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guia de

workshop para
a autoestima
Para professores
De raparigas e rapazes entre os 11-14 anos

Ajuda raparigas a
construir confiança
autoestima corporal
02

“Nenhum jovem adulto deveria sair


da escola com a sensação de que
não pode participar plenamente na
vida devido à forma como encara a
sua aparência” Dra. Nancy Etcoff, Diretora, Programa de Estética e Bem-Estar,
Departamento de Psiquiatria, Harvard

autoestima

A nossa missão social:


Encorajar todas as mulheres e raparigas
a desenvolver uma relação positiva com a
beleza, ajudando a criar autoestima e,
desse modo, permitir-lhes concretizar todo
o seu potencial.
03

Conteúdos
Objetivo do workshop 04
Respostas e reações 06
Quem criou estes materiais? 07
Como devo usar este conjunto de materiais? 08
Antes do workshop… 09

1. Introdução
Ficha Informativa para o Professor 1.1 10
Ficha de Atividades 1.1 – Materiais sobre autoestima 11
2. O que afeta a confiança corporal?
Ficha Informativa para o Professor 2.1 12
Ficha de Atividades 2.1 – Como te sentirias? 13
Ficha Informativa para o Professor 2.2 14
Ficha de Atividades 2.2 – Folhear revistas 15
Ficha Informativa para o Professor 2.3 16
Ficha de Atividades 2.3 – Quem define a beleza? 17
Ficha Informativa para o Professor 2.4 18
Ficha de Atividades 2.4 – Brincar com a beleza 19

3. Construir autoestima 20
Ficha Informativa para o Professor 3.1 21
Ficha de Atividades 3.1 – O poder das palavras 22
Ficha Informativa para o Professor 3.2 23
Ficha de Atividades 3.2 – Frases inacabadas 24
Ficha Informativa para o Professor 3.3 25
Ficha de Atividades 3.3 – Resoluções e compromissos
26
Jogos e exercícios adicionais 28
Lidar com comentários negativos 30
Projeto pela Autoestima do Conselho Consultivo Global Dove 31
Conhecer a família – outras pesquisas Dove 32
Informação na Internet e outras fontes

! Este guia deverá ser usado juntamente com:


Filmes:
• Fabricating Beauty, ©Rankin – 5 min. – os truques dos criadores de imagens utilizados atrás das câmaras
• Dove Evolution – 1 min. – um curto anúncio que revela como a “beleza perfeita” é fabricada
• Apresentação em PowerPoint e notas dos oradores
Carta aos pais (policopiáveis)

Cartaz
04

Objetivo do
Workshop
Ajudar os jovens a construir uma relação saudável e positiva com o seu corpo,
ganhando confiança corporal e melhorando a autoestima, para que compreendam
e saibam lidar com os sentimentos em relação à sua aparência física.

Por que motivos foi criado este guia? do que nunca. Este fenómeno pode ser observado
Mais de 60% das raparigas evitam determinadas diariamente nas notícias.
atividades porque se sentem mal com a sua • A preocupação número um dos jovens prende-se
aparência. com a imagem corporal, especialmente à medida
Por exemplo: que envelhecem.
• 19% não experimentam fazer parte de uma Missão Austrália, 2008. Amostra: 45,558 indivíduos
equipa ou clube; com idades entre os 11-24 anos.
• 23% não vão à praia ou à piscina;
• 13% não manifestam opiniões; • Enquanto apenas 19% das raparigas adolescentes
têm excesso de peso, 67% pensam que “precisam
• 15% não vão à escola;
de perder peso”.
A Real Verdade Sobre Beleza – Revisto, Estudo
Estudo da Imagem Corporal dos Jovens Adolescen-
Global da Dove, 2010.
tes Britânicos, Janeiro 2004, Bliss Magazine.
O mesmo acontece com os rapazes. Apesar de estes
parecerem não sofrer tanto como as raparigas relati- • Ler revistas de videojogos faz com que os rapazes
vamente à aparência física, a verdade é que a pressão queiram ter mais músculos.
está a aumentar e cada vez mais rapazes estão a Prof.ª Kristen Harrison, Estudo da Universidade de
sentir necessidade de olhar e agir de determinada Illinois, 2007.
forma, devido às falsas representações de masculini-
dade que surgem nos meios de comunicação. • Desde que entram na escola, as raparigas parecem
viver dentro de uma cultura que transmite um
A ansiedade em torno da aparência pode colocar a ideal de magreza que, influencia negativamente a
vida em modo de pausa indeterminada. Hoje em dia, imagem que têm do seu corpo e por conseguinte a
a pressão exercida sobre as jovens raparigas e rapa- sua autoestima.
zes, para se tornarem fisicamente perfeitos, é maior H Dohnt & Tiggeman, Psicologia M de
Desenvolvimento, 2006.

• 6 3% das raparigas preferem ser modelos de revistas


masculinas do que médicas, professoras ou
! O que é a autoestima? enfermeiras.
Ouvimos falar sobre a importância da alta O Laboratório, 1000 raparigas
autoestima e como as pessoas com baixa entre os 15-19 anos.
autoestima tendem a passar por problemas ao
longo da vida, mas o que é exatamente a autoestima?
A autoestima trata-se:

• de como nos valorizamos – o nosso valor próprio;


• da nossa atitude para connosco – como estamos felizes
com o tipo de pessoa que somos;
• da nossa capacidade para gerir situações difíceis;
• da confiança que depositamos nas nossas capacidades;
• de como nos vemos na nossa comunidade e sociedade –
como nos comparamos e nos relacionamos com aqueles
que nos rodeiam.
05

Os efeitos da alta e da baixa autoestima podem ser observados na nossa confiança,


como pensamos e sentimos, como nos tratamos e como tratamos aqueles que nos
rodeiam.
Alta autoestima Os custos da baixa autoestima:
Se revelamos ter uma alta autoestima, sentimo- • Ter uma baixa autoestima significa que, fre-
-nos confortáveis com o que somos. Temos con- quentemente não reconhecemos, nem nos senti-
fiança para saber o que queremos e para tomar mos bem com aquilo que alcançamos;
decisões conscienciosas acerca da nossa vida,
• Ter uma baixa autoestima pode fazer-nos sentir
gostamos do que vemos quando olhamos ao
excluídos e desligados da sociedade;
espelho e alcançamos a plenitude relativamente
à nossa realização pessoal. • Ter um baixa autoestima pode fazer com que nos
queiramos render à nossa individualidade e nos
Baixa autoestima conformemos com os estereótipos;
Se temos baixa autoestima, simplesmente não • Ter uma baixa autoestima pode fazer com que
valorizamos o nosso mérito e tendemos a pro- nos sintamos impotentes em relação aos desa-
curar essa valorização no exterior. Esta situação fios que a vida nos coloca, não sejamos bons
pode conduzir-nos a sentimentos de impotência, em nada ou nos sintamos um autêntico fracasso;
ressentimento, culpa alheia ou ainda à incapaci-
dade de comandarmos a nossa própria vida. Em • Ter uma baixa autoestima pode conduzir à
suma, uma baixa autoestima impossibilita-nos de depressão, ao comportamento destrutivo, à
concretizar os nossos desejos. autoflagelação, a desordens alimentares, ou ao
abuso de drogas/álcool.

