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Geometrias Não Euclidiana

Deivide Mota Gomes¹


Delmas Ferreira de Oliveira Junior
Francisco Emanuel Nascimento Alves
Lucas Goulart Tredezini da Silva
Natalino de Araújo Valério
Eliane Azevedo Mazurek²

1. INTRODUÇÃO

Desde que iniciamos nossos estudos de matemática no ensino fundamental, aprendemos uma
noção de geometria muito prática como por exemplo o cálculo de distâncias, de área de vários
sólidos como quadrado, triângulo e do círculo por exemplo.
Essas informações são úteis em várias etapas da nossa vida, tanto na escola como fora dela.
Mesmo que não seja dito claramente, esse é o ensino da geometria apresentada por Euclides, ou
euclidiana. Euclides foi um matemático grego que viveu por volta de 300 a.C. Ele estabeleceu
axiomas ou postulados que são a base da geometria.
Mais tarde outros matemáticos quiseram comprovar esses postulados, especialmente o quinto.
Não foi possível confirmar ou contradizê-los, entretanto, foram estabelecidos outros princípios
geométricos, chamados de geometrias não euclidiana.
Embora menos difundida, suas aplicações são extremamente úteis em vários aspectos,
inclusive podem e devem ser abordadas em atividades em sala de aula. Nosso objetivo é fazer uma
abordagem simples e prática, mostrando justamente o valor desse ensino.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Vivemos numa época que as pessoas desejam as coisas de imediato, e muitas vezes não tem
paciência para aprenderem algo um pouco mais complexo e nem mesmo a história de como se
desenvolveu tal conceito ou como surgiu certa ferramenta. Um exemplo disso se encontra na
matemática, essencial para nossa vida cotidiana, sem falar na sua aplicação em todas as áreas da
ciência. Indo um pouco mais a fundo nesse pensamento, observa-se que poucos conhecem a história
por trás da geometria. Então, como acadêmicos, faz-se necessário perguntarmos, por que estudar
fatos históricos da geometria?
De acordo com BRITO (1995), os fatos históricos e filosóficos relacionados geometria são
muito importantes para alguém que deseja ser um professor, afinal, esse alguém precisa conhecer
profundamente o que ensinará.
Considerado o pai da geometria que conhecemos, Euclides um matemático grego, escreveu o
que pode ser chamado de um tratado matemático e geométrico, essa obra ficou conhecida como Os
Elementos. Nessa obra, ele estabelece definições que conhecemos como ponto, reta, círculo e
triângulo. Também enuncia noções comuns, que são tidas como verdades óbvias. Daí ele estabelece
axiomas ou postulados sobre a geometria plana.

1 Nome dos acadêmicos


2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso: Matemática – Turma:FLC19667MAD – Prática do
Módulo I – 06/10/2022
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Imagem 1 - Euclides de Alexandria.

Fonte: https://i1.wp.com/www.guiaestudo.com.br/wp-content/uploads/2019/08/euclides-de-
alexandria-retrato.jpg (acessado 07/10/2022)
Essa imagem retrata Euclides em suas abordagens pela geometria, aqui, usando um compasso
para fazer um círculo em um plano.

Um postulado ou um axioma é uma informação verdadeira que não se exige uma prova para
confirmar sua veracidade. Veremos a seguir os cinco postulados de Euclides. Depois daremos uma
atenção especial ao quinto, pois dele que procedem as geometrias ditas como não euclidianas:

Axioma I: Fique postulado traçar uma reta a partir de todo ponto até todo ponto.
Axioma II. Também prolongar uma reta limitada, continuamente, sobre uma reta.
Axioma III. E, com todo centro e distância, descrever um círculo.
Axioma IV. E serem iguais entre si todos os ângulos retos.
Axioma V. E, caso uma reta, caindo sobre duas retas, faça os ângulos interiores e
do mesmo lado menores do que dois retos, sendo prolongadas as duas
retas, ilimitadamente, encontrarem-se no lado no qual estão os menores
do que dois retos. (BICUDO, 2009, p. 98)

O 5º Axioma define que uma reta só pode ter uma única reta paralela a ela. Essa afirmação é
válida apenas para a geometria plana ou geometria euclidiana. No caso de esferas ou elipses, não
há retas paralelas e no caso de uma hipérbole, há infinitas retas paralelas. Com o passar do tempo
outros matemáticos perceberam essa limitação no 5º postulado. Dando início a vários estudos e
o resultado conhecemos como geometrias não euclidianas. Alguns exemplos são:
geometria hiperbólica, geometria elíptica ou esférica, geometria projetiva e a geometria do
táxi.
Entre os objetivos gerais para o ensino fundamental, os PARÂMETROS CURRICULARES
NACIONAIS – PCN, (BRASIL, 1998), no bloco espaço e forma, indicam que: “é fundamental que
os estudos do espaço e forma sejam explorados a partir de objetos do mundo físico, de obras de arte,
pinturas, desenhos, esculturas e artesanato, de modo que permita ao aluno estabelecer conexões
entre a Matemática e outras áreas do conhecimento”. Dessa forma, fica evidente que atividades
exploratórias podem ser introduzidas nas atividades escolares.
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Há diversas atividades que podem ser propostas aos alunos envolvendo geometrias não
euclidianas que trarão a eles não só um conhecimento a mais, como uma visão de como a
matemática e sobretudo a geometria está intrínseca em nossas vidas.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A matemática é muito mais do que apenas números. Quando um professor trabalha


matemática em sala de aula, dependendo do conteúdo, é necessário um aprofundamento dele,
apresentar sua origem e aplicações. Isso só é possível com um amplo conhecimento do que se
pretende ensinar.
Nesse sentido, as geometrias não euclidianas são ainda pouco conhecidas pelos professores da
educação básica. Existem várias geometrias não euclidianas que podem ser trabalhadas nas séries
finais do Ensino Fundamental bem como no Ensino Médio.
É possível trabalhar essas geometrias, em paralelo às geometrias euclidianas, indicando para
os alunos as diferenças entre elas. Um bom professor/educador não se limitará apenas ao conteúdo
dos livros didáticos, porém, poderá aprofundar suas pesquisas e compartilhar com seus alunos.
Não muitos autores comentam sobre essas geometrias, e quando o fazem, o fazem de forma
superficial, não permitindo a correta segurança do professor ao compartilhar tal conteúdo.
De todo modo, as geometrias não euclidianas envolvem um estudo muito rico que merece ser
abordado em sala de aula.

4. REFERÊNCIAS

BICUDO, I. Os Elementos Euclides. São Paulo: Unesp, 2009. 98p.

BRASIL. (1998) Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:


Matemática/Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 148 P.

BRITO, A. de J. (1995). Geometrias não-euclidianas: um estudo histórico-pedagógico. Dissertação


(Mestrado). Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação. Campinas, SP: [s.n.],
189p.

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