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1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 2
3. METODOLOGIA ........................................................................................... 8
4. RESULTADOS ............................................................................................. 11
5. DISCUSSÃO .................................................................................................. 14
6. CONCLUSÃO ............................................................................................... 16
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1.1 Objetivo
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2. REVISÃO DE LITERATURA
O sistema linfático trabalha com uma reserva funcional bastante grande, significando
que a capacidade total de transporte linfático é bem superior às necessidades fisiológicas. No
estado de equilíbrio, o débito linfático (volume de linfa transportado por unidade de tempo) é
igual à carga linfática, que é a quantidade de líquidos e substâncias de transporte linfático
presente nos tecidos. Quando aumenta a carga linfática, o débito linfático cresce
paralelamente até que seja atingido o nível máximo de transporte. A partir deste ponto, ocorre
edema (ANDRADE, 2005).
Qualquer redução da capacidade do sistema linfático em drenar o fluído do interstício
para a circulação sanguínea, irá levar ao acúmulo de líquido na pele e tecido subcutâneo da
região afetada, formando assim um linfedema (BADGER et al, 2005).
O linfedema é o edema de parte do corpo, que ocorre devido a uma insuficiência no
sistema linfático (DENNIS, 1993). Pode ser definido como um acúmulo anormal, crônico e
progressivo de proteínas e líquidos no espaço intersticial, edema e inflamação crônica,
estando relacionado, no caso do câncer de mama, com a extremidade ipsilateral à cirurgia
(JUNIOR et al, 2001; PANOBIANCO e MAMEDE, 2002).
O volume do membro com linfedema aumenta progressivamente se não tratado, assim
como, aumenta a freqüência das complicações relacionadas. Para os linfedemas de
aparecimento recente, é usual observar-se progressão espontânea nos cinco primeiros anos de
seguimento, ocorrendo relativa estabilização após este período. O linfedema pós-mastectomia,
curiosamente, apresenta uma taxa de crescimento volumétrico cerca de três vezes maior que
os linfedemas dos membros inferiores, para um dado período de tempo (CASLEY-SMITH,
1994).
O grande fator implicado, na progressão não espontânea do volume dos membros com
linfedema, é a ocorrência de surtos de infecção, como erisipelas e celulites. As infecções
lesam adicionalmente o sistema linfático, reduzindo ainda mais a capacidade de transporte.
Uma complicação temível dos linfedemas é sua malignização. Linfedemas, de longa duração,
podem ser sedes de linfangiossarcomas. Estes são infreqüentes, (menos de 1% dos casos),
mas apresentam altíssima taxa de mortalidade independente do tratamento (ANDRADE,
2005).
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2.2 Classificação dos Linfedemas
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escapular, perda de força no membro superior do lado afetado e perda do condicionamento
cárdio-respiratório (PANOBIANCO e MAMEDE, 2002).
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drenagem for deficiente há um congestionamento e conseqüente acúmulo de líquidos. Uma
pressão demasiadamente forte pode obstruir os capilares chegando até mesmo a danificá-los,
principalmente os capilares linfáticos pela sua estrutura frágil (CASSAR, 2001).
Executando a técnica de Drenagem Linfática Manual corretamente, pode-se estimular
a abertura do linfático inicial e aumentar o volume do fluxo da linfa em até 20 vezes
(KASSEROLER, 1998) .
As manobras de Drenagem Linfática Manual possuem várias indicações, dentre elas o
tratamento de linfedemas (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Podem ser indicadas ao lado de
outros tratamentos a fim de conter o edema em um nível confortável, reduzir a dor e a fibrose
e realçar o relaxamento e os sentimentos de bem estar (KASSEROLER, 1998).
Atualmente, a Drenagem Linfática Manual está representada principalmente por três
técnicas: Foldi, Leduc e Vodder, todas baseadas nos trajetos dos coletores linfáticos e
linfonodos, associando basicamente três categorias de manobras: manobras de captação,
reabsorção e evacuação. A diferença entre elas reside somente no local da aplicação.
Alguns autores preconizam iniciar a massagem de drenagem linfática pelo segmento
proximal, processo de evacuação, obtendo assim um esvaziamento prévio das vias pelas quais
a linfa terá que fluir (GUIRRO e GUIRRO, 2002).