É possível desenvolver a nossa autoestima?


A autoestima começa a desenvolver-se durante a infância e pode ser afetada por vários fatores externos tais
como: a sociedade, os meios de comunicação, a nossa família ou os nossos amigos. A autoestima é essencial
para determinar a forma como agimos e reagimos, como tomamos decisões ou como escolhemos o nosso
caminho. Assim, torna-se fundamental desenvolvê-la, uma vez que esta é uma capacidade que adquirimos
para a vida toda.

Ao longo das nossas vidas, cada um de nós é responsável pela sua própria felicidade. A boa notícia é que é
possível mudar os níveis de autoestima, de baixa até alta, sabendo quem nós somos, não confiando nos
outros a tarefa de validarem os nossos pensamentos e opiniões e sabendo que somos mais do que indivíduos
que ostentam marcas de roupa.

Como funciona este guia? O que queremos dizer com “felicidade”?


Toda a gente quer ser feliz. Mas do que se trata
exatamente e como a alcançamos? Bom, vai
depender de cada indivíduo. Algumas pessoas criam
Construir confiança a imagem de um contexto específico de circunstân-
cias externas que precisam de atingir de forma a
Construir uma alcançar a felicidade, dizendo coisas como “Serei
forte confiança Alcançar o feliz quando perder 5Kg, quando tiver um emprego
corporal máximo novo, quando comprar um par de sapatos novos”.
potencial Infelizmente, estes “conceitos” de felicidade são com
Consciencializar para na vida frequência influenciados pelo ambiente que nos
fatores que afetam circunda, a nossa família, a sociedade, os amigos, os
a autoestima meios de comunicação – influências externas.
Aumentar
A verdadeira felicidade alcança-se quando temos
a felicidade confiança em nós mesmos. Não ficamos bloqueados
com a introspeção negativa, ficamos possibilitados a
expressar os nossos próprios pensamentos e
Inspirar os outros opiniões, e, mais importante, podemos apreciar,
plenamente, os efeitos poderosos que advêm da
nossa confiança corporal.

Este guia foca-se nos efeitos poderosos que resultam


do facto de se ter confiança corporal.
06

Respostas
e reações “Consegui focar-me nas
minhas qualidades e não
nas minhas fraquezas.”
Niral, 13 anos
“Seria bom falar sobre os
meus sentimentos.”
Brad, 14 anos

“Os meus alunos acharam


esta sessão muito útil e,
surpreendentemente,
“Aprendi novas formas de sinto-me melhor comigo
mesma.”
fazer os outros felizes.” Nikki, professora
Marie, 14 anos

“Penso que tomei “Pensava que era a única


consciência de que sou uma aluna estranha na turma
pessoa normal que não e que todos os outros
precisa de ser perfeita.” eram normais. Agora vejo
Ella, 11 anos que todos nós temos algo
de que não gostamos.”
Jasmin, 13 anos
07

Quem criou
estes materiais?
Este conjunto de materiais foi concebido pelo Projeto pela Autoestima Dove e pela
beat, a associação para pessoas com distúrbios alimentares, do Reino Unido.
Informações adicionais provieram do contributo da Dra. Susie Orbach, da Dra. Nancy
Etcoff e das Raparigas Escuteiras, dos EUA.

“Hoje em dia, os jovens crescem rodeados


de padrões de beleza inatingíveis. Materiais
inovadores como estes oferecem aos adultos a
oportunidade de serem modelos de comporta-
mento positivos e de terem um impacto notório
e significativo na imagem que os jovens têm
sobre si mesmos, nos momentos em que mais
precisam. Este Guia de Atividades proporciona
uma impressionante combinação de exercícios
engraçados e ferramentas de comunicação que
encorajam conversas sobre temas extremamen-
te difíceis: a confiança corporal e a autoestima.”
Dra. Nancy Etcoff
Universidade de Harvard, Diretora do Programa de
Estética e Bem-Estar; Autora de “A Sobrevivência dos
Bonitos, a Ciência da Beleza”.

“Questões sobre a imagem corporal afetam qua-


se todas as raparigas, prejudicando a confiança
e desperdiçando energia emocional. Recomen-
do vivamente este guia para ajudar as raparigas,
e os seus mentores adultos, a tornarem-se mais
resistentes no que diz respeito à procura de
todo o seu potencial”

Dra. Susie Orbach


Psicanalista, ativista do corpo e autora de inúmeros
livros sobre o corpo e a literacia emocional,
incluindo “Corpos” e “Sobre a Alimentação”.
08
8|9

Como devo usar este


conjunto de materiais?
Aumentar a autoestima é uma enorme tarefa. Na verdade, esta questão prende-se
bastante com aquilo que costuma fazer enquanto educador. Por favor, encare estes
materiais como um estímulo para conduzir uma discussão e não para dar uma lição!
O seu poder, enquanto professor, reside no facto de conseguir fazer com que os
jovens se exprimam e partilhem as suas histórias e experiências.

Estes materiais possibilitar-lhe-ão abrir os olhos da sua turma, ou grupo de trabalho,


ajudá-lo-ão a melhorar a expressão verbal dos alunos e também a facultar-lhes um
conjunto de ferramentas que os ajudarão a elevar a autoestima.

Fruto das reações que fomos recebendo por parte dos professores, incluímos neste
guia mais materiais, para além das sessões duplas, que dar-lhe-ão poder de escolha
e flexibilidade.

As páginas que estão à esquerda contêm


fichas informativas para os professores
Estas são somente para si – fornecem factos, sugerem excertos e
propõem questões para partilhar.

As páginas que estão à direita contêm


fichas de atividades
Estas podem ser policopiadas a preto e branco e distribuídas
aos alunos. No final, existem 5 exercícios adicionais que podem
ser usados na sala de aula, depois das aulas ou como atividades
lúdicas.

