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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO
FORTALEZA
2022
FORTALEZA
2022
FRANCISCO JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
A JUSTIÇA RESTAURATIVVA COMO VIA DE GARANTIA AO DIREITO
FUNDAMENTAL DE ACESSO A JUSTIÇA E RESSOCIALIZAÇÃO DE
ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI.
Esta Monografia foi julgada adequada como requisito parcial à obtenção do título de
Especialista em Direito e Processo Constitucional aprovada em sua forma final pelo curso de
Pós-graduação em Direito da Universidade Estadual do Ceará – UECE.
BANCA EXAMINADORA
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RESUMO
O presente trabalho tem por temática central uma abordagem sobre o acesso à justiça numa
perspectiva voltada para o adolescente em conflito com a Lei, a Justiça Restaurativa como
meio de acesso à justiça viável, e mais célere. Não tem esse trabalho a pretensão de esgotar o
tema, uma vez que foram postos aqui apenas pontos para que se possa conhecer a seriedade e
efetividade do instituto em questão. A propositura do tema; Justiça Restaurativa como meio
alternativo e célere no acesso à justiça, tem por objetivo mostrar que o foco não está somente
na infração praticada, como acontece na Justiça Retributiva, e sim, nas pessoas envolvidas em
uma lide ou litígio. Torna-se o tema relevante pelo pouco entendimento que se tem e por
conta disto, pessoas adultas ou menores procuram o Judiciário com o fim de resolver conflitos
plenamente viáveis de resolução mais efetiva se os mesmo procurassem em solução
extrajudicial. Neste sentido, faz-se uma referência aos escritos na legislação vigente que trata
a matéria, tomando por base a resolução 225 / 2016. Buscando, sobretudo, fundamentação na
Constituição Federal de 1988. A pesquisa realizada tem ainda, como apoio teórico, registros
disponíveis em autos impressos e livros que torna o argumento pesquisado ainda mais
manifestam e precisam. Há aqui exposta uma contribuição analítica dos autores. As doutrinas
estudadas justamente com os dispositivos reguladores fundamentam a aplicabilidade do tema
aqui abordado.
The present work has as its central theme an approach on the access to justice in a perspective
focused on the adolescent in conflict with the law, Restorative Justice as a viable and faster
means of access to justice. This work does not intend to exhaust the theme, once only points
have been put here so that one can know the seriousness and effectiveness of the institute in
question. The proposition of the theme; Restorative Justice as an alternative and fast way of
access to justice, has the objective of showing that the focus is not only on the offense
committed, as it happens in Retributive Justice, but, on the people involved in a lide or
litigation. The theme becomes relevant because of the little understanding that is had, and
because of this, adults or minors seek the Judiciary in order to resolve conflicts that could be
more effectively resolved if they sought an extrajudicial solution. In this sense, reference is
made to the writings in the current legislation that deals with the matter, based on resolution
225 / 2016. Searching, above all, grounds in the Federal Constitution of 1988. The research
carried out has also, as theoretical support, records available in printed records and books that
makes the researched argument even more manifest and precise. There is here exposed an
analytical contribution from the authors. The doctrines studied together with the regulatory
devices substantiate the applicability of the theme addressed here.
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................07
2 ACESSO À JUSTIÇA..........................................................................................................12
2.1 TEORIA DO CONFLITO..................................................................................................14
2.1.1 Métodos consensuais de resolução de conflitos........................................................16
2.2 ARBITRAGEM..................................................................................................................18
2.2.1 Convenção arbitral.....................................................................................................20
2.2.2 Cláusula compromissória ou arbitral.......................................................................20
2.2.3 Autonomia da cláusula compromissória ou arbitral...............................................24
2.2.4 Compromisso arbitral................................................................................................24
2.3 DOS ÁRBITROS................................................................................................................26
2.4 SENTENÇA ARBITRAL...................................................................................................27
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.....................................................................30
4 ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS......................................................................31
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................32
REFERÊNCIAS......................................................................................................................33
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho científico tem como característica uma análise teórica do que seja
a Justiça Restaurativa como proposta enquanto instituto extrajudicial de solução de conflitos,
bem como de assegurar o acesso a Justiça como garantia fundamental numa abordagem para
adolescentes em conflito com a Lei, tendo como base apenas referenciais bibliográficos de
alguns autores conhecidos no que se refere ao assunto estudado e exposto neste trabalho.
