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Artigo Final EMVIADO
Artigo Final EMVIADO
CURSO DE DIREITO
FORTALEZA
2015
FRANCISCO JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
FORTALEZA
2015
FRANCISCO JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Este artigo foi julgado adequado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em
Direito e aprovado em sua forma final pelo curso de Direito da Faculdade Integrada da
Grande Fortaleza – FGF.
BANCA EXAMINADORA
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Este trabalho foi elaborado através de muito empenho e árdua dedicação. Desde já, só
tenho a agradecer às pessoas que foram importantes em mais um desafio de minha vida.
Primeiramente, a Deus, pela saúde e proteção e sua presença constante me dando
forças nos momentos difíceis.
As minhas filhas, Rebecca Sofia e Sarah Rilde, por serem adolescentes pacientes nos
momentos em que não estive presente, e nos períodos dedicados exclusivamente aos estudos.
Ao meu orientador, Professor Me. Walber Nogueira da Silva, pela paciência que teve
na minha orientação e acima de tudo, por ser um excelente facilitador de conhecimentos no
meio acadêmico.
RESUMO
O presente artigo tem por temática central, uma abordagem sobre acesso à justiça,
apresentando como escopo para retratar a arbitragem como meio de acesso à justiça viável, e
mais célere, diante da situação crítica do Judiciário no que concerne sua efetividade em
solução de lides, uma vez que não satisfaz a maioria dos postulantes ao ingressarem com suas
petições nos tribunais do país. Não tem este trabalho a pretensão de esgotar o tema, uma vez
que foram postos aqui apenas pontos para que se possa conhecer a seriedade e efetividade do
instituto em questão. A propositura do tema; arbitragem como meio alternativo e célere no
acesso á justiça, se dá pelo pouco entendimento que se tem e por conta disto, pessoas físicas
ou jurídicas procuram o judiciário com o fim de resolver conflitos plenamente viáveis de
resolução mais rápida se os mesmo procurassem em solução extrajudicial. Neste sentido, faz-
se uma referência aos escritos na legislação vigente que trata a matéria, tomando por base a
Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. Buscando, sobretudo, fundamentação na
Constituição Federal de 1988. A pesquisa realizada tem ainda, como apoio teórico, registros
disponíveis em autos impressos e livros que torna o argumento pesquisado, ainda mais
manifesto e preciso. Há aqui exposta uma contribuição analítica dos autores. O método de
estudo utilizado é o dedutivo, tratando o conhecimento de acordo com acepção clássica. Parte
do geral para o individual. As doutrinas estudadas justamente com os dispositivos reguladores
fundamentam a aplicabilidade do tema aqui abordado. Será salientado como se dá a
instituição da arbitragem e como as partes assim aderem à referida instituição para resolução
de suas lides.
This article is the central theme, an approach to access to justice, having as scope to portray
arbitration as a means of access to viable justice, and faster, given the critical situation of the
judiciary as regards its effectiveness in litigations solution since it does not meet most of the
candidates to join with their petitions in the country's courts. Does this work intend to exhaust
the subject, since they were put here only points so that you can know the seriousness and
effectiveness of the institute in question. The theme of the filing; arbitration as an alternative
and faster means of access to justice, is through little understanding what you have and
because of this, individuals or companies seeking justice in order to solve fully viable
conflicts faster resolution if even seek an extrajudicial solution . In this sense, a reference is
made to the writings in the legislation dealing with the matter, based on Law No. 9307 of 23
September 1996. Seeking mainly basis in the Constitution of 1988. The survey has also as
theoretical support, records available in printed records and books that makes the argument
researched, even more manifest and accurate. There is here exposed an analytical contribution
of the authors. The study method used is deductive, treating the knowledge according to
classical sense. From the general to the individual. Doctrines just studied with regulatory
devices establish the applicability of here discussed topic. It will be noted how is the
institution of arbitration and to the parties so adhere to the institution for the resolution of
their labors.
Artigo original
Autor: Francisco José Barbosa de Oliveira, graduando do curso de direito.
