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Objetivos Específicos:
GESTÃO DOCUMENTAL
restauração documentais e como estes são importantes para a eficiência de uma polí-
tica de gestão documental eficiente. A higienização, acondicionamento, restauração e
digitalização são as expressões práticas desta política de preservação.
4.1 Introdução
Você conhece como se dá o processo de preservação documental? Quais são
os vários mecanismos usados no cuidado com os papéis?
Nesta unidade, serão abordados esses e outros assuntos, úteis à gestão des-
ses tipos de suporte. O trabalho de higienização e acondicionamento adequado dos
documentos deve ser desenvolvido de forma estratégica e proativa, pensando desde
a produção até a guarda permanente de meios mais adequados que evitem a perda
de informações. Essas práticas são balizadas por alguns princípios que devem ser bem
compreendidos. São eles: a preservação, a conservação e a restauração.
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como a utilização de matérias que se assemelham em idade do documento, a reversi-
bilidade e a documentação do trabalho por meio de fotos e listas de insumos usados
(SPINELLI; BRANDÃO; FRANÇA, 2011; GOMES, 2000).
SAIBA MAIS
No link https://brapci.inf.br/index.php/res/download/48460, você encontrará o artigo “O PDF/A
na Gestão de Documentos Arquivísticos”. Nele a autora explora a construção do formato PDF, muito
utilizado na produção e digitalização de documentos arquivísticos. Por meio da leitura deste texto,
é possível entender as vantagens do PDF/A na preservação de informações em meios digitais.
4.2 Higienização
O passo a passo da higienização de documentos pode parecer, à primeira vis-
ta, simples, mas isso é verdade?
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Figura 13 - Materiais utilizados no trabalho de limpeza.
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o metal contra o papel, sob o risco de causar fissuras e deformidades ao documento.
Como mostra a imagem 14, gravuras, partituras musicais e mapas podem be-
neficiar-se de uma limpeza com pó de borracha. A técnica consiste em ralar borracha
plástica branca com um ralador fino (de aço inoxidável ou plástico) sobre o documento
e, com auxílio de uma boneca (feita com o um pedaço de gaze cheia com algodão de
forma que fique em formato esférico), fazer movimentos circulares do centro para as
bordas do papel. Após o término do procedimento, o pó deve ser retirado com um pincel.
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Figura 14 - Limpeza com pó de borracha.
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processos físicos e/ou químicos podem não resistir à limpeza com pó de borracha,
fragmentando-se no processo. Papéis com texturas muito porosas também não devem
entrar em contato com borracha, porque a remoção das partículas é difícil de ser feita.
Alguns exemplos são: papel japonês, papel atacados por fungos e papéis que foram
molhados (CASSARES; MOI, 2000).
SAIBA MAIS
Márcio Felix e Jane Costa, por meio do Laboratório de Biodiversidade do Instituto Oswaldo Cruz,
produziram uma cartilha intitulada “Insetos bibliófagos: identificação, prevenção e controle”. Nela
os autores mostram os principais insetos que podem acometer os arquivos e maneiras práticas de
prevenir o seu aparecimento e como deve ser feito o combate destes. O arquivo está disponível no
link: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24582/2/Cartilha%20Insetos%20Bibliofagos.
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4.3 Acondicionamento
Para que haja ganho de vida útil dos documentos, algumas medidas devem
ser tomadas no momento do acondicionamento, procedimentos que vão propiciar
estabilidade aos suportes, desacelerando ou interrompendo o processo de deterio-
ração. A importância do bom acondicionamento está na possibilidade de acesso a
informações por um tempo indeterminado, corroborando a construção da memória
institucional e possibilitando à instituição meios de comprovar suas atividades.
A preservação dos documentos deve ser pensada desde a sua produção até
a guarda permanente. Os documentos organizados em forma de processo ou dossiês
devem ter suas capas em papel alcalino, pois este neutraliza a acidez do papel que
pode gerar deterioração do material. Grampos de plástico são os mais adequados
para prender os documentos, uma vez que são inertes e têm degradação muito mais
lenta do que o aço. Se na produção dos documentos foram utilizados grampos ou col-
chetes de metal, quando forem preparados para o acondicionamento, estes objetos
metálicos devem ser substituídos por similares de material plástico.
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devem ser produzidas em plástico ou cartão alcalino. As que não forem feitas com
material com pH adequado devem ser revestidas com papel alcalino. Elas devem ser
resistentes e padronizadas, além de proporcionar proteção e limpeza aos documentos
guardados nelas.
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tes de longa duração. Como forma de facilitar a organização, o leiaute do arquivo deve
ser pensado na hora de organizar os documentos dentro do veículo de forma que no
descarregamento os objetos sejam endereçados a seu local de destino seguindo um
fluxo lógico.
SAIBA MAIS
Por meio do link https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2016/02/20152049/Recomenda%-
C3%A7%C3%B5es-Para-Constru%C3%A7%C3%A3o-de-Arquivos.pdf, você consegue encon-
trar as “Recomendações para a Construção de Arquivos” produzidas pelo Conselho Nacional de
Arquivo. Nesse material, há indicações técnicas para edificação de locais de arquivo, advertindo
para questões fundamentais nas construções, indispensáveis à preservação dos documentos.