Num primeiro momento, buscamos entender a legislação que trata o assunto, desde a
Resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que regula a matéria, 225/2016, até os
amplos debates em torno do assunto. Para tanto, lançamos mão de dispositivos legais que
disciplinam o assunto. São eles: A Constituição de 1988, em seu artigo art. 5º, inciso XXXV,
no que pese a constitucionalidade da Lei Especial aqui estudada que versa sobre o tema.
A técnica, pesquisa jurídico-teórico, trabalha uma estratégia tendo como objeto uma
análise da norma específica, buscando na realidade social, onde está inserido seu objeto de
estudo, a resposta para problemática em questão havendo o entendimento que a solução está
devidamente fundamentada nas normas constitucionais e doutrinárias.
As partes que compõem o trabalho são: referencial teórico, onde foi trabalhado o tema
em apreço, explicitando os objetivos em um estudo voltado para Lei específica e doutrinas.
Procedimentos metodológicos em que foi descrito o método que parte do geral para o
individual em uma técnica de análise da norma jurídica isolada do contexto. Na análise de
dados e resultados, parte do ponto onde foi observado o problema, tendo como
fundamentação o marco teórico específico e doutrinário. As considerações finais, não
admitindo fatos ou argumentos novos, apresentaram as conclusões em resposta aos objetivos
propostos no trabalho científico.
Assim posto, a presente pesquisa visa analisar esse instituto de meio de resolução de
conflitos alternativos ao processo judicial penal em infrações cometidas por adolescentes.
Diante de tantas dificuldades, pode-se perguntar; Como a Justiça Restaurativa pode de forma
eficiente dá celeridade aos processos de menores em conflito com a Lei e pacificar as relações
sociais como meio alternativos de resolução de conflitos?
Metodologia
Procedimentos Metodológicos
CAPÍTULO I
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Para Ferraz Neto, (2008, p 45,46) é longa a espera por um julgamento no Poder
Judiciário;
Quem já teve a necessidade de recorrer ao poder judiciário sabe quão penoso é a
espera para alcançar o almejado provimento jurisdicional, pois os processos se
arrastam, em média, de quatro a seis anos para serem julgados em primeira
instância, depois dessa espera, surge à via crúcis dos recursos – na maioria dos casos
procrastinatórios – que elevam o tempo médio de julgamento para dez anos.
Toda pessoa tem direito de ser ouvida, com as garantias e dentro de um prazo
razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal contra ela, ou para
que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal
ou de qualquer natureza.
Esse acesso somente pode efetivar-se mediante a Assistência Judiciária, que deverá ser
prestada a quem dela precisar, sendo garantida a gratuidade as ações relacionadas à criança e
ao adolescente, com exceção das oriundas de má fé. Desta forma, segundo a Constituição há
igualdade sem discriminação entre cidadão o que inclui a criança e adolescente, que segundo
o dispositivo goza de prioridade absoluta. (art. 227, CF).
Segundo Leonardo Greco apud Cesar (2002, p 75) “O acesso à justiça não estará
concretamente assegurado, se o Estado não oferecer a todos a possibilidade de receber
aconselhamento jurídico a respeito de seus direitos”.
Como a citação acima, entende-se que a justiça como traz a Constituição Federal deve
ser para todos sem distinção econômica, financeira, grau de instrução ou qualquer outro tipo
de situação que possa parecer impedimento.