Instituição: Faculdade Integrada da Grande Fortaleza – FGF
Telefone: (85) 988681599/ 996889797
E-mail: prbarbosa12@yahoo.com.br
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................10
2 ACESSO À JUSTIÇA..........................................................................................................12
2.1 TEORIA DO CONFLITO..................................................................................................14
2.1.1 Métodos consensuais de resolução de conflitos........................................................16
2.2 ARBITRAGEM..................................................................................................................18
2.2.1 Convenção arbitral.....................................................................................................20
2.2.2 Cláusula compromissória ou arbitral.......................................................................20
2.2.3 Autonomia da cláusula compromissória ou arbitral...............................................24
2.2.4 Compromisso arbitral................................................................................................24
2.3 DOS ÁRBITROS................................................................................................................26
2.4 SENTENÇA ARBITRAL...................................................................................................27
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.....................................................................30
4 ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS......................................................................31
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................32
REFERÊNCIAS......................................................................................................................33
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1 INTRODUÇÃO
O presente artigo científico tem como característica uma análise teórica do que seja a
arbitragem como proposta, enquanto instituto extrajudicial de solução de conflitos, tendo
como base apenas referenciais bibliográficos de alguns autores conhecidos no que se refere ao
assunto estudado e exposto neste trabalho.
Num primeiro momento, buscamos entender a legislação que trata o assunto, desde a
Lei especial que regula a matéria, 9307/96, até os amplos debates em torno da arbitragem.
Para tanto, lançamos mão de dispositivos legais que disciplinam o assunto. São eles: A
Constituição de 1988, em seu artigo art. 5º, inciso XXXV, no que pese a constitucionalidade
da Lei Especial aqui estudada que versa sobre o tema; Código de Processo Civil, Lei no
5.869, de 11 de janeiro de 1973; Lei Juizados Espaciais, nº 9.099, de 26 de setembro de 1995;
Código Civil, Lei N° 10.406, de 10 de janeiro de 2002,.
que duas ou mais pessoas divergem em razão de metas, interesses ou objetivos individuais
percebidos como mutuamente incompatíveis”.
A técnica, pesquisa jurídico-teórico, trabalha uma estratégia tendo como objeto uma
análise da norma específica, buscando na realidade social, onde está inserido seu objeto de
estudo, a resposta para problemática em questão, havendo o entendimento que a solução está
devidamente fundamentada nas normas constitucionais e doutrinárias.
As partes que compõem o trabalho são: referencial teórico, onde foi trabalhado o
tema em apreço, explicitando os objetivos em um estudo voltado para Lei específica e
doutrinas.
Procedimentos metodológicos em que foi descrito o método que parte do geral para o
individual em uma técnica de análise da norma jurídica isolada do contexto.
Na análise de dados e resultados, parte do ponto onde foi observado o problema,
tendo como fundamentação o marco teórico específico e doutrinário.
As considerações finais, não admitindo fatos ou argumentos novos, apresentaram as
conclusões em resposta aos objetivos propostos no trabalho científico.
2 ACESSO À JUSTIÇA
Para Ferraz Neto, (2008, p 45,46) é longa a espera por um julgamento no Poder
Judiciário;
Toda pessoa tem direito de ser ouvida, com as garantias e dentro de um prazo
razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal contra ela, ou para
que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal
ou de qualquer natureza.
Segundo Leonardo Greco apud Cesar (2002, p 75) “O acesso à justiça não estará
concretamente assegurado, se o Estado não oferecer a todos a possibilidade de receber
aconselhamento jurídico a respeito de seus direitos”.
Como a citação acima, entende-se que a justiça como traz a Constituição Federal deve
ser para todos sem distinção econômica, financeira, grau de instrução ou qualquer outro tipo
de situação que possa parecer impedimento.
Ainda segundo o autor, as causas internas, que poderiam melhorar o atendimento, são
aquelas que estão ao alcance do Judiciário, como por exemplo: as questões administrativas,
no que se refere ao desempenho de atividades burocráticas, de juízes e servidores, em que
aqueles têm um papel fundamental neste processo com o objetivo de dar celeridade aos
julgamentos.
O que se vê, é que a garantia de acesso à justiça, prevista na Carta Magna, não a
assegura, na verdade, se configura em acesso ao Judiciário, tendo em vista as dificuldades do
processo como aqui já exposto, seria necessário tornar o sistema mais acessível, segundo
Cappelletti e Garth, (1998 p. 03),
Desta forma, se faz necessário criar ou fazer uso de dispositivos que além de
assegurar o acesso, que também lhe assegure uma decisão justa, e célere. O que se vê muitas
vezes é um descontentamento pela demora e complexidade em muitos casos.