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3. METODOLOGIA
Este estudo foi realizado no período de dezembro de 2005 a abril de 2006. Trata-se de
um ensaio clínico, envolvendo um grupo experimental e um grupo controle. Não se trata de
um ensaio clínico controlado, pois os indivíduos não foram divididos aleatoriamente nos dois
grupos. Foram colocados, no grupo controle, todos aqueles sujeitos, que não se dispuseram
em ir até a clínica, receber o tratamento de reabilitação oferecido.
3.2 Sujeitos
O trabalho foi realizado em uma clínica de São Paulo, onde os indivíduos foram
avaliados e tratados individualmente, em sala exclusiva e arejada. Como material foram
utilizados, maca para posicionamento das pacientes, óleo próprio para Manobras de
Drenagem Linfática, faixas compressivas, toalhas e curativos oclusivos caso houvesse
necessidade de uma maior oclusão da cicatriz cirúrgica.
3.4 Procedimento
A coleta dos dados de cada paciente foi realizada pelo fisioterapeuta e complementada
por informações do prontuário médico.
Os 12 sujeitos participantes desta pesquisa foram divididos em 2 grupos. O Grupo 1
foi constituído de 6 mulheres, que receberam tratamento de fisioterapia, durante dois meses,
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duas vezes por semana – cada sessão com 1 hora de duração. E o Grupo 2 foi constituído de 6
mulheres, que participaram da pesquisa, apenas como grupo controle.
A divisão nesses dois grupos não ocorreu de maneira aleatória. Foram encaminhadas
ao grupo controle, as mulheres que não se dispuseram, ou não se comprometeram a dar
continuidade ao tratamento fisioterapêutico, pós-mastectomia, durante o período de dois
meses pré-estabelecido.
Já na avaliação de cada paciente e no período de tratamento, procurou-se identificar
informações referentes à: incisão cirúrgica, curativos, imobilização do membro ipsilateral ao
lado operado, complicações e intercorrências. Em todas as visitas foi verificada a cirtometria
do membro ipsilateral à cirurgia.
No primeiro contato com o fisioterapeuta, a paciente recebeu informações e tirou
dúvidas sobre sua situação. Recebeu orientações a respeito da sua recuperação e prevenção de
complicações. Tudo isso foi reforçado a cada sessão, sempre visando o bem estar, a
diminuição das incapacidades, a melhora da funcionalidade e o rápido retorno às atividades de
vida diária.
O tratamento fisioterapêutico teve como enfoque o membro superior acometido, além
dum trabalho paralelo de conscientização e aceitação do corpo. No trabalho de
conscientização corporal, tentou-se fazer com que as pacientes tivessem uma melhor
aceitação dessa “nova” imagem corporal. Esta abordagem teve a intenção de fazer com que as
pacientes assumissem a responsabilidade sobre o próprio corpo, permitindo e proporcionando
a ele que fosse belo e livre, como deveria sempre ter sido.
O Grupo 1, que recebeu o tratamento de fisioterapia, foi abordado, em todas as sessões
com a técnica conhecida como Terapia Complexa Descongestiva (TCD) a qual abrange:
1) Orientações freqüentes em relação à higiene e cuidados com a pele;
2) Drenagem Linfática Manual (LEDUC e LECUC, 2000) (com duração de aproximadamente
1 hora);
3) Exercícios terapêuticos - movimentos de flexo-extensão, adução-abdução e rotação –
envolvendo todas as articulações do membro superior acometido (duração de
aproximadamente 1 hora);
4) Tratamento compressivo - ataduras inelásticas (Comprilan) colocadas após o término da
realização da DLM, devendo ser utilizadas nas horas restantes do dia. A pressão destas
ataduras variou entre 30 e 50 mmHg, em função da severidade do edema. Em caso de dor foi
orientado às pacientes que retirassem essas ataduras.
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O Grupo 2 recebeu orientações gerais quanto à higiene e cuidados com a pele e
também quanto à importância da mobilização do membro superior acometido. Essas 6
mulheres que não receberam o tratamento fisioterapêutico, durante os seus respectivos dois
meses de pós-operatório, continuaram freqüentando a clínica em consultas médicas
quinzenais, onde eram reforçadas as orientações iniciais.
Para mensuração da evolução do linfedema de todas as pacientes, foram realizadas
medidas da cirtometria do membro superior acometido, em comparação ao membro são.
Essas medidas foram realizadas em todas as visitas das pacientes à clínica, no período de dois
meses, de seus respectivos acompanhamentos pós-operatórios.