Ainda segundo o autor, as causas internas, que poderiam melhorar o atendimento, são
aquelas que estão ao alcance do Judiciário, como por exemplo: as questões administrativas, no
que se refere ao desempenho de atividades burocráticas, de juízes e servidores, em que
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aqueles têm um papel fundamental neste processo com o objetivo de dar celeridade aos
julgamentos.
O que se vê, é que a garantia de acesso à justiça, prevista na Carta Magna, não a
assegura, na verdade, se configura em acesso ao Judiciário, tendo em vista as dificuldades do
processo como aqui já exposto, seria necessário tornar o sistema mais acessível, segundo
Cappelletti e Garth, (1998 p. 03),
Faz-se necessário, desta forma, criar ou fazer uso de dispositivos que além de
assegurar o acesso, que também lhe assegure uma decisão justa, e célere. O que se vê muitas
vezes é um descontentamento pela demora e complexidade em muitos casos.
Segundo Ferraz Neto (2008, p 43) o acesso à justiça a que se refere: “... Não é o acesso
aos Tribunais, nem o simples ato de ajuizar o pleito, vai além, traduzindo-se no desejo de
obtenção de provimento judicial, que é a justiça materializada, consubstanciada no princípio
da igualdade das partes”.
É claro que quem vai ao Judiciário não se contenta em apenas ter o direito de ingressar
ou até mesmo de ser ouvido, e sim, que sua lide seja resolvida e no menor decurso de tempo
possível e ainda, que a sentença seja satisfatória.
Para Ferraz Neto (2008, p. 23) “Nas civilizações antigas, quando surgia um conflito, o
homem se utilizava da autotutela, ou seja, fazia justiça com as próprias mãos” Com o tempo e
a evolução social, o homem procurou outras formas de resolver seus conflitos, não somente
pela força.
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Isto posto, entende-se que, a ideia do monopólio do Estado no que se refere à justiça
visa coibir a direito do mais forte ou em termos, dos mais poderosos, para que assim possa ter
garantido a todos o direito de pleitear junto aos órgãos jurisdicionais as suas lides com
possibilidades amplas e claras de obter êxito, é o que bem define Bacellar (2012, p. 18),
São várias as situações no mundo hodierno em que podem surgir conflitos, e é quando
eles surgem que as pessoas recorrem ao judiciário para encontrar uma solução geralmente
heterocompositivas, ou seja, as lides são solucionados por um órgão ou uma pessoa supra-
partes. É o que afirma Yarn apud Azevedo (2007, p. 27); “O conflito pode ser definido como
um processo ou estado em que duas ou mais pessoas divergem em razão de metas, interesses
ou objetivos individuais percebidos como mutuamente incompatíveis”.
Diante de um conflito, ambas as partes se julgam detentoras da razão esperando desta
forma a confirmação junto ao Estado por meio do Judiciário, ocorre que geralmente ao chegar
ao ponto de julgamento, ou seja, de dá o direito as relações estão desgastadas pelo simples
fato de ocorrer um conflito, onde ambos querem satisfazer suas vontades.
Ainda sobre o conflito aborda o autor Azevedo (2007, p. 27), como este é
contemplado numa perspectiva negativa por parte das pessoas envolvidas.
participantes são levados a ver algo positivo no conflito a concepção muda. É o que afirma na
citação abaixo: Azevedo (2007, p. 28,29).
CAPÍTULO 2
Este método é adotado aos meios de resolução de conflito de justiça Retributiva por
parte de um juiz ou tribunal, ou ainda por meio de Arbitragem sendo que nesta, a escolha dos
árbitros cabem as partes.
2.1 Arbitragem
Por ser uma alternativa extrajudicial, quando configura uma opção das partes, ou
judicial quando segundo Art. 24 e 26 da Lei 9099/95, não houver conciliação, as partes
poderão optar pelo juízo arbitral, neste sentido dar celeridade ao processo uma vez acordado
em juízo, é o que traz o art. 24;
Art. 24. Não obtida à conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo
juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei.