Segundo Ferraz Neto (2008, p 43) o acesso à justiça a que se refere: “...Não é o
acesso aos Tribunais, nem o simples ato de ajuizar o pleito. Vai além, traduzindo-se no desejo
de obtenção de provimento judicial, que é a justiça materializada, consubstanciada no
princípio da igualdade das partes”.
É claro que quem vai ao Judiciário não se contenta em apenas ter o direito de
ingressar ou até mesmo de ser ouvido, e sim, que sua lide seja resolvida e no menor decurso
de tempo possível e ainda, que a sentença seja satisfatória.
Para Ferraz Neto (2008, p. 23) “Nas civilizações antigas, quando surgia um conflito,
o homem se utilizava da autotutela, ou seja, fazia justiça com as próprias mãos” Com o tempo
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e a evolução social, o homem procurou outras formas de resolver seus conflitos, não somente
pela força.
Isto posto, entende-se, que a ideia do monopólio do Estado no que se refere à justiça,
visa coibir a direito do mais forte ou em termos, dos mais poderosos, para que assim possa ter
garantido a todos o direito de pleitear junto aos órgãos jurisdicionais as suas lides com
possibilidades amplas e claras de obter êxito, é o que bem define Bacellar (2012, p. 18),
São várias as situações no mundo hodierno em que podem surgir conflitos, e é quando
eles surgem que as pessoas recorrem ao judiciário para encontrar uma solução geralmente
heterocompositivas, ou seja, as lides são solucionados por um órgão ou uma pessoa supra
partes. É o que afirma Yarn apud Azevedo (2012, p. 27); “O conflito pode ser definido como
um processo ou estado em que duas ou mais pessoas divergem em razão de metas, interesses
ou objetivos individuais percebidos como mutuamente incompatíveis”.
Ainda sobre o conflito aborda o autor Azevedo (2012, p. 27), como este é
contemplado numa perspectiva negativa por parte das pessoas envolvidas.
Por ser uma alternativa extrajudicial, quando configura uma opção das partes, ou
judicial quando segundo Art 24 e 26 da Lei 9099/95, não houver conciliação, as partes
poderão optar pelo juízo arbitral, neste sentido dar celeridade ao processo uma vez acordado
em juízo, é o que traz o art. 24;
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo
juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei.
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de
compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o
Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência de instrução.
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma
dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir por eqüidade.
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o árbitro
apresentará o laudo ao Juiz togado para homologação por sentença irrecorrível.
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Esta é uma questão fática que pode dirimir de forma mais célere os conflitos, seria o
acesso dos postulantes aos meios alternativos de justiça no sentido de resolução de suas lides
no que se refere a bens materiais disponíveis, e que seja confiável. Esta é a proposta da
arbitragem regulada pela Lei 9.307/96 Lei arbitral, conhecida como Lei Marco Maciel, bem
como a arbitragem especial praticada nos juizados especiais regulada por esta mesma Lei e os
dispositivos textuais da Lei 9.099/95 em seus artigos 24 a 26, não havendo assim conflitos
entre ambos.
2.2 A ARBITRAGEM
A arbitragem é o meio pelo qual as partes buscam soluções para seus conflitos quando
se trata de direitos patrimoniais disponíveis. Neste sentido, pode ser utilizada em qualquer
área do direito, com amparo em Lei. Especialista seria a pessoa com conhecimento e domínio
na causa em questão.
salvo sentença estrangeira, e ainda assim tem caráter de título executivo se uma das partes não
cumprir a resolução proferida por sentença.
Scavone Junior, (2014, p. 59) afirma com base no art. 5° e 10, II, da LA que;
Segundo ainda o dispositivo legal, a arbitragem pode ser de direito ou de equidade. Por
ser um meio simples e rápido para resolução de conflitos prevalece à vontade das partes, será
de direito quando observar a legislação vigente no Brasil ou no estrangeiro. Já no modelo de
equidade as partes dão ao arbitro discricionariedade para solucionar a lide, é o que versa o
Art. 2º e § 1º da Lei, ou ainda como reza o § 2º basear-se nos princípios gerais do direito.
Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério das partes.
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas
na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública.
§ 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base
nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de
comércio.
A arbitragem segundo a Lei 9.307/96, Lei Arbitral, em seu Art. 1º, “As pessoas
capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos
patrimoniais disponíveis”, É um meio alternativo de resolução de conflitos, adequado a
controvérsias que versem sobre direitos materiais disponíveis, isto posto, por ser alternativo,
não fere o princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional pelo Poder Judiciário, Art. 5º
XXXV “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”
Constituição Federal de 1988.