!
Os alunos que revelam dificuldades de
relacionamento com os colegas poderão achar
algumas atividades difíceis. Esteja atento a
eventuais dúvidas ou questões por parte dos
jovens, antes mesmo que o workshop comece,
prepare os seus alunos, por exemplo, para os
exercícios presentes na Atividade 3.2, onde
lhes é solicitado que formem pares e troquem
elogios.
09

Antes do
workshop…
1. Informe os pais. 3. Solicite apoio por parte de
A natureza deste workshop permitir-lhe-á aflorar adultos para a realização do
áreas sensíveis nas suas abordagens. Por vezes, essas
áreas sensíveis podem estar ligadas ao lar. Quanto
workshop.
É possível operacionalizar este workshop sem
mais os pais têm consciência dos assuntos com os
recorrer a ajuda exterior. Contudo, quando a turma
quais os seus filhos se estão a debater, melhores serão explora os exercícios, em grupos mais pequenos, é
as conversas dentro de casa, sendo que as mesmas útil ter adultos que se disponibilizem a facilitar estes
poderão reforçar e apoiar o que é abordado na sala de debates. Talvez outro professor, a enfermeira da
aula. Para ajudar, poderá enviar cópias das cartas para escola ou um pai interessado em ajudar.
casa no período em que ministra o workshop.
4. Reserve uma sala.
2. Informe os alunos sobre o O formato do workshop resulta melhor se for rea-
trabalho para casa. lizado num espaço aberto e amplo. Não precisa de
 s encontros e os debates são sempre mais anima-
O mesas ou de cadeiras. Irá precisar de um mínimo de
dos quando os alunos trazem conhecimentos de 60 minutos para ministrar o workshop.
casa sobre um determinado assunto. Fale-lhes do
workshop e diga-lhes para se prepararem para a aula, 5. Reúna as suas ferramentas.
trazendo uma imagem, retirada de uma revista ou da Precisará de um computador e de um projetor. Será
Internet, de alguém que revele “verdadeira beleza”. igualmente benéfico ter um cavalete onde colocará
Traga umas quantas imagens, caso algum aluno se as imagens ou as diversas apresentações dos temas,
esqueça de o fazer e peça-lhes que tragam canetas. um quadro branco e um quadro preto para partilhar
comentários com o grupo.
10
Ficha Informativa para o Professor 1.1

Introdução
! Esta Ficha Informativa para o Professor fornece sugestões sobre os assuntos que poderá debater nas
sessões. Por favor, fotocopie a Ficha de Atividades na página oposta e distribua-a.

Objetivo do workshop:
Ajudar a desenvolver competências que potenciem a
autoestima e a confiança corporal.

Explique as regras básicas, bem como o seu papel


enquanto facilitador da atividade:
• ninguém o irá forçar a falar, mas espera-se que
mantenha o debate aberto;
• q uer ouvir todos os contributos – mesmo que
provenham de pontos de vista pouco habituais;
• respeite – oiça as opiniões dos outros;
• respeite – não julgue;
• r espeite – perante conversas privadas,
mantenha-as privadas.

Que temas vamos abordar?


1. O
 que são a “autoestima” e Ficha de Atividades 1.1 –
a “confiança corporal”? Materiais sobre a Autoestima.
Ficha de Atividades 1.1.
Objetivo: compreender o que
2. O que afeta estes conceitos?
aumenta a autoestima. É possível
Ficha de Atividades 2.1 – 2.4.
suportar as adversidades da vida, se
3. Como podemos reforçar a “autoestima” e
a “confiança corporal”?
percebermos aquilo que nos faz sentir
Ficha de Atividades 3.1 – 3.3. bem.

Distribua a Ficha de Atividades e leia a informação


Peça à turma para responder à que nela está contida. Após o exercício, peça aos
questão 1. alunos que partilhem aquilo que escreveram.
As respostas incluem:
• conhecer e gostar de nós próprios;
• ser feliz com a pessoa que somos;
• aceitar o nosso corpo tal como ele é; Questões adicionais:
• não ter consciência do nosso corpo.
• Geralmente os rapazes e as raparigas que
Pergunte à turma se acha que o ser humano praticam desporto têm mais confiança corporal
nasce com uma determinada quantidade de do que aqueles que não o fazem. Por que
autoestima. A resposta é que esta se desenvolve motivos acham que tal acontece?
durante a infância. E a boa notícia é que podemos • E stá cientificamente provado que o riso nos faz
sempre aprender a reforçá-la. sentir muito bem. Por que motivos acham que
isto acontece?
11
Ficha de Atividades 1.1

Materiais sobre
a autoestima
O que te faz sentir bem contigo mesmo? Que pessoas, locais, atividades, experiências e emoções ajudam a
construir a tua autoestima? Sê tão específico quanto puderes e anota tudo nos espaços que aparecem por
baixo da palavra “tu”. Acrescenta mais espaços, caso tenhas mais ideias.

Tu ➧

Somos afetados por tudo o que nos circunda, por isso faz sentido que gastemos mais tempo rodeados de coisas
In general, try to have an open
que nos dão energia, que nos inspiram, que nos fazem sentir espetaculares. O oposto é igualmente verdade, se
nos rodeamos de pessoas que nos fazem infelizes ou que nosattitude andindelicadas,
dizem coisas interest nãotowards
nos vamos sentir
bem. Poderás levar esta ficha para casa. Se estás a passar porwhat’s going
um momento on relê
difícil, with her.materiais e fortalece
estes
a tua personalidade, através de pensamentos positivos repletos de energia e de inspiração.
12
Ficha Informativa para o Professor 2.1

O que afeta a
confiança corporal?
No exercício anterior, os alunos costumam referir com frequência que gostam de
olhar para as imagens de celebridades, aspirando ser como elas. Pesquisas revelam
que as imagens geradas pelos meios de comunicação podem afetar a forma como
nos sentimos. Vamos explorar um pouco mais este assunto.

Ficha de Atividades 2.1 – Quem beneficia da nossa imperfeição?


Como te sentirias? A maioria das mulheres no mundo inteiro não se
parece com as supermodelos. Que tipo de empresas
Objetivo: explorar a forma como as
beneficiam do facto de considerarmos os nossos
imagens geradas pelos meios de co- corpos imperfeitos?
municação nos podem fazer sentir. • os ginásios;
Distribua a Ficha de Atividades e leia em voz alta
• a indústria dietética;
as respetivas instruções. • as empresas de cosmética – maquilhagem, cremes
e perfumaria;
Alguns minutos depois, peça a participação de • a cirurgia plástica.
voluntários para partilharem os seus pensamentos
sobre as imagens que trouxeram para a sessão. Cirurgia plástica – quem ganha?
Assinale as palavras que foram proferidas mais Algumas pessoas esperam que a cirurgia plástica
vezes. Anote as diferenças entre “estereótipos” e consiga “arranjar” qualquer coisa que não as faz
“beleza”. sentir bem por dentro. Infelizmente, algumas delas
continuam infelizes após a intervenção estética,
Reforce que cada aluno é único. Temos ideias especialmente quando esta corre mal.
diferentes em torno do conceito de beleza e esta
diversidade é o que torna a vida interessante. Se
A indústria da cirurgia plástica está a expandir-se no
todos parecêssemos “perfeitos”, cedo desejaríamos
mundo inteiro. Por exemplo, em 2010, os EUA gasta-
romper com os padrões preestabelecidos e
ram mais de 10.7 mil milhões de dólares em cirurgia
expressar a nossa individualidade.
cosmética, como, por exemplo, a aplicação de Botox.
Sociedade Americana para a Cirurgia Plástica Estética
Questões adicionais
Se estivesses próximo da pessoa que se encontra
Tornar-se-á mais frequente recorrer à cirurgia
na imagem que trouxeste para a aula, num ambi-
plástica?
ente íntimo, como a tua casa, achas que a reconhe-
O que pensas e sentes sobre
cerias? Que diferenças assinalarias?
este assunto?
Angelina Jolie – perfeição?
A atriz oscarizada parece ter tudo, uma carreira de
sucesso e Brad Pitt como marido.