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de
compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o
Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência de instrução.
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma
dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir por eqüidade.
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o árbitro
apresentará o laudo ao Juiz togado para homologação por sentença irrecorrível.
Esta é uma questão fática que pode dirimir de forma mais célere os conflitos, seria o
acesso dos postulantes aos meios alternativos de justiça no sentido de resolução de suas lides
no que se refere a bens materiais disponíveis, e que seja confiável. Esta é a proposta da
arbitragem regulada pela Lei 9.307/96 Lei arbitral, conhecida como Lei Marco Maciel, bem
como a arbitragem especial praticada nos juizados especiais regulada por esta mesma Lei e os
dispositivos textuais da Lei 9.099/95 em seus artigos 24 a 26, não havendo assim conflitos
entre ambos.
2.2 Mediação
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Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de controvérsias
entre particulares e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração
pública. Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica exercida por
terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as
auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a
controvérsia.
A lei traz de forma taxativa os princípios a serem observados pelo método consensual;
Como se vê a mediação deve ser exercida antes de tudo por uma autonomia de vontade das
partes, ou seja, só há mediação se as partes envolvidas no conflito de comum acordo assim o
quiserem e ainda o mediador deverá ser imparcial durante todo o desenrolar do procedimento.
O dispositivo trás ainda em seu artigo 9°, a possibilidade da mediação extrajudicial,
“Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a
confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de
integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele
inscrever-se”.
13.105/2015 não pode dá soluções, sugestões decisões e sim mediar o conflito de forma que
as partes envolvidas cheguem a uma solução viável.
§3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo
anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os
interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da
comunicação, identificar, por si próprios soluções consensuais que gerem benefícios
mútuos.
Vale salientar que, na mediação Judicial as partes não tem a possibilidade de escolher
o mediador; Art. 25. Na mediação judicial, os mediadores não estarão sujeitos à prévia
aceitação das partes, por outro lado, na mediação extrajudicial há esta possibilidade. Por outro
lado, na mediação extrajudicial se houver previsão em contrato traz no art. 22 III que deverá
haver critérios de escolha do mediador ou equipe de mediação, Não havendo previsão
contratual deve ser oferecida a parte convidada uma lista contendo cinco nomes para escolha.
2.3 Conciliação
Ainda de acordo com o CPC, §2º do art. 165 O conciliador, que atuará
preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá
sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento
ou intimidação para que as partes conciliem.
Nota-se desta forma que a Conciliação será indicada para litígios em que não há
vínculos entre as partes e o mediador nos casos em que havia certo relacionamento e que foi
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quebrado com a prática da ofensa que ensejou o litígio, percebe-se, entretanto, que há um
apequena diferença que certamente indicará o instituto a ser adotado, pode-se notar com isso
que tratam-se de institutos embora semelhantes, porém com desenvolvimentos diferentes.
CAPÍTULO 3
Ao se pensar em Justiça Restaurativa deve-se olhar para o crime de outra forma sabe-
se um fato-crime constitui como principal vitima do o Estado, ou saja, quem pratica algum
tipo de crime agride ao Estado, seria uma violação contra o Estado, uma vez que há uma
desobediência a Lei, neste caso como diz Howard Zeh, (2008 p. 9), A justiça determina a
culpa e inflige dor no contexto de uma disputa entre ofensor e estado, regida por regras
sistemáticas.
Ainda segundo o autor, O crime deveria ser visto como uma violação de pessoas e
relacionamentos, pois os envolvidos são a vítima o agressor e a comunidade onde ocorreu o
fato visto dessa forma, o fato-crime, cria na comunidade uma obrigação de corrigir os erros,
em busca de Justiça. Pois A justiça envolve a vítima, o ofensor e a comunidade na busca de
soluções que promovam reparação, reconciliação e segurança.