O Grupo 2 recebeu orientações gerais quanto à higiene e cuidados com a pele e
também quanto à importância da mobilização do membro superior acometido. Essas 6
mulheres que não receberam o tratamento fisioterapêutico, durante os seus respectivos dois
meses de pós-operatório, continuaram freqüentando a clínica em consultas médicas
quinzenais, onde eram reforçadas as orientações iniciais.
Para mensuração da evolução do linfedema de todas as pacientes, foram realizadas
medidas da cirtometria do membro superior acometido, em comparação ao membro são.
Essas medidas foram realizadas em todas as visitas das pacientes à clínica, no período de dois
meses, de seus respectivos acompanhamentos pós-operatórios.
Para verificar a evolução final do linfedema, nos dois grupos; foram levadas em conta
somente, a primeira (logo que a paciente chegou à clínica) e a última (após dois meses da
coleta da primeira medida), medidas da cirtometria, realizadas, pelo fisioterapeuta no membro
superior acometido. Foi analisado qual dos dois grupos apresentou maior diminuição no
edema, e se essa diminuição apresentou diferença, estatisticamente significante, entre os
grupos.
Para a comparação das variáveis encontradas, entre os dois grupos estudados, foi
escolhido o Teste-T de Student. Foi utilizado o software Excel versão 2003, para a análise e
tratamento estatístico dos dados.
Visando facilitar a análise dos dados, a variável que consistiu, na diferença observada
entre a primeira e última medidas, das cirtometrias realizadas, em cada paciente, foi chamada
de D (D = cirtometria inicial - cirtometria final (após de 2 meses).
Foi considerado nível de significância p £ 0,05.
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4. RESULTADOS
D
Grupo 1 3,17 ± 0,75
Grupo 2
1 ± 0,63
(controle)
p 0,01*
2,0
MESES
1,0
0,0
0 1 2 3 4 5
CENTÍMETROS
O Gráfico 2 mostra a média das perdas em centímetros, obtidas nos dois grupos,
levando-se em conta, o valor da variável D.
3,5
3,166666667
3
2,5
D (centímetros)
1,5
1
1
0,5
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Através do Gráfico 2 observa-se que o Grupo 1 apresentou uma média maior, em
relação ao Grupo 2, considerando-se a diminuição do edema do membro superior
acometido.
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5. DISCUSSÃO
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apresentando linfedema de grau leve e moderado, consideramos importante a detecção
precoce do seu aparecimento, uma vez, que quando não tratado, o mesmo pode levar à sérias
complicações. O linfedema leve ou moderado pode vir a tornar-se muito grave, chegando a
ser um local de linfangiossarcoma subseqüente (HAAGENSEN, 1989).
Mulheres com câncer de mama notam limitado apoio ao exercício físico, por parte dos
médicos e de pessoal de enfermagem. Alegam ainda, que muitos profissionais da área da
saúde não são bem informados quanto aos benefícios e exercícios adequados à mulher no pós-
cirúrgico de câncer de mama (LEDDY, 1997).
Este estudo mostrou que 8 das 12 mulheres que participaram, foram submetidas à
cirurgia no lado não dominante. Pensou-se, nesses casos, que o aparecimento do edema
estaria ligado ao fato destas mulheres estarem começando mais tardiamente a movimentação
deste braço. O braço do lado dominante, que já é mais usado normalmente, e está em
melhores condições, é acionado primeiramente, sendo a tendência proteger o braço do lado
operado, usando-o com menor freqüência. Outros estudos mostram uma pequena relação entre
o aparecimento do edema e a dominância do membro homolateral à cirurgia (SEGESTRÖM
et al, 1992).
A fisioterapia é um fator de grande importância no plano de assistência pós-operatória
à paciente, para a prevenção do linfedema no membro superior homolateral e da limitação da
mobilidade do ombro (SASAKI e LAMARI, 1997). Orientações devem ser feitas
frequentemente às pacientes, por profissionais especializados, com explicações claras e
acessíveis, conscientizando-as do risco do edema do membro superior, e da importância
primordial, dessas orientações, no programa de reabilitação da mulher submetida à cirurgia
por câncer de mama.
Como se pôde observar, a intervenção da fisioterapia mostrou-se importante desde os
primeiros dias de pós-operatório, prevenindo as comorbidades advindas da cirurgia,
restabelecendo a amplitude de movimento do membro afetado, drenando o linfedema, e
propiciando melhor qualidade de vida e retorno precoce às atividades da vida diária (MARX e
CAMARGO, 2000; PINTO et al, 2004).
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6. CONCLUSÃO
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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