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Note que o texto acima, da Lei Arbitral, fala de pessoas capazes, ou seja, é necessário
que tenham capacidade jurídica para se valer da arbitragem. Importante ainda frisar que a
capacidade jurídica segundo o Código Civil em seu Art. 1º “são as pessoas capazes de contrair
direitos e obrigações,” isto é ao que se refere à capacidade adquirida pela pessoa natural
nascida com vida o mesmo dispositivo em seu artigo 2º. Scavone Júnior (2014, P. 21) se
refere ao tema da seguinte forma;
É a forma pela qual a arbitragem é constituída, vale sempre salientar que é de acordo
com a vontade das partes, estabelecendo os meios que serão utilizados, bem como a escolha
efetiva dos árbitros e funcionamento da arbitragem, se de acordo com as leis em vigor no
Brasil ou no estrangeiro, ou ainda, se a opção será pelos princípios gerais do direito. É o que
estabelece o Art. 3º da Lei 9.307/96; “As partes interessadas podem submeter a solução de
seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula
compromissória e o compromisso arbitral”.
A arbitragem não se constitui em uma obrigação, haja vista, que ninguém é obrigado
se submeter a qualquer meio alternativo ou extrajudicial de solução de conflitos. Toda via,
assevera Scavone Junior (2014 p. 71), “... se as ‘partes’ convencionarem a arbitragem, em
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que foi estabelecido entre elas se torna obrigatório: pacta sunt servanda”.
Segundo ainda Scavone Junior (2014, p. 74) “... a cláusula arbitral, espécie de
convenção de arbitragem mediante a qual os contratantes se obrigam a submeter seus futuros
e eventuais conflitos que possam surgir do contrato à solução arbitral.” Neste sentido, o que se
pode perceber é que a referida cláusula se dá antes do surgimento de conflitos é uma causa
futura.
Prescreve ainda a letra da Lei que deve ser por escrito no próprio contrato ou a parte
conforme Art. 4º § 1º , como exposto abaixo;
Como visto, não há previsão legal que a cláusula conste no instrumento do contrato a
que se vincula, pode ser em documento apartado, inclusive em época diferente da assinatura
do referido pacto, pois, o que a caracteriza é que seja pactuada antes do surgimento do
conflito.
A cláusula compromissória pode ser ainda cheia ou vazia, denomina-se cheia àquela
que traz em seu bojo todos os elementos essenciais para instituição da arbitragem, podendo
inclusive conter regras de algum tribunal arbitral, bem como, prescrever todo procedimento
que se dará como dita o art. 19 da Lei 9307/96. Conforme expõe Cahali, (2012, p. 115).
Assim considera-se aquela disposição contratual na qual contenham os elementos
previstos no art. 5º da Lei 9307/96; indicação de arbitragem institucional, ou
especificação da clausula de forma como será promovida a instituição da arbitragem,
principalmente no que se refere à nomeação de árbitros para que se viabilize a
instalação do juízo arbitram. De uma forma objetiva: será considerada cheia clausula
que contemple o quanto necessário para se dá inicio à arbitragem (19 da lei 9307/96)
Cláusula vazia, também conhecida como cláusula em branco. Neste tipo de cláusula as
partes não entram em detalhes sobre o funcionamento da arbitragem, embora traga em
contrato que os litígios serão submetidos, conforme surjam, ao juízo arbitral, deixando assim
vários pontos vagos a serem tratados posteriormente. Como bem relata Cahali, (2012, p. 118),
abordando o tema;
Também chamada cláusula em branco, como o próprio nome sugere, a previsão da
arbitragem desta forma traz uma lacuna quanto à forma de instauração do
procedimento arbitral, que deverá ser suprida por compromisso arbitral quando do
surgimento do conflito, celebrado entre as partes diretamente, ou por intermédio do
Judiciário.
Uma vez convocada, de forma livre, desde que tenha comprovante de recebimento e
havendo recusa, doravante, pode a parte autora, submeter à causa ao Judiciário conforme o
disposto no artigo 7º da Lei Arbitral.
Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da
arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para
comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência
especial para tal fim.