A atriz já terá dito “Todos os dias luto contra a


minha baixa autoestima. Acredito que acontece o
mesmo com todos. Existem tantas coisas más em
mim, não iriam acreditar!” (Março de 2008)

O que levará Angelina Jolie a sentir-se assim?


13
Ficha de Atividades 2.1

Como te
sentirias?
Em pares, olha para as imagens que trouxeste, que ilustram o teu conceito de “verdadeira beleza”, e mostra-as
aos teus colegas. Imagina que efetivamente te pareces como uma dessas pessoas. Como te sentirias? Circula
três adjetivos que vão ao encontro daquilo que sentirias e, em seguida, sublinha outros três que não vão ao
encontro dos teus sentimentos.

exibicionista elegante
popular

poderoso sensível sério

positivo forte bonito


invulgar
simpático carinhoso natural
inteligente suave sozinho sociável triste
normal estereotipado * bem-parecido

curvilínio real feliz estúpido

normal confiante falso

sexy cauteloso excessivamente


perfeito
*“estereotipado” significa uma imagem ou opinião convencionais, padronizadas e demasiado simples.
Por exemplo, uma modelo estereotipada seria magra, loira e teria olhos azuis.
14
Ficha Informativa para o Professor 2.2

O que afeta a
confiança corporal?
No exercício anterior, muitos jovens assumem que gostam verdadeiramente de ver
revistas, afirmando que estas os divertem, os mantêm atualizados e funcionam como
uma fonte de informação. No entanto, estará esta informação equilibrada?

Ficha de Atividades 2.2 –


olhar para a TV, ver sites na Internet
e ler revistas.
Objetivo: explorar os efeitos digitais
gerados pelos meios de comunicação.

Pesquisas dizem que as imagens dos meios de


comunicação afetam a forma como nos vemos.

Esta atividade pode ser distribuída como trabalho


para casa ou pode ser discutida no momento.

! Notas referentes ao facto (b) Notas referentes ao facto (d)


na Ficha de Atividades. na Ficha de Atividades
Seguem-se alguns factos acerca da gordura Durante a adolescência precisamos de ganhar peso.
corporal:

• Um estudo mostra que as modelos e atrizes da



passada década de noventa apresentavam cerca
de 10-15% de gordura corporal;

• A média de uma mulher saudável é de 22-26%.


Porque precisa o nosso corpo de gordura?
É essencial para as funções corporais. A gordura
regula a temperatura, amortece o corpo, isola os
órgãos e é a principal forma de armazenamento da
energia que o corpo produz.

Por outro lado, um número crescente de jovens


sofre de problemas alimentares que podem causar
obesidade. Por conseguinte, o número de crianças
obesas no Reino Unido e nos EUA tem vindo a
aumentar ao longo das últimas décadas. Que hábi-
tos estarão na origem deste aumento?
15
Ficha de Atividades 2.2

Folhear
revistas
a Folhear revistas durante 60 minutos baixa a autoestima em 80% das raparigas.
Dr. Raj Persaud, Conselheiro Psiquiatra, Maudsley Hospital.

Porque achas que as mulheres continuam a comprar estas revistas?

b A gordura das modelos e das atrizes espelhadas nos meios de comunicação é cerca de
50% inferior à das mulheres saudáveis. Associação Médica Britânica, 2000.
Porque achas que tal acontece?

c A maioria dos homens gostaria de aumentar a sua massa muscular em cerca de 13Kg a mais
do que a média masculina. Estudo do Dr. Roberto Olivardia em 1,000 homens para o livro “O complexo de Adónis”.
Como apoiarias um amigo que estivesse a sofrer pressões para ganhar mais massa
muscular?

d Seis em dez raparigas adolescentes pensam que “seriam mais felizes se fossem mais
magras”. Enquanto apenas 19% das raparigas adolescentes têm “excesso de peso”, 67%
pensam que “precisam de perder peso”. Estudo da Imagem dos Jovens Adolescentes Britânicos, Janeiro de
2004, Bliss Magazine.
Apresenta razões para o facto de tantas raparigas pensarem deste modo.
16
Ficha Informativa para o Professor 2.3

O que afeta
a confiança corporal?
No exercício anterior, analisámos aqueles que poderiam ser os nossos sentimentos,
caso fôssemos como as pessoas que aparecem nas revistas ou na televisão. No entan-
to, serão estas pessoas “ideais” tão perfeitas como aparentam ser? Rankin, o fotógrafo
de moda, mostra-nos o que acontece por detrás das fotografias.

Objetivo: compreender a realidade


por detrás das imagens que são
geradas pelos meios de comunicação.
Veja no Youtube o filme intitulado
“Fabricating beauty – body talk”
(5 minutos).
Questões adicionais:
• Q uando viste o filme, o que achaste mais sur-
preendente?;
• Q uanto trabalho é depositado na criação de
imagens “perfeitas”?;
• O bservámos o rosto da modelo Jodie Kidd a
tornar-se mais magro. O que pensas sobre isso?;
• C omo achas que as modelos se sentem ao saber
que as suas fotografias são manipuladas?;
• C omprova que a beleza pode ser engraçada, des-
de que estejas a fazer exatamente o que queres,
em vez de pensares naquilo que os outros querem
que tu faças.

Ficha de Atividades 2.3 –


Quem determina a beleza de uma
pessoa?
Objetivo: Perceber por que motivos
as imagens são manipuladas pelos
meios de comunicação.

Pode realizar esta actividade numa aula ou


“Fabricating beauty – body talk”© Rankin
enviá-la como trabalho para casa.

Durante o debate, alguns alunos irão pensar que


as imagens das revistas poderão causar um diver-
timento inofensivo. Outros dirão que as revistas
colocam demasiada pressão nas raparigas para
estas se parecerem de determinada maneira.
Experimente suscitar os dois lados do debate.
17
Ficha de Atividades 2.3

Quem define a beleza


de uma pessoa?
Em baixo encontram-se imagens da atriz Kate Winslet. A GQ Magazine utilizou tecnologia de vanguarda para
retrabalhar a fotografia, criando a ilusão de pernas mais longas e de um tamanho mais pequeno do seu
vestido.

Porque achas que a revista fez isto?

Como te sentes em relação ao facto de as revistas fazerem isto?

1 2

Legenda:
Fotografada a 27 de setembro de 2002
©Getty Images., Jason Bell / GQ ©
The Condé Nast Publications Ltd.
18
Ficha Informativa para o Professor 2.4

O que afeta a
confiança corporal?
A maioria das crianças desta idade irá em breve deixar de brincar com bonecas como
a Barbie® ou o Ken®, e já se terão afastado da realidade das estrelas “pop” que
admiravam na escola primária. Porém, é interessante voltar à infância e perceber o
que elas pensavam acerca das imagens que as rodeavam nessa altura. Encoraje-as a
pensar se a forma do corpo das bonecas afetou o modo como elas passaram a ver o
seu próprio corpo – será que desejavam ser como a Barbie? Ou gostavam simples-
mente de brincar com as bonecas?