Dessa forma, propõe a retomada do conflito pelos particulares, ao invés de deixar nas
mãos do Estado a perseguição e punição do infrator. É o que preconiza o artigo 1º da
resolução 225/2016 que tratas o tema.
III – as práticas restaurativas terão como foco a satisfação das necessidades de todos
os envolvidos, a responsabilização ativa daqueles que contribuíram direta ou
indiretamente para a ocorrência do fato danoso e o empoderamento da comunidade,
destacando a necessidade da reparação do dano e da recomposição do tecido social
rompido pelo conflito e as suas implicações para o futuro.
Essa abordagem central do instituto em questão permite que as pessoas afetadas pelo
crime ou litígio, venham ter a liberdade de compartilhar abertamente seus sentimentos e
experiências, bem como os desejos sobre como atender suas necessidades. Na verdade, a
Justiça Restaurativa visa propiciar uma oportunidade para as vítimas serem reparadas por
erros ou ofensas cometidos contra elas, o que as levam com segurança superar o problema.
Neste diapasão pode-se dizer que a Justiça Restaurativa é um processo voltado para
resolução de um conflito caracterizado pela existência de crime ou ato infracional onde há a
colaboração mútua e participativa maior do infrator e da vítima. Em linhas gerais pela
Resolução 255/2016 do CNJ seria;
É claro, que foco aqui não é impunidade, entretanto, vislumbra-se no sentido restrito
no que se refere a penalidades que de fato seja eficaz na restauração e recuperação não só do
indivíduo, mas, das relações, pois, traz de volta o sentimento, ao infrator, de aceitação o que
de certa forma contribui para seu processo de restauração.
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Para Pinto (2005), “as relações entre pessoas são violadas quando há uma prática
delituosa, desta forma todos os envolvidos entram em um processo de restauração sob o
prisma da Justiça Restaurativa”, A princípio, o que se tem em mente é que a punição por si só
traz o sentimento de justiça ou restauração, é bem verdade que com referência da vítima, e
mencionando o que já exposto anteriormente, como parte no processo, ela quer ser
recompensada de alguma forma, que seu suposto prejuízo seja amenizado, ou pela punição do
agressor, se for o caso, ou por reparação do dano em questões cíveis.
Ainda sobre as relações segundo Zehr apud shalom, assevera que o crime dilacera os
relacionamentos, ou mesmo que não se tenha antes, cria-se desta forma um vínculo que
geralmente pelo cometimento do crime, hostil. (2008, P. 171)
A visão de shalom também nos lembra que o crime representa uma violação dos
relacionamentos. Ele afeta nossa confiança no outro, trazendo sentimentos de
suspeita e estranheza, por vezes racismo. Não raro ergue muros entre amigos,
pessoas amadas, parentes e vizinhos. O crime afeta nosso relacionamento com todos
à nossa volta. O crime também representa um relacionamento dilacerado entre
vitima e ofensor. Mesmo se eles não tinham um relacionamento prévio, o delito cria
um vínculo, que em geral é hostil. Se não resolvido, esse relacionamento hostil
afetará, por sua vez, o bem-estar da vítima e do ofensor.
E isto seria lícito sob o ponto de vista jurídico, entretanto, não o seria sob a ótica
humana ou de dignidade, uma vez que cumprir a pena por cumprir não agrega valor, mas sim
que agressor e vítima, e neste caso, principalmente o agressor, tenha consciência como bem
mencionado mais a frente, de que pelo delito praticado merece a medida aplicada.
