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BELÉM-PA
2023
LUCAS GABRIEL SARDO FIGUEIREDO
BELÉM-PA
2023
1. Problematização
“As histórias da Pixar surgem das experiências de vidas das pessoas que
trabalham em nossos filmes e sempre queremos que esses filmes falem
profundamente com nosso público. Para nós, é essencial que nossa própria
equipe represente todo esse público, por isso nos comprometemos a criar
uma Pixar que inclua todos, faça filmes para todos e, esperançosamente,
permita que todos que vão ver um filme da Pixar vejam um pouco de si
mesmos na tela.” (MORRIS, s.p. tradução livre).
2. Referencial Teórico
3. Objetivos e procedimentos
3.1 Procedimentos
Para esse estudo, serão analisados todos os filmes, sejam eles curta ou longa
metragens, dos estúdios de animação Pixar. De preferência, a análise será feita de
acordo com a sua ordem de lançamento, começando pelo primogênito Toy Story
(1994) até o lançamento mais atual Elementos (2023), além de fazer uma varredura
entre a equipe técnica, como diretores e roteiristas que trabalharam nos mesmos
projetos. Tais procedimentos serão necessários para verificar seus temas e
relacionar aqueles que mais se assemelham e conversam entre si, além de criar um
entendimento sobre a visão autoral dos cineastas.
Para exemplificar, o diretor Pete Docter sempre apresenta em seus filmes
temas difíceis de lidar que fazem parte da vida humana, tratando-os como
oportunidades de amadurecimento e crescimento, inspirando o público a lidar com
eles de cabeça erguida. Tanto Up!, quanto Divertida Mente e Soul criam um laço de
relação e identificação ao falarem de problemas que todo ser humano vai passar.
Essas abordagens, embora frequentemente passam despercebidas pelas crianças,
distraídas pelos efeitos visuais, falam intimamente ao público adulto. Ao assistir aos
filmes, poderá ser percebido um parâmetro maior da intensidade narrativa e como
ela se faz presente de forma sucinta na história, para que o público infantil se divirta
e compreenda a camada mais superficial e objetiva do filme, e que o público jovem e
adulto perceba que de alguma maneira aquela história também pode se conectar
com ele, e que o espectador pode aprender algo e tirar bons frutos daquele
momento de lazer.
Além disso, será primordial para a investigação a consulta bibliográfica de
livros, teses e artigos que tratem da questão narrativa, como o já citado Teoria
Literária de Jonathan Culler.. As narrativas podem ter seus direcionamentos e sua
linguagem distinta para grupos de espectadores diferentes, por isso, também serão
úteis os textos de Umberto Eco no livro Lector in Fabula (2002), no qual afirma que a
interpretação e o sentido de uma narrativa depende fortemente do leitor: “Um texto
postula o próprio destinatário como condição indispensável não só da própria
capacidade concreta de comunicação, mas também da própria potencialidade
significativa” (ECO, 2002, p.37). Então, para que uma narrativa faça sentido, é
necessário atribuir sentido a ela; e tal atividade varia de acordo com a vivência de
cada pessoa e de cada grupo social. Dito isso, é como se os filmes Pixar utilizassem
narrativas mistas; uma que conversa facilmente com a criança, que fará com que ela
compreenda o que está sendo mostrado e outra que se comunica com o adulto,
considerando que este tem ideias que ainda não existem na criança, adicionando
uma camada mais complexa de interpretação.
Esses temas mais complexos são diretamente abordados; o fato de eles
passarem “despercebidos” pela criança, ou melhor, de eles não terem na criança o
mesmo impacto que têm nos adultos, não significa que esses temas estão implícitos,
mas que os temas estão envoltos em outras ferramentas cinematográficas – como a
animação divertida e os personagens engraçados e caricatos.
3.2 Objetivos