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Com vista a minimizar a deterioração natural que os suportes sofrem, é im-
portante observar algumas condições ambientais, como a presença de poluentes at-
mosféricos e as flutuações de temperatura e humidade. Idealmente os documentos
devem ser acondicionados em locais com temperatura não inferior a 15°C e não supe-
rior a 22ºC. A umidade relativa do ar deve ser mantida entre 45% e 60%. Índices altos
de umidade e temperatura geram infestações de insetos e fungos, como os mofos
(ARQUIVO NACIONAL, 2005b).
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cessos de controle de pragas feito de forma imprudente.
4.4 Restauração
A restauração de um documento com suporte em papel é um conjunto de téc-
nicas que visa restabelecer sua potencialidade, buscando manter e prolongar sua utili-
dade. Os métodos utilizados objetivam a reversão dos danos físicos e/ou químicos ocor-
ridos no decorrer do tempo, por meio de ações intervencionistas na estrutura do papel.
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Figura 17 - Três banhos usados na desacidificação aquosa.
Remoção de marca ocasionada por fita adesiva: para a execução dessa téc-
nica, dispõe-se uma camada de talco neutro (nas dimensões da mancha) sobre uma
folha de papel mata-borrão. O documento a ser tratado deve ser colocado em cima
dessas duas camadas. O verso da mancha deve estar posicionado exatamente acima
de onde está o talco. Uma nova camada de talco é posta sobre a mancha, em cima
dele dispõe-se um pedaço de tecido tipo crepe. Um palito de churrasco envolto em
algodão e embebido em acetato de etila deve ser usado para umedecer o talco que
está por cima do documento. Após isso, uma folha de mata-borrão é pressionada
contra todas as camadas por cinco segundos (BARROS, 2009).
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Fonte: BARROS, 2009, p. 43.
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Figura 21 - Pressão sobre a aplicação.
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Fonte: BARROS, 2009, p. 47.
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Fonte: BARROS, 2009, p. 53.
Velaturas: essa técnica é usada para reforçar folhas de papel. Para isso, é apli-
cada uma folha de papel japonês umedecida que será esticada sobre uma folha de
acetato e posta em cima do documento a ser reforçado. A junção dos dois papéis é
feita com cola metilcelulose (BARROS, 2009).
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Figura 26 - Papel japonês umedecido sobre acetato.
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Fonte: BARROS, 2009, p. 55.
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Figura 29 - Aplicação do papel de enxerto.
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Fonte: BARROS, 2009, p. 56.
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Figura 32 - Aplicação de pasta de papel nos furos.
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Fonte: BARROS, 2009, p. 58.
4.5 Digitalização
O processo de digitalização consiste em converter para meios digitais docu-
mentos que foram criados originalmente em suportes físicos, depende de equipamen-
tos que façam a captura de imagens com a maior fidelidade possível. O Decreto nº
10.278, de 18 de março de 2020, regulamenta esse procedimento, prevendo que os
documentos digitalizados produzam o mesmo efeito legal desde que cumpram alguns
requisitos.
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Quadro 1 - Requisitos mínimos para a digitalização de documentos.
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Monocromático
Plantas e mapas 600 dpi Texto/imagem PNG
(preto e branco)
Fonte: BRASIL(2020).
A compressão dos arquivos deve ser feita de forma que não haja perdas, ou seja,
as informações antes da compressão devem ser as mesmas depois da descompressão.
O Decreto (BRASIL, 2020) exige ainda o mínimo de metadados a serem pre-
enchidos:
Para todos os documentos:
METADADOS DEFINIÇÃO
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Responsável pela digitalização Pessoa jurídica ou física responsável pela digitalização.
METADADOS DEFINIÇÃO
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Data de produção (do documento Registro cronológico (data e hora) e tópico (local) da produção
original) do documento.
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Para que o processo de digitalização possa ser eficaz e eficiente, ele depende
de maquinário específico e bem escolhido, sobre os equipamentos destinados a este
fim. Pontes e Araújo (2018) apontam algumas características e os cuidados que de-
vem ser tomados:
• Câmeras digitais: por conta do flash, pode ocasionar danos aos documen-
tos. Para que haja boa qualidade na captura, deve ser usada em conjunto com mesa
de reprodução e sistema de iluminação artificial que emitem pouco calor.
Conclusão
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As políticas de preservação documental são indispensáveis a todas as institui-
ções, tanto públicas quanto privadas. Elas dão às informações documentadas impor-
tância à medida que visam a um ambiente institucional propício, além da manutenção
do acesso a esses dados pelo período necessário.
As vantagens da preservação documental são inúmeras. Destacam-se: a pro-
teção da memória institucional, propicia meios de entender os processos de constru-
ção dos diversos mecanismos de administração, conhecimento essencial à assertivi-
dade das futuras práticas administrativas. Os ganhos com a preservação documental
passam também pela facilidade de resposta legais bem embasadas e pela pouca
necessidade de restauração de papéis. As políticas de preservação documental só são
bem empregadas se pensadas da produção até a destinação dos documentos.
RESUMO
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REFERÊNCIAS
GESTÃO DOCUMENTAL
2009. Monografia (Bacharelado em Biblioteconomia) – Universidade de Brasília.
Brasília, 2009.
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PONTES, Leda dos Santos; ARAUJO, Vania dos Reis. Manual de digitalização de
documentos da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: SIARQ; UFRJ,
2018. Disponível em: https://portal.sei.ufrj.br/
images/documentos/manuais/manualreferências gestão documental45de-
digitalizao-UFRJ.pdf. Acesso em: 17 jan. 2022.
GESTÃO DOCUMENTAL
A7%C3%A3o-de-DocumentosExtrajudiciais-.pdf. Acesso em: 17 jan. 2022.
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