Ficha de Atividades 2.4 – Brincando


com a beleza.
Objetivo: explorar o modo como os
brinquedos moldam os nossos pensa-
mentos sobre a forma do nosso corpo.

Tal como na atividade 2.2, tente promover uma


discussão em vez de julgar ou conduzir os jovens a
um pensamento. Deste modo, alguns alunos
irão pensar que não existe ligação entre os
brinquedos ou os seus heróis da infância e os seus
sentimentos em relação ao seu corpo.
Outros irão pensar exatamente o contrário.
É interessante destacar que muitos psicólogos
acreditam que existe uma ligação.
19
Ficha de Atividades 2.4

Brincar
com a beleza
Barbie® ou Ken® - serão apenas bonecos para diversão?
• A cintura da Barbie tem o mesmo diâmetro da sua cabeça;
• O seu pescoço é duas vezes mais longo do que o do ser humano;
• A s suas pernas são 50% mais longas do que os seus braços e cerca de 20% mais longas do que as
das mulheres.

Seguem-se as medidas que os jovens adultos saudáveis precisariam de mudar para ter as mesmas
proporções corporais que a Barbie® ou o Ken®.

Mulher vs Barbie® Homem vs Ken®

Altura + 61 cm + 51 cm

Cintura - 15 cm + 25 cm

Peito + 13 cm + 28 cm
Comprimento do pescoço + 8 cm

Circunferência do pescoço + 20 cm

Fonte: Periódicos Internacionais dos Distúrbios Alimentares, Vol. 18, N.º 3, 1995© John Wiley & Sons, Inc.

Observe como o corpo do Ken evoluiu:

1960 1970/1980 1990/2000


“Evolução do Ken II” © Albert Crudo NYC/EUA

Q1. Porque achas que a Barbie e o Ken Q2. Achas que somos influenciados
foram fisicamente concebidos desta pelas formas do corpo dos bonecos com
forma? que brincamos?

Barbie® e Ken® são marcas registadas propriedade da Mattel, Inc.


20
Ficha Informativa para o Professor 3.1

Construir
autoestima
Por vezes, estar rodeado por todo este mundo de imagens “perfeitas”, pode fazer-nos
sentir mal. Ajudar as crianças a ver que a vida é diferente do mundo dos brinquedos,
dos estereótipos dos meios de comunicação, dos ídolos da “pop”, entre outros, é
bastante útil, mas ajudar a desenvolver autoestima nelas próprias é crucial. Por isso,
vamos explorar o que podemos fazer para aumentar a autoestima.
A seguinte atividade está dividida em três partes:
1. Como a comunicação dos outros pode afetar a nossa autoestima.
2. Como a nossa comunicação pode afetar a autoestima dos outros.
3. Como podemos construir a nossa própria autoestima.

Em primeiro lugar, vamos olhar para o modo como a comunicação dos outros pode afetar a nossa autoestima.

Ficha de Atividades 3.1 –


O poder das palavras.
Objetivo: avaliar como a comunicação dos outros pode afetar negativa ou
positivamente a nossa autoestima.

Pode realizar esta actividade numa aula ou Durante esta atividade, discutam as possíveis
enviar como trabalho para casa. reações e formas de enfrentar a situação, por
Se a realizar na sala de aula, escreva estas exemplo:
três questões no quadro:
• P ergunte-lhes o que queriam dizer de facto;
• Como é que esta afirmação te faz sentir? • S epare os seus sentimentos e julgamentos da
• O que estava a pessoa a tentar dizer? informação que quer fornecer;
• C omo poderia esta frase ter sido parafraseada • Mantenha os seus comentários respeitosos;
de forma mais delicada? • Inspire, pense, fale depois.
21
Ficha de Atividades 3.1

O poder
das palavras
As palavras são poderosas. Podem ser usadas para terminar e começar guerras; mostrar o amor e o ódio,
construir relações ou simplesmente destrui-las. Vamos explorar o impacto das palavras e como elas podem
alterar o nosso humor, a nossa autoestima e que consequências podem ter nos outros.

Para cada uma das citações em baixo, por favor responde as estas 3 questões:

1. Como é que esta afirmação te faz sentir?

2. O que estava a pessoa a tentar dizer?

3. Como poderia esta frase ter sido parafraseada de forma mais delicada?

A tua mãe diz: O teu pai diz:

“Age de acordo com a tua


“Não vais sair assim
idade e não de acordo com o
vestida!”
tamanho dos teus sapatos!”

1. 1.

2. 2.

3. 3.

O que o teu irmão diz acerca do teu melhor amigo: Um professor diz:

“Todos dizem que “Esperava mais de uma


ele é um falhado.” pessoa da tua idade.”

1. 1.

2. 2.

3. 3.

O teu amigo diz: Alguém te provoca dizendo:

“É bom passar tempo


“És muito magro”. ou
contigo, mas jamais
“És muito gordo.”.
poderia viver contigo.”

1. 1.

2. 2.

3. 3.
22
Ficha Informativa para o Professor 3.2

Construir
autoestima
Em segundo lugar, atentemos à forma como a nossa comunicação pode afetar a
autoestima dos outros.
Hoje em dia, é bem mais fácil encontrar características de que não gostamos no
nosso corpo em vez de aspetos que admiramos. Será verdade? Porquê?

Quando foi a última vez que dissemos às pessoas que nos são especiais o quanto
significam para nós? Diz-se que os sul-americanos fazem-no com mais frequência do
que os habitantes da Europa do Norte. Todos nós gostamos de receber elogios.
E todos temos a capacidade de os dizer. Com a prática, podemos melhorar as nossas
capacidades.

Ficha de Atividades 3.2 –


Frases inacabadas.
Objetivo: fomentar a autoestima nos
outros.
Leia as instruções da Ficha de Atividades em
voz alta.

Antes de começar a atividade, relembre a


importância de ser positivo e respeitador.

Quando os alunos a terminarem, deverão partilhar


as suas atividades e agradecer ao seu parceiro. Se Os alunos deverão pegar na sua Ficha de Ativi-
assim o desejar, poderá convidá-los a abraçar quem dades e, no final da mesma, escrever “as 3 coisas
os elogiou, caso se sintam confortáveis para o fazer. de que mais gosto em mim são…” e, em seguida,
deverão concluir a frase.
Após esta atividade, coloque mais questões
à turma: • Como é que esta atividade te faz sentir?
• A confiança é algo que se pode aprender.
• Como te sentiste ao concluir as frases do teu Toda a gente consegue manter a cabeça erguida
colega? e enfrentar o olhar dos outros.
• C omo te sentiste ao receber estas declarações?
• O que foi mais fácil? O que achaste mais difícil?
Por último, vamo-nos concentrar na construção da
nossa própria autoestima.