Esta é uma caraterística da cláusula arbitral, embora no mesmo documento seja tida
como transação autônoma em relação ao contrato, isto se torna importante, pois havendo
dúvida sobre a nulidade do contrato, deverá ainda este, ser submetido ao juízo arbitral que por
sua vez decidirá sobre a questão de nulidade. Igualmente, deve-se observa se o vicio que torna
nulo o contrato não anula também a cláusula compromissória, como por exemplo: venda de
imóvel de incapaz sem a aquiescência do Judiciário.
Assim prescreve o artigo 10 e 11 da lei, no que se refere aos requisitos exigíveis para se
firmar o compromisso arbitral:
10. Constará, obrigatoriamente, do compromisso arbitral:
I - o nome, profissão, estado civil e domicílio das partes;
II - o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a
identificação da entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros;
III - a matéria que será objeto da arbitragem; e
IV - o lugar em que será proferida a sentença arbitral.
Os árbitros devem ser pessoas capazes e que gozem de confiança das partes,
segundo dispõe a Lei da arbitragem, Art. 13, caput, “Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e
que tenha a confiança das partes”.
Neste sentido, o árbitro, deve ser absolutamente capaz, uma vez que a arbitragem
exige o exercício pessoal do direito não podendo assim ser representado, o que na prática
acontece com os absoluta ou relativamente incapazes.
O árbitro pode ser especialista em qualquer área. Entretanto, a rotina que se estabelece
é jurídica, o que facilita aos operadores de direito, mas deve-se observar a causa em si para
que se possa fazer a opção pelo árbitro que tenha domínio do tema em questão. É o que
escreve Cahali (2012, p. 153),
27
A especialidade do árbitro por sua vez, pode ser em qualquer área de conhecimento,
inexistindo “reserva de mercado” aos advogados ou bacharéis em direito. Por certo a
maestria em ciências jurídicas é a rotina da arbitragem, direcionando a verificação
da habilidade do árbitro na matéria objeto de demanda. Porém, em determinadas
situações, quer-se o conhecimento técnico em outras matérias, como engenharia,
contabilidade, administração, metrologia, medicina, informática etc., e desta forma,
o árbitro poderá ser um profissional assim qualificado.
São deveres do árbitro segundo a Lei 9307/96, art. 13 § 6º; agir com imparcialidade,
não podendo ter vínculo com nenhuma das partes; Independência: deve, o árbitro, estar
distantes das partes; Competência: devem ter domínio da matéria bem como experiência;
diligencia: devem agir com zelo e dedicação; Discrição: de acordo com o exigido em lei o
árbitro deve manter o processo sob sigilo.
Isto é importante salientar, portanto, que a contagem dos prazos para sentença começa
com a instituição da arbitragem, que na ausência de convenção das partes, estabelece o
dispositivo legal em seis meses, como assim está grafado no art. 23 da lei arbitral: “A
sentença arbitral será proferida no prazo estipulado pelas partes. Nada tendo sido
convencionado, o prazo para a apresentação da sentença é de seis meses, contados da
instituição da arbitragem ou da substituição do árbitro”.
A finalização do procedimento arbitral tem data conhecida, por definição das partes
(na convenção arbitral ou no termo de arbitragem), ou por disposição legal fixando o
prazo de seis meses para ser proferida a sentença arbitral (art. 23 da Lei 9.307/96).
Significa dizer que a solução do litígio na arbitragem tem prazo máximo em curso
para ser alcançada.
O prazo tem início na instituição da arbitragem pelas partes, sendo que na convenção
arbitral que é a assinatura de comum acordo da cláusula compromissória, pode conter em seu
texto o prazo determinado para a sentença, o que a Lei traz na citação acima é um prazo
máximo para que o árbitro ou colegiado pronuncie a sentença.
A sentença arbitral é o meio pelo qual o árbitro ou tribunal arbitral põe fim ao
procedimento por decisão do mérito ou não, o atendimento do que foi postulado pelas partes
conforme assevera (CAHALI 2012 p. 235),
Como é uma sentença, equipara-se a prolatada por juiz togado, deve seguir os tramites
estabelecidos em lei, e a referida lei estabelece em seu art. 26 a obrigatoriedade de conter;
relatório, com os nomes das partes e um histórico do litígio; os fundamentos da decisão; o
dispositivo, no qual os árbitros decidirão as questões a eles submetidas; e a data e local em
que for proferida.
