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Abuso sexual infantil: O que é?

CSA definida como uma atividade sexual (variando de carícias a relações sexuais) com um menor,
perpetrada por uma pessoa significativamente mais velha do que a criança é um evento traumático
grave único, pois denota real ou ameaça de oral , penetração anal ou genital de uma criança que não
consegue compreender totalmente, é incapaz de dar consentimento informado e não está preparada
para o desenvolvimento.  

Consequências Neurológicas e Comportamentais

O trauma psicológico provocado pela experiência de ameaça profunda, como a CSA, leva a uma
síndrome de longo prazo que foi definida, validada e denominada transtorno pós traumático, depressão
e transtornos de ansiedade, distúrbios dissociativos, deficiências de memória e de recordação,
fibromialgia de dor crônica, infarto do miocárdio, asma e diabetes e complicações intestinais, aumento
de peso, desenvolvimento deficiente do lado esquerdo do cérebro em adultos abusados quando crianças, o que, segundo
Teicher e sua equipe, pode levar à depressão e a problemas de memória etc.

"A ciência mostra que os maus-tratos na infância podem produzir mudanças na função e estrutura cerebral", disse Martin H.
Teicher, do Hospital McLean, em Belmont, Massachusetts. "Essas mudanças são permanentes. Isso não é algo que as pessoas
podem superar.", acrescentou Teicher.

Os cientistas descobriram que os adultos vítimas de abuso quando crianças estavam mais propensos a apresentar convulsões
epilépticas causadas por alterações no sistema límbico, uma parte do cérebro que controla a emoção.

"As emoções que acompanham essas convulsões incluem tristeza, embaraço, raiva, riso explosivo (normalmente sem
sentimento de felicidade), serenidade e, com muito frequência, medo", explicou Teicher.

Os pesquisadores também descobriram que as crianças abusadas estavam duas vezes mais propensas a apresentar
eletroencefalograma (EEG) anormal -- uma leitura que mede a atividade elétrica do cérebro -- do que crianças que não sofreram
abuso. Além disso, os EEGs anormais estavam associados a um comportamento auto-destrutivo e agressão.

Outra mudança observada foi o


O estudo indica que as crianças abusadas não integravam a função dos lados esquerdo e direito tão bem quanto aquelas que não
sofreram abuso. Os cientistas sugerem que isso pode ser causado por uma diminuição no tamanho da ponte entre os dois
hemisférios do cérebro.

Teicher e sua equipe descobriram uma diferença entre meninos e meninas na resposta ao tipo de abuso. O abandono foi o fator
mais propenso a reduzir o tamanho da ponte em meninos. Mas o abuso sexual não teve efeito. Nas meninas, o abuso sexual
estava associado a uma diminuição no tamanho, mas o abandono não teve efeito.

"O trauma do abuso induz uma cascata de efeitos, incluindo mudanças nos hormônios e neurotransmissores (substâncias
químicas liberadas por neurônios) que mediam o desenvolvimento de regiões cerebrais vulneráveis".

Mostrar as partes do cérebro


Psicossomática

Conforme falamos há evidências de efeitos cascata neuro-humorais e neurotransmissores que


produzem alterações destrutivas duradouras na estrutura e função do cérebro, principalmente no
desenvolvimento do hipocampo, amígdala, corpo caloso, cerebral córtex e vermis cerebelar ( O vermis
cerebelar(do termo em latim para "verme") ou verme cerebelar está localizado na zona medial córtico-medular do cerebelo, na

região da fossa posterior do crânio. A fissura primária do vermis se curva ventrolateralmente para a superfície superior do cerebelo,

dividindo-o em dois lobos: anterior e posterior. ) . Este severo estresse inicial associado a números sinápticos
reduzidos na região do hipocampo explica as dificuldades na recuperação da memória associadas ao
evento traumático e sintomas dissociativos que sobreviventes de abusos tendem a sofrer. Além disso,
descobriu-se que a ativação amigdaloidal excessiva desempenha um papel crucial no desenvolvimento
de doenças como Boardeline, bipolaridadem estresse pós traumático, depressão, esquizofrenia
etc. Descobriu-se que essa ativação elevada também está envolvida na formação e lembrança da
memória emocional, no aprendizado de padrões motores não-verbais e no desencadeamento de
respostas de luta ou fuga . Recentemente, imagens cerebrais mostraram que as áreas afetadas
envolvidas na sensação genital foram reduzidas, em comparação com mulheres que não tinham
histórico de CSA; foi sugerido e encontrado no estudo recente atual que a interferência da CSA com a
conectividade das regiões somatossensoriais acabou deixando essas regiões subdesenvolvidas com a
entrada reduzida.

Bioenergética

Psicanalise

Araújo (2002) considera que, nos casos de violência sexual intrafamiliar, pode-
se observar uma disfunção em pelo menos três níveis: o poder exercido pelo
grande (forte) sobre o pequeno (fraco), a confiança que o pequeno (dependente)
tem no grande (protetor) e o uso perverso da sexualidade, na qual um se
apodera do corpo do outro e o usa segundo seu desejo. Sendo o abuso sexual
um problema complexo e difícil de ser apreendido em sua totalidade, torna-se
extremamente complicado, tanto para a criança, quanto para a família, o
processo de reconhecimento e a denúncia desse tipo de violência que ocorre em
seu interior. Comumente, constata-se que famílias abusivas tendem a reproduzir
a cultura do silêncio, em que o abuso sexual acaba sendo mantido por todos, de
maneira cruel e em segredo (Sindrome do Segredo), passando várias gerações
sem vir a ser descoberto.

De fato, as famílias abusivas tendem a manter seu equilíbrio doméstico em torno


do silêncio e do segredo. Em situações especiais, quando o abuso incestuoso é
revelado, mães podem sentir-se enciumadas, culpabilizando as filhas pela
situação. Prova disso seria a dificuldade dessas mães em reconhecerem o
incesto, visto que tal ação ocasionaria entrar em contato com sentimentos de
fracasso frente aos papéis de mãe e esposa. Salienta-se, ainda, que o abuso
sexual compõe-se de um conjunto de rupturas de relacionamentos, sendo
sempre situado em uma família com funcionamento patológico, construído a
partir da história de cada membro, inclusive do agressor. Dessa maneira, o
histórico familiar pode determinar uma permissividade ao ato, em virtude da
própria desvalorização da infância e da adolescência que estes sujeitos possuem
(Pfeiffer & Salvagni, 2005).

constelação familiar

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