! Sabias?
Cerca de 79% dos homens e 72% das mulheres
afirmaram preferir que o seu parceiro tivesse um
QI elevado em vez de um corpo perfeito.
Estudo realizado em duas semanas e publicado na
Elle/ MSNBC, Outubro de 2003.
23
Ficha de Atividades 3.2

Frases
inacabadas
Escolhe uma pessoa para trabalhar contigo – não importa se não a conheces muito bem.
Completa as frases que estão inacabadas na folha do teu colega. Poderás anotar factos sobre o seu carácter, a
sua aparência, o seu comportamento, os seus interesses, etc. Mantém-te respeitador!

Assim que o teu professor te pedir, troca a folha com o teu colega e lê o que foi escrito sobre ti. Em seguida,
olha-o nos olhos e agradece-lhe.

Nome da pessoa sobre quem estás a escrever:

Uma coisa de que gosto em ti é:

Um aspeto único a teu respeito é:


Escolhe uma pessoa para trabalhar contigo – não importa se não a conheces muito bem.
Completa as frases que estão inacabadas na folha do teu colega. Poderás anotar factos sobre o seu carácter, a
sua aparência, o seu comportamento, os seus interesses, etc. Mantém-te respeitador!

Assim que o teu professor te pedir, troca a folha com o teu colega e lê o que foi escrito sobre ti. Em seguida,
olha-o nos olhos e agradece-lhe.

Nome da pessoa sobre quem estás a escrever:

Uma coisa de que gosto em ti é:

Um aspeto único a teu respeito é:


24
Ficha Informativa para o Professor 3.3

Conclusão
e sumário
Ficha de Atividades 3.3 –
Resoluções e Compromissos
Objetivo: empenhar-se no processo que envolve o desenvolvimento da nossa
confiança corporal.

Este último exercício é para todos. Anotem uma promessa para vós mesmos, com o objetivo de desenvol-
ver confiança corporal. Mais ninguém terá de ver o que escreveram. Tornem esta atividade muito específi-
ca, por exemplo:

• “ De futuro, passarei a confrontar as revistas que leio com a realidade.”;


• “De futuro, passarei a estabelecer contacto visual comigo mesmo em frente ao espelho.”;
• “De futuro, deixarei de me chamar nomes, tais como “magrinho/gordo.”;
• “De futuro, irei erguer a cabeça quando passar junto dos portões da escola.”;
• “De futuro, passarei a ser mais sensato ao comentar o estilo dos outros.”
Como poderão cumprir as vossas promessas?
Leiam os vossos Cartões de Resoluções e Compromissos uma vez por mês, ou todas as semanas, como
se fosse um lembrete. Perguntem se alguém está interessado em partilhar as resoluções que definiram.
(sabendo que as mesmas são confidenciais!)

4. Conclusão
E agora? O que te sentes inspirado a fazer depois
deste workshop? Seguem-se algumas atividades
que poderás querer pôr em prática:

• E stabelecer a periodicidade com que irás olhar


para as tuas Resoluções e Compromissos;
• P artilhar as tuas Resoluções e Compromissos
com um amigo, para que ambos estabeleçam
afinidades;
•M
 arcar um almoço em grupo para resolver as
Fichas de Atividades e exercícios adicionais, Sumário:
disponíveis neste conjunto de materiais; • Melhorar a relação com o nosso corpo pode
• Pedir a alguém que ministre este workshop no teu aumentar a nossa felicidade;
Centro de Jovens/Escola; • A beleza é mais diversificada do que aquilo que
• Interrogar os teus pais ou avós sobre a relação que aparece nas revistas;
tinham com o seu corpo, quando tinham a tua • D iverte-te com a tua aparência, e não deixes que
idade, e sobre a evolução das imagens das mulhe- ela comande a tua vida;
res e homens ao longo dos anos. Será que os jovens
sofrem mais atualmente?;
• Pensa em como os outros ouvem o que dizes;
• D ivulgar as informações e exercícios adicionais que • P ratica a autoconfiança, pois deste modo será mais
fácil atingires os teus objetivos.
poderão encontrar em www.dove.pt;
• R eforçar que, quando um indivíduo tem um
problema sobre o qual precisa de falar em privado
com alguém, pode sempre ver-te na Enfermaria da
Escola. Neste caso, deverás estar munido de
materiais e conselhos para o poderes ajudar.
25
Ficha de Atividades 3.3

Cartão de Resoluções
e Compromissos
A partir de hoje .... /.... / ........ vou mudar a minha vida e a dos outros. Para isso,
comprometo-me a:

Como irei cumprir as promessas:

Vou pedir que me ajudem a manter as minhas promessas.

Podes encontrar informações adicionais e recursos divertidos em www.dove.pt.


26

Jogos e
exercícios adicionais
Estereótipos dos Meios de Comunicação 1
Objetivo: compreender como as imagens dos meios de comunicação
nos fazem sentir.
Pede a alguém que se deite no chão, em cima de uma tira de papel.

Desenha a forma do seu corpo – tal como a polícia costuma fazer num cenário de crime. Tem cuidado para
não marcares o chão.

Preenche a forma obtida, colando imagens de pessoas dos anúncios.

• O que te dizem as imagens dos anúncios?;


• Como te fazem sentir?;
• A tua imagem corresponde às imagens estereotipadas*?;
• Porque achas que os publicitários usam estas imagens?
Agora diverte-te a adaptar um excerto de um programa de televisão famoso ou um anúncio de uma revis-
ta, de forma a transmitires uma mensagem mais realista (em vez do mundo da fantasia “perfeita” inserido
em muitos anúncios).

Desenha ou representa a tua nova versão aperfeiçoada.

*“estereotipadas” significa uma imagem ou opinião convencionais, padronizadas e demasiado simples.


Por exemplo, uma modelo estereotipada seria magra, loira e teria olhos azuis.
27

Cartaz: “Procura-se” 2
Objetivo: usar as amizades para
aumentar a autoestima.

Cria um cartaz para um amigo, do mesmo género,


que mostre as qualidades que são mais
importantes para ti.

Em seguida, cria outro cartaz que te promova


enquanto amigo que és. Será que te inclinas mais
para as questões da “imagem” ou do caráter e da
personalidade?

Partilha os teus cartazes com a tua turma e


coloca-os na parede.

A Nossa Amizade Prevalece 3


Objetivo: concordar com o modo
como nos queremos comportar como
amigos.

Escreve todas as regras da amizade.

Em seguida, olha de novo para elas – estarão os


amigos presentes apenas nas boas ocasiões?

Conclui quanto às dez regras fundamentais e


coloca-as num cartaz na parede da tua sala de aula.
28

Jogos e
exercícios adicionais
Correio de Fãs 4
Objetivo: fazer uma lista de comen-
tários positivos (e pô-los em prática).

Frequentemente, os elogios que gostaríamos de


fazer aos outros não chegam a sair das nossas
cabeças. Contudo, estes apenas fazem sentido
quando são partilhados!

Pede a todos os elementos da turma que escrevam


o seu nome num envelope individual.

Em seguida, cada pessoa escreve um elogio nos


envelopes dos colegas. A expressão “Fazes-me rir”
é tão boa quanto a expressão “Os teus olhos são
lindos”. Mantem os elogios positivos, respeitadores
e anónimos.