Ainda sobre as relações segundo Zehr apud shalom, assevera que o crime dilacera os
relacionamentos, ou mesmo que não se tenha antes, cria-se desta forma um vínculo que
geralmente pelo cometimento do crime, hostil. (2008, P. 171)
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A visão de shalom também nos lembra que o crime representa uma violação dos
relacionamentos. Ele afeta nossa confiança no outro, trazendo sentimentos de
suspeita e estranheza, por vezes racismo. Não raro ergue muros entre amigos,
pessoas amadas, parentes e vizinhos. O crime afeta nosso relacionamento com todos
à nossa volta. O crime também representa um relacionamento dilacerado entre
vitima e ofensor. Mesmo se eles não tinham um relacionamento prévio, o delito cria
um vínculo, que em geral é hostil. Se não resolvido, esse relacionamento hostil
afetará, por sua vez, o bem-estar da vítima e do ofensor.
Ao infringirem a Lei, os adolescentes, muitas vezes não são tratados como está
expresso no artigo 6º do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou seja, como pessoas em
desenvolvimento. Com o processo, começa o longo e verdadeiro calvário dos adolescentes
em conflito com a Lei, uma vez que, prevalecem às práticas punitivas como primeiras
decisões tomadas, na maioria das vezes, aplica-se apenas o que está escrito na letra da Lei,
assim dizendo, a medida socioeducativa relativa ao ato infracional praticado, sem levar em
consideração realmente o que pensa o infrator ou os motivos que o levaram a prática de tais
atos.
São considerados adolescentes em conflito com a lei pessoas na faixa etária de doze
(12) a dezoito (18) anos incompletos, que cometeram atos infracionais, de pequenos furtos a
delitos graves, como homicídios.
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
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É claro que uma sensação plena de justiça é algo raro. No entanto, até uma “justiça
aproximada pode ser de ajuda”? Mesmo uma experiência parcial pode lançar as
bases necessárias para obter uma sensação de recuperação e encerramento do ciclo.
Por exemplo, quando o ofensor não foi identificado, ou quando ele se nega a assumir
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Uma das vantagens da Justiça Restaurativas seria o fato de que o adolesceste infrator
não deixando de assumir a responsabilidade, pelo ato infracional cometido, tendo estado em
contato direto com a vítima, tem noção exata das consequências que o ato mereceria.
Igualmente, tem por objetivo não eximi-lo da culpa ou da obrigação de reparar o dano, mas de
evitar os males da privação de liberdade. Debastiani (2013 P. 41)
Ainda segundo a autora, “Os programas de Justiça restaurativa, fornecem suporte para
que a infração juvenil possa ser abordada, e esse responsabilizado, ao mesmo tempo
deixando-o distante dos efeitos nocivos da Justiça criminal” (p. 43).
Uma das vantagens da Justiça Restaurativas seria o fato de que o adolesceste infrator
não deixando de assumir a responsabilidade pelo ato infracional cometido, tendo estado em
contato direto com a vítima, tem noção exata das consequências que o ato mereceria.
Igualmente, tem por objetivo não eximi-lo da culpa ou da obrigação de reparar o dano, mas de
evitar os males da privação de liberdade. Debastiani (2013 P. 41)
Ainda segundo a autora, “Os programas de Justiça restaurativa, fornecem suporte para
que a infração juvenil possa ser abordada, e esse responsabilizado, ao mesmo tempo
deixando-o distante dos efeitos nocivos da Justiça criminal” (p. 43).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FERRAZ NETO, Jorge - Curso de arbitragem e processo arbitral / Fortaleza. ABC editora,
2008.
Lei Nº Lei n° 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil, Vade Mecum, São
Paulo: Saraiva 2016.
SCAVONE JUNIOR, Luiz Antonio. – Manual de arbitragem / 5. ed. rev., atual. e ampl.-
Rio de Janeiro: Forense, 2014.
TOEWS, B. & Zehr, H. (2006). Maneiras de conhecer para uma visão restaurativa de
mundo. In C. Slakmon, M. R. Machado, & P. C. Bottini (Eds.), Novas direções na
governançada justiça e da segurança (pp. 419-432). Brasília-DF: Ministério da Justiça.
ZEHR, Howard. Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a justiça / Howard
Zehr; tradução de Tônia Van Acker. -- São Paulo: Palas Athena, 2008.