O artigo 32 da Lei de Arbitragem estabelece como sendo nula a sentença arbitral que
desobedecer quaisquer dos requisitos mencionados no artigo 26. Traz, ainda, a nulidade da
sentença que não decidir todo o litígio submetido à arbitragem, sendo assim, proibido aos
árbitros, proferir sentença parcial.
Nos termos do art. 31 da lei arbitral, a sentença arbitral produz todos os efeitos da
arbitragem no judiciário, porém, se não cumprida, como o tribunal arbitral não tem força
coercitiva, gera título executivo que pode ser objeto de demanda de execução no Poder
Judiciário. “A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da
sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título
executivo.”
Ainda dispõe a lei, em seu art. 27, que a sentença arbitral decidirá sobre a
responsabilidade das custas, bem como as despesas com a arbitragem, ou mesmo litigância de
má fé, conforme o art. 16 do Código de Processo Civil, vigente; “Responde por perdas e
danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente”.
A sentença põe fim à arbitragem, devendo ser comunicada às partes pelo árbitro ou
presidente do tribunal, por meio de comunicação que contenha prova de recebimento ou
ainda, por recibo, quando entregue pessoalmente, é o que determina o art. 29.
Podem ser suscitados embargos de declaração da sentença, sempre que ela contiver
alguma obscuridade, respeitando o prazo de 5 (cinco) dias para manifestação das
partes e 10 (dez) dias para reforma ou manutenção da sentença. O prazo para o
pedido de esclarecimento é de 5 (cinco) dias, semelhante ao art. 536 do CPC: “Os
embargos serão opostos, no prazo de cinco dias, em petição dirigida ao juiz ou
relator, com indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso, não estando
sujeitos a preparo”.
O texto da lei ainda traz no parágrafo único do art. 30, da Lei Arbitral, o prazo de dez
dias se não houver outro prazo acordado entre as partes, para resposta a este questionamento;
“O árbitro ou o tribunal arbitral decidirá no prazo de 10 (dez) dias ou em prazo acordado com
as partes, aditará a sentença arbitral e notificará as partes na forma do art. 29”.
O prazo de dez (10) dias para a resposta é superior ao relatado no Código de Processo
Civil, art. 537; “O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias; nos tribunais, o relator
apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto”. Exatamente o
dobro como visto, entretanto, há celeridade no processo, pois, dirimido a duvida, encerra-se o
processo.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
ingressar com ação buscando solucionar uma lide particular, apresentando o problema
encontrado com relação ao aceso á justiça de forma célere e eficiente.
O estudo foi focado principalmente na lei específica, com citações pontuais do Código
Civil e Código de Processo Civil vigentes, além de reflexões de renomados doutrinadores que
abordam o tema de forma clara e objetiva.
O que foi observado nesta pesquisa é que realmente pelo método dedutivo é que há
uma imensa dificuldade em se obter do judiciário uma sentença célere na maioria dos
processos, isto leva o cidadão a esperar um longo tempo para receber uma solução, daí, a
importância em se apresentar meios alternativos e viáveis com o fim de que seus direitos
sejam assegurados. No caso em questão o acesso à justiça de forma eficiente.
O artigo científico tende a mostrar Uma questão fundamental que poderia dirimir de
forma mais eficiente os conflitos, seria o acesso dos postulantes a um meio alternativo de
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justiça no sentido de resolução das lides de forma mais célere, e que fosse confiável. Esta é a
proposta da arbitragem regulada pela Lei 9.307/96 Lei arbitral conhecida como Lei Marco
Maciel, bem como a arbitragem especial praticada nos juizados especiais regulada por esta
mesma Lei e os dispositivos textuais da Lei 9.099/99 em seus artigos 24 e 26, não havendo
assim conflitos entre ambos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Lei n o 9.307, de 23 de setembro de 1996. Lei da arbitragem; Vade Mecum, São Paulo:
Ridel, 2011.
Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Código de processo civil, Vade Mecum, São Paulo:
Ridel, 2011.
Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Juizados Especiais, Vade Mecum, São Paulo:
Ridel, 2011.
FERRAZ NETO, Jorge - Curso de arbitragem e processo arbitral. Fortaleza: ABC, 2008.
34
LIMA, Alex Oliveira Rodrigues. um novo campo de trabalho de Arbitragem. 2.a ed. São
Paulo: Iglu, 1998.
SCAVONE JUNIOR, Luiz Antonio. – Manual de arbitragem / 5. ed. rev., atual. e ampl.- Rio
de Janeiro: Forense, 2014