Em casa, terás uma série de elogios para ler –


reserva-os para os momentos em que te sentes
em baixo.

Lidar com comentários


negativos
Em muitas circunstâncias, a frase “Porque pensas isso?” pode ser um meio poderoso
para conduzir uma boa discussão e ajudar os alunos a encontrar as suas próprias
soluções. Seguem-se alguns comentários específicos que podem surgir:

“Porque não posso usar maquilhagem?” “Tenho vergonha de falar sobre este tipo
de coisas!”
Tu podes. Este workshop é sobre aceitar a forma Obrigado por teres coragem de partilhar os teus
como tu e os outros se apresentam. Se gostas de usar sentimentos. Algumas pessoas sentem-se desconfor-
maquilhagem, então isso é extraordinário. É engra- táveis ao fazê-lo, por não estarem habituadas a falar
çado brincar com a nossa aparência. Assegura-te sobre o seu corpo. O constrangimento nasce porque
de que estás a fazê-lo porque gostas, efetivamente, enterramos estas questões, em vez de falarmos
de o fazer, e não porque te sentes pressionada a ser abertamente sobre elas. Com a prática, todas estas
alguém que não és na verdade. questões se tornam mais fáceis.
29

“Penso que os rapazes nos pressionam


a ser alguém que não somos.”
Sem dúvida que esta situação acontece com fre-
quência. Porém, existem muitos rapazes que não
agem desta forma. Não é assim tão invulgar que a
pressão para se ser alguém que não se é de facto,
seja exercida por outras raparigas ou por nós própri-
as. Este workshop foi concebido para se debaterem
estas questões.

“Acho que um amigo tem um distúrbio


alimentar. O que devo fazer?”
Dá-lhe tempo e ouve o que ele tem a dizer. Não
optes por aconselhá-lo, encoraja-o antes a procurar “As pessoas dizem-me que tenho
ajuda. A recuperação será mais fácil com o apoio excesso de peso, mas eu não ligo!”
daqueles que nos querem bem. Apesar do teu amigo Obrigado por partilhares os teus sentimentos. É um
ter sorte em ter-te a seu lado, a resolução dos seus facto que existem diferentes tipos e formas de cor-
problemas não é da tua responsabilidade. pos – algumas pessoas são muito magras, outras são
A baixa autoestima é a característica mais comum muito curvilíneas, umas são baixas, outras são altas,
nas pessoas que sofrem de distúrbios alimentares, umas têm sardas e outras usam óculos. O objetivo
por isso é importante relembrá-las de que gostamos deste workshop é ajudar-nos a admirar a realidade e
delas, destacando o que as torna tão especiais para a maravilhosa variedade de formas humanas. Em si-
nós. Não faças falsos elogios, pois estes não são multâneo, é fundamental compreender que aqueles
eficazes. que têm baixo peso ou excesso de peso têm tendên-
cia a ter problemas de saúde.
“O que são distúrbios alimentares?”
Convém acrescentar que muitas pessoas apenas
Os distúrbios alimentares podem afetar rapazes, gostam de conversar em privado, contudo, poderão
raparigas, homens e mulheres provenientes de sentir que nunca têm oportunidade de o fazer ou
diferentes origens ou grupos étnicos. Os distúrbios acham que ninguém as vai ouvir. Se esta situação
alimentares são uma forma de lidar com sentimentos acontecer às pessoas presentes na sala, por favor,
que te fazem sentir infeliz ou te colocam num estado dirige-te ao teu professor ou à Enfermaria da Escola
de depressão, através da comida. depois deste workshop.
Pode ser muito difícil enfrentar a raiva, a tristeza, a
culpa, a perda ou o medo. Um distúrbio alimentar
é um sinal de que precisas de ajuda para encarar a
vida.

“O que deves fazer se alguém te


chama «feio»?”
Trata-se de uma situação difícil, em que precisas de
demonstrar que és superior a este comentário. Man-
tém a cabeça erguida, sorri e diz “Obrigado. Se estás
a manifestar um comentário acerca da minha pessoa,
é porque reparaste em mim. Muito obrigado.”
Certamente que os deixarás atordoados.
30

Projeto pela Autoestima do


Conselho Consultivo Global Dove
O Conselho Consultivo do Projeto pela Autoestima Dove é composto por um conjunto de pessoas apaixonadas
pelas questões que envolvem o fortalecimento da confiança corporal. Este grupo orienta o desenvolvimento das
pesquisas do Projeto pela Autoestima Dove com o intuito de apoiar milhões de jovens. Para demonstrar a sua
paixão e concretizar este importante trabalho, os membros concedem generosamente o seu tempo livre para o
concretizar. Estamos muito gratos por tantas pessoas se sentirem felizes por trabalhar desta forma.

O Conselho Consultivo do Projeto pela Autoestima Dove é composto por:


Dr.ª Ann Kearney-Cooke, Dr. Lucrecia Ramirez
EUA, psicóloga, instrutora, autora de Colômbia, psiquiatra e organizadora
Muda a tua Mente, Muda o Teu Corpo. de concursos de moda.

Dr.ª Carla Rice Mirjam Bekker-Stoop


Canadá, professora de estudos feminis- Holanda, promotora de exposições
tas e consultora clínica na Faculdade fotográficas ligadas a uma causa.
de Ciências da Saúde da Mulher em
Toronto.

Catherine Barry Dr. Nancy Etcoff


Irlanda, escritora de contos e roman- EUA, psicóloga, membro da Faculdade
cista, “Pele Profunda” é o seu trabalho de Harvard, autora de A Sobrevivência
sobre aumento mamário. dos Bonitos – a Ciência da Beleza.

Chiho Kusaka Rankin


Japão, apresentadora de televisão, Reino Unido, conceituado fotógrafo
instrutora de autoestima e conselheira de moda, criador associado da revista
de carreiras, especialmente para jovens Dazed & Confused, realizador.
raparigas.

Jessica Weiner Sarah Lang


EUA, instrutora internacional de autoe- EUA, Campeã Mundial de Skate,
stima e autora. Aparece frequentemen- formadora em escolas.
te na televisão e colabora com a revista
Seventeen.

Kaisu Fagan Dr. Susie Orbach


Reino Unido, Gerente de Políticas e Reino Unido, psicanalista, autora de A
Relações Públicas, revista GirlGuiding. Gordura é um Problema Feminino e de
Corpos, organizadora do
www.any-body.org.

Karishma Chugani Wiam Al-Ashgar


Marrocos, designer de moda, Arábia Saudita, Nutricionista Clínica, tra-
especializada na conceção de roupas balha em educação para uma alimen-
que visam a diversidade de tamanho e tação saudável.
beleza.

Zara Hyde-Peters
Reino Unido, ex-atleta e Membro do
Conselho de Desporto do Reino Unido,
Diretora-Geral do Triatlo Britânico.
31

Conhecendo a família –
outras pesquisas
O Projeto pela Autoestima Dove tem como objetivo ajudar as novas gerações a
desenvolver confiança corporal, para que possam alcançar todo o seu potencial.

