante 10, 15, 20 anos de pessoas importantes
como pais, professores, pessoas que você respeita e você internalizou aquilo
como verdade absoluta que depois de 15 anos, não é fácil remover. Então, eu
falei muito na aula de start, esquecer é tão importante quanto lembrar,
desaprender é tão importante quanto aprender.
Eu vi essa notícia aqui de Silvio Meira, grande mentor meu, "desaprender dá
mais trabalho do que aprender". Silvio Meira tem uma explicação incrível sobre a
diferença de inovação e criatividade, ele fala que inovação é a criatividade
emitindo “notas fiscais”. Eu acho muito interessante. Eu costumo dizer que
criatividade é a imaginação aplicada e inovação é a criatividade empacotada.
Empacotada para que? Para oferecer ao mercado, a um grupo de pessoas; para
gerar um valor para terceiros, e eu acho muito legal dizer que inovação é a
criatividade emitindo notas fiscais, ou seja, jogada no mercado e gerando
interesse das pessoas.
E você pode ser criativo apenas pra uma coisa específica sua, dar uma solução
criativa para algo que só serve para aquela situação, pra você, naquele contexto.
Isso é muito legal, é dar soluções criativas, não se contentar com padrão pra
cada pequeno problema da nossa vida. Quando você consegue pegar uma
solução dessa e empacotar para oferecer ao mercado e isso gerar notas fiscais
vira inovação.
Agora essa frase de Alvin Toffler eu acho brilhante: "o analfabeto do século XXI
não é aquele que não sabe ler nem escrever, mas aquele que não sabe
aprender, desaprender e reaprender". Muito conectado com aquilo que eu falei
de start né, só que quando falar aprender e desaprender é um nível mais
profundo até do que simplesmente esquecer uma coisa. Por isso que eu chamo
de bloqueios e por isso que o nome do curso é reaprendizagem criativa.
Então nos bloqueios... a gente vai ter que aprender quais são os bloqueios para
poder desaprender esses bloqueios. E eu criei um Framework para explicar isso,
um framework próprio meu, que eu usei uma linha do tempo, 10 anos, 20 anos,
30 anos em diante, e eu dividi em três tipos de bloqueios, eu considerei os
bloqueios educacionais, aqueles que ocorrem durante o nosso processo de
educação, é aquele processo que vai até os 15, 20 anos e que a gente tá sendo
preparado para entender a cultura vigente, as regras vigentes, como o planeta
funciona, como o mundo funciona né; é o processo que a gente se civiliza e
nesse processo ocorrem muitos problemas... porque o que era pra ser um
processo de construção do indivíduo, acaba sendo um processo de
padronização​ do indivíduo e é aí que vem o problema.
Depois eu criei os bloqueios mercadológicos, ocorre ali dos 20 e poucos até em
diante, que é ali quando você entra no mercado de trabalho. Normalmente aqui
nesse período dos 20 aos 35, é normalmente o período que as pessoas entram
no mercado, e o mercado de trabalho também é cheio de coisas que nos
“convida” a ficar no padrão, a se contentar com o óbvio.
Por último tem os bloqueios cerebrais. Os bloqueios cerebrais, eles englobam
tudo, a gente nasce com ele, e continua com eles até sempre, são bloqueios
relativos à forma como nosso cérebro funciona e como isso, parece um paradoxo
falar, como isso é contra a criatividade. E aí repete o módulo que eu vou explicar
mais a fundo bloqueios cerebrais, esses bloqueios cerebrais na verdade
justificam todos os outros.
Bloqueios cerebrais estão por trás de bloqueios educacionais e os
mercadológicos porque fazem parte da forma como meu cérebro está
basicamente configurado. Bem, esse é meu framework. Dentro dos bloqueios
educacionais, a gente vai ter bloqueio do gabarito, bloqueio do sucesso e
bloqueio do tesão, cada bloqueio com as suas técnicas respectivas. Depois dos
bloqueios mercadológicos vai ter o bloqueio de especialista, o bloqueio do adulto
e o bloqueio do ocupado. Cada um com suas técnicas específicas, e os cerebrais
a gente vai ter o bloqueio da lógica, bloqueio das tradições e o bloqueio do
implícito, cada um com suas técnicas.
Quando eu falo “framework”, pra quem não conhece essa palavra, “framework”,
em outras palavras, é o jeito em que você empacota uma coisa. O jeito que você
cria uma estrutura, um template, um formato, né, então tudo que eu falo aqui
nesse curso poderia ter outro framework, outra forma de dividir de empacotar de
classificar, de agrupar.
A Marta Gabriel ela tem um framework né, como ela trabalha muito com
marketing, ela emprestou, fez essa combinatividade dos 4p´s do marketing e
criou os 4p´s bloqueadores da criatividade: Pai, Professor, Padre e Patrão. Achei
bem interessante ser pai, professor e padre tem a ver com os bloqueios
educacionais é aquele processo de construção do indivíduo aqui simboliza a
família, aqui simboliza a escola e aqui simboliza qualquer tipo de líder religioso,
não só padre católico. E o patrão simboliza os bloqueios mercadológicos.
No final do curso, eu vou apresentar outro framework, do Alvim. Vocês vão ver
depois do curso inteiro, como o framework dele diz quase a mesma coisa que eu
digo, só que com outra classificação.
Então é isso aí, esses são os nossos três grupos de bloqueio, a gente vai ver
individualmente cada bloqueio, com suas respectivas técnicas, como eliminar,
começando pelos bloqueios educacionais. E eu queria fazer uma pequena
introdução em relação aos bloqueios educacionais, rapidinho, só pra deixar
muito claro a diferença de educação e escola.
Educação é um processo maior, na qual a escola é um dos agentes que
trabalham e colaboram no processo educacional do indivíduo. Educação é muito
maior do que escola, porque educação não é só na escola que ocorre. E um
processo educacional, ocorre com um vizinho, com o cinema, com a televisão,
com os pais, com a internet, com os jogos, com tudo, toda cultura, pop, todos os
amigos, com a vizinhança, cidades, estados, viagens, tudo isso faz parte do
processo educacional.
O que está acontecendo muito atualmente, é a escola cada vez mais está
ocupando um espaço maior dentro do processo educacional, então eu vou falar
muito sobre escola nesse módulo. Mas o motivo que eu falo de escola, é esse, é
porque escola cada vez mais está ocupando um espaço maior, as crianças cada
vez mais, estão mais cedo nas escolas, ficando mais tempo na escola.
Eu sei que isso tem a ver com a necessidade do mundo atual, a dinâmica dos
pais, da família, mas tem que ter muita clareza de quais são os riscos enquanto
isso ocorre. A partir do momento em que você pega e deixa a escola ser
responsável de grande parte do processo educacional, você está terceirizando a
educação.
É um debate que já rodou em uns programas e tal, os perigos de você terceirizar
a criação dos filhos. É importante lembrar que a responsabilidade educacional é
dos pais. A escola é um parceiro na qual a gente pode sim delegar algumas
coisas, mas a gente não pode transferir total responsabilidade pra escola. Bem,
essa é a introdução que eu queria fazer a uns bloqueios como um todo,
diferenciando de mitos e também introduzir os bloqueios educacionais. E agora
na próxima aula começamos o primeiro bloqueio, o bloqueio do gabarito.

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