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RESPIRAR (12 vezes)

Apresente a atividade artística, incluindo as ações complementares,


enunciando os seus elementos distintivos, fundamentando a sua
pertinência, qualidade e originalidade, justificando as autorias e
opções artísticas e evidenciando a adequação da equipa proposta
para o seu desenvolvimento.

Neste texto, Marie Suel propõe-se a falar sobre os medos, aqui os de uma criança no início
de sua vida e, no extremo oposto, os de um velho homem. O encontro tem lugar no quarto
da criança, a meio da noite, chamando a atenção para o momento presente e dando
especial destaque à cumplicidade que vai sendo construída entre estas duas personagens, a
partir de um conjunto de jogos, desvelando-se a alegria por entre os medos da morte, do
abandono, do desconhecido ou do fracasso. Jocelyne e Marcelle, é assim que vão sendo
batizados os medos e, à medida que lhes vão sendo atribuídos nomes, eles
desaparecem. Marie Suel, dramatyrga francesa, mas também cantora e teclista de um grupo
rock, inscreve no texto a presença da música, através de canções, que segundo a autora,
devem mesmo ser cantadas pelos atores.

Este é um espetáculo que, de forma original e inesperada, estimula a relação entre crianças
e idosos, não pela diferença, mas sim pela aproximação das suas experiência de vida, as
quais apresar de tão díspares, parecem tocar-se. Explora a capacidade vital, e muitas vezes
menosprezada na educação da crianças e no desenvolvimento pessoal dos adultos, de dar
nomes às múltiplas emoções que sentimos, como aponta a investigadora Susan David no seu
livro “Emotional Agility”, acrescentado que não há emoções boas ou más. Apenas, devemos
sentir todas as emoções e aprender a lidar com elas.

As personagem partilham as suas ideias, sensações físicas e psicológicas relativas aos medos
que têm, e, de uma forma não espetacular, nem “super-heróica”, aprendem a esperar por
eles, a apaziguá-los e a domá-los. Falam do medo do aquecimento global, medo de não
serem amados, de serem gozados, ou do medo do primeiro bypass. E o velho homem
conclui: “Minha filha, tu não és o medo, tu SENTES o medo. Não é a mesma coisa.”

Durante o espetáculo, o diálogo entre a criança e o velho homem abre-se aos espetadores,
de forma não intrusiva, projetando alguns medos universais nos adultos e crianças
presentes, estabelecendo assim uma cumplicidade e uma unidade de espaço, entre a cena e
a plateia.

Como é hábito noutros projetos da companhia, após as apresentações serão promovidas


conversas entre os artistas e o público, possibilitando a partilha de experiências sobre os
medos, esperando que estas essas conversas continuem em casa, junto de familiares e
amigos, ou nos estabelecimentos de ensino, junto de educadores e outros colegas.

Dando continuidade à parceria iniciada em 2015, o teatromosca e a companhia francesa


Théâtre de la Tête Noire (Scène conventionnée d’intérêt national Art et création pour les
écritures contemporaines) voltam a colaborar na criação de um espetáculo, desta feita para
o público infantil, depois de, em 2018, terem criado, em coprodução, o espetáculo “Kif-Kif”,
para e com jovens maiores de 12 anos. A estas duas companhias, junta-se agora o Teatro
Art’Imagem, com quem o teatromosca também tem vindo a colaborar regularmente,
estrutura teatral com um trabalho de referência na criação de espetáculos para o público
infanto-juvenil em Portugal.

O texto de Marie Suel será publicado na editora moscaMORTA, projeto editorial da


responsabilidade do teatromosca, com tradução para português assinada por Margarida
Madeira, juntamente com outras peças francófonas, todas inéditas em Portugal: "Eu não
Gosto da Minha Irmã" e "Eu Quero Ser a Mais Velha!" do encenador e dramaturgo francês
Sébastien Joanniez, textos que deram jáorigem ao espetáculo “Odeio a Minha Irmã”,
estreado em 2022; e “Na Floresta Desaparecida”, do dramaturgo canadiano Olivier
Sylvestre, que será levado a cena em 2025 pelo teatromosca e a Hipérion.

Este trabalho resultará num corpo de edições e espetáculos focados no desenvolvimento


emocional dos mais novos, e, ao mesmo tempo, aproximando a literatura infanto-juvenil
francófona dos públicos e dos leitores de língua portuguesa.

Plano de comunicação [preenchimento opcional]


Descreva as ações e os meios de comunicação a utilizar, que sejam específicos
para esta atividade. 500
Os conteúdos escritos, visuais e de multimédia serão concebidos tendo em conta o público-
alvo mais jovem, contudo contemplando a complexidade do tema que apele aos adultos.
A comunicação através da internet será privilegiada, a par dos contactos com a imprensa
especializada de divulgação de atividade para o público infanto-juvenil
Todo o plano será alavancado pelos canais e meios existentes nos três coprodutores do
espectáculo, em especial de parceiros que atuam juntos dos públicos familiares.
Ao longo do processo, serão recolhidos, de forma anónima, testemunhos de crianças e
adultos em torno das temáticas que enformam o texto de Marie Suel e o espetáculo
produzido, com vista à criação de pequenos vídeos promocionais que serão divulgados,
exclusivamente, através das redes sociais e nos sites dos parceiros.

Público-alvo [preenchimento opcional]


Caraterize os públicos a que a atividade se destina, com indicação das estratégias
para os alcançar, incluir e fidelizar. 500
O espectáculo está pensado para um público familiar, juntado famílias, várias gerações de
uma família, e na partilha de experiências sobre a relação com irmãos e/ou primos, ou
outros familiares. O projeto estáainda orientado para um público escolar, a partir dos 6 anos
de idade.
O trabalho direto com entidades de acolhimentos, suas redes de parceiros que atuam no
terreno juntos dos diferentes públicos, como as escolas, será fomentado nos diferentes
locais de apresentação do espetáculo.

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