Como parte deste projeto, criámos este guia que contém uma série de ferramentas
educacionais para trabalhar a confiança corporal e a autoestima. Podes encontrar
outras fontes em www.dove.pt.

Guia Autoestima Dove


para Professores de raparigas e rapazes entre os 11-14 anos
Um conjunto de materiais que permitirão conduzir uma aula de 90 minutos sobre
confiança corporal e autoestima, seguida de exercícios práticos. Este material é usado
em conjunto com um cartaz e uma apresentação em PowerPoint.

Guia de Atividades para a Autoestima Dove


para Mães e Filhas, com idades entre os 8-11 anos
Uma brochura de atividades para usar em casa com o intuito de ajudar as mães e as
filhas nas suas conversas sobre confiança corporal e autoestima.

Guia para Debater a Autoestima Dove


para Mães de raparigas entre os 11-16 anos
Uma brochura útil e pertinente que ensina as mães a abordar questões relacionadas
com confiança corporal, junto das suas filhas mais velhas.
32

Outras fontes
e inspirações
Existem muitas fontes para promover a motivação e materiais de apoio para a
ajudarem nas questões relacionadas com tema da confiança corporal. Segue-se
uma seleção que poderá querer conhecer.

Filmes
Um Dia de Doidos (Freaky Friday, 2003, EUA): Uma mãe sobrecarregada e a sua filha desentendem-se a
toda a hora. Quando trocam de corpos, cada uma é forçada a adaptar-se ao estilo de vida que levam por um
dia. Elenco: Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan.

Quatro Amigas e um Par de Calças (The Sisterhood Of The Travelling Pants, 2005, EUA): Quatro amigas
adolescentes reúnem-se para passar as férias de verão juntas naquela que será uma experiência crucial que irá
afetar a sua autoestima. As quatro amigas saem vencedoras devido à forte amizade e cumplicidade que as une,
aqui simbolizada num par de jeans (“travelling pants”) que todas usam. Elenco: America Ferrara e Blake Lively.

Shrek (2001, EUA): Um grande filme de família. Um ogre verde prepara-se para realojar as criaturas que se ins-
talaram no seu pântano pela mão do astuto Lord Farquaad. Na sua jornada, terá de salvar a Princesa Fiona que
tem inúmeras dúvidas no que diz respeito à sua aparência. Com a voz de Mike Myers, Eddie Murphy e Cameron
Diaz.

Documentários
America The Beautiful (2007, EUA): Foca a obsessão da América pela beleza. Narra a vida de uma
adolescente de 12 anos que se torna adulta na indústria da moda, mas também foca assuntos tais como a
cirurgia plástica, a adoração de celebridades, a publicidade manipulada e as inseguranças humanas.

Beauty Mark (2008): Um olhar alarmante, irritante e, por vezes, humorístico sobre as forças que
modelam as nossas perceções de beleza, através dos olhos de Diane Israel, psicoterapeuta e ex-triatleta de
classe mundial, que conta a sua própria história enquanto entrevista outros atletas campeões, culturistas,
modelos e adolescentes dos subúrbios, acerca das suas experiências relacionadas com a imagem.
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Livros
A Sobrevivência dos Bonitos, a Ciência da Beleza (1999), pela Dra. Nancy Etcoff, Diretora do
Programa de Estética e Bem-Estar, Departamento de Psiquiatria, Harvard, EUA.
Porque preferem os homens as louras? Porque pintam as mulheres os lábios de vermelho? Porque lutam os
homens para terem o peito em forma de um “V”? O que é a beleza?

Corpos (2009) pela Dr.ª Susie Orbach, Reino Unido


Trinta anos depois da publicação de A Gordura é um Problema Feminino, este livro argumenta que a forma
como vemos os nossos corpos se transformou no espelho em que nos vemos a nós próprios, levantando
questões essenciais sobre como chegámos a este ponto.

Pele Profunda (2004), por Catherine Barry, Irlanda


Um romance sobre uma jovem rapariga que acredita que, se por ventura fosse bonita e sensual, encontraria a
felicidade que anseia desesperadamente. Estará a felicidade ao alcance de um bisturi?

A Vida Não Começa Daqui a 5 Kg (2006), por Jessica Weiner, EUA


Um guia detalhado para decifrar a Linguagem da Gordura e amar o nosso corpo. É possível apreciá-lo,
mudando apenas os nossos pensamentos, a nossa linguagem e as nossas ações.

Verdadeiramente bonitas (1996), por Kaz Cooke, Austrália


Banda desenhada repleta de informação, sobre cosméticos, saúde e autoestima para mulheres com idades
entre os 11 e os 111. Inclui “ a verdade sobre adelgaçantes, sutiãs push-up e o grande embuste da celulite.”

Organizações que promovem ativamente a confiança corporal


Jovens Escuteiras / Jovens Pioneiras
A Associação Mundial de Jovens Pioneiras e Jovens Escuteiras é um movimento mundial que proporciona edu-
cação informal, onde as raparigas e as jovens mulheres desenvolvem a capacidade de liderança, autoestima
e outras aptidões através do autodesenvolvimento, de desafios e de aventuras. A Associação Mundial reúne
organizações em 145 países em todo o mundo.
Podes encontrar as do teu país em www.wagggsworld.org/en/world.

Instituições de Caridade Para Distúrbios Alimentares


A baixa confiança corporal pode aumentar o risco de desenvolvimento de distúrbios alimentares.
Estas Instituições acreditam que a prevenção é a melhor cura e por isso promovem campanhas para melhorar
os sentimentos das pessoas em relação ao seu corpo. beat, a instituição para pessoas com distúrbios alimenta-
res e seus familiares, que lidera no Reino Unido, tem excelentes sites na Internet aos quais podemos aceder em
qualquer parte do mundo - www.b-eat.co.uk/Links/Overseasorganisations.
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© Lever Fabergé Ltd (registado como ‘Unilever UK’) 2012.


Todos os direitos reservados. DOVE e a estrutura da marca Dove são marcas registadas.
Todos os direitos de autor ou direitos de propriedade intelectual usados em todos os textos,
imagens ou outros materiais neste Guia pela Autoestima Dove são propriedade da “Unilever
UK” (e das suas companhias filiadas) ou têm a permissão do respetivo proprietário. O Guia
pela Autoestima Dove foi concebido para fins educacionais.

Pode reproduzir excertos textuais através de impressões ou fotocópias exclusivamente para


os fins educativos supramencionados.

A imagem de Nancy Etcoff é cortesia de Al Carlay.

O Guia pela Autoestima Dove foi adaptado, com permissão, da fonte original concebida por
Randell Bynum (um antigo assistente social de jovens), Tonya Leslie (uma antiga educadora
e autora de inúmeros livros para crianças) a pelas Raparigas Escoteiras dos EUA. A infor-
mação acrescentada é da autoria de Martin Staniforth, Lisa Clark e do Conselho Consultivo
de Autoestima Dove (ver página 28).
35